Mantendo O Equilíbrio escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 35
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Nada como um dia após o outro pra... ter coisas rondando as cabecinhas. Em coração de mãe sempre cabe mais um, mas e em coração confuso?
Enjoy.



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Minha tão desejada manhã de domingo chegara. Não conseguia aproveitar bem como queria. Nem dormir direito eu conseguia, tinha imagens que meu inconsciente guardara traçando sonhos e enredos em reflexo dos fatos de um dia atrás. Aquele contato realmente me deixou marcada. Eu? Estava feliz, claro. Abraçava uma almofada como o fio de esperança morno que tentei por várias vezes arrancar de minha pessoa, aquele que não desistiu de mim, de nós. Agora parece que existe um “nós”.

Me remexia inquieta na cama porque... ainda me matava. Eu sei, burrice e talvez estava encanada por besteira, como Flávia tinha me falado no outro dia, mas... as mesmas dúvidas e outras tantas mais me pegavam. Morno na cama tendo as imagens do dia passado voltando. Engraçado é que quando vinha uma dessas dúvidas, logo vinha o argumento de que ELE que me beijou, então... ficava boba de novo, rindo sozinha pro travesseiro.

Não consegui dormir mais quando ele me deixou naquele quarto de hóspedes. O passo que faltava pra eu atingir definitivamente a inconsciência foi tirado por ele quando me beijou. Isso sem falar daquelas palavras dele soltas ao silêncio. Passei tempos e tempos naquela cama, me revirando, tentando chamar o sono de novo. Era perda de tempo. Não sei se flutuava ou se mantinha os pés no chão. Era minha mais nova batalha, razão contra emoção. Me odeio por isso.

O que me pegava mais era a “confissão” dele. Caramba, não bastou aquele cara da loja, agora o Vini me disse que me conhecia de outro lugar. De onde, meu Deus? Onde ele me viu? E inveja? Como eu pude parecer tão assim pra ele sentir isso? Ainda me sinto atônita com tudo isso. E o beijo dele? Foi pouco perto do que eu queria, mas... caramba, ele me beijou! Meu coração pulava por mim enquanto não podia me mover. Abracei tanto o travesseiro daquela cama como se fosse dele. Ele gosta de mim! Não acredito que ele goste de mim... Balancei tanto a cabeça em negação muito boba para acreditar nisso. Será mesmo? Pobre do meu coração questionador. Fui do céu à Terra, idas e vindas infinitas. Esperei bastante tempo para voltar à sala e encará-lo. Bom, foi o que pareceu, que tinha passado milênios ali.

Não foi nem uma hora. Levantei aos tropeços por ter ficado tanto tempo naquela cama. Ao chegar à porta antes de abri-la, ajeitei minha roupa amassada e o cabelo, corri uma mão no rosto pra ficar mais apresentável. Ouvia dali barulho da TV, com algum programa de ação, filme ou sei lá o que era, algo como corrida e troca de tiros. Homens! Às vezes tão previsíveis...

Não sabia como poderia encará-lo depois do que tinha acontecido no quarto, mas uma hora eu tinha que sair e fingir que nada tinha acontecido, senão ele saberia que eu estava “consciente”. Se ele fez tudo que fez, falou tudo que falou naquelas condições minha que eu estava, era por alguma razão. Enquanto não descobrisse isso, teria que interpretar meu papel em branco, com uma felicidade enorme me pedindo pra abrir aquele sorriso de contentamento. Ele estaria fazendo a mesma coisa.

Quando abri a porta e alcancei o corredor, a claridade me pegou, por isso fechei instantaneamente os olhos e não percebi quem estava chegando. Djane me cumprimentou e até riu do meu estado. Ela anda tão risonha de uns tempos pra cá que parece outra pessoa. Nunca mais a chamei de vaca, a propósito. Não tinha mais por quê... diferente da professora Silvana. Essa não bota medo como Djane botava (e ainda bota em algumas pessoas), ela só... enfim, não sei. Pedi que buscasse minha bolsa para eu poder ir ao banheiro e parecer melhor do que estava. Foi assim que os meninos perceberam minha presença. Acenei de leve antes de seguir para o banheiro e... Vini não me olhou diretamente. Mas capturei um sorrisinho saindo dele. Ou eu estava tão horrível ou ele pensava em outra coisa.

