Kyodai - The Awakening Of Chaos (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 56
Gaiden: Senshi - Final Feather of Angel


Notas iniciais do capítulo

Yo!! Gostaram da segunda temporada? Foi melhor, pior do que a primeira!? Bem... Esse cap dá início ao segundo arco dos Gaidens de Kyodai! Estrelando: Senshi Yujo u.u... Boa leitura!!



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“Foi doloroso. Como foi doloroso me sentir tão fraco e incapaz de fazer algo por quem eu amava. Diante de mim, os corpos inertes foram lançados. Eu vi sangue, vi medo, vi angústia, vi sofrimento. Ainda sim, não pude fazer nada. Se eu os amava, por que nada fiz? Prometi dali em diante que tudo seria diferente. Não quero perder mais ninguém, nem ver alguém sofrer. Usarei minha força para proteger a todos, mesmo que a dor que eu deva enfrentar seja abominável... Eu não desistirei de amar”.

– Senshi Yujo

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23 de março, 1998. 6 horas da tarde, ilha da Lua Dourada, proximidades da América Central... Os últimos raios de Sol brilham, reluzindo nas belas plantas da ilha da Lua Dourada. O encanto místico que o local exala e as fantásticas espécies, tanto animais quanto vegetais, fazem alusão ao paraíso divino. Em determinada porção da ilha, os prantos de uma mulher ecoam com expressividade. Kaguya Yujo está dando a luz a uma nova vida.

– Vamos, força! Você consegue!! – exclama uma senhora, que auxilia a bela jovem no parto.

– Eu estou fazendo tudo o que posso!! – afirma, encharcada com seu próprio suor, enquanto grita devido às dores da quase chegada do seu segundo bebê.

Deitada sobre um incomum jardim de rosas brancas, negras, azuis, douradas e vermelhas, a bela usa toda a sua força para trazer seu bebê ao mundo. O suor escorre sobre seu rosto pardo, enquanto seus longos cabelos prateados se espalham sobre as perfumadas flores. Ao seu lado, sobre um claro manto, o primeiro bebê, que veio ao mundo há poucos minutos.

– Só mais um pouquinho! Vamos lá!! – fala a parteira, mais uma vez.

– É difícil, Madallena-san!

– E quando alguém lhe disse que seria fácil?

Se esforçando para manter os olhos abertos e observar a ação da mulher, que lhe oferece suporte, Kaguya dá seu último grito antes de ouvir o choro de sua criança vindo ao mundo. Exausta e ofegante, deixa seu corpo cair sobre as rosas enquanto a parteira acolhe o bebê em um manto branco.

– Deixe-me vê-lo. – pede ela, ao olhar para a senhora, após alguns segundos, ainda sem se recuperar.

Sorrindo, a parteira, com a criança nos braços, se vira para Kaguya e inclina o corpo para entregar-lhe o bebê. Radiante, a mãe envolve seus braços ao redor dele com extrema cautela e carinho, permitindo que lágrimas de felicidade rolem por seu próprio rosto. Assim que sente o calor da mãe, a criança cessa seu choro e se acalma. É uma criança de pele parda como a sua.

– É um menino, como previu a profecia. – comenta a senhora, diante da mulher e do seu filho.

– Sim... – diz ela, fechando os olhos e abraçando a criança com todo afeto e amor. – E já sei qual será seu nome...

Madallena, olhando para cima, percebe que uma pluma prateada paira no ar e se aproxima dos dois integrantes da família Yujo. Seu olhar, curioso, procura no céu o “dono ou dona” da pena. Porém, não encontra.

Kaguya, por outro lado, sequer percebe esse fato. Afastando seu rosto para observar os maravilhosos olhos castanhos do filho, que se entreabrem, a mãe fala sorrindo:

– Que você receba todo o mimo e carinho que merecer antes do momento de sua missão, meu pequenino e amado “guerreiro da amizade”... Senshi Yujo.

