Sinto muito por mudar,

 Me desculpe por ter que ser assim,

 Acredite em mim,

 É mais fácil fazer de conta,

 Mas,

 Eu não vou me desculpar por quem eu sou.

Selena Gomez

Cada vez que Lia fazia algo, me surpreendia mais, e mais. Parecia que ela era o tipo de garota que nunca fazia nada que não agradasse a si mesma, mais que o que ela fazia agradava a tudo e a todos.

-Sem dúvidas esse foi o melhor aniversário da minha vida. -falei me aproximando dela, enquanto esta via alguns dos meus presentes.

-Vai ser. E sim, é muito bom saber disso. Mas...

-Mas...?

-O que mais me incomoda é saber que tem a Fatinha que está completamente contra nós dois ficarmos juntos. E mesmo assim eu te amo. -disse ela sorrindo.

-E isso é ruim?

-O que? Te amar? -perguntou.

-Sim, me amar. -respondi.

-Não. Mais é uma coisa intensa. Diferente. Parece que as minhas escolhas são meio concretas, intende?

-Claro que intendo, mais não acho que você deva se preocupar com a opinião das outras pessoas. Se eu fosse você, falaria com a Fatinha e tentaria resolver a situação. -aconselhou. -Nem que para isso você tenha que descobrir coisas que não irão te agradar.

-Que tipo de coisas são essas que vivem entre nós dois? -perguntou.-E nem vem me dizer que não tem nada, por quê isso sempre atrapalha.

-Tem sim, mais eu te conto depois. Mais pra frente. O que importa é você saber que não tem nada haver por quê a Fatinha nunca saberia disso. -falei.

-Hum... O que eu to querendo te dizer, é que não adianta esconder pro resto da vida a sua história.

-E eu tenho certeza que uma hora ou outra a Fatinha vai aceitar nós dois juntos. Hoje o clima estava até bom. É só um tempo. Quero que saiba que eu tenho certeza.

-E eu quero que saiba que eu te amo, e que independente do segredo que você esconde de mim, eu vou continuar te amando. Pro resto da minha vida. E te apoiando com o que for preciso. Pode contar comigo. -disse Lia me abraçando.

A Lia transmitia confiança. E muita confiança. Eu sabia que tinha que confiar nela, mais ainda não conseguia falar sobre mim. Eu tinha um medo maior que eu mesmo. Um medo dela não aceitar o passado que eu tinha tentado deixar para trás.

Pov: Lia On.

Não falei isso da boca para fora, e acho que nunca falaria. Eu sempre amaria o Vitor. Se nem a amizade da minha melhor amiga superou esse amor, um segredo não superaria também.

-E o que achou da Luana? -perguntou Vitor, mudando de assunto.

-Gostei dela. Me parece uma boa pessoa. Se bem que ultimamente eu não estou pra confiar mais em ninguém. Vamos ver... -respondi.

-Só tem que a conhecer melhor, e vai ver que ela realmente não faz nada de ruim pra ninguém. Prometo que vão ser boas amigas. -disse ele.

-Assim espero... -falei. -E dela?

-E dela o que? -perguntou sem intender.

-E da Luana... O que você esconde da Luana? -perguntei.

-É uma história meio complicada... Mas ela não pode saber de nada por enquanto. Histórias de família. Minha mãe não gosta muito, então... Deixa pra lá.

-Você é muito misterioso. -falei.

-Tá mas... Mudando um pouco de assunto... Você acha que está rolando alguma coisa entre a Fatinha com o Bruno? -perguntou. -Pelo que vejo estão bem próximos.

-Não sei... Mas acho que a Fatinha não faria nada com o Bruno estando com o Gil. Ela é meio louquinha mais ainda tem um pouco de noção.

-Incrível como as coisas mudaram né?

-Por quê? -perguntei.

-A Fatinha matava a Ju com o olhar, e agora está lá com ela... Sendo ''as melhores amigas'' do colégio. -falou.

-É... Pra minha decepção está mesmo assim...

-Mas nada tira da minha cabeça que elas estão armando alguma. Uma com a ajuda da outra. A Fatinha com essa obsessão em separar nós dois, se juntaria a qualquer um que quisesse a mesma coisa.

-Não... A Fatinha não faria isso comigo... Ela não gosta de você, e não quer me ver com você, mas não armaria nada pra tirar você de mim...

