Ocean Wide escrita por Pih Chan


Capítulo 17
Capitulo 17 - As Garras do Dragão Celestial.


Notas iniciais do capítulo

Bom, acho que ninguém lê as notas do autor, mas mesmo assim, eu queria pedir desculpas pela demora para postar, acho que foi um dos capítulos mais difíceis de escrever, porque eu eu tinha duas escolhas à partir de agora:
1- Continuar a fic no rumo que todos estão esperando e criar altas tretas entre a Nami e a Hancock, fazer várias revira-voltas e uma série de discussões.
OU
2- Mudar completamente a proposta inicial que dei para mim mesma quando comecei a escrever e fazer uma fic que mantenha um clima suave e doce, mesmo que as coisas estejam acontecendo envolta dela.
Foi uma escolha um pouco difícil e espero que não a odeiem. Eu não vou dizer qual foi, mas vocês vão perceber ao longo dos quatro últimos capítulos. ^u^
Eu quero dedicar esse capitulo para CibsDesu, porque eu sou uma vaca preguiçosa e se ela não tivesse vindo perguntar sobre a fic, eu provavelmente não teria escrito nada até agora e, como sempre, para todo mundo que ainda acompanha mesmo eu demorando tanto para postar XD
Ah, antes que eu me esqueça: Gente, cadê o fandom LuNa? Todo mundo desapareceu! Sinto tanta falta das fanfics LuNa por aqui...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397505/chapter/17

Capitulo 17 - As Garras do Dragão Celestial.

Robin era mulher inteligente.

Não que fossem necessários muitos neurônios para adivinhar que seus companheiros não haviam sequer cogitado a ideia de buscar informações sobre a ilha a qual atracaram mais cedo.

Ela apenas os conhecia o suficiente para estar ciente do fato antes mesmo que ele se concretizassem e, com Nami temporariamente fora de órbita graças à seu capitão, Robin fora a única do grupo que se dignou a informar-se.

Era óbvio que eles não estaria interessados em saber que aquela ilha era, de fato, a maior exportadora de doces de toda a Grand Line, logo depois da “Ilha dos Tritões”, é claro. Também não lhes era conveniente saber que aquele lugar era conhecido pelos quatro cantos do mundo por seus incríveis fogos de artificio.

Porém, Robin tinha certeza que capturaria a atenção de seus amigos quando lhes contasse que aquela ilha tinha um dos maiores parques de diversões de todo mundo ou mesmo que eram conhecidos por seus festivais trimestrais. Inclusive que haveria um dentro de 3 dias.

Era apenas uma pena que os parques ficariam fechados até o dia do festival. Pelo que parece, os organizadores lavavam tudo muito à sério e não se dariam por satisfeito sem algo realmente espalhafatoso a cada três meses.

(...)

Estava próximo ao cair da noite e Robin ainda se encontrava elegantemente debruçada sobre a mesa enquanto folheava, com curiosidade, as páginas do livro que havia comprado sobre aquela ilha.

Sem nunca perder a classe ou o sorriso ralo que se estampava por sua face a cada palavra, ela bebericava o café que Sanji lhe oferecera mais cedo.

Fora quando notou uma par de olhos azuis observava cada um de seus movimentos e, pela primeira vez, não eram do cozinheiro. Esse, nesse momento, se encontrava transitando de tempos em tempos entre a cozinha e a enfermaria para estancar suas hemorragias nasais toda vez que batia os olhos na Imperatriz Pirata.

E falando do diabo, Boa Hancock era aquela a quem pertenciam os olhos que seguiam todos os seus movimentos nos últimos minutos. Robin apenas educadamente sorriu em resposta.

─Quanto tempo pretende ficar, Hebihime-san? ─ Perguntou levando a xícara aos lábios mais uma vez com uma quase inacreditável delicadeza.

Hancock imitou o movimento com uma garfada do bolo de laranja, como se em sua cabeça aquela fosse uma pequena competição.

─Eu não sei bem, preciso de mais algum tempo para terminar de fazer o que aqueles cães do governo me pediram.

Robin então apoiou seu rosto da palma da mão e lançou à imperatriz um sorriso cumplice, como se dissesse ter total consciência que a frase anterior não passara de uma simples mentira para encobrir o verdadeiro objetivo da imperatriz.

─O capitão-san não tem nada a ver com essa história?

Hancock engasgou com o comentário.

─O-o quê? ─ Ela perdeu a compostura, agindo como uma adolescente apaixonada e corando, como todas as vezes que Luffy era citado em uma conversa.

Robin riu baixinho para a súbita mudança de atitude da mulher a sua frente.

─Eu não te culpo. ─ Reconfortou-a enquanto juntava suas coisas e levantava-se. ─ O capitão tem esse efeito sobre as pessoas, fufu.

Ela já estava na porta da cozinha quando virou-se para um último comentário:

─Ah, antes que eu me esqueça, ele não costuma usar cuecas a menos que esteja nevando lá fora... Apenas para o caso de você querer saber, fufu. ─ Finalizou num tanto quando maliciosa enquanto sumia no extenso corredor de madeira.

E deixou Hancock lá, corando com a ideia.

