Desencantada escrita por weapongirl


Capítulo 2
2- Malditas balinhas!


Notas iniciais do capítulo

Pois é... Alguns não vão entender. Ou a maioria... MAS NÃO ABANDONEM A FANFIC! AS COISAS FARÃO SENTIDO LOGO.



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Eu odeio o meu emprego! Tá, eu não odeio, mas eu odeio o dono! Mentira, também não odeio ele... Mas eu odeio os clientes! Certo, isso também não...  Eu odeio as balinhas de menta no balcão! Isso mesmo! Odeio aquelas malditas balinhas e--

"Boa noite, diabinha!"

Retiro o que eu disse sobre não odiar o emprego, o dono e os clientes. As balinhas de menta são a única coisa boa desse lugar. 

Mas aí você se pergunta: 'Diabinha?'. E aí eu te respondo: Depois de uma longa conversa entre eu e o dono do local, resolvemos que se eu me fantasiasse, atrairia mais clientes. Segundo ele, uma atendente vestida de forma adorável, atrairia bastante gente. Lógico, eu não concordei de primeira. Mas ele soube ser bastante convincente naquela noite, afinal, eu trabalho no período da noite, é o tempo que eu tenho. 

E lá estava eu, arrumando as coisas do balcão, dez minutos adiantada, como sempre, e então ele veio falar comigo.

"Tenten..."

"Sim?"

"Sabia que concordaria, vá colocar a roupa."

"Espera... Eu concordaria com o que?"

"Em se vestir de diabinha hoje."

"O que? Não!"

"Mas você disse sim!"

"Não!"

"Não?"

"Sim!"

"Sim?"

"Não!"

"Sim ou não?"

"Não! Eu não vou me vestir de diabinha!"

"Sim, você vai."

"Não, eu não vou"

"Sim, você vai."

"Não, eu não vou."

"Ok, não, você não vai. Eu dou o extra no final do  mês para--"

"Sim! Eu vou!" 

E essa foi uma das conversas mais sérias que já tive com meu chefe desde que ele me contratou. Eu já trabalhava ali faziam anos e mais anos, junto com o meu melhor amigo, Lee.  Gai era um dos nossos professores no Orfanato, e depois de um tempo ele nos adotou. Lee foi morar com ele, mas eu logo saí da casa, acho que desde menor ser independente era mais importante para mim. Nossa relação nunca foi pai e filha, sempre o tratei como meu professor, e também um amigo. E então, quando eu fiz  quinze anos, fui oficialmente contratada, com salário e tudo mais. Fiquei feliz, lógico, afinal, era meu primeiro emprego.

Tá, tá, eu assumo. Eu não odeio o emprego, nem o dono, nem os clientes. Muito menos as balinhas de menta, elas são uma delícia. Só preciso de alguns anos para me acostumar a me vestir toda semana com uma roupa diferente.

E lá estava eu, fazendo o meu trabalho, e atendendo pessoas, as ajudando a escolher suas peças de roupa e sendo simpática. Tentando evitar matar cada um dos garotos que entravam ali apenas para me ver, fazer algum comentário imbecil e depois finalmente realizar uma compra pequena.

Fala sério, eu estava vestida como uma serva do inferno. Deveriam ter medo de mim! Imbecis! Eu possivelmente arrebentaria todos eles com algum golpe em suas partes mais sensíveis, e depois usaria o tridente para queimá-los vivos na frente da loja. Ok... Talvez a fantasia estivesse me influenciando um pouco. Mas eu não fiz nada disso. Afinal, além de ser presa, acho que não faria muito bem para a loja.

Faltavam exatamente vinte minutos para fechar a loja, eu estava sozinha, porque a responsabilidade de fechar era sempre minha mesmo. Ninguém nunca aparecia, de qualquer forma. Pensei em fechar mais cedo, eu estava cansada e sem paciência, mas quando me aproximei da porta, uma mão tocou a minha. Ai Deus! Será que era um ladrão?! 

