Kyodai - The Awakening Of Chaos (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 55
Capítulo 49 - Swords Arashi


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo da temporada... u.u



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Espelhos. Por todos os lados, espelhos, que se estão fechados formando uma adorável concha. É uma legítima casa deles, sendo que no centro, há uma pequena mesa circular branca e uma cadeira da mesma cor. Só há duas pessoas aqui. A primeira delas é um homem de cabelos curtos e ruivos caído de bruços ao chão, próximo da mesa e cadeira do local. A segunda é uma jovem loira, com o uniforme escolar feminino de Kyodai, assentada na tal cadeira, tomando alguns goles de uma taça cristalina de vinho.

– O que... Aconteceu? – ele se pergunta, ao acordar. – Onde estou?

Com dificuldade, o sujeito usa suas mãos para se levantar. É quando se coloca de pé, passando a encarar a sua única companhia.

– Nagashi? – o homem se espanta. – Que lugar é esse? – tenta entender, olhando para todos os estranhos espelhos.

– O meu mundo. – afirma a garota, mantendo seus olhos fechados, degustando do doce vinho em sua taça. – Seja bem vindo.

– Seu mundo? Como assim? Isso, por acaso, é uma ilusão?

– Ilusão? – ela ri. – Não. Seria bom se fosse, pois detesto permanecer presa neste lugar.

– Nagashi, maldita! Explica já o que está acontecendo!

– Creio que está havendo um grande engano por aqui. – diz, colocando a taça de vinho na mesa e abrindo ambos os braços, sem deixar de lado o seu inicial sorriso desafiador. – Meu nome é Arashi. E, se detesta tanto assim aquela fresca, espere só para me conhecer melhor...

– Arashi? – repete, em tom de deboche. – Não me faça rir com suas palhaçadas!

– Não é nenhuma palhaçada. Desde que Nagashi decidiu tomar as rédeas da vida dela, criou esse mundo para mim no próprio subconsciente. Por isso vivo aqui, presa como um pássaro na gaiola.

– Cala a boca! – grita, erguendo sua palma direita para atacá-la com pirocinese, mas acaba falhando. – Ainda está anulando meus dons?

– Já estou me cansando disso. – afirma Arashi, ao reabrir seus olhos, se levantar, cruzar os braços abaixo dos seus seios e assumir uma postura mais séria. – Já falei: não sou a Nagashi! E também não estou anulando suas habilidades, não preciso disso. Afinal, este mundo é meu. Eu o domino completamente.

– Isso significa que...

– Sim. – o interrompe, voltando a sorrir. – Está é a minha realidade. Faço o que bem entender com ela e com quem estiver nela.

– E como vim parar aqui?

– Os amiguinhos de Nagashi ajudaram ela. Pelo que me parece, com a sua habilidade de reencarnação, sua alma entrou no corpo da minha irmãzinha fresca e foi lacrada aqui. Suspeito até que irá se arrepender de ser imortal a partir de agora...

– Não pode ser verdade! – exclama, perplexo, relutante para acreditar no que acabou de ouvir. – Eu sou invencível!

Arashi acaba soltando algumas risadas. Porém, logo se controla e prossegue:

– Admito que, no fim, isso acabará sendo divertido.

A loira dá as costas para o recém-chegado. Andando em direção à concha de espelhos que os cerca, ela apenas para quando se coloca perante um deles. Sua mão direita passa a vagar pela superfície de vidro e sua voz transmite a seguinte mensagem:

– A morte é algo que não existe por aqui. – alega ela.

Cerrando seu punho direito, a personalidade alternativa de Nagashi acerta um forte soco no espelho a sua frente, destruindo-o por completo. Porém, instantes depois, o espelho se reforma, voltando a ser exatamente como era antes de ser atingido pela força grotesca da loira.

– Mas, pela primeira vez na sua vida, vai implorar para que ela te abençoe.

– Não brinque comigo! – com mais movimentos dos seus braços, o desesperado homem tenta utilizar todo tipo de dom que já absorvera e que serve para ofensividade: mas é em vão, pois até parece que voltara a ser uma pessoa comum como qualquer outra, sem nenhum dom sobrenatural.

Repentinamente, Arashi desaparece. No segundo seguinte, é a vez da taça de vinho sobre a mesa sumir do nada. E, no próximo, ela ressurge perante Fênix: meros centímetros os separam.

– Tudo o que há por aqui é a minha inquestionável vontade!

Brutal como sempre, a dona deste mundo manuseia a taça em sua mão direita para perfurar a barriga de Fênix. A taça cai ao chão – de piso branco – e os cacos se misturam com o vinho e o sangue.