-Eu não teria tanta certeza...

-Eu conheço a minha melhor amiga Vitor. Ela não faria isso. E pode parar de imaginar coisas que não existem. A Fatinha esta um pouquinho fora de si. Não está normal. Mas não armaria nada. Ela quer me ver feliz.

-Só que quer te ver feliz com o Dinho.

-Ela não tem que me querer com ninguém. As escolhas são minhas, e não dela. Isso seria coisa de criança. -disse.

-Não sou bom pra você. Você não me conhece. Aposto que se conhecesse não teria tanta certeza de que realmente me quer do seu lado.

-Para Vitor. Você fica se julgando mais nunca me fala nada. Não quero o que seja bom, nem perfeito. E você pra mim, é o melhor. Pelo menos, na minha opinião.

-Você é perfeita. Não poderia ser melhor. -falou Vitor.

-Ninguém é perfeito. Muito menos eu. -disse o beijando.

Pov: Fatinha On.

Não dá mais... Não sei aonde eu estava com a cabeça quando fui me meter em planos com a Ju. Ela é uma louca destrambelhada e psicopata que faz tudo pelo Vitor, mas não pensa. E o pior, é que eu estava fora de mim.

Desde aquele beijo com o Bruno, ando pensando seriamente em me jogar da ponte. Ele não sai mais da minha cabeça, e isso está atrapalhando minha relação com o Gil.

O Gil não sabia desta minha ''falsa'' amizade com a Ju, que estava quase se tornando verdadeira. Justamente ele achava que nós havíamos se tornado amigas de verdade. Claro que eu gostei de ser amiga da Ju, mais ela esta ficando completamente fora de si com essa amizade, e vou acabar ficando sem ela, e sem a Lia.

Hoje a noite, na festa do Vitor, tomei uma decisão. Vou falar com a Ju e colocar logo um fim nessa história que eu nem deveria ter começado. Não quero mais contatos com ela, muito menos com o irmão dela.

Outra coisa que não gostei foi ver a Lia toda com amizade com a Luana, irmãzinha do Vitor. Não gostei daquela menina. Mas tudo bem... A Lia tem direito a novas amizades. Até por quê depois que eu contar que armei para separar ela do Vitor,- ou melhor, tentei armar, por quê a Ju sempre estragava com as minhas ideias, transformando tudo a favor dela- provavelmente a Lia não vai querer mais falar comigo.

-E então Fatinha... O que você queria falar comigo mesmo? -perguntou Ju quando entramos no apartamento dela.

-Ju, eu cansei. Não quero mais separar a Lia do Vitor. Se você quiser a minha amizade, vai ter que respeitar a minha decisão. -respondi.

-O que? Como assim? E as coisas que você ouviu o Vitor falando? Tudo aquilo que você sabia sobre ele? -perguntou desesperada.

-Eu cheguei a conclusão de que não devo julgar as pessoas e que a minha opinião sobre ele foi, e sempre será a pior possível, mas é dele que a Lia gosta, e eu quero muito que ela seja feliz.

-Nossa, que épico Fatinha! Nem parece você. -falou ela ironicamente. -E outra, você não sabe nada sobre ele, também não pode saber sobre ele ser ou não ser quem você pensava ou pensa que ele é, ou era.

-O Bruno me garantiu que o Vitor não fez nada de tão grave, e que eu posso confiar nele. Fez alguma coisa, mais já passou. Não vou destruir minha amizade com a Lia por uma criancice dessas.

-Claro! Tinha que ser o idiota do meu irmão. -disse ela com raiva. -Eu não acredito que você vai pular fora do nosso plano, ou melhor, do seu plano, por conta dele.

-Do meu plano o caramba Juliana. Esse tempo todo, você usou tudo ao seu favor, e foi interpretando as coisas que você queria. Nunca obedecia as minhas ordens. E outra, pode ficar ai com as suas ideias, mais não conte comigo.

-E você acha que a Lia vai querer sua preciosíssima amizade, depois de saber que você armou pra cima dela? -perguntou Ju ironicamente.

-Eu vou contar tudo pra ela, e depois de um tempo, tudo vai voltar a ser como antes. Assim como você, que vai ficar sem amigas novamente, por quê é uma patricinha mimada.

-Para mim pode voltar a ser como antes, mais pra você eu acho que não. Não vai voltar, por quê já não está. -disse ela.