A caminho de volta pra sala, encontrei Djane a minha espera no corredor. Disse que queria falar comigo em particular, porém não poderia ser ali. Tinha novidades sobre o caso de “contar a verdade”, disse num sussurro. Parecia tudo muito muito bom pra ser verdade. Ela me ligaria depois pra falar melhor. Ao chegarmos na sala, os dois estavam sentados no sofá comentando uma cena do filme “Velozes e Furiosos”, identifiquei logo de cara, só não sabia qual dos “Velozes e Furiosos” era.

Por trás do sofá antes de eles nos perceberem de volta, andei e dei um tapinha na cabeça de cada um. Só um pouco malvada. Aí que vi que Murilo tinha uma gelatina nas mãos. Com um pulo alcancei sua mão, lhe roubei e fugi para o outro lado.

– EEPA! O QUE É ISSO? Não se pode mais comer em paz!

Todo mundo riu do tamanho bico de vítima do meu irmão. Se mamãe estivesse ali ele provavelmente me denunciaria. De qualquer forma, ele arranjou uma nova protetora pra ele, como uma criança indefesa. E olha que ele é mais velho que eu! Sete anos! É muito fofo também, ninguém podia negar. Dona Ana chega da cozinha pra ver o movimento e ele foi lá reclamar pra ela.

– Gente, tem pra todo mundo. Não precisa brigar.

Nem a própria não conseguia segurar a vontade de rir. Nessas horas que eu via a saudade dos nossos pais imersa nos olhos de meu irmão por estarem tão longe. Ele sempre é aquele que está de prontidão pra me defender, proteger e cuidar de mim. Eu só dispensaria o exagero nesse trabalho dele, mas não nego que também sinto falta da minha mãe, do meu pai e, claro, dos meus avós. Bem que eu poderia ligar pra eles agora...

Dona Ana voltou com uma bandeja cheia de minigelatinas para a mesa. Ninguém faz cerimônia, todos, até ela mesma, pegou umas. Enquanto abria a minha, fiz questão de me gabar fazendo invejinha ao meu irmão:

– Olha, da última vez, dona Ana me confessou que tinha preparado as gelatinas pra mim. Sou especial.

– Mas se acha demais, viu.

Ela intervém:

– Os dois são especiais pra mim, acabo de adotar mais dois filhos pra mimar.

Deixo meu alerta:

– Ah dona Ana, não diga uma coisa dessas que esse aí cai em cima.

Avisei logo porque conhecia bem meu irmão. Ele conquistava fácil as pessoas, mesmo com essa sua cabecinha oca. Aline que o espere pra ver... Murilo corre para debaixo das asas da sua protetora pra incrementar sua atuação:

– Viu, dona Ana, como ela me trata? Sempre sou a vítima.

– Sei, meu menino, sei.

Djane comia da sua gelatina adorando a encenação. Eu fiquei só de olho, porque quem se sentiu ameaçado foi outra pessoa. Vinícius também queria estar debaixo da asa:

– Que história é essa de “meu menino”, dona Ana? Pensei que eu fosse seu menino. Tá me deixando no canto, é isso?

– Oxi, são meus dois meninões, pronto. Sem disputa.

Aí eu que intervenho:

– Ah dona Ana, assim perde a graça, deixa os dois se estapearem pra pegar a essa vaga do seu coração.

– Milena!

– Eu sei que vocês me amam assim...

Dona Ana fez pose de brigona comigo. Parecia dona Bia ontem quando surrupiei uma banana antes do almoço. Djane veio ao meu encontro passando um braço por meus ombros, imitando dona Ana. Suas palavras foram lá no fundo que quase me trouxe lágrimas:

– Em coração de mãe, cabe todo mundo.

Não sei o que minha mãe pode estar fazendo a essa hora num domingo de manhã, não queria lhe interromper o sono se fosse o caso. Além do mais, queria curtir um pouco mais do friozinho que amanheceu, daqueles que chama aquela preguiça boa pra ficar o dia todo debaixo do cobertor. Era mais gostoso de lembrar as horas passadas.


