Os últimos minutos pareciam não fazer parte da realidade.

A tempestade caía sobre a Ilha dos Abençoados. Eu consegui pegar um próprio raio do céu e lançá – lo em Nimueh, como era o que eu não sabia. Eu simplesmente o fiz, e ela morreu. Merlin é que teria feito isso, mas não, eu o fiz. Nem eu sabia que tinha tanto poder dentro de mim.

Assim que retornamos à Camelot fomos direto à casa de Gaius. Eu fiquei lá um tempo, conversando com eles.

–Sinceramente, eu nunca esperava que você tivesse magia. Pelo menos não até você ter aqueles pesadelos. - começou Merlin.

–Na verdade, foi mais ou menos nessa época que eu descobri que tinha magia. Foi tudo tão estranho...e rápido.

–Eu entendo. É bom saber que não sou único. - nós sorrimos.

–Digo o mesmo. Me sinto aliviada que agora posso compartilhar isso com alguém. - disse, me levantando. - Já está tarde, é melhor eu ir dormir, assim como você.

–Sim...Obrigada.

Deixei o quarto e fui para o meu. Ao chegar, fechei a porta. Coloquei a bolsa na mesa e a abri, colocando itens, como a esfera mágica, para fora, e comecei a tirar a armadura. Assim que tinha acabado de tirá – la, ouvi uma voz:

–A feiticeira deixa Camelot.

–Hum? - disse, me virando para o objeto redondo.

–Já é o tempo. Sua jornada em Camelot acabou por agora, e não há tempo a perder, tenho que te mandar para sua próxima aventura.

–Já?

–Já. Em breve retornará para Camelot, mas por enquanto, terá que visitar outros lugares.

–Mas...

–Não há o que discutir, você ficará feliz com sua próxima aventura, tenho certeza.

–Como pode ter certeza de algo sobre mim?

–Eu realmente não sei, eu simplesmente sinto isso.

–Hoje seria que dia?

–Seria?

–Se eu estivesse na Terra, se você nunca tivesse me levado para essas viagens.

–Acredito que seria em torno de...deixe me pensar. Ah sim! Deve ser algum dia do início de Novembro ou do final de Outubro.

–Quanto tempo passei aqui em Camelot?

–Alguns meses...Mas isso não importa. Vá se arrumar.

–Eu não posso simplesmente sair assim! Me dê um dia! Um dia é tudo o que lhe peço!

–Ok, um dia você terá. Mas, nesse mesmo horário, amanhã, eu quero que você esteja pronta para partir.

–Obrigada, Kryn! Estou imensamente grata!

***

Quando acordei no dia seguinte, estava certa de que teria que fazer tudo o que queria, naquele único dia, e, por isso, tinha muitas coisas a fazer. Naquela noite, estranhamente, eu tinha conseguido dormir, até demais, acordei tarde, já que nem Alaym tinha conseguido me acordar. Ao acordar, tomei um banho e troquei de roupa, colocando um vestido azul marinho. Comi um desjejum rápido, só uma maçã, na verdade. Fiquei um bom tempo arrumando as minhas coisas, e já era a hora do almoço. Almocei, e voltei para o meu quarto. Tinha que falar com Kryn.

–Kryn, sobre a minha partida...

–Hum?

–Como é que vai ser? Digo, é para eu sair de Camelot que nem quando eu saí da Terra – Média?

–Bom que você lembrou. Então, vá para a entrada da floresta e me avise. Dessa vez eu estarei lá. E se não estiver, NÃO ENTRE NA FLORESTA.

–Ok, Fênix estará me esperando?

–Sim. Adeus, tenho coisas a fazer...

–Tá bom...

Passou – se um tempo. Eu passei o resto da tarde com Merlin, Arthur, Gwen...um pouco com cada um. Mais para de noite, coloquei minha mais nova armadura, me armei com a espada élfica (a que tinha ganhado no dia anterior) e meu arco. Fechei toda a minha bolsa, com tudo dentro (chequei se não estava faltando nada) e a prendi na perna, por meio da alça dela.

Desci as escadarias, e fui para a casa de Gaius.

–Merlin? - disse, assim que o mago abriu a porta.

–Sim?

–Eu tenho que falar com você.

Nós entramos, Merlin parecia curioso.

–Aonde você vai?

–Era sobre isso que queria falar. Eu tenho que partir de Camelot essa noite, agora, na verdade.

–Por que? Por que vai embora?

–Eu não pertenço em Camelot, não como você. Eu ainda tenho muitas coisas para fazer fora desse reino.

–Você não pode partir assim...

–Eu não queria. Mas eu tenho. Calma, Merlin. - disse, segurando seu braço. - Eu vou voltar um dia. Pode ter certeza disso.

–Você promete?

–Eu prometo. - disse, e nós dois sorrimos.

Eu fui para a direção da porta.

–Ah, Merlin.

–O que?

–Diga à Arthur, Gaius, Gwen e Morgana que eu lhes desejo todo o bem, e que em breve nos veremos novamente. Que seus caminhos estejam cada vez mais verdes. Adeus, Merlin.

Assim, eu saí. Fui para o pátio, montei em Fênix e fui para a floresta. Ao fundo, pude ver que Merlin me observava.

***

Na floresta, tirei a esfera de Kryn da bolsa, e convoquei Kryn, que apareceu rapidamente.

–Estou pronta.

–Tem certeza? - perguntou Kryn, irônico, soltando uma risada.

–Sim.

–Dessa vez você não passará pela minha sala, irá direto para o seu destino, essas suas viagens tem que ser mais rápidas.

–Okay, pode me mandar. - Kryn começou a mexer em alguns botões.

–Pronto.

Assim, aos poucos, a visão da floresta foi desaparecendo, e eu senti algo azul me envolvendo. Tudo estava escuro, e, de repente, a escuridão dava lugar a outro ambiente...