Meu Grande Amor -LiTor. escrita por Jaqueline


Capítulo 27
Memorias


Notas iniciais do capítulo

Oiii minhas liiindaaas ! Leiam as notas finais!



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Nas semanas que se passavam eu percebia que o Vitor estava cada vez mais distante de mim. Eu não o culpava por isso. Mais o culpava por ser tão indeciso. Ele poderia sim amar a Gabi e me amar ao mesmo tempo, mais isso não justificava o fato de ele ter livre escolha para escolher com quem ele prefere passar o dia. Este direito nem eu nem ela jamais iriamos dar para ele. Ele não era nenhum indiano para ter duas mulheres ao mesmo tempo. Porém faziam praticamente três semanas que eu acordava e ia dormir sem ao menos ter dado um beijo ou um abraço sequer nele. Para mim isto não era vida que de algum resultado no final.

No inicio da quarta semana eu tomei uma decisão: Meu lugar não era na casa da Gabi, vivendo a favor do que ela recebia. Minha família inteira estava curtindo as férias em Londres. Férias estas que terminariam em quinze dias. Fatinha estava querendo me matar. Segundo ela, a Mar, nestes dias que se passaram sumiu. Disse simplesmente que precisava de alguns dias com a família e nunca mais apareceu. Então, por isso decidi, que pegaria na manhã seguinte, no caso terça feira, o primeiro voo para Londres. Eu voltaria pro Brasil com a minha família assim que eles decidissem que as férias já tinham dado o que tinha que dar.

–Como é que é? –perguntou Vitor assim que eu contei minha ideia para ele. –Claro que não Lia! Como eu vou ter certeza de que você vai voltar?

–Vitor. –eu disse enquanto pulava em cima da minha cama buscando guardar todas as coisas que eu tinha comprado no tempo em que ficara ali. –Depois que eu levei mais de um ano pra te encontrar, você acha que eu iria te deixar? Eu só quero dar um tempo, curtir as minhas férias, eu mereço isso. Não mereço?

–Desculpa se a sua vida aqui junto comigo tá um tedio Lia. –ele disse com o olhar triste. –Mais é que eu cresci, amadureci, aprender a ser um pai de família, estou tentando ser melhor pra você, mais... sei lá divertido, mais eu sei que está chato.

–Vitor, claro que não, para de pensar assim. –eu disse segurando em suas mãos e olhando em seus olhos. Eu tinha uma certa facilidade em olhar nos olhos dele, mais não de impor minhas vontades. O Olhar dele me convencia a coisas inimagináveis. –Eu só queria uns dias com a minha família. Curtir meus antigos amigos. Minha antiga vida. Coisas de um ano atrás. Mais se você quiser...

–Imagina Lia, você não tem que ficar aqui. Não precisa nem ao menos cogitar e falar dessa possibilidade. Essa casa está meio morta demais pra você. –disse ele.

–Quer disse que eu ia falar em ficar aqui Vitor? – me segurei para não rir. –Eu ia oferecer para você ir junto comigo. Dar um tempo nessa vida difícil e complicada.

A reação dele não foi bem como eu esperava. Eu esperava um sorriso, e um ‘’não posso’’, ou um ‘’eu adoraria’’. Achei que a minha brincadeira até fosse fazer bem pra ele, que andava tão pra baixo nesses últimos dias.

–Você tá louca? –perguntou ele elevando a voz.

–Louca por que Vitor? Por te fazer um convite? –perguntei espantada.

–Louca por achar que a minha vida está difícil e complicada. Estou colhendo o que eu plantei. E pra sua informação, se a minha vida não está boa pra você, você tem todo o direito de sair dela a hora que você bem entender.

–Mais Vitor, estou te convidando por que eu sei que a mãe da Gabi é dedicada. Ela não ia jamais se importar que você passasse duas semanas fora, comigo.

