''Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.''

Clarice Lispector

Pov: Lia On.
É sério que eu acabei de ouvir a Fatinha me dizendo que exigi que eu me afaste do Vitor? Isso não podia ser verdade. Como é? Ela estava gostando dele, é isso?
-Como assim Fatinha? -perguntei desentendida.
-É isso mesmo que você ouviu Lia. -respondeu. -Eu exijo que você se afaste do Vitor.
-E por quê eu faria isso? -perguntei. -Você por acaso está afim dele, ou algo mais ou menos do tipo?
-Claro que não. Simplesmente acho que ele não é bom o suficiente pra você, e não quero você andando com idiotas como se fosse a coisa mais normal da sua vida. -disse ela com a maior cara de pau, se sentando no sofá.
-E desde quando eu fico ou deixo de ficar com alguém só por quê você acha que não é bom o ''suficiente '' para mim? -perguntei incrédula. -Se fosse assim você nem seria minha amiga. Ou esqueceu a sua má fama?
-Em primeiro lugar: Eu nunca quis parar de ter a minha má fama, por quê eu nunca quis mudar, muito menos que ninguém me mudasse, e segundo, que é a partir de hoje. Por quê se eu precisar, eu faço o mundo inteiro ficar contra você, e não é nada difícil. -respondeu.
-Você pirou? -perguntei.
-Tecnicamente não. Mais você parece que sim. Eu cansei de ser a louca, como você diz. Agora eu vou ser certa e muito clara. E você intendeu muito bem a ordem que eu acabei de te dar. E espero que respeite, muito bem respeitado. -falou.
-Tecnicamente o caramba Fatinha. Você mesma disse que não quer mudar nada. E outra, eu nem estou com o Vitor. Não sei o que você está falando. -rebati.
Eu já estava ficando nervosa com essa história toda da Fatinha. Isso era muito estranho, até por quê ela super apoiava todos os namorados que eu queria ter, até se eles fossem tipo ''impossíveis''.
-Está sim. Você estava aqui, falando com ele, pra não dizer outra coisa. -disse ela sorrindo sínica.
-Estava conversando sobre presentes de aniversario, já que o dele é semana que vem. Isso não quer dizer nada.
-Hum... Aniversario? Está tentando me convencer de que você mente mal, ou pedir para que eu diga pra Marcela que você vai passar a noite fora? -perguntou.
-Fatinha, não me faça ficar com raiva de você, por quê eu não vou me rastejar como eu fiz com a Ju. Até que no final não fez tanta diferença.
-Não fez por quê a boba aqui sempre esteve atrás de você. Lia, você nunca me tratou bem. Sempre vive me chutando. Eu sou sempre última opção. Sempre. Eu nunca sou boa o suficiente. Sempre sou ruim, ou tenho alguma coisa que você julga desnecessária. Pois pra mim chega Lia. Eu vou ser amiga de alguém que valorize a amizade verdadeira que eu tenho. E eu vou te avisando. Ficar com o Vitor vai ser tipo ''se arrependa''. Por quê é isso que você vai fazer em menos de uma semana. PONTO FINAL. -gritou ela antes de sair.
O que estava acontecendo com a minha melhor amiga? Não. Eu já perdi uma amiga, e não quero nem pensar em perder outra.
-O que foi Lia? -disse Marcela entrando na sala, e me vendo nervosa.
-Nada Marcela. Só o fato da Fatinha querer me ver separada do Vitor. SÓ ISSO. -gritei. -Mais não é isso que você queria... O que foi? -perguntei mais calma.
-Está na hora de enfrentar a fera minha querida... Seu pai está pirando em Londres. Ligou falando um monte de abobrinhas, e disse que quer te ver lá em menos de 24 horas.
-Mais é claro né... Não podia ser melhor. É claro que eu não consigo ficar em paz, por quê sempre tem alguém pra atrapalhar. Quer saber... Esquece! Eu falo com o meu pai. -disse abrindo a porta pra sair.
-Onde você vai Lia? -perguntou ela preocupada.
-PRA QUALQUER LUGAR QUE EU INTENDA A CABEÇA DA FATINHA SEM TER QUE OLHAR PRA CARA DELA. -disse batendo a porta.
Sinceramente... A coisa vai pegar!
Pov: Vitor On.
Ainda estava nas nuvens com tudo o que eu tinha ouvido da Lia naquela noite. Ela tomou atitude, e isso era ÓTIMO. Tudo estava indo de bom a melhor, e logo ela seria a minha Lia de novo, somente minha, de mais ninguém.
Disse que eu estava, por quê assim que a campainha toca, e eu vou abrir a porta, a Fatinha entra desesperada pela minha porta.
-Fatinha, o que foi? -perguntei preocupado. -Aconteceu alguma coisa com a Lia?
-Não. Mais vai acontecer se ela não se afastar de você.
-Como assim?
-Vitor, eu escutei você falando no telefone, em uma conversa muito suspeita. E eu não quero que a minha melhor amiga entre na laia de um idiota. -falou.
-Fatinha, você está viajando legal né? Você bebeu. Só pode ser. Olha Fatinha, você não ouviu nada ok?
-Então você esconde mesmo alguma coisa não é mesmo Vitor? Eu sabia. Sabia mesmo. Mas fica tranquilo. Você não vai ter que se livrar da Lia. Eu faço isso por você.
Depois de ouvir um discurso enorme da Fatinha, sobre as mesmas coisas que com certeza, segundo ela, a Lia já sabia, consegui fazer com que ela fosse embora. É... Ficar com a Lia não seria tarefa fácil. Ainda mais agora com a louca da BFF dela. O que mais me preocupa é a imaginação da Lia. Eu não sei até quantas perdas súbitas ela vai aguentar.  Daqui a pouco a culpa é toda minha.
Na Manhã Seguinte...
Fui para o colégio, e vi ela chegando com o Gil. Sobre a Fatinha? Não sei dela, porém, eu não iria nem falar que ela esteve na minha casa ontem. Eu acho que até sei o que foi que ela ouviu. E não é nada modesto deixar a Lia ficar sabendo. Não que seja uma grande coisa. Mas também não é das melhores.
-E ai Liazinha? -disse me aproximando dela, que parecia irritada logo de manhã.
-Oi Vitor. -disse ela desanimada.
-Que foi em? -perguntei a abraçando pela cintura.
-Preciso falar com você. -respondeu.
-Bom gente... Eu vou indo. -falou Gil.
-Cadê a Fatinha? -perguntei para Gil.
-Disse que tinha que falar com o Bruno. Não sei o que ela queria, mas disse que viria pro colégio com a Ju. -respondeu. -Por quê o interesse Vitor? -perguntou.
-Algum dia você chegou sem ela aqui? Pois então. Meio estranho né... -disse ironicamente.
O Gil revirou os olhos e saiu. Sinceramente, ele não ia MUITO com a minha cara. Porém não era muito contra não.
-O que foi Lia? -perguntei.
-Vitor, você acredita que ontem a Fatinha veio com histórinhas de exigir que eu me afastasse de você? -disse incrédula.
-Nossa... É...
-Você já sabia? -perguntou.
-Não. Claro que não. -respondi.
-Claro que sabia Vitor. E com certeza você sabe o por quê também.
-Lia...
-Lia nada Vitor. Eu odeio que mintam pra mim, e tudo mundo aqui está me escondendo alguma coisa, e eu não sei de NADA. Agora