-Como assim? -disse sem intender nada.

-O beijo. Pensa que eu não sei sobre o seu beijo com o Bruno? Garota, se você ainda não se tocou, eu te falo. VOCÊ FICOU COMPLETAMENTE MECHIDA COM O BEIJO. ESTÁ SE SENTINDO CULPADA, E ACHA QUE FALANDO COM A LIA VAI FICAR TUDO NA BOA. -falou cinicamente.

-Não teve beijo nenhum.

-Teve sim. E você sabe que teve, por quê não é nenhuma tonta. -disse Ju sorrindo ameaçadora. -Você está na minha mão loirinha.

-Foi de repente. Não era pra ter rolado. Nunca mais vai acontecer de novo. E você não vai conseguir o que quer.

-Fatinha, Fatinha... Você está perdidamente APAIXONADA pelo Bruno... Mas está com o Gil, e as coisas ficam mais difícil a partir daí pra você né... Mas não está tão ruim pra você.

-Não? E por quê não está? -perguntei ironicamente.

-Calma... Olha querida, antes, eu só vou te dar um avizinho de nada... Se você sair desse nosso plano, eu conto tudo pro Gil. E ai, se eu contar, seu namorico vai para o fundo do poço. Acabou casal fofinho a partir deste minuto minha amiga. E sabe quem vai dizer pro seu ex que ele vai ficar bem? Eu aqui minha amiga! -disse Ju sínica.

-Você não faria isso com o Gil, Juliana. Você não seria tão insensível. Não por mim, mais por ele. -rebati.

-Eu faria, e vou fazer, se você achar que tem o controle da situação. -ameaçou.

-Sua sínica. Eu vou te matar. -disse partindo pra cima da Juliana.

Eu sei que dei uns belos tapas na cara dela, depois de puxar o precioso cabelo daquela sínica. Se ela acha que eu sou indefesa, e que vai fazer o que quer, está redondamente enganada. Ela mexeu comigo, e quem meche comigo, recebe um pequeno castigo. Eu também fiquei machucada, mais não tanto quanto ela.

-Juliana, para com isso. -disse Bruno entrando na sala, e tirando a Ju de cima de mim. -ISSO É RIDICULO. VOCÊS DUAS FICAM SE ATACANDO POR MINIMOS MOTIVOS. RI-DI-CU-LO. VOCÊS NÃO PENSAM, É ISSO? PARECEM DUAS CRIANCINHAS.

-EU VOU MATAR ESSA IDIOTA. -disse Ju tentando se soltar.

-NÃO VAI NÃO. POR QUÊ QUEM VAI ACABAR COM VOCÊ ANTES, SOU EU. -disse.

-NINGUÉM VAI MATAR NINGUÉM AQUI. -disse Bruno se colocando entre mim e Ju.

-E VOCÊ LÁ MANDA EM ALGUMA COISA BRUNO? -gritei.

-ISSO MESMO BRUNO, DEFENDE BASTANTE A FATINHA. APROVEITA QUE VOCÊ PODE FAZER ISSO. POR QUÊ QUANDO NÃO PUDER, NÃO SE LAMENTE. -gritou Juliana.

-E POR QUÊ ELE ME DEFENDERIA? VOCÊ É UMA LOUCA. ME DIZ AI QUE MOTIVOS ELE TERIA. -disse a encarando.

-FATINHA, VOCÊ SÓ PODE SER CEGA MESMO NÉ? TÁ NA CARA NÉ SUA IDIOTA.

-O QUE ESTÁ NA CARA? -perguntou Bruno gritando.

-ESTÁ NA CARA QUE O BRUNO ESTÁ APAIXONADO POR VOCÊ FATINHA. ELE ESTÁ PERDIDAMENTE APAIXONADO. A-PAI-XO-NA-DO, POR VO-CÊ.

Pov: Vitor On.

Meus beijos com a Lia ficavam cada vez mais intensos e quentes. Cada um queria poder sentir o máximo do outro. Fui caminhando com ela para o meu quarto, enquanto ainda a beijava. Queria que a Lia fosse minha, e ela com certeza também gostaria de ser minha.

Fui descendo meus beijos até seu pescoço, o que fez ela se arrepiar inteira. Enquanto beijava seu pescoço, ela arranhava meus ombros.