– Maldita! – ele grita, curvando-se, tapando a ferida com a mão esquerda e tentando acertar um soco nela com a direita.

Apesar disso, Arashi bloqueia o soco do sujeito com seu indicador direito. E, com um chute de sua perna direita, o lança para metros de distância. O corpo dele se choca com alguns espelhos, destruindo-os no processo. Quando finalmente Fênix para – à uma estrondosa distância de onde estava há pouco – e olha para seu corpo, percebe que não há mais nenhum ferimento. Porém, a dor continua como se ele ainda estivesse ali.

– Interessante este mundo, não acha? – pergunta ela, ao reaparecer assentada de lado em sua barriga, olhando para o casulo de espelhos, bem longe agora. – Veja só: os espelhos já foram reparados pela minha vontade, assim como o seu ferimento.

Ele olha para os espelhos – assim como ela faz no momento – que haviam sido destruídos, bem distantes. De fato, todos foram reparados de algum modo inexplicável.

– Mas é uma pena que a única coisa que está acima de mim neste lugar é a dor. – afirma ela, virando sua face para o sujeito, passando a encará-lo com uma expressão “aparentemente” gentil. – Nem mesmo eu posso confrontar a dor. Porém, não acho que deva ficar triste por isso. Como ficaremos aqui eternamente, logo você deve se acostumar com ela!

Socos: causam gritos de sofrimento. Em uma agilidade assustadora, a loira acerta vários deles no estômago do sujeito. Como ela mesmo disse, tanto a morte quanto os ferimentos de uma pessoa são inexistentes aqui, pois mesmo não sendo ilusão, este mundo é fruto do subconsciente de Nagashi Swords – sendo este, também, o local em que ela permanecia presa quando Arashi assumia o controle. Não passa de uma dimensão mental, existente em uma pequena porção do cérebro da amada de Senshi Yujo. Portanto, assim que um golpe é encerrado, a manifestação astral do corpo de Fênix se recupera, mas a dor continua de brinde.

– E mais um detalhe! – articula, ao dar uma pausa nos socos. – O tempo aqui passa de maneira diferente do que no mundo real. Uma hora lá equivale a um dia neste lugar. Resumindo: teremos muito tempo para aproveitar!!

Ao encerrar seu comentário, Arashi volta à surrá-lo. Literalmente, o faz de boneco, socando-o, chutando-o e lançando-o para todos os lados. Incapaz de se defender ou de se proteger, tudo o que Fênix pode fazer é clamar pela morte que jamais virá. E, enquanto se diverte, destruindo tudo com sua imbatível força, – mas permitindo que os estragos sejam reparados em instantes – ela vai dizendo para sua vítima:

– Em breve, Fênix, você entenderá... Que a invencível... Sou eu!

/--/--/

Senshi Yujo, Tsubaki Seijitsu, Sayuri Kishimoto, James Anthony Krum, Daisuke Saruma, Kaoru Tohara, e Lucy Rouvier. Todos, sérios, permanecem observando a outra adolescente que está caída de bruços ao chão. Há poucos momentos, a aura de Fênix invadiu o corpo de Nagashi Swords, mas até agora nada se manifestara nela: nem o inimigo, nem a consciência da própria garota.

– Será que Swords-san está bem? – Tsubaki se pergunta, colocando suas mãos a frente dos seus seios, unindo-as.

– Claro que está! – exclama Senshi, tomando a dianteira, andando em direção à loira, se agachando, recolhendo-a em seus braços e se levantando em seguida. – Eu posso sentir...

– O que aconteceu então? – questiona Lucy, abrindo seus braços por alguns segundos.

Senshi, mantendo a inconsciente amada no seu consolo, suspira. Deixando brotar um intenso sorriso na sua face, ele se vira para seus demais companheiros. E articula:

– Fênix está vivendo o pior dos pesadelos agora: Arashi.

– Arashi? – Daisuke, surpreso.

– Sim. Nagashi havia selado ela em seu interior. E, agora, ela tem com quem brincar... – explica o empático.

– Ai... Só de pensar nisso sinto meu corpo todo arrepiar de pavor! – exclama Tsubaki, trêmula e com uma expressão chorosa.

– Hey, pessoal! – exclama alguém entre eles. – Não estão se esquecendo de mim, estão?

Os estudantes se viram para a direção da voz: é Yuong, que voltara ao normal e está de pé bem próximo dos seus amigos.