 

~;~



Como dona Bia não trabalhava aos domingos, tinha que sobrar pra alguém. Quando finalmente levanto da cama, porque a fome crescia na barriga, procuro pelo meu irmão. Encontro um bilhete seu dizendo que foi resolver uns pepinos no seu departamento, coisa de última hora. Às vezes ele parecia jornalista, era acordado nas madrugadas para resolver alguma coisa, ficava alerta para qualquer notícia. Seja chuva, sol, ventania, ele tinha que ir, era o trabalho dele. Voltaria com fome com certeza, então sobrou pra mim novamente.

Depois do meu café-da-manhã, resolvo ligar pra minha família. As saudades que me batia deles era grande. Mal deu um toque e meu pai atendeu:

– A que devo essa honra numa manhã ensolarada, encantadora, para ouvir a voz de alguém depois de séculos separados?

Acho que sei de onde, ou melhor, de quem, herdei a arte de fazer drama. Ele adoraria levar esses créditos que eu sei.

– Saudades, oras. Principalmente nessa manhã frienta que amanheceu aqui. Vocês não sentem de mim, mas eu sinto de vocês.

– Quem disse, minha pequena, que não sinto saudades suas? Se não estivesse trabalhando tanto esses tempos, já teria ido aí te buscar. Quer dizer, te carregar. Você não solta essa faculdade de jeito nenhum. Só me liga quando precisa de alguma coisa que eu sei. Qual o nome do autor da vez?

– Assim o senhor me magoa. Não tem autor nenhum, deixe de falar de trabalho. Estou aqui na capital para que tenha orgulho de mim, papai. Quero ser uma pessoa digna e trabalhadora, não poderia ficar debaixo de sua asa por muito tempo. O senhor me ensinou a andar de bicicleta, tenho que aprender a voar sozinha.

– Hum, então está com saudades mesmo. É melhor que aprenda a voar sozinha mesmo, não quero marmanjo circulando perto de você, tá muito nova pra casar e eu pra ser avô. É bom que seu irmão esteja fazendo um bom trabalho, senão puxo da orelha dele.

E mais uma prova de herança. Meu irmão aprendeu a ser protetor olha logo com quem. Fica difícil dobrar esses dois, mas sempre dou um jeito de conseguir. Meu último namorado meu pai nem teve a chance de conhecer.

– Tá, pai. Assim vocês afugentam todos os homens, isso não é justo. Mas me diz, a vovó tá por aí? Queria falar com ela.

– Sua avó, né? Sabia que tinha uma segunda intenção com essa ligação...

– Ai, pai, assim senhor me faz parecer outra coisa. Só quero saber de vocês...

– Sua avó foi no jornal agora de manhã. Ela não desiste daquele jornal nunca. A propósito, ela descobriu sua conversinha com seu avô. Arranjou outro esconderijo pros biscoitos. Acredita que ele tentou me subornar pra pegar uns pra ele? Sua mãe me mataria se soubesse de uma coisa dessas.

As marcas de herança não pareciam deixar nossa conversa. Imaginar minha avó procurando um novo esconderijo lembrava minha travessura com o vídeo do meu irmão, ele traquina tal qual nosso avô. Eles sempre eram pegos, incrivelmente. Acho que as mentes criminosas da família era eu e minha avó mesmo, não é a toa que somos tão ligadas. Tenho que conversar com ela sobre esconderijos depois, ela parece ter boas ideias pra trocar.

– Então tá, pai, vou deixá-lo trabalhar. Daqui posso ouvir a voz dos clientes na fila. Tenho que fazer o almoço, porque seu filhinho querido foi trabalhar e sobrou pra mim.

– Esse é meu garoto! Beijos, filha, te cuida.

Meu irmão demorou tanto que tive que almoçar sozinha vendo um filme de animação na TV. Quando ia lavar a louça que sujei, o celular toca. “Djane” aparece no visor e a sua voz passa na minha cabeça quando tinha dito ontem sobre as novidades.

– Alô?

– Milena, é Djane, querida. Bom dia. Já almoçou?

– Se é para mais um convite de almoço, acabei de colocar minha louça do almoço pra lavar. Mas podemos conversar sobre uma possível sobremesa.