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Cerca de sete anos depois do seu nascimento, Senshi perdera os pais, na cidade de Konton, na qual foram morar. Uma grave doença os vitimou, levando-os deste mundo. Dali em diante, sua única e exclusiva companheira foi sua querida irmã gêmea, Sasha. Sem nenhum outro parente, os dois acabaram se tornando moradores de rua. E, por anos, permaneceram dessa maneira. Entretanto, no mesmo dia em que os dois completaram 13 anos de idade, ela também se foi, morta por uma bala perdida, no fogo cruzado de policiais e criminosos. Sozinho e sem rumo, o garoto decidiu se refugiar no orfanato Hikari no Kishi, lugar qual abrigara muitos outros órfãos. E foi nele que viveu por breves dois meses, que mais pareceram “duas longas eternidades”...

– Senshi-kun, se arrume, hoje o orfanato receberá visitas. – pede uma boa moça, com o sorriso e o olhar meigo.

É Safira, a diretora e fundadora do local. Bondosa e acolhedora, auxiliada por seu esposo, é ela quem cuida de todas as crianças e adolescentes abrigados no seu orfanato.

– Acho que não estou tão ruim assim, Safira-sama. – opina o garoto, diante dela, avaliando suas próprias roupas.

Ela sorri.

– Não, não está. – concorda, elevando o seu sorrir. – Então corre lá para baixo que Atlus-sama já deve estar chegando.

– Quem é Atlus-sama? – questiona o adolescente, ao dirigir seu olhar para a diretora, com uma expressão de evidente curiosidade.

– Um homem muito bom que está vindo para adotar uma criança. Tomara que ele goste de você!

– Por quê? Quer se livrar de mim, Safira-sama?

– Mas é claro que não, meu amor. – nega, agachando-se. – Apenas quero que tenha uma família de verdade.

– Você já é minha família de verdade, Safira-sama. – alega ele, exibindo um cativante sorriso.

A mulher se comove. Por instinto, o abraça e fecha seus olhos. Feliz por ter ouvido tal comentário, articula:

– Obrigada, meu querido...

O abraço se mantem por alguns instantes, mas logo se desfaz. Se levantando e reabrindo suas pálpebras, a fundadora do orfanato pede:

– Agora já é hora de descer, meu anjo. Vá depressa!

Ele não responde, mas mantendo seu sorriso, obedece, correndo em direção à escada no fim do espaçoso corredor. Enquanto o desce, a mulher se vira para Senshi e o observa se afastando apressado.

– Como posso amá-lo tão rápido assim? – se pergunta, mentalmente. – Hoje se completam dois meses que está aqui e já se tornara meu pequenino favorito...

De repente, algo no ar chama sua atenção, em um ponto do trajeto tomado pelo garoto. Andando com calma e curiosidade, a bondosa mulher reduz os poucos metros de distância da escada a meros centímetros. Dessa forma, seus olhos podem comprovar o que esse “algo” é...

– Uma pena prateada? – se questiona, elevando sua palma direita para que a pluma caia sobre ela.

Assim que a leve pluma toca sua pele, Safira sente uma quente sensação lhe transpassar o corpo. É o mesmo que sente quando está perto do jovem Senshi.

– Você é Safira Swords? – questiona alguém, surpreendendo-a.

A ruiva se vira outra vez. No ponto em que estava há pouco, agora se encontra outra pessoa. De modo mais preciso, um homem...

– Quem é o senhor? Por acaso, é você Azori Atlus? – pergunta ela, sem entender como tal sujeito poderia chegar ao segundo andar sendo que a escada atrás de si é o único meio para tal coisa.

O homem sorri. E responde:

– Na verdade não. Me chame apenas de Fênix. Vim aqui porque você tem algo que procuro.

– E o que seria?

– O seu dom especial... – afirma, com uma expressão assustadora.

Olhando nos olhos vermelhos do desconhecido, a diretora do orfanato percebe que se trata de uma ameaça. Elevando ambos os braços, declara:

– Se afaste de mim e vai embora daqui.

Repentinamente, várias ondas de energia elétrica envolvem os dois membros superiores da integrante da família Swords. Séria, parece estar determinada a fazer com que o estranho lhe obedeça. Contudo, antes disso, uma rápida rajada de água lhe acerta e, por causa dela, a mulher grita, sentindo-se eletrocutada. Observando-a, com um rosto frio e cruel, ele diz:

– Desde o começo, você era uma presa fácil para mim, Safira Swords...

/--/--/

– Boa tarde, crianças. – fala um homem, no primeiro andar, ao ser recebido por uma das funcionárias do orfanato.