–Você acha que é fácil não é Lia? –ele quase gritou. –Facil pra você, porque simplesmente chegou, bagunçou a minha vida, e agora quer sair dela. Facil pra você que me encontrou do nada achando que eu ainda era o seu namoradinho de uma no atrás, aquele que aceitava todas as suas teimosias, que comia na palma da sua mão, por que não queria ficar sem você. Lia, eu aprendi a conviver com a solidão, com a tristeza, nada do que você fizer pra mudar isso vai adiantar. Não era você que estava esperando um filho. Não é você que vai ter que aturar o seu marido viajando em outro pais, com uma pessoa que você sequer nunca viu na vida. –o jeito como ele disse ‘’pessoa’’ me revirou o estomago. Ele falava como se eu tivesse entrado na vida dele para estragar o que estava certo. Essa não era minha intenção. Não era minha linha de pensamento. Não era o que eu queria. Eu não tinha planejado beija-lo, muito menos passar uma noite com ele na praia. Não sou eu quem o forcei a contar tudo que ele me contou. Não fui eu quem desliguei o telefone na cara dela quando ela mais precisou dele. E aquilo era o que me deixava mais chateada. Mais ele falava como se eu não tivesse coração. Como se eu não ligasse. Eu queria dizer tudo isso pra ele. Queria. Estava cansada de intender o que as pessoas passavam. Cansada de ver a dor dele. Ninguém ligava para a minha.

–Do que você está falando? –eu perguntei elevando a voz. –Foi eu quem te consolei em todos os momentos que você precisou Vitor. Fui eu quem fui compreensiva. Fui eu que aguentei noites e noites acordada por que você não conseguia dormir. Se você simplesmente tivesse me dito que a sua vida estava boa e que você não precisava de mim, eu teria ido embora. Talvez insistido um pouco. Mais eu teria ido. Mais você sabe o que é? –eu perguntei cada vez com mais raiva. –EU ESTOU CANSADA DE SER A COITADINHA NAMORADA TRAIDA DO VITOR MACHADO. CANSADA DO JEITO COMO AS PESSOAS OLHAM PRA MIM. VITOR, EU SOU NOVA, EU SOU LINDA. EU NÃO QUERO ME GABAR, MAIS EU SOU LINDA. EU QUERO NAMORAR, PASSAR NOITES BOAS, COM PESSOAS QUE GOSTEM DE MIM, COM UM AMOR DE VERDADE. QUERO CURTIR. QUERO IR EM UM PARQUE DE DIVERSÃO, ANDAR NA RODA GIGANTE, COMER ALGODÃO DOCE. QUERO ALGUÉM QUE ME AME ASSIM COMO EU SOU. QUE NÃO LIGUE PRO COMPRIMENTO DA MINHA ROUPA, OU COM O JEITO QUE MEU CABELO ESTÁ ARRUMADO. QUERO ALGUÉM QUE SAIBA ME DAR UM BEIJO DE BOM DIA, ME DIZER O QUANTO ESTOU MARAVILHOSA MESMO QUE EU ESTEJA COMO UM MONSTRO, NÃO QUERO VIVER A MINHA VIDA LAMENTANDO PELA SUA DOR, PORQUE VITOR, NADA, NADA, NADA MESMO DO QUE VOCÊ FIZER VAI TRAZER NADA DE VOLTA. NÃO VAI VOLTAR VITOR. NÃO VAI. SERÁ QUE É PEDIR MUITO? –gritei. Precisava que ele soubesse isso. –Não quero mais viver de favor aqui Vitor. Não quero bancar a mãe de família responsável. A que segura as contas quando tudo desaba. Eu disse que ia te ajudar Vitor. Mais você não quer ser ajudado, não quer se ajudar. Eu não posso fazer isso por você se você não quiser Vitor. Eu nunca fui mimada Vitor, mais eu não estou pronta pra comandar uma família. SE é isso que você quer, fica com ela. Eu não estou pronta pra sair da casa dos meus pais. Pra mandar na minha vida. Pra colocar dinheiro na mesa. Pra ter que conviver com o ‘’namorado’’ vinte e quatro horas por dia. Eu achei que isso seria perfeito Vitor, mais não está sendo. NÃO ESTOU PRONTA. E você também não. O que vivemos não foi amor Vitor? O que agente viveu então? Vitor, eu te amo. Mais por favor, me deixa fazer as coisas do meu jeito agora. –pedi enquanto ele se sentava na cama com os olhos cheios de lagrimas e a cabeça baixa.