– Hum. Posso ir à sua casa? Levo pudim da dona Ana. Seu irmão está por aí?

– Pode vir, a barra tá limpa. Agradeça a dona Ana.

Quando o filme na TV estava acabando, Djane chega. Nessa semana não teve um dia que pudéssemos conversar, todos estávamos ocupados demais pra parar um pouquinho. Na cozinha saboreamos o pudim e ela fala logo sem rodeios o que eu me segurava pra não roer as unhas de curiosidade. Não sei de quem peguei essa mania.

Flávia, talvez.

– Então, eu estive vendo as opções de como contar as coisas pro meu filho. Domingo passado que meu sogro apareceu foi, na verdade, uma luz. Ele sempre foi contra isso de segredo e antes eu tinha a impressão que ele apoiava o Filipe, por isso sempre tive certa aversão a ele. Desde a morte do filho dele, meu marido, praticamente não nos falávamos, eu tinha medo do que ele pudesse fazer... afinal, Filipe também é seu filho e eu não tinha como impedir que ele o ajudasse. Foi então que naquele domingo Filipe quis dissuadir meu filho para que ele voltasse para o apartamento com ele e fez um comentário maldoso, esperei por uma reprimenda do meu sogro e não veio. A mesma coisa com Vinícius.

Na mesa retangular da cozinha, ficamos de frente uma pra outra. Parecia tão leve que mesmo se ela não me dissesse nada a respeito, eu ficaria feliz. Os tempos de tensão ainda não passaram, ainda vem chumbo grosso por aí, porém, estávamos lidando bem com a coisa toda. As palavras de Flávia no outro dia sobre como sentir as coisas me afetando chegavam a minha mente para marcar o fato bem ali, da preocupação que não mais me largava quando se tratava da família Garra.

– Não sei dizer quão surpresa eu fiquei, pela atitude de ambos me defendendo daquele crápula do Filipe. Parece que ali finalmente eu pude respirar melhor. Eu que estava já perdendo as esperanças, reavivei todas ali. Minha família está se reconstituindo, Milena, quão maravilhoso isso é! Vinícius te falou sobre isso?

– Sim, ele comentou. Falou que vocês assistiram ao filme e tudo, que o avô dele ria. O que foi meio assombroso, porque ele não está acostumado com isso. Ele também não era muito ligado ao avô.

– Isso é verdade. Acho que o avô dele é daqueles que não concorda com as coisas e se mantém distante, mas agora, num sei. Eles foram até no apartamento do Filipe pra pegar o que faltava. Mas então, a grande novidade, é que eu falei com ele sobre contar logo a verdade, encontrei com ele ontem à tarde. Ele está nos apoiando, Milena!

– Isso é... ótimo! Já pensou pra quando vai ser isso?

– Pelo que ele me disse, Filipe vai viajar essa semana. Com esse evento lá do departamento, fica difícil também. Então esperamos Filipe chegar e então poderei me livrar desse peso.

– Finalmente! Parece que mil anos já se passaram e nada, né? E o Vini, ficou em casa foi?

– Não, ele saiu mais cedo, parece que foi na casa da Rebecca, algo assim. Sou só eu ou esse namoro parece estranho?

Senti eu uma pontada de verde jogado pra mim? Engoli meio a seco. Ela me deu um olhar um tanto significativo. Do que ela desconfia? Quer dizer, o que ela sabe? Rebecca foi um caso que quis deixar de lado, pra não ficar mais encanada do que já estava. Não queria pensar nela como um empecilho, outras coisas me preocupavam. Além do mais, só porque eu sei que ele “pretende” terminar com ela, como no outro dia ele citou, eu não vou sair falando isso. Por mim, eu ficaria longe desse caso, disse isso pro meu irmão uma vez. Com todo o cuidado, escolho minhas palavras para não transparecer nada mais que o necessário:

– Parece um pouco sim, confesso. No entanto, se olhar as coisas em perspectiva, dá pra ver que esse acidente também os deixaram conturbados.