– Boa tarde. – dizem todos, em coro.

Trata-se de quarenta crianças, organizadas diante do empresário recém-chegado. O orfanato é simplesmente enorme, capaz de abrigar várias delas. É conhecido por todo o país e são várias as pessoas, até de outras partes do mundo, que vêm para este local adotar um dos jovens aqui abrigados.

– São todos bons garotos. – conclui Azori, ao observar cada um dos que integra o extenso grupo de menores de idade.

– São sim, Atlus-sama. – corresponde a funcionária que o atendera, ao seu lado direito, observando as crianças e adolescentes, como ele. – Escolha quem cativar seu coração.

– Uma tarefa difícil, pois todos cativaram.

Atento, Azori analisa um por um. São jovens, mais velhos, altos, pequeninos, magros, gordos, garotas, garotos, das mais variadas etnias e nacionalidades. É um dos maiores e mais bem conceituados orfanatos de todo o mundo. Porém, um dos garotos em específico, bem no meio da terceira das quatro filas, lhe chama a atenção, não só por seus incomuns cabelos prateados, como também por seus olhos afáveis e gentis.

– Qual o seu nome, pequeno? – pergunta Azori, fitando-o.

– Senshi. Mas, senhor, eu não sou pequeno. – responde, sorridente como sempre.

– É verdade. – confirma, rindo. – É apenas uma forma carinhosa de me portar a você. Costumo ser assim.

– É um jeito estranho de ser, se me permite falar.

Mais uma vez, o empresário ri, e articula:

– Você acha mesmo?

– Gostou do Senshi, Atlus-sama? – questiona a funcionária, ainda do lado do bondoso homem. – Ele é um ótimo garoto, pode ter certeza.

– Sei que é. Senshi-kun, gostaria de ser meu filho? – pergunta Azori.

– Não vejo mal nisso, senhor.

– Não precisa me tratar dessa maneira. Do jeito que fala, pareço até um velho de quatrocentos anos...

– Me desculpe...

– Não é pra tanto. Isso apenas mostra o quão educado e respeitador você é. Gosto disso, mas... – com uma pausa de alguns segundos, retoma logo depois. – A partir de hoje, pode me chamar de pai.

Senshi, ao perceber que os outros órfãos a sua frente se afastam para permitir sua passagem, dá início aos seus passos em direção ao empresário. Não pode negar sua alegria, pois agora sabe que, mais uma vez, terá uma família. Ao se aproximar o suficiente, o garoto lhe dá um abraço.

– Agora vamos? – pergunta Azori, momentos depois do término do abraço.

– Posso me despedir do pessoal? – questiona.

– Prometo que voltaremos aqui ainda hoje. Tenho uma reunião daqui a dez minutos e não posso me atrasar.

– Tudo bem. – replica, alegre. – Tchau pessoal, volto para me despedir melhor. – afirma, erguendo sua palma direita, acenando para os outros órfãos.

– Tchau Senshiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... – todas as garotas, aproximadamente 17, choram, vendo que ele está para partir.

– Por que só os mais bonitos vão embora? – uma delas comenta e, em seguida, olha para um menino ao seu lado direito. – O Kaguma-kun é quem deveria vazar!

Senshi dá um abraço na funcionária presente e, com um sorriso, diz:

– Diz para Safira-sama que volto pra me despedir, Ino-sensei.

– Claro, querido. Ela e eu estaremos ansiosas por isso. – diz a morena, com os olhos entrefechados.

A funcionária reabre a porta do orfanato. Por ela, Azori e, logo depois, Senshi, passam. Enquanto isso, são vários as garotas e garotos que gritam, em despedida, mesmo sabendo que ele voltará no mesmo dia.

Os dois, o empresário na frente e o mais jovem atrás, andam em direção a um carro de luxo, estacionado bem diante da portaria do local. Uma nostálgica sensação invade o coração do menor, pois a situação o faz se lembrar das várias vezes que passeara de carro com o pai.

– Infelizmente, não poderemos ir para casa agora. Preciso ir direto para a empresa. Os acionistas estão me esperando. – diz Azori, olhando para o adolescente por alguns instantes.

Em momento algum, o sorriso de Azori morre. Prestando mais atenção nele, Senshi percebe que ele se parece muito com seu falecido pai biológico. Tal semelhança faz com que se sinta seguro e querido perto do seu novo pai.