– Yuong-kun! – exclama Daisuke, correndo para ele e pulando em cima do maior. Acaba que os dois caem ao chão.

– Calma, calma... – pede ele, com um sorriso encantador. – Estou bem aqui, não precisa se desesperar...

– Achei que você seria uma estátua de pedra pra sempre! – exclama o melhor amigo de Tsubaki, com lágrimas sinceras em seus olhos, sem se incomodar de ficar sobre o “amigo”.

– O efeito do dom da petrificação deve ser cancelado quando a pessoa que o possui morre. – afirma Senshi.

– Então por que o mesmo não aconteceu com Sugaku-sensei? – questiona Jimmy, ao olhar para o ponto no corredor em que estão os pedaços em pedra da destruída professora.

– Acho que é porque ela sofreu alguns danos que a impediram de voltar ao normal. – opina Lucy, com um timbre demasiadamente triste.

– Tivemos muitas perdas. – observa Sayuri, de rosto baixo, segurando sua flauta ao lado do seu corpo, com sua mão esquerda. – Mas, por enquanto, creio que poderemos ter paz.

Todos os adolescentes voltam seus olhares para a artista. E, demonstrando expressões entristecidas, pensam naqueles que se foram devido às ambições dos Soldados da Gênese e, agora, às do já detido Fênix. Ainda assim, Yuong e Daisuke se levantam do chão, assumindo posições eretas como os demais.

– Vamos indo então, né? – pergunta Senshi.

Todos se direcionam ao ponto onde está o corpo de Fênix – e, também, onde estão as “ruínas de Sugaku Megumi”. Eles começam a caminhar, mas em poucos segundos, cessam. A causa é a doce voz de Saori Tohara.

– Nii-san! – ela grita, no outro ponto do corredor.

Kaoru, o irmão da jovem, ao parar de andar como seus amigos, se vira surpreso para trás. Agora, apenas alguns metros os separam, depois de anos de distância.

– Sao... ri... – diz, com dificuldade, em uma mistura de felicidade e surpresa.

Então, ela usa tudo o que tem para correr. Correr e se aproximar, após tanto tempo, do seu amado irmão. Estava refugiada no salão de festas, como grande parte dos alunos e funcionários de Kyodai, mas não aguentara a preocupação e acabou fugindo de lá para procurá-lo. Felizmente, o encontrou sem que nada de ruim acontecesse antes.

– Como senti sua falta! – exclama o garoto, ao abraçá-la bem forte quando ela chega perto o suficiente para tal.

– Eu também senti muito a sua falta, Kaoru-nii-san! – declara, de pálpebras fechadas, apoiando a porção direita de sua face no peito esquerdo dele. – Há tanto tempo não escuto mais as batidas do seu coração. Me fizeram falta, muita falta...

Os outros observam a cena do reencontro, comovidos. Não há nem como não se sentir tocado diante de um momento assim. Lucy, por sua vez, usa sua palma direita para sentir as batidas do próprio coração. E se lembra da promessa feita a Saito: ser feliz...

– Sim, eu serei feliz. – pensa ela, com os olhos umedecidos, enquanto analisa o caloroso abraço de irmãos. – Por mim, por você e por todos os nossos amigos!

O abraço de Saori e Kaoru é desfeito, mas as mãos dos dois permanecem unidas. Com radiantes sorrisos de felicidade estampadas em suas faces, eles voltam suas faces para o restante do grupo. E, sem nenhuma palavra, se reúnem aos demais.

– Vou esperar ansiosamente pela oportunidade de sentir o calor do seu abraço, Nagashi... – imagina Senshi, à frente de todos, observando o rosto angelical da desacordada garota em seus braços. – Até lá, pode ter certeza que cuidaremos muito bem de você!

Caminhando, juntos, os estudantes se afastam do local, deixando por aqui os resquícios da derradeira batalha contra Fênix. O Poltergeist chegou ao fim e as ambições do inescrupuloso ruivo também...

Entretanto, neste mesmo cenário, após a saída dos amigos, um turbilhão de sombras – bem acima do desfigurado corpo de Fênix – começa a se formar. Em poucos momentos, a figura de um corpo feminino se materializa aqui, mantendo as trevas ao seu redor. É Grade Lark, colocando seus pés sobre a barriga do morto.

– Kaoru-chan, Saori-chan... – fala ela, sorridente, ao cruzar seus braços. – Esperem apenas um pouco, pois em breve também me reunirei a vocês. Um saudoso reencontro, que não está tão distante...

/--/--/

Enquanto isso, no salão de festas, nem tão distante dali...

– Então a Sugaku...