–Eu não posso te dar uma vida de... princesa Lia. –ele disse derramando lagrimas. –Eu sei que era diferente. Que seus pais te davam tudo, mais eu não vou aguentar levar todos essas barras. Quero uma coisa de cada vez... por isso... –ele disse sem me olhar nos olhos. –Eu... eu acho melhor dar um tempo. –neste momento eu já chorava. –Não consigo fazer você feliz. Deixa eu fazer isso sozinho? Seria muito te pedir isso.

–Um tempo... –eu disse chorando enquanto deslizava pro chão apoiada no guarda roupa. Enxuguei as lagrimas. Não queria demonstrar que estava sofrendo. Não queria ficar por baixo. –Acho que... –eu disse passando a mão sobre os olhos. –É isso que precisamos.

–Tudo bem. Como você vai viajar, suas coisas já estão arrumadas. Por favor Lia, me deixa sozinho com a minha mulher. Eu vou ligar pro melhor hotel da cidade, e você se hospeda lá até que decida quando vai viajar. Fique quantos dias precisar, por minha conta. –ele disse, e eu percebi que aquilo não foi fácil pra ele também. Ele já ia saindo do quarto.

–Vitor... –eu disse o fazendo voltar. –Eu poderia esperar que você corresse pro aeroporto pra não me deixar partir. Como você já fez. Mas... Eu sei que você não vai fazer isso. –eu disse já chorando novamente. –Então você tem meu telefone. Caso nosso tempo não seja para sempre. –ele apenas assentiu. Dois minutos depois eu ouvi o som de algo se quebrando e uma porta batendo.

Eu evitei ouvir qualquer coisa enquanto saia de casa. O taxi me esperava lá fora. Fui chorando enquanto refletia na nossa historia. Recomeçar. De novo. Tudo que vivemos. Nossas memorias. O começo. Ele e a Juliana, o trágico drama da paixão pelo namorado da melhor amiga. O Dinho. Tudo que passamos. Todas as nossas escolhas. Nossas confissões. Conversas. Noites. Tantas coisas. Pra mim isso nunca acabaria. Será que pra ele acabaria?

Cheguei no hotel, e me ajudaram a descarregar as malas. Liguei muitas vezes pra Fatinha, precisando conversar. Peguei o numero do meu quarto. Assim que entrei, me olhei no espelho. Eu estava mesmo com uma péssima cara. Eu estava tão diferente. A gente teve tantos começos, tantos fins. Mais dessa vez era diferente. Ele me queria longe dele. Da casa dele. Da vida dele. Isso não era já o suficiente?

Entrei no banho. Precisava relaxar. Porém, a ultima coisa que eu queria era ficar me lembrando a noite inteira do Vitor. Por isso, depois de passar muito tempo embaixo do chuveiro, chorando sozinha, sem nem saber no que pensar, não havia mais no que chorar. No que pensar. Isso não dependia apenas de mim agora. Estava mais na mão dele. Ou melhor, completamente na mão dele. Sai do chuveiro e coloquei um vestido largo. Uma rasteirinha, e prendi o cabelo. Queria ficar em um lugar onde nossas memorias fossem boas. E não havia um lugar melhor do que no lugar em que tudo havia começado.

...

Chamei um taxi e em menos de quinze minutos estava no meu destino. A noite estava calma, estrelada. O mar não estava agitado. As arvores balançavam um pouco com o vento. E o lugar não era assim tão vazio. Haviam alguns quiosques cercando a área. E vários casais de jovens adolescentes estavam ali. Eu não estava completamente sozinha, e isso sem duvidas era bom. Mais procurei ainda assim um lugar reservado. Longe de tudo. Encostei a cabeça em uma das arvores, sentada no chão.