(...)

Nami bufou por trás das páginas grossas do romance que Robin havia lhe recomendado mais cedo.

A temática do livro lhe parecia ridiculamente familiar, de modo que, só poderia pensar que a amiga feito de propósito, mas o que ela era queria dizer com aquilo era um mistério para Nami, de modo que apenas decidiu que era hora de fazer uma pausa na leitura para beber algo.

E foi ali, passando pelo Bar Aquarium que ela percebeu algo que não tinha visto antes: Era aquele sorriso estampado por toda face de Luffy enquanto o mesmo conversava animadamente com Hancock sobre um assunto qualquer.

Era uma situação estranha para ela mesma, mas Nami não poderia deixar de notar como seu coração aqueceu-se para a cena.

Mesmo que todas as vezes que tenha tentado imaginar esse momento só tenha conseguido pensar que morreria por dentro, isso não acontecera.

Por muitas vezes durante os últimos dois anos, ela tentara imaginar como ele poderia estar se sentindo sozinho depois da morte do irmão ou mesmo se ele seria capaz de superar.

Foram diversos momentos em que se pegara imaginando o que faria quando o visse, como ela poderia encará-lo depois de não estar lá para ele, mesmo depois de tantas vezes em que ele coloca a vida em risco por ela, por todos eles.

Nami estava errada em pensar nele tão fraco ou que nunca o veria sorrir novamente, afinal, estamos falando de Monkey D. Luffy.

Mesmo diante dos piores problemas, ele era capaz de seguir em frente, sempre acreditando num amanhã, era exatamente esse seu otimismo natural fazia com que mesmo e os que estão a sua volta se sentissem capazes de atingir seus objetivos.

Ainda assim, todos os medos que havia nutrido durante os últimos dois anos, simplesmente sumiam quando o via sorrir daquela forma todos os dias, era como se nada houvesse mudado desde o dia que se conheceram numa ilha qualquer no East Blue.

Nami estava feliz de ainda poder ver aquele mesmo sorriso iluminar o rosto de Luffy.

Mesmo que aquele sorriso fosse oferecido a outra...

─Ah! Nami! ─ Ele exclamou finalmente notando a presença da companheira. ─ Que bom que você apareceu, precisamos de mais um para o baralho!

—Por que não chama o Usopp? — Indagou Nami com curiosidade.

Os lábios de Luffy se curvaram em um bico.

—Ele e Franky estão construindo uma coisa muito legal e não me deixam ver. —Reclamou infantilmente, como uma criança dedurando seu irmão mais velho aos pais. — Por favoooor, Namiii!

Nami sorriu, porque, no fim das contas, ela amava aquele idiota e isso incluía amar desde seu jeito infantil de agir até seus sorrisos calorosos que poderiam derrotar até mesmo o maior dos inimigos que cruzasse seu caminho.

Ela tinha decidido aceitar qualquer que fosse sua decisão, porém, isso não significa efetivamente que estava disposta a desistir.

[...]

A noite passou rápido ao ritmo em que os quatro jogavam as cartas sobre a mesa, excerto Luffy que parecia ter dificuldades em entender as regras do jogo que ele mesmo havia sugerido.

─Eu já disse, Luffy, você não ganha por ter o maior número de cartas! ─ Nami corrigiu já perdendo o resto de sua paciência.

─Ehh? Por quê?

─Sãos as regras!

─Que regra idiota, eu vou mudar!

─Você não pode fazer isso.

─Eu posso sim! ─ Luffy jogou as cartas sobre a mesa, curvando-se sobre a mesma em direção à Nami. ─ EU SOU O CAPITÃO!

─UM CAPITÃO IDIOTA! ─ Ela inclinou-se em direção a ele também.

Hancock piscou algumas vezes para a briga repentina. Ela pensou se deveria intervir, queria defender Luffy, porém aquela garota fazia parte do grupo de amigos de seu amado e se ele ficasse bravo?

Oh não, Hancock não poderia suportar a ideia de seu amado estando bravo consigo. Não, ela definitivamente não iria intervir.

Então, se contentou apenas em murmurar para a pequena rena que parecia encarar a situação com naturalidade:

─Eles são sempre assim?

─Eles costumam ser piores, se fosse outro dia, o Luffy já estaria cheio de galos. ─ Murmurou de volta. ─ Ouch! Cedo demais... ─ Concluiu a rena com uma gota de decepção comicamente descendo pela parte de trás de sua nuca.

─Como você ousa bater no meu marido?! ─ Hancock perdeu o controle por um segundo e, no seguinte, já estava no meio da pequena briga.

E mais duas gotas escorreram comicamente pela nuca de Chopper perante a situação.

─Eu não vou me casar com você. ─ Repetiu Luffy com voz manhosa, enquanto acariciava o galo que se formava em sua testa graças a sua navegadora.

─Tudo bem se você ainda não está pronto, querido. ─ Hancock disse desviando o olhar e corando.

[...]

Sanji preparou um jantar especial em homenagem à estadia da linda Imperatriz Pirata no navio, claro que Luffy fora o que, de fato, ficara mais feliz com o fato.