-Você tem certeza? -perguntei olhando para ela, sem solta-la dos meus braços.

-Nunca tive tanta certeza assim na minha vida. -respondeu.

Voltei a beijar sua boca, enquanto tirava a blusa de botões que ela vestia. A joguei em qualquer canto que havia no quarto. Ela se apressou em tirar a minha também, jogando todos os botões para o alto, fazendo-os voar por todos os lados.

Fui beijando seu corpo, até chegar em seus sutiãs, e ao tira-los, fiquei completamente maravilhado. Ela era perfeita de qualquer jeito, sem duvidas.

A deitei em minha cama, ficando por cima dela. Consegui finalmente tirar seus shorts, e ela riu da minha pressa. A ajudei a tirar as minhas calças. Eu sentia necessidade daquilo. Nunca havia amado ninguém, como amava a Lia.

Depois de devidamente protegido, me posicionei entre suas pernas, tomando o máximo de cuidado possível ao penetra-la. Tudo o que se podia ouvir eram os nossos gemidos se misturando. Ao chegarmos ao máximo do prazer juntos, caímos exaustos na cama, e eu a puxei para meus braços.

-Essa sem dúvida foi a melhor noite da minha vida. -falei sorrindo.

-Para mim, foi a primeira de muitas. -disse ela também sorrindo.

Em um momento que não sei quando, acabamos adormecendo. Mais uma coisa eu tinha em mente: Aquele tinha sido o melhor aniversário da minha vida.

Pov: Lia On.

Acordei na manhã seguinte com a campainha tocando incansavelmente. Droga... Será que não se pode dormir mais? Ao me levantar sorri sozinha ao me lembrar da noite de ontem, quando fiz todos os botões da camisa dele voarem pelo quarto. O Vitor ainda dormia como um anjo.

Me levantei, e me apressei em achar minhas roupas, mais como não achei, acabei por vestir uma camisa dele que eu achei por ali, e sai do quarto para ver quem estava tocando a campainha logo de manhã.

Manhã no modo como eu costumo dizer né? Por quê na verdade já se passavam das 11 da manhã, querendo ser sincera.

-Luana? O que você quer aqui? -perguntei ao abrir a porta, e dar de cara com a Luana.

-Oi para você também Lia! -disse ela ironicamente. -Se não se lembra cheguei ontem a noite, e gostaria de falar com o meu irmão. Mas acho que não é uma boa hora para isso né? -perguntou.

-Desculpa Luana. Oi pra você. E sim, o Vitor está dormindo. Mas pode entrar e... Esperar. Eu tenho mesmo que ir pra casa.

-Lia... Na verdade era com você mesma que eu gostaria de falar. -falou ela, me surpreendendo.

-Comigo? -perguntei.

-Sim. Vem aqui... -disse ela me puxando, e me fazendo sentar ao seu lado no sofá.

-O que foi? -perguntei.

-A tempos eu venho percebendo que tem alguma coisa sobre o meu passado, que a minha mãe, e o Vitor escondem de mim. Eu gostaria muito de saber, até por quê é o meu passado, e eu queria demais...

-Luana, eu não sei nada sobre o seu passado. O Vitor realmente não me contou nada que pudesse mudar a sua vida. Não me contou NADA. -falei nervosa, a interrompendo.

-Lia, eu sei que você sabe, e isso não é justo. É o meu passado que está sendo decidido. São as coisas que eu deveria saber.

-Eu já disse que não sei de nada. E se isso é passado, deixa ele lá. Não fique preocupada com isso tá?

-Eu sei que você sabe alguma coisa, e eu QUERO saber.

-EU JÁ TE DISSE QUE NÃO SEI DE NADA. -gritei nervosa.

-O que está acontecendo aqui? -perguntou Vitor entrando na sala.

-A Luana inventou que eu sei alguma coisa sobre o passado dela e que não quero contar. Vitor, eu não sei do que ela está falando.

-Mas existe alguma coisa não existe? -perguntou Luana.

-Não existe nada Luana. Lia, me desculpa pela chatice eufórica da Luana, e eu não sei de onde ela tirou isso. -falou a mãe de Vitor entrando na sala da casa dele.

-Tá. Isso aqui já virou confusão em família. Eu falo mais tarde com você Vitor. Tchau, Beijos! -falei saindo sem ao menos dar tempo para que ele viesse atrás de mim.

