[Lysandre] Lady De Circo escrita por La-Fenix


Capítulo 9
O som do meu coração (Vulgo Paçoca


Notas iniciais do capítulo

No começo achei que este fosse o capítulo mais tosco que eu já fiz, depois eu descobri que foi o capítulo mais fofinho ♥ .



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Dias se passaram depois do ocorrido. Eu estava feliz quanto a relação que tinha com Lysandre, estávamos juntos, e eu vi que apesar de falar pouco –muito pouco – ele era um doce de pessoa.

 Explicando melhor a situação, ele foi todos os dias no circo para me ver.

 Conversávamos sobre assuntos diversos enquanto ele ficava encostado ao lado da minha cama costurando, nossas conversas eram em sua maioria, meus monólogos sobre a vida e afins. Mas ter alguém do meu lado simplesmente me escutando era ótimo, gostava daquela paz que me era transmitida por ele, do seu calor incondicional e acima de tudo de sua voz melódica.

Ele realmente cantava, eu havia imaginado isso ao ler suas estrofes, mas ele cantava muito bem e com tanta emoção que eu me sentia carregada por suas palavras acolhedoras e levada a um outro mundo. Sua voz era quente e se infiltrava por todo o meu ser numa cacofonia de sentidos, me deixava inebriada e com vontade de dançar em seus braços.

 “Será que ele sabe que surte esse efeito em mim?’.

 O Dimitry já havia notado que havia uma relação maior entre eu e o Lysandre e havia me feito fazer trinta flexões de braço – Eu tive que usar só um, já que o outro não está utilizável – na tentativa de me fazer confessar sobre a relação que eu tinha com Lysandre. Tentativa que foi falha, já que a vontade dele de me fazer confessar, não é maior que a minha de manter segredo.

 Nada contra os meus parceiros de circo. O problema era o Dimitry mesmo, se ele descobrisse que eu estava namorando me faria treinar dia e noite sem parar somente para me manter afastada de Lysandre.

 -Celina, você ainda está aí? –Lysandre me chamou, enquanto eu estava absorta em pensamentos.

 Olhei para o céu em crepúsculo, pensando que logo ele teria que partir.

 -Acho que não, deixa mensagem que depois eu respondo. –Ele deu uma risada e continuou a escrever no bloco de notas. –O que você tanto escreve aí?

 -Você vai descobrir. –Eu estava me exercitando com os pesos que Dimitry havia me dado e aquela altura eu me sentia exausta.

 -O vestido ficou ótimo no comprimento, você tem mão boa pra costurar. –Estávamos na mesa de jantar da trupe, ele estava a minha frente e me olhou com os olhos divertidos.

 -Meu irmão é dono da loja de roupas da cidade, me faz ajudá-lo com essas coisas desde que eu me conheço por gente. – Deixei os pesos de lado, fui até um armário pequeno no canto, e peguei um pote de paçoca.

 -Engraçado, o namorado da Rosa também era dono de uma loja de roupas. –Abri meu pote de paçoca e tive vontade de matar o cara que inventou a película de plástico. –Esse povo veio de outro planeta mesmo...

 Fui pegar uma faca na gaveta quando Lysandre comentou.

 -É a mesma pessoa, meu irmão namora a Rosalya. –Esfaqueei duas paçocas acidentalmente ao ouvir aquela frase.

 -Não! Minha paçoca! –Ao invés de rasgar o plástico eu havia destruído inocentes paçocas. –E que história é essa da Rosa namorar o Leigh?

 Lysandre estava se recuperando de um inesperado ataque de risos, e quando voltou ao normal suas faces estavam vermelhas.

 -Simples, um dia eles se apaixonaram.  –Ele ainda ria da minha cara, enquanto eu tentava comer os farelos de paçoca.

 -Um dia você vai esfaquear uma paçoca, e sentir a mesma dor que eu! –Lysandre desatou a rir novamente e eu enfiei a paçoca na boca. –Palhaço...

 Após rir da minha cara por vários minutos Lysandre finalmente para e recompõe a atitude séria de sempre. Eu gostava desses momentos em que ele decidia se soltar, afinal atitudes sérias não combinavam muito comigo –apesar da seriedade fazer parte do charme, de Lysandre.