– Mas não se preocupe, assim que essa reunião chata acabar, voltaremos aqui para se despedir devidamente de todos. – afirma o empresário, cada vez mais próximo do seu carro. – E, depois, iremos para casa e você conhecerá seus irmãos.

– Irmãos? – ele se surpreende.

Ao se colocar diante do seu carro, o empresário abre a porta do passageiro da frente para seu novo filho. Assim que ele entra, Azori a fecha e passa diante do veículo e vai em direção ao lugar do motorista. Abrindo a sua porta, o sujeito se assenta no carro e a fecha também. Ambos colocam seus cintos de segurança.

– Isso. Você tem um irmão e uma irmã, ambos adorarão te conhecer.

– E como se chamam? – indaga, enquanto o veículo começa a se movimentar.

– Ele se chama Kenny e ela se chama Kokko. E não se preocupe, apesar de estar te adotando, manterei seu nome de família. Mas, como manda a lei, você terá de ter o meu no fim, tudo bem?

– Claro! – exclama, ainda mais alegre pelas novidades.

A forma calma de Azori dirigir causa ainda mais nostalgia em Senshi. Assim também dirigia seu pai biológico. Apesar de estar quase na hora da sua reunião, a empresa do bem-sucedido homem fica próxima ao orfanato. Enquanto dirige, pode conhecer seu novo filho melhor.

– Sua mãe também vai amá-lo. Se bobear, vai até enjoar de tanto amor que receberá dela. Chama-se Mel.

– É um nome muito bonito.

– Se disser isso para ela, sua mãe vai te encher de beijos. – afirma, entre risos.

Devido ao comentário, o garoto acaba rindo também. Está extremamente feliz. Além de, agora, ter uma nova família, é capaz de sentir a bondade que transborda da alma de Azori. Cada palavra, cada gesto dele é uma prova de que seu desejo é acolhê-lo com afeto e amor. Todo o comportamento do empresário é de alguém que já o reconhecera como um legítimo filho. Mas afinal, após tanta dor e difíceis perdas, Senshi se sente necessitado de se apoiar em um novo alguém... Em uma nova família.

– Ah, e temos um gato em casa também, mais um membro da família que você deve conhecer. Chama-se Luffy.

– Um gato? Eu adoro gatos. – revela, fechando seus olhos por alguns instantes.

– Sério? Então vai adorá-lo também, Senshi. É um amor de felino!

O adolescente ri.

– E de que outros animais você gosta? – pergunta o pai.

– Bem, basicamente de... – o “ex-orfão” estava disposto a responder a pergunta dele, mas algo o interrompe. E algo bem estranho...

O garoto nota que, de uma hora para outra, o carro parara de se movimentar. Contudo, não foi como se Azori o tivesse feito, mas sim como se o tempo acabasse de ter sido congelado. Ele constata isso ao movimentar seu rosto e olhar para o empresário, que de fato, parece congelado no tempo.

– Azo... Quer dizer, pai...?

Senshi acha toda essa situação estranhíssima. Como o tempo poderia parar assim? Porém, algo lhe chama a atenção. É uma pluma branca, que se aproxima do chão, do lado de fora do carro, bem ao lado da janela aberta do empresário. A pena, como se guiada por algo, entra no veículo e paira sobre o rosto do adolescente.

– Uma pena? – se surpreende, retirando-a de sua face com sua mão direita.

Ele observa a pluma, girando-a entre seu polegar e indicador. Entretanto, outra coisa lhe chama ainda mais atenção, ao surgir bem diante do carro. Aliás, um outro alguém...

Uma jovem, de longos cabelos rosados, levita, com seus pés próximos do chão. Suas madeixas, maiores que toda a extensão de seu corpo, cobrem apenas seus seios e sua virilha, enquanto o restante permanece exposto. A pele é parda, levemente mais escura que a de Senshi. O corpo é estrutural e os lábios, finos. Seus olhos, agora, se encontram fechados. Diante dessa visão, o garoto não sabe o que dizer, nem o que fazer.

– Quem é você? – indaga ele, ao colocar o rosto para fora da janela.

