[Lysandre] Lady De Circo escrita por La-Fenix


Capítulo 10
Tem coisas que não se precisa ter conhecimento...


Notas iniciais do capítulo

Isso é basicamente um tira-gosto pra compensar a falta de caps. Os próximos serão melhores, este ficou engraçado.(só um pouco fofo).
Um agradecimento especial para a LittleLullaby e a The Maris Dudis, as duas são divas ♥ !!! ♥



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No dia seguinte, com meu braço livre das faixas, fui á escola.

 Na verdade eu fui saltitando ao som de ‘Just My Imagination’ até a escola.

 Por alguma razão sórdida (leia-se alegria de ter algo dando certo na minha vida) eu decidi andar até a escola, acordei cedo, e caminhei o longo caminho até a escola ouvindo ‘Just My Imagination- The Cranberries’. Igual ao videoclipe eu quase fui atropelada e tudo mais.

 Francamente falando, haviam borboletas batendo as asas coloridas ao meu redor, balões me alçando aos céus em suas cestas, e eu cantava que tudo aquilo era parte da minha imaginação, que tudo não passava de um sonho. As pessoas na rua me encaravam, como zumbis de um seriado vendo um ser vivo pela primeira vez.

 No geral, ficar saltitando por aí que nem uma louca foi muito bom. Exceto  a parte de um carro quase me atropelar, se bem que era um Camaro então eu teria dignidade ao falar da minha morte no pós-vida.

 “Ei, como você morreu?”

 “Fui esfaqueado. E você?”

 “Eu fui atropelada por um Camaro azul.”

“Nossa, eu queria ter morrido assim!”

 Claro que, o Lysandre quis me matar quando eu contei o ocorrido pra ele.

-Como assim o cara quase te atropelou? –Seus olhos bicolores se arregalaram de um jeito engraçado.

 -Pois é, ia manchar o capô do carro a rua, e ele ainda ia perder a carteira de motorista. –No momento eu estava brincando, mas parecia que ele havia levado a brincadeira a sério.

 -Celina, é um absurdo alguém quase te atropelar assim, como você pode ficar calma?-Dei um beijinho em sua bochecha enquanto entrávamos na escola, adentrando nos corredores semi-desertos do lugar.

 -Você está aqui, e está preocupado comigo, não tenho como me irritar.-Tive um vislumbre de suas bochechas se avermelhando, e de seus olhos se arregalando, deixando a Iris crescer até quase deixar somente um fio colorido em seus olhos. –Além do  mais, eu li o que você me escreveu...

 Lysandre entrou na nossa sala de aula e me ignorou, eu sabia que aquilo era somente vergonha, mas era triste ser ignorada no começo de um novo dia. Assim, coloquei minha mochila ao lado da de Lysandre, e cantarolei uma estrofe da música que ele me fizera:

 - I am your angel of afterlife calming you down Eu sou o seu anjo da pós-vida lhe acalmando

Silence inside your nebula Silêncio dentro de sua nebulosa

And when the wrong turns to right in a celestial light E quando o errado ficar certo numa luz celestial

I’ll be your testimony… Eu serei seu testemunho

-Ele se voltou pra mim, e sorriu de forma doce, derretendo meu coração no processo.

 -Você tem uma voz bonita Celina. –Dessa vez não era Lysandre, virei-me em direção a porta da sala e encontrei o ruivo esquentado que era amigo dele.

 -Oi Castiel, não sabia que chegava cedo na escola. – O ruivo se acercou de nós e colocou sua mala na carteira em frente de Lysandre.

 -Não tenho culpa se ele fica falando de você o dia inteiro, e anuncia que você vem pra escola neste horário. –Revirei os olhos tentando esconder meu constrangimento com a nova informação.

 -De qualquer jeito, obrigada pelo elogio. –Lysandre começou a escrever em seu bloco de notas e se isolou da conversa, numa atitude no mínimo irritante.

 -Vou direto ao assunto. Quero você no time de basquete feminino do colégio. – Ergui uma sobrancelha, pensando em meu horário apertado devido aos meus treinos acrobáticos.

 -Eu até gostaria, mas não tenho tempo, o circo me exige atenção total. –Castiel endireitou a postura ficando ainda mais alto do que eu e falou numa foz consensual.

