Meu Grande Amor -LiTor. escrita por Jaqueline


Capítulo 26
Por minha culpa!


Notas iniciais do capítulo

Oiii meuuus amores !



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Eu o olhei e sorri. Ninguém nunca saberia como foi bom ouvir aquilo. Parecia que por um momento ele tinha voltado a ser meu de um jeito que não estava sendo a algum tempo. Mas a sensação durou pouco. Muito pouco. Em menos de um minuto ele desviou o olhar, e eu parei de navegar nas imensidões azuis dos olhos dele, que por sinais me olhavam radiantes. Toda a sensação ruim me atingiu de novo. A sensação de estar sempre estragando alguma coisa. O coração apertou-se mais uma vez. Não. Eu não podia.

–Vitor, você não pode me dizer essas coisas. –eu disse olhando para a frente. – Você está casado e vai ser... Pai. –essas palavras me atingiram como uma bomba.

–Mais Lia. Vê se me entende. Eu to pensando pra falar. Eu pensei muitas coisas Lia. Tá tudo guardado na minha cabeça. Todas as coisas. Mas eu sei que toda vez que eu encontrar você, e que eu não vou conseguir falar nada do que eu penso, ou o que eu quero. Por que eu perco o foco, eu me desconcentro. –ele sorriu.

–Transformando letras de musicas em canções doutor Vitor? –eu sorri.

–Você quem sabe dona Lia. –disse ele se aproximando de mim.

Naquele momento era como se nunca tivéssemos nos separado. Ele foi se aproximando de mim lentamente. Bem devagar e me envolveu em um abraço. Ele sorria e eu sentia sua respiração leve no meu pescoço. Ele ia se afastando. Mas como se até os ventos fossem a favor, espalhou meus cabelos, o colocando sobre meu rosto. Vitor afastou-os meu devagar, enquanto se sentava mais perto de mim. Ele se inclinou levemente sobre o meu corpo, e aproximou-se de mim. Eu sentia seus lábios quase nos meus.

–O que você faria se alguém te roubasse um beijo? –ele disse e podia sentir que ele queria sorrir. Eu não disse nada. Não tive nem tempo de pensar.

Quando vi, estávamos nos beijando. O melhor beijo da minha vida. Saudade, paixão, intensidade, desejo, tudo junto em um beijo. Ele passava as mãos em meus cabelos soltos ao vento, e eu coloquei minha mão sobre sua nuca. Ele apoiou uma mão na areia, enquanto me deitava devagar.

–Eu te amo Lia Martins. –ele disse se afastando um pouco.

–EU TE AMO VITOR. –eu gritei. Eu queria gritar para o mundo.

A única coisa que me lembro naquele dia é que ele me beijou de novo, e ficamos assim, apenas nós dois, como antes.

...

Acordei na manhã seguinte e o Vitor dormia do meu lado. Eu estava morrendo de frio, mesmo estando com blusa de frio, e ele também estava gelado. Só então me lembrei do que acontecera noite passada. Os beijos, tudo. Claro que não passamos disso. Não sei se iriamos tão longe assim, ainda. Mas agente se amava, isso, era um fato.

Me levantei da areia, e me dirigi a beira da praia. Eu não podia evitar sorrir ao me lembrar de cada palavra que ele me dissera noite passada.

De repente senti braços me envolvendo por trás em um abraço.

–Quem será que está aqui em linda?

–Reconheceria seu perfume a mil metros de distância. –sorri.

–O que acha? –ele me perguntou

–O que acho de que? –perguntei sem intender.

–Desse lugar, de nós.

–Vitor, eu amo você. Eu nunca deixei de amar, mais agente tem que se lembrar de que você não é mais tão desimpedido e solteiro, como antes. –isso fazia meu coração doer. Se preocupar.

–Agente vai dar um jeito Lia. Prometo. –e me deu um beijo.

...

Estávamos sentados em uma pedra conversando. Ele falava um pouco sobre a vida dele, e eu falava um pouco da minha, contando coisas que aconteceram durante nosso tempo separados. Foi quando o telefone dele começou a tocar.

–Você não vai atender Vitor? –disse ao ver ele guardando o celular novamente no bolso.

–É a Gabrielle. Ela sabia que eu não ia dormir em casa. –falou.

–Vitor por favor...

–Lia, não! –disse ele me interrompendo. –Já falamos sobre isso e eu já prometi resolver meus problemas com a Gabrielle, mais por favor, me deixa fazer isso do meu jeito.