Os olhos da criatura se abrem. São verdes e imponentes. Com o olhar sereno e tranquilo como as calmas águas de um rio, a estranha mulher, que parece ter pouca idade, lhe fita, articulando:

– Sou Andrômeda, a Benevolência.

A voz dela soa como a melodia de um instrumento celestial. Aliás, toda a sua aparência e forma de se portar se assemelham com a de uma criatura celeste. E mesmo com a apresentação dela, o órfão não sabe como reagir.

– Fui enviada até aqui para lhe dizer a sua missão, Senshi.

– Como sabe meu nome? – questiona, curioso, ao finalmente tomar coragem para se dirigir a ela.

– Sei seu nome porque já lhe conheço. Você é como eu, um anjo celestial.

– Anjo? – se surpreende ainda mais, incrédulo.

– Sim. Você não é um humano, pois, assim como sou eu, é um anjo. Apenas está entre os homens para cumprir com a sua importante missão.

– Não estou entendendo... – diz, perplexo com todas as palavras da desconhecida.

– Virtudes é a segunda formação de anjos, da Segunda Tríade da Corte Celestial. Representamos, como nosso próprio nome diz, as qualidades virtuosas dos humanos e, por isso, somos associados a ideia de guardiões dos homens.

– Mas eu nasci como um humano. Como posso acreditar em você?

– Você foi enviado para a Terra e nasceu como um homem mortal para proteger os verdadeiros humanos de um mal eminente.

– Que mal? – indaga, arqueando a sobrancelha esquerda.

– Em breve, as verdadeiras trevas despertarão neste mundo, trazendo consigo o caos. Como um anjo guerreiro, sua missão é combater esse mal e proteger a humanidade. Aliado a poderosos humanos, no futuro, você formará o exército que salvará e purificará o mundo. Mas, para isso, ninguém deve conhecer sua verdadeira identidade até o momento certo: Senshi, a Pureza. – discursa ela, impressionando-o.

Senshi é capaz, agora, de sentir a verdade transbordando da alma da estranha. De fato, ela não está mentindo. Além disso, pode sentir como o espírito dela é envolto em luz e pureza e que transmite uma energia extremamente agradável, diferente de todas as pessoas que um dia conheceu. É quando se dá conta que está é uma característica que nenhum outro possui.

– Agora tudo faz sentido. – pensa, com seus olhos arregalados para ela.

De repente, duas formas de luz surgem nas costas dela. Segundos depois, essas formas se transformam em asas brancas. Ao redor do corpo da criatura que se identificara como Andrômeda, plumas da mesma coloração levitam, dançando em torno de si.

– Guarde a pluma que está em sua mão. Ela será necessária para me invocar quando for preciso. Mas lembre-se: sempre surgirei na minha forma celestial, portanto nenhum humano poderá me ver. E não se esqueça: ninguém deverá ter ciência da sua verdadeira história e da missão que carrega, pelo menos enquanto o momento da batalha não chegar.

O corpo de Andrômeda, pouco a pouco, vai se convertendo em luz. Porém, antes que a transformação seja completa, a voz dela ecoa mais uma vez:

– Quando a batalha estiver próxima, reaparecerei e lutarei ao seu lado. Até breve, Senshi...

Repentinamente, um forte brilho faz com que o garoto feche seus olhos. Segundos depois, os reabre. Ela já não está mais presente.

Ciente de que tudo o que a criatura celestial dissera é verdade, o jovem respira fundo e recolhe seu corpo para dentro do carro. Guarda a pluma em um dos bolsos de sua bermuda, após observá-la por mais alguns instantes.

–Senshi, está me escutando? – a voz de Azori ecoa.

Quando o adolescente se dá conta, o tempo se encontra no fluxo natural, mais uma vez. O carro já está em movimento, novamente, e seu pai, age com normalidade, como se nada tivesse acontecido.

– Sim, estou. – responde, tentando ser o mais natural possível.

– Me responda então, senhor viajante do mundo da Lua. – brinca. – De quais outros animais você gosta?

– De todos.

Senshi recosta sua cabeça no banco. Olhando para o ambiente do lado de fora de sua janela, aberta, ele aprimora a sua resposta, enquanto se lembra de cada palavra proferida pela criatura celestial:

– Basicamente... De todos.


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Notas finais do capítulo

Próximo Gaiden: Sherry Fontaine