– Sim, Yuki-sama. – Kenny, ao notar a dificuldade do vice-diretor para formular a frase, confirma o que o mesmo quer dizer, ciente de tal coisa.

Um está diante do outro, em meio a todos os refugiados no local. Várias são as pessoas por aqui, além das flores que foram criadas pela união entre Tsubaki Seijitsu e Senshi Yujo. Com as plantas em questão, não só os feridos daqui, como os de toda a cidade foram salvos. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer dos que morreram antes disso...

– Bem... Ela agiu de maneira louvável até aqui. – opina Sherry Fontaine, ao lado direito de Yuki. – Ou, ao mínimo, tinha ideais louváveis.

– De fato... – concorda Luka Trancy Gold, ainda mais sério do que a loira à sua frente. – Mas e agora? Como ficarão as coisas?

– Fala da Carmesim? – questiona Yuki Arima, dirigindo o seu olhar para o bibliotecário.

– Sim. Destruir os objetivos de Fênix era a nossa meta. Sem ele, como a organização vai ficar?

– Na verdade, você está errado. – afirma o filho de Raiabaru Yamagato. – Nosso objetivo principal sempre foi lutar pela paz. Fênix não existe mais, mas há outros tão inescrupulosos quanto eles por aí. Vamos continuar para acabar com pessoas desse tipo.

– E nós estamos pensando seriamente em ajudá-los nesta empreitada. – declara Daniel Strauss, ao se aproximar do grupo.

Do lado direito do filho adotivo do senador Strauss está Akemi Pégasus. Do lado esquerdo, Eric White. Ambos os seus companheiros compartilham dessa opinião expressada por Daniel.

– Querem fazer parte da Carmesim? – pergunta Yuki, fitando-os.

– Não há nenhum problema nisso, há? – Akemi, arqueando sua sobrancelha direita, tenta saber.

– Não, longe disso...

– Akemi, quem diria! – Sherry se manifesta, segurando o riso, enquanto observa o rosto da amiga ficar cada vez mais corado. – Logo você, que sempre gostou de liberdade! Não lhe faltaram convites da minha parte para a sua entrada na Carmesim!

– Eu não disse que vou entrar! – resmunga Akemi, teimosa como geralmente costuma ser. – Por enquanto, é apenas uma possibilidade.

– Sei... Sei... – a loira zomba dela, irritando-a.

– E então, Yuki-sama: o que nos diz sobre isso? – desta vez, é Eric quem dirige a palavra ao vice-diretor.

– Prometo pensar. – alega o mais velho. – Primeiramente, terei de falar com meu pai. Mas vocês tem que saber que, ao entrarem na Carmesim, deverão estar dispostos a viverem cercados de perigos, arriscando suas vidas. São capazes de encarar um desafio assim?

– Não brinca com a gente! – exclama o jogador de basquete. – Quer perigo maior do quê o que vivemos hoje? Não teremos medo de encarar nada!

– Com certeza posso dizer o mesmo! – declama Daniel. – Preciso dar um sentido para a minha vida e a melhor maneira de fazer isso é usar minha habilidade especial para o bem!

– Eu sempre vivi arriscando minha vida, não será diferente entrando na organização. – diz Akemi, simplesmente.

– Tudo bem então. – articula Yuki. – Gosto da força de vontade de vocês.

E, enquanto o diálogo entre eles se desenrola, Senshi Yujo, – segurando Nagashi Swords em seus braços – Tsubaki Seijitsu, os irmãos Tohara, Yuong Tsukyomi, Daisuke Saruma, Lucy Rouvier, Sayuri Kishimoto e James Anthony Krum entram no local. Vários dos refugiados aqui, assentados, passam a observá-los. E, com firmeza, o empático exclama:

– Fênix foi derrotado!

Todos vão ao delírio, em comemoração. O pesadelo finalmente terminou. E, em meio aos gritos de felicidade de todos os presentes, Senshi se afasta do seu grupo e caminha em direção à alta plataforma, no fim do salão. O garoto passa por todos e, então, coloca o corpo da desacordada loira sobre ao palanque. Virando-se para o outro lado, decide se manifestar outra vez, enquanto é observado pelos demais que aqui estão:

– Nagashi, no momento, está tendo o descanso que ela merece! Foi quem enfrentou Fênix, diretamente, por todos nós! Foi quem nos protegeu! E é essa garota...

De novo, se vira para a loira. E, com lágrimas em seus olhos, encerra:

– A pessoa que mais amo no mundo!!

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2ª Temporada: RENOVAÇÃO – FIM


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