–Tudo bem Vitor. –sorri.- Mas pode ser importante.

–Só quer saber aonde eu estou. – falou. –Aposto Lia. Relaxa, não é nada.

E assim ele se livrou do celular, desligando-o e o colocando no bolso novamente.

Passamos o restante da tarde andando pela praia, que era deserta. Ele falou muito sobre seu sonho de ser pai, e como aquela ideia de ter um filho o havia dado forças até hoje. Gabrielle ajudava, mais nada como ter um objetivo, segundo ele.

Quando começou a escurecer novamente, cheguei a conclusão de que precisávamos voltar. Eu querendo ou não tinha que fazer contato com minha família, e ele não podia deixar a Gabrielle tão preocupada do jeito que ela deveria estar. Pedi por favor, e ele não recusou. Apenas tive que prometer que jantaria com ele mais tarde, e que teríamos uma noite ‘’romântica’’ como essa que passáramos na praia.

Chegamos depois de um tempo na casa dele, onde notei vários carros parados na rua. A porta da casa dele estava aberta, e haviam muitas pessoas ali. Vitor olhou para minha cara, e eu o olhei para a movimentação.

Descemos do carro e entramos na casa. Olhavam para ele, com cara de quem dizia ‘’coitado ‘’, e me olhavam como se eu fosse a culpada. Haviam mais de dez pessoas ali, todas sentadas, e com olhar triste.

–Vitor. –veio até nós uma mulher, que deduzi como a mãe da Gabrielle, pelos cabelos e olhos iguais. –Até que enfim você chegou meu filho.

–O que foi dona Ana? O que aconteceu? Porque tanta gente?

–Eu tentei te ligar. –ela disse já chorando. –Mas seu celular estava desligado todas as vezes que eu tentei. Vitor, você tem que ser forte, por todo mundo.

–FALA LOGO DONA ANA. –ele disse mais alto. –Desculpa.

–A Gabrielle... –ela disse chorando. –Ela caiu da escada. Ela... Ela queria te ligar Vitor, por que estava com dores muito fortes. Veio pegar o telefone que estava aqui embaixo, e pisou em falso no degrau da escada Vitor... Ela caiu Vitor, um tombo ho...horrivel. –ela disse em meio a soluços.

–COMO ASSIM? MEU DEUS DO CÉU O QUE FOI QUE EU FIZ? –ele gritou. –COMO ESTÁ A GABRIELLE, CADE ELA? CADE, DONA ANA?

–Com a Gabrielle está tudo bem, apenas alguns machucados, está no hospital, mais com o... o be... o bebe. –ela disse chorando cada vez mais.

Vitor não disse mais nada, apenas se virou e se dirigiu para o carro. Eu corri atrás dele, mais ele nem sequer olhou para trás. Apenas pegou o carro e saiu voando. Eu dava razão a ele, e se eu o conheço direito, sei que ele assumiria essa culpa pelo resto da vida.

...

A noite foi chegando cada vez mais, e eu e a Dona Ana nos despedimos das pessoas e parentes que iam indo embora aos poucos. Até que apenas nós duas ficamos na sala. Uma olhando pra cara da outra. Querendo explicações.

–Minha filha falou de você Lia. E eu não te culpo. –ela disse com os olhos inchados.

–Desculpe dona Ana. –eu disse chorando.

–Vai ser difícil minha querida. Esse bebe significava muito para os dois. Vou ficar aqui para arrumar as coisas para a minha filha. Enquanto ela estiver a base de calmante vai tudo estar bem com ela. Mas foi uma grande perda.

–Me desculpa dona Ana. –disse enxugando as lagrimas. –Acho que eu tenho que ir embora também por que...

–Lia. Significava muito para o Vitor também. E eu sei que ninguém vai conseguir acalma-lo como você minha querida. Por favor minha querida. Não vou lidar com meus sentimentos e com os dele também. –ela me pediu.

–Pode deixar dona Ana. –eu disse triste. –Vou tomar um banho. –disse saindo da sala. Precisava pensar.

...

Escutei a porta abrir quando se passavam da meia noite. Desci as escadas. Estava tudo aceso. Dona Ana estava do lado de cima ainda arrumando as coisas do quarto da Gabi. O Vitor estava em péssimo estado.

–Me desculpa Vitor. –eu disse já chorando. -De verdade.

–A culpa não foi sua minha linda. –ele disse, lutando contra as lagrimas. –Eu é que não atendi, você tinha me alertado sobre poder ser algo importante.