Muito pelo contrário... Era um garoto tão lindo que eu podia jurar que tinha saído de algum dos livros sobre Contos de Fadas que as minhas antigas colegas tinham. Ele se vestia tão bem, tinha olhos perolados, um jeito educado, e calmo. Seu cheiro era tão bom que precisei me afastar. Deveria estar fazendo papel de idiota ali, o olhando como uma boba. Ele apenas me observou, esperando que eu tivesse alguma reação, e demorou algum tempo para eu reparar que ele era cliente, e eu atendente. Quando dei por mim, acabei dando uma risada, tropeçando em algumas coisas e indo até  o balcão.

"B-Boa noite, senhor! O que deseja?" falei, talvez ainda com a face rosada, mas estava torcendo para ele não perceber.

"Boa noite... Eu espero não causar problemas vindo assim tão tarde."

"Problema algum, senhor."

"Nesse caso, vou olhar as fantasias"

Certo. A situação começou a ficar estranha a medida que o tempo ia passando, e ele continuava a me fitar, e depois fingir olhar as fantasias. O que tinha demais em mim para ele ficar encarando daquela forma? Ah é... Eu estava com uma fantasia que mostrava mais do que cobria.

"S-senhor?"

"Sim?"

"N-não quero lhe apressar, mas já é tarde..."

"Ah sim... Está certa. Bem, eu já decidi o que levar..."

"E o que é?"

"Uma balinha de menta."

Tive que me aproximar, apenas para encará-lo e tentar acreditar que aquilo era uma piada de muito mau gosto. Ele só podia estar brincando! Mas a sua expressão era tão séria, que eu precisei acreditar, por pior que fosse, que era verdade.

"E-então... O senhor entrou em uma loja de cosplays e fantasias 23h40... Olhou fantasias por 40 minutos...Para no fim... Comprar uma... Balinha?"

"Sim."

"O senhor está brincando comigo?"

"Algum problema?"

"Senhor... O único problema é... EU ODEIO O MEU EMPREGO! PRIMEIRO: PRECISO ME VESTIR COM UMA FANTASIA IDIOTA E INDECENTE! SEGUNDO: PRECISO SURPORTAR MENINOS IDIOTAS ENTRANDO AQUI PARA ME VER E FAZER ALGUMA GRACINHA! TERCEIRO: JÁ SE PASSARAM 20 MINUTOS DEPOIS DO MEU HORÁRIO, E EU TENHO AULA HOJE CEDO! QUARTO: ESTÁ FAZENDO FRIO, EU JÁ DEVERIA ESTAR EM CASA, MAS PREFERI ATENDER O SENHOR. ENTÃO, SENHOR... NÃO ME FAÇA DE BOBA, E ESCOLHA LOGO UMA FANTASIA!"

Certo. Talvez eu tivesse exagerado nas reclamações, e desabafado com alguém que com toda certeza não estava nem ligando para mim. Além de que com certeza eu tinha perdido um cliente naquele dia. Ele me olhou espantado, mas depois voltou a pose séria e deu apenas uma risada, o que me deixou perplexa, e me sentindo ainda mais idiota.

"De fato, é um problema e tanto..."

"I-Isso não é engraçado!"

"É sim. Primeiro por você ter desabafado aos berros com um cliente. Depois por ficar incrivelmente linda, assim, zangada." ele com toda certeza esperou a minha face ficar tão vermelha quanto um tomate para continuar "E por último... É engraçado como eu deveria reclamar com o dono pelo seu ato, mas você está tão  adorável e sexy, que as minhas vontades são outras." falou, aproximando-se perigosamente de mim.

Ok! Eu estava claramente encrencada. Resumo do dia: Tive que me fantasiar, atender simpaticamente garotos que eu queria matar, atender um garoto muito bonito  tarde da noite e agora estava sendo flertada por ele e muito possivelmente estuprada.