Se o Vitor está pensando que eu vou ficar aturando a Luana achando que eu sei alguma coisa sobre ela, está redondamente enganado, por quê eu não sei. E outra, ele vai ter que me contar tudo. Tim-tim, por Tim-tim, sobre esse passado que tanto o assombra.

Pov: Fatinha On.

Estava com os olhos inchados até agora. Não sabia mais o que fazer. Me coloquei na maior confusão que eu poderia me colocar, por quê fui irresponsável. Não dormi durante toda a noite pensando em decisões.

Eu sinto alguma coisa diferente pelo Bruno, mas de maneira nenhuma sabia explicar o que era. Como era sabado, decidi que iria a praia, pra poder pensar melhor.

Assim que saio na sala, quem eu encontro? A Lia.

-Que cara é essa Fatinha? -perguntou Lia mal humorada, como de costume.

-Não consegui dormir a noite inteira. E nem vem ficar estressada por quê não é só você que tem problemas. -respondi.

-Ai garota, até parece que você tem que se preocupar com muitas coisas... -disse ela.

-Vai ver se eu estou na esquina Lia. -disse saindo irritada.

Tudo o que eu menos queria era confusões com a Lia.

Sim... Eu sai. Fui até a praia e cheguei a algumas conclusões: -O Bruno estava apaixonado por mim, e eu por ele. -Eu realmente amava o Gil. -A Lia era a minha melhor amiga, e eu tinha que pensar nela também...

E é isso. Eu já sei o que vou fazer...

Pov: Lia On.

Eu não aguento mais a Fatinha me culpando por tudo de ruim que acontece com ela. Eu estava ficando cada vez mais decepcionada com as atitudes dela. Estavam cada vez piores.

E o pior era que nem o Gil me dizia o que estava acontecendo. Eu queria intender. Era impossível pensar em outra coisa, mesmo depois de uma noite maravilhosa como a que tive.

-Maninha, eu estou saindo com a Marcela pro mercado. Quer alguma coisa? -perguntou Gil.

-Se desse pra comprar a amizade da Fatinha de novo eu queria... -falei triste.

-Lia meu amor... Eu sei que a Fatinha sabe o que está fazendo... Mas vai se preparando para enfrentar coisas maiores... Seu pai não está nada satisfeito em te ver aqui. Liga pra ele... -pediu Marcela.

-Vou ligar... -falei.

O Gil e a Marcela saíram, e eu fui ligar para o doutor Lorenzo. Para minha surpresa, assim que volto na sala, dou de cara com a Fatinha. Passei por ela como se nem estivesse a vendo.

-Vai continuar me evitando? -perguntou.

-Até você parar de ser criancinha eu vou sim. -respondi.

-Tenho que falar com você. -falou.

-Falar o que? Que não quer que eu fique com o Vitor por quê ele não é bom o suficiente para mim? Pois guarde seus argumentos para você, e polpa a minha cabeça, de ter que ouvir as bobagens que você fala. -falei sem paciência.

-Eu queria te pedir desculpas. -disse ela me surpreendendo.

-Como? -perguntei.

-Eu errei Lia. Queria te pedir desculpas por todo este tempo não ter entendido que o Vitor era o cara que você amava. Eu o julguei sem saber o que realmente estava acontecendo. Eu não sou muito fã de vocês dois, mas você é minha melhor amiga, e se é com ele que você quer ficar, eu vou ser super a favor... Me desculpa? -perguntou.

-Você não sabe o quanto esperei por esse dia. -disse. -É claro que eu te desculpo Fatinha. Você é a minha melhor amiga, e eu gosto muito de você. -disse a abraçando.

-Eu também gosto muito de você Lia. Fui uma idiota ao achar que poderia mandar nos seus sentimentos. Te fazer escolher entre duas pessoas que eu sei que você ama.

Fomos interrompidas por um barulho, que jurávamos ser alguém entrando em casa, mais não pela porta.

-O que é isso? -perguntou Fatinha desesperada.

-Eu não sei. -respondi nervosa.

O barulho vinha da cozinha, então caminhei lentamente até lá. A janela do apartamento estava aberta por inteiro, e a pessoa que eu vi, foi a ultima que eu esperava...

-Sal? -disse o surpreendendo ao entrar na cozinha.