Eu não disse mais nada, apenas dei um abraço nele, que me apertou forte. Passamos uns dez minutos assim.

–Vai tomar um banho. Como a dona Ana está arrumando o quarto eu... Eu arrumo o outro se você quiser.

–Eu durmo com você Lia... –disse ele dando um sorriso leve, triste.

Apenas assenti, e subimos as escadas em silencio.

Arrumei o quarto, e deixei a cama arrumada. Minhas costas doíam muito por causa do modo como dormi na noite passada. Então me deitei, querendo apenas relaxar um pouco, e acabei pegando no sono.

Acordei cerca de duas horas depois, com frio, pela falta de coberta. Percebi que o Vitor estava deitado de costas, olhando para cima, e lagrimas caiam dos seus olhos. Ele estava sofrendo. Nunca o tinha visto assim, jamais. Talves tinha sido por que perto de mim ele sempre foi forte, e agora, assim, sem saber que estou olhando, ele parecia tão frágil, tão normal. Devo ter feito barulho e ele me olhou. Vendo seus olhos vermelhos, me lembrei do que estava fazendo ali. Estava ali para ajuda-lo. Prometi isso para a dona Ana. Eu tinha que ajuda-lo. Tinha que deixa-lo falar o que quisesse, o que ele precisasse, o que fizesse com que ele se sentisse melhor, mais eu não queria vê-lo daquele jeito.

–Vitor... –falei me sentando e acendendo o abajur.

–Eu te acordei minha linda? –ele disse passando a mão sobre o rosto. –Desculpa. É que eu não consegui dormir e... Sei lá.

–Vitor, me desculpa. Se não fosse por mim, ela não estaria sozinha e...

–Já disse que não foi você... A culpa não é sua, é minha. ME DEIXA ASSUMIR A CULPA SOZINHO, ME DEIXA CONTINUAR SENDO O PESSIMO MARIDO QUE EU FUI ATÉ AQUI. EU NÃO DEVERIA TER USADO ELA PRA ME ESCONDER DA VIDA. DROOGA. –ele gritou. –Eu destruí o sonho dela Lia. Ela nunca vai me perdoar, e nem tem que me perdoar. –ele disse já chorando.

–Ela vai te perdoar meu amor, não foi sua culpa, você sabe que não foi. –eu disse chegando mais perto dele. –Eu posso não ser nada sua Vitor, mais saiba que eu vou sempre estar aqui. Se você precisar conversar, precisar desabafar, precisar de um ombro amigo, precisar de qualquer coisa.

–Eu sou um fraco. –ele disse me olhando com lagrimas nos olhos. –Eu fiz ela sofrer, e do que adianta chorar agora? Eu sou um fraco, um fraco. –ele disse chorando.

–Claro que não Vitor, claro que não. Chorar alivia a dor. –eu disse tentando acalma-lo. Ergui sua cabeça e a coloquei sobre minhas pernas, o abraçando e fazendo carinho em seus cabelos. –Você está chorando por que tem sentimentos, e não por que é fraco. Sabe de uma coisa? Isto é ser homem. Ser homem é saber o que se fez, e não se fazer de durão. Mas eu te digo, Vitor, me ouve, por favor, vai dar tudo certo, tá entendendo? Vai dar tudo certo. Você vai ver. –Eu disse enxugando suas lagrimas.

Se eu pudesse assumir a dor dele, pudesse coloca-la em mim, eu sem duvida faria isso. Não queria vê-lo assim jamais.

E o pior, tudo aquilo, era por minha culpa.


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Notas finais do capítulo

E então gente? O que vocês acharam? Tivemos bastante LiTor, mais o capitulo foi muito, muito triste :( ! Tomara que tudo fique bem logo, né? O que será que vai acontecer agora? Gabrielle ou Lia? Vocês acham que a culpa é da Lia?
VAMOS AO COMUNICADO:
Então gente, eu tenho mensagens privadas que algumas leitoras me enviam, e eu quero dizer que eu li todas, todas, meus amores, mas o que acontece: quando eu vou responder, diz que eu estou fazendo propaganda , e que se eu continuar, minha conta vai ser bloqueada, então estou avisando pra vocês saberem que se eu não respondi, não pe por que eu ignorei, mais sim por que não consegui responder , okay ?
Então meninas, quero pedir que vocês recomendem, favoritem, e comentem MUIIIITO esse capitulo, que eu aguardo vocês no próximo, que eu espero postar logo.
Amo vocês minhas lindas! Bjos



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