 -Vai ficar um pouco mais? –Encostei minha bochecha na mesa, sabendo de cara qual seria resposta.

 -Terminei meu trabalho aqui, hoje. Se eu ficar mais, as pessoas vão estranhar. –Fiz um biquinho com os lábios, e bufei.

 -Eu queria que você ficasse um pouco mais... – O grisalho deu a volta na mesa, e se sentou ao meu lado, colocando o rosto perto do meu.

 -Eu também. –Ele me deu um selinho rápido, porem sincero. –Fique com isto para se lembrar de mim.

 Recebi uma folha de seu bloco de notas, para em seguida me ver sozinha na mesa.

Eu sei que você leu me bloco de notas, e não me importo. No começo estranhei,jamais gostei que lessem o que escrevo, mas com você é diferente.

Vejo seus olhos carmins em todo lugar, sempre olhando através de mim e me mudando. Tenho vontade de acariciar seus cabelos prateados todos os dias, imagino seus fios correndo por meus dedos enquanto sua face se recosta em minha mão.

 Por isso, e pelo seu coração caloroso que consegue suportar alguém como eu,lhe dedico esta música:

Sacrimony (Angel of Afterlife)

A passing life each day a carving on the wall

It’s like a night without awakening

The truth is lost and maybe never to be found

Like the shadows of my pantomime

When all the world is gathered for the final feast

Will there be someone to believe in me?

The voices echoing in my distorted mind

Is this for real or just a dream?

(Am I losing my mind? I am not afraid, my dear)

Sing for me angel of afterlife calming me down

Chaos inside my nebula

And may the wrong turn to right in a celestial light

Forgive my sacrimony

Tell me what they say that I’m supposed to know

Tell me every little detail

Make truth appear to me as distant memories

Like pictures on a silver screen

It all becomes clear

The truth will appear

Forever a debt for you and me

And now leave me alone

Erase my memory

Don’t want to hear, don’t want to see

Don’t want to think about the lie that follows me

All becomes clear

But no one will hear my testimony

I am your angel of afterlife calming you down

Silence inside your nebula

And when the wrong turns to right in a celestial light

I’ll be your testimony

(Ring around a rosie,

A pocketful of posies,

Ashes, ashes

We all fall down)

Cerimônia de Sacrifício (anjo da Pós-vida)

Uma vida passageira a cada dia uma gravura na parede

É como uma noite sem despertar

A verdade está perdida e talvez nunca será encontrada

Como as sombras da minha pantomima

Quando o mundo inteiro se reune para o último festejo

Haverá alguém para acreditar em mim?

Vozes ecoam dentro da minha mente distorcida

Isto é real ou apenas um sonho?

(Estou perdendo a cabeça? Eu não tenho medo,minha querida)

Cante para mim anjo da pós-vida me acalmando

Caos dentro de minha nebulosa

E faça o errado ficar certo numa luz celestial

Pedoe minha cerimônia de sacrfício

Diga-me o que eles dizem que eu devería saber

Conte cada peno detalhe

Faça a verdade aparecer para mim como memória distantes

Como retratos numa tela de prata

Tudo se torna claro

A verdade aparecerá

Para sempre um débito para você e para mim

E agora me deixe em paz

Apague minha memória

Não quero ouvir, não quero ver

Não quero pensar sobre a mentira que me segue

Tudo se torna claro

Mas ninguém irá ouvir o meu testemunho

Eu sou o seu anjo da pós-vida lhe acalmando

Silêncio dentro de sua nebulosa

E quando o errado ficar certo numa luz celestial

Eu serei seu testemunho

(Roda ao redor de uma rosa,

Um bolso cheio de flores,

Cinzas, cinzas

Todos nós caímos)

 Senti lágrimas escorrerem pela minha face. Estava tão feliz que podia explodir e mil fogos de artifício. Se Lysandre ainda estivesse ao meu lado, estaria sendo beijado, até se afogar.

“Agora sim, eu tenho mil motivos para querer viver.”.


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Notas finais do capítulo

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(eu particularmente gostei)



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