Fechei os olhos e comecei a me lembrar de tudo que vivemos... (Flashback)

–Não é esse o problema. O problema é que eu não sou daqui e como é que eu vou saber pra onde ir? Como é que eu vou falar com a minha família agora?–perguntei já irritada.

–Aonde você quer ir? Posso te levar lá.

–Não quero que você me leve em lugar nenhum.

–Mais... –e foi nessa hora que ele olhou para mim e eu olhei para ele.

Meu Deus, que olhos azuis são esses? Fiquei me perguntando isso até que percebi que estávamos parados no meio da rua, nos olhando, e dei logo um jeito de desviar meu olhar.

E quando eu me perco em suas memorias

–Oi. –disse me sentando no banco.

–A Ju disse que tinha te avisado que não ia vir. –disse ela.

–É... Mais o que você está fazendo sentada aqui, faltando quase meia hora para o nosso compromisso? –perguntei.

–Pensando. Chego nos lugares mais cedo, e da tempo de desistir. As vezes tem vantagens. Hoje me dei meio mal. –respondeu. –Mais e você? –ela perguntou. -Também está bem antes do horário.

–Vim antes para fazer a mesma coisa que você. –respondi. –Quer jantar por aqui mesmo? –perguntei.

–Capaz! –disse ela. –Você é namorado da Ju. Não pode sair pra jantar comigo. –comentou ela rindo.

–É, mais a Ju furou e nós íamos jantar aqui. Se é que vai me intender, mas Ju não ia querer que você ficasse aqui entediada a noite inteira, por causa dela. –completei.

–Tá bom... –ela disse se dando por vencida.

E quando eu penso no que vivemos

Ele me abraçou, e me puxou para os seus braços, me beijando, e eu garanto que ele não poderia ter feito algo melhor. Quando eu vi, já estava correspondendo, sei lá o que foi que aconteceu.

O que eu estava sentindo, era indescritível. Eu nunca tinha sentido isso antes. Era único. Parece que por um momento eu esqueci Ju, Dinho, e de todo mundo.

–Vitor... –disse me separando, completamente sem ar, ainda abraçada com ele.

–O que foi? –perguntou ele.

–Isso não poderia ter acontecido. –disse.

–Mais aconteceu. –disse Vitor se aproximando novamente de mim.

E mesmo sem querer, eu te deixo partir.

–Ah Vitor, faça-me o favor. Tá na cara que você veio atrás de mim né? Se arrependeu de todas as besteiras que você fez, e decidiu fazer isso agora? –perguntei descontrolada.

–Olha Lia, eu é que não vou ficar dando explicações pra você agora, tá certo? Estamos num aeroporto, e eu estou indo embora. –falou ele saindo.

–ESQUECEU DE PEGAR SUA MALA DE NOVO, IDIOTA. –gritei o provocando.

Hoje eu vejo que não consigo entender O que houve entre nós Eu ainda consigo ouvir sua voz Me dizendo o que eu já sei Tudo tem um começo e um fim Eu vejo a dor em seu olhar E mesmo sem querer Eu te deixo partir Pra que possa tentar ser feliz outra vez Recomeçar E quando eu me perco em suas memórias Vejo o espelho contando histórias Sei que é difícil de esquecer essa dor E quando penso, no que vivemos Fecho os olhos, me perco no tempo Pra mim, não acabou


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Notas finais do capítulo

Minhaaas lindas mil desculpas mesmo pela demora em postar esse capitulo! Ele estava pra ser postado faz tempo, mais não achei tempo para edita-lo, e hoje, finalmente, consegui! Queeeero agradecer muito por todos os comentariios minhas lindas !! Euuu amooo muiiiittoooo vocêeees ! Capitulo dedicado a Annye pela linda recomendação !! Obrigada floor, eu amo muito vocês! E então, oq vai acontecer com LiTor agora? Será que tem volta?
Triste em? Vejo vocês nos comentários. Favoritem e recomendem! Beiijos