Conversa vai e vem, Murilo chega pro “almoço”. Djane não mais comentou de Rebecca e nem fazia questão... Foi então que meu irmão falou da noite do aniversário de Flávia. Percebi um olhar diferente vindo da professora pra mim. É certeza, agora. Ela sabe de alguma coisa. O que, Senhor, o quê? Será que...? Não, não tem como ela saber.

Pego o notebook para mostrar as fotos da festa. Sentamos todos no sofá comigo no meio dos dois, o notebook em cima de uma almofada no meu colo. Não tinha muitas fotos disponíveis, não deu para passar todas ainda e nem vi direito quando peguei os arquivos com meus colegas de turma. Se soubesse de uma em particular...

Fui comentando de acordo como ia aparecendo, as partes que estávamos nas mesas, no palco, a banda, a entrada cheio de balões, a hora que fizeram montinho em cima do Gui, “o trem da alegria” que fizeram no salão... Djane reconhecia todo mundo, apontava, comentava... Mas uma me fez estagnar.

– Epa, que negócio é esse?

É, eu TINHA que ter olhado antes.



~;~



Se eu ruborizei, não tenho essa certeza, mas posso garantir que estava me sentindo acuada. Sobressaltada, meu coração deu um pulo tamanho de susto que quase deixei o notebook cair pra trás da almofada. QUE VERGONHA, bem ali na frente da professora, na frente do meu irmão. Podia ser pior? – podia, se o dito-cujo da imagem estivesse presente. GRAÇAS, ele não estava, senão já marcaria a data e hora do meu velório.

– Que negócio é esse de vocês se agarrando, hein?

Um Murilo ciumento se levanta de vez do sofá apontando pra foto. Nem tive coragem de olha pra minha esquerda e ver a cara da professora. Entre várias fotos que passamos e comentamos, várias da galera, tinha uma que capturou o momento em que estávamos dançando eu e Vini juntos, BEM próximos. Ironicamente o nome do arquivo era “agridoce5”, que era o nome do artista da música que tocava no momento. As outras “agridoces” passadas eram dos meus amigos dançando pelo salão.

– Er...

Era simplesmente... perfeita. A luz, as pessoas do lado, a animação... bem no centro estava eu pendurada no pescoço do Vinícius com uma beleza de sorriso. Até a pizza que deixei cair dava pra ver aos nossos pés. Nem vi quando tiraram a foto, foi logo após o mergulho que ele fez. A imagem foi construída na minha mente de novo por segundos passando como um filme. Contudo, não podia ficar admirando-a assim, tinha que baixar a crista do meu irmão que resolveu dar uma de protetor agora. Odeio quando ele faz isso, merece mais que um revirar de olhos.

– Milena?

– O quê, Murilo? O que tem a foto?

– Como assim, ele tá te agarrando e você não me diz nada?

– Estamos só dançando, qual é! Todo mundo também está, olha aqui o Bruno com a Dani, e a Flávia bem aqui com o Gui... você queria o quê, que eu ficasse olhando todo mundo dançar e ficar sozinha? Para de graça e senta, coisa. Senão não te mostro mais foto nenhuma.

Embromei de última segurando melhor o notebook no meu colo, mostrando com o dedo cada casal dançando naquela foto. Meu irmão ainda fez pose, mas acaba sentando de novo. De braços cruzados ele resmunga:

– Desculpa, Djane, mas tô de olho nesse teu filho agora... AI.

Dou na cara dele com outra almofada. Djane só ri... e eu? Rio bem nervosa, tentando passar despercebida. Quando viro pra professora, ela está olhando diretamente pra foto, só que parecia perdida em pensamentos. Um arrepio me sobe só de pensar o que poderia ser esses pensamentos, por isso passo logo de foto. Depois tenho que pegar esse arquivo e guardar numa pasta secreta...

Várias outras fotos me mostrou do lado de Vinícius, e pra desgosto do meu irmão, com outros amigos meus também. Ele só queria que eu ficasse com o Bruno, porque na cabecinha dele, sendo nós apenas amigos, não poderia rolar nada. Pra atentar ele, botar pilha num outro foco, falo na lata:

– Oras, se eu ficasse com o Bruno desse jeito que você fala, bem que poderia rolar alguma coisa mesmo.

– O QUÊ?

– Tô brincando, maninho. Tu é chato demais.


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