Já disse que positividade não é meu forte, né?

Mas cada vez ele me surpreendia mais. Ao invés de tentar me beijar ou algo do tipo, ele colocou uma balinha na minha boca. Uma balinha... de menta. Ah, ele estava zoando com a minha cara de verdade! E eu já estava pronta para matá-lo com um golpe, mas então ele voltou a se afastar, cuidadosamente.

"Erm..."

"Vamos, fique calma. Eu vou escolher uma fantasia."

Isso! Que horas eram mesmo? Bom, foda-se! Eu estava determinada á ajudá-lo com uma fantasia, mas ele não ia sair daquela loja apenas com uma balinha! Isso nunca.

E lá se foram mais 40 minutos. Como ele era indeciso! E eu já estava quase dormindo naquele maldito balcão, quando sua voz meu chamou, me despertando do que seria o início de um cochilo. Eu achei melhor deixar a porta fechada. Já era tarde, e nunca se sabe. Quando me levantei, pedi alguns minutos e fui até os provadores. Estranho... Eu estava me sentindo diferente. Meio zonza.. Sonolenta. Tudo bem que era tarde, mas eu não devia estar assim.

"O qu--" depois de recuperar a visão, finalmente o olhei melhor. Mas o que era aquele homem?! Estava sem qualquer camisa, deixando a mostra os braços másculos, e o abdômen definido. Só podia ser de propósito. E a minha reação foi totalmente involuntária no momento. Fiquei tanto tempo o encarando que já nem adiantava disfarçar. Ou talvez ele fosse mesmo o príncipe perfeito, já que tentou evitar ao máximo me encarar naquele momento, apenas pigarreou e eu finalmente fui até onde ele estava.

"Não decido qual das duas..."

"Um diabo e um príncipe?  Duas opções bem diferentes, não acha?" comentei, rindo. " O príncipe fica melhor."

"E o que te leva a achar isso?"

"Intuição?"

" Claro claro...Mas se quer a minha opinião, você deveria tirar essa fantasia de diabinha, e colocar a de uma princesa." disse, com o olhar galante que havia usado antes, quando pôs a balinha em minha boca.

"Não existe nada nesse mundo que eu deteste mais do que princesas" falei, tentando ignorar que estava praticamente encostada na parede do provador, sem uma saída.

"Mas de príncipes você gosta, não é?" ele disse, dando um passo a frente.

"Por que a pergunta?" acabei respondendo um tanto mais provocativa.

"Por que você não tirou os olhos de mim desde que eu cheguei... Certo?" e esse foi o golpe final, antes de ficar tão perto de mim, que eu não conseguisse fugir.

"U-Um minuto..." falei, virando o rosto para não olhá-lo nos olhos.

"E se realmente diz que eu fico melhor de príncipe... Então é claro que os prefere..." 

E essa foi a cartada final para que eu perdesse totalmente o controle. Em um único movimento, fez com que as cortinhas se fechassem, e o pouco espaço que tínhamos pareceu diminuir ainda mais a medida que íamos nos agarrando. E eu preciso admitir, suas mãos eram fortes para meu corpo pequeno, e os lábios frios, que beijavam a minha pele, causando os mais incríveis arrepios, enquanto sua língua macia se movimentava pela pele de meu pescoço, e junto com os lábios me arrancavam gemidos enquanto chupavam o local, se dirigindo para o decote da roupa que mostrava bem mais do que deveria. Ainda me preenchia de beijos, quando outra sensação pareceu ficar ainda mais forte que o prazer de receber o toque quente. Era como se tudo virasse um vulto, e eu fosse ficando mais louca, perdendo totalmente a cabeça. Sua voz sussurrava coisas em meu ouvido que fui incapaz de conseguir entender, e então tudo foi ficando escuro, e eu perdi completamente a consciência.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? COMENTEM E ME FAÇAM FELIZ.