-Então nos ajude nos jogos, precisamos de uma boa jogadora para equilibrar a equipe com as demais. –Imaginei o nível das meninas do time do colégio, e ponderei sobre a ação que eu deveria tomar.

 -Eu vejo o que posso fazer, se eu puder ajudo, mas o meu braço tem estado meio duvidoso estes dias, nem sei se poderei ajudar tanto assim. –Ele ficou feliz com a minha resposta e agradeceu se sentando em sua cadeira conforme entravam mais alunos.

 Peguei um livro na minha mochila surrada e fiquei fingindo que o lia para espiar o meu namorado discretamente. Claro que, eu levei alguns minutos para perceber que o livro estava de ponta cabeça, nessa altura do campeonato havia uma menina morena me encarando com estranheza.

 -Eu estava estimulando o cérebro. –Dei um riso forçado e me esforcei para parecer simpática. Faz bem pra memória!

 A menina fez cara de escárnio, e virou a cara.

 “Eu tento ser legal e só recebo patada...”.

As aulas passaram rapidamente, na minha opinião. Rosa ficou me perguntando sobre meu estado de saúde, meus treinos, minhas roupas, até mesmo sobre meu ‘relacionamento’ com Lysandre, menos sobre meu incidente.

 Pelo que eu havia percebido, o homem com quem eu estava era mais discreto do que deixava transparecer. Mesmo com os amigos ele não ficava comentando sobre as coisas que aconteciam, meu quase-atropelamento só foi de conhecimento público quando eu comentei sobre ele na hora do intervalo.

 -Como assim o cara não viu uma retardada pulando na rua? –Castiel logo soltou.

 Rosalya foi igualmente radical.

-Deve ter sido o idiota do Dakota, só ele pra dirigir um camaro azul nessa cidade! –Esfreguei o queixo,tentando me lembrar de onde ouvira aquele nome.

 -Por acaso ele é um surfista, loiro, cheio de tatuagens, boa pinta, com família na Austrália? –Todos se viraram pra mim, até mesmo Lysandre, com a boca aberta e os olhos arregalados.

 -Como você conhece o idiota australiano? –Castiel foi o primeiro a se manifestar, mas soube pelo olhar do grisalho que essa era uma pergunta que ele queria ter feito.

 Olhei para os lados distraidamente e abocanhei meu sanduiche de presunto.

 Rosalya deu um gritinho e tirou o sanduba da minha mão.

  -Celina! –Ela abocanhou meu sanduiche também e eu fui obrigada a mastigar o que estava na minha boca até ficar só liquido.

 -Tivemos um namorico ano passado, eu estava me apresentando numa cidade costeira e um dia ele me convidou para sair depois de um espetáculo. –Apertei meus ombros sentindo-me culpada por não ter comentado aquilo antes. –A gente saiu algumas vezes, e ele me beijou, daí eu fui embora pra me apresentar em outra cidade e nunca mais o vi.

 -Não acredito que você, uma pessoa legal, inteligente, bonita, gentil, ficou com aquela ameba! –Se a Rosalya pudesse teria me batido com um taco de beisebol na cabeça. –O que você tinha na cabeça pra ficar com aquele traste pegador, galinha?

 Olhei para Lysandre, que estava distraído com seu bloco de notas e suspirei:

 -Eu me sentia sozinha, queria algo pouco sério, e o Dake apareceu. Não foi nada demais, hoje mesmo ele quase me atropelou. –Dei de ombros, e passei uma impressão de ‘ o que posso fazer?’.

 -Eu acredito em você. –Levantei os olhos e vi o grisalho se sentar ao meu lado, e deixar o bloco de notas de lado.  –Você não sabe mentir direito, não tem como me enganar.

 Corei horrores quando ele me deu um selinho na frente da Rosalya e de Castiel, não pude sequer apreciar o contato de tão tensa que fiquei. Minha amiga por outro lado quase vomitou arco-iris...

 -Ai meu deus! Vocês são tão fofos juntos! Lys, eu não sabia que você podia ser tão sedutor assim! –Ela começou a gritar e a fazer caras estranhas.

 Castiel conteve-se, e deu somente uma condolência a Lysandre.

 -Fim dos dias de liberdade amigo...

 


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Notas finais do capítulo

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