De alguma forma, a relação do capitão e do cozinheiro parecia perfeita quando o assunto era “comida”. A fome de Luffy era infinita, assim como a paixão de Sanji pela culinária e sua aversão ao desperdício, porém, isso não era um problema quando se tinha alguém como o garoto do chapéu de palha à bordo. Usopp poderia jurar de pés juntos que já havia visto Luffy comer até mesmo carvão ─ E ainda pedir para repetir.

─Hebihime-san, ─ Chamou Robin ao fim do jantar, enquanto todos se dirigiam para seus respectivos quartos. ─ Nami e eu estamos indo tomar banho, gostaria de se juntar a nós?

A proposta fora o suficiente para que, pelo menos, cinco narizes estourassem de hemorragia nasal pensando que dariam qualquer coisa para pode espionar, mesmo que por apenas um segundo.

Robin sorriu docemente mostrando que o convite era sério, como uma grande oferta de paz.

Hancock agiu de forma estranha para o convite, desviou o olhar por alguns segundos antes de rejeitar e correr para fora da cozinha.

Luffy entrou numa troca de olhares pouco significativos com Robin antes de retirar-se também.

[...]

Hancock se encolheu.

Ela odiava aquela sensação mais do que qualquer coisa, que lhe corroía aos poucos, sem jamais deixa-la ter paz, aquela impotência.

Anos haviam se passado desde que Hancock tinha se visto livre das garras dos nobres mundiais, então por que aquelas lembranças não poderiam simplesmente serem apagadas com o tempo? Por que continuavam tão dolorosas?

Ela culpava aquela marca.

Aquela marca em suas costas era como uma lembrança constante do que havia passado e um aviso de que jamais se veria livre daquilo, talvez o medo infantil de acordar um dia e ver-se rodeada por aquele inferno mais uma vez não fosse seu maior problema, mas sim a ideia de se sentir daquela forma.

Acima de tudo, Hancock tinha medo de se sentir fraca novamente, por isso, ela nunca deixaria que vissem aquela coisa em suas costas. Nunca.

Mesmo que tivesse de enganar milhares de pessoas todos os dias, mesmo que tivesse que agir com arrogância e desprezo com todos a sua volta para afastá-los, mesmo que tivesse que privar-se de bons momentos e amizades, ela nunca mais abriria uma brecha para que a fizessem sentir dessa maneira de novo.

Ela olhou para o espelho a sua frente, procurando sua própria imagem em meio a escuridão do quarto, porém, tudo em que seus olhos podiam se concentrar era na figura baixinha atrás de si, iluminada apenas parcialmente pelos poucos raios de luz que vindos do corredor.

─L-luffy, ─ Hancock rapidamente limpou as lágrimas que estavam quase por escorrer por seu rosto e tentou manter a pose que exibia com orgulho para todos a sua volta, mas que, na realidade, não passava de apenas mais um jeito de tentar mascarar suas inseguranças. ─ o que está fazendo aqui?

Ele nada disse, apenas colocou a mão sobre o queixo por um segundo parecendo pensativo antes de pegar uma das canetas de Nami ─ que se encontrava encima da mesa ─ e aproximou-se de Hancock levantando a parte de trás de sua blusa e, assim, revelando aquela maldita marca da qual ela tanto se envergonhava.

─L-luffy! ─ Falou um pouco mais alto do que deveria graças ao susto. ─ O-o que você est...?

Ela sentiu a caneta deslizar por suas costas.

─É esse o problema? ─ Ele indagou se referindo ao fato dela não querer se juntas às outras garotas por medo que vissem o símbolo em suas costas.

─Bom... Eu... ─ Ela corou.

─Pronto! Shishi! ─ Luffy sorriu pegando o outro espelho pouco menor que se encontrava pendurado na parede para que Hancock vislumbrasse como as “Garras do Dragão Celestial” haviam se transformado em uma Jolly sorridente com um chapéu de palha.

Estava mal desenhado e uma criança de cinco anos poderia fazer melhor, porém, mesmo assim, Hancock sentiu aquelas lágrimas que lutara para segurar correm aos montes por seu rosto.

─Mas, se você quer saber, elas não iam se importar de qualquer forma...

Hancock não pode ter outra reação senão abraça-lo bem forte por aquilo, não importava se seu rosto havia se tornado escarlate no processo.

E estava ali, uma das razões pela qual ela havia se apaixonado por aquele garoto. O modo como as atitudes dele sempre a surpreendiam por tamanha doçura, era quase como uma criança inocente que ainda não havia sido contaminada com a maldade na qual o resto do mundo se via mergulhado.

Ele não conhecia a malícia ou preconceito, para ele, o mundo era como uma grande bolha de felicidade onde ele poderia viver livremente ao lado dos que amava; não existiam heróis ou vilões, apenas pessoas e ações.

E Hancock só poderia amá-lo por isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pelos meus cálculos, temos mais só mais 4 capítulos pela frente e eu realmente me esforcei para fazer algo útil dessa vez, porque eu sinto que enrolei demais nos últimos, então, eu gostaria da opinião sincera de vocês. O que estão achando?
Me contem nos comentários.
Até mais õ/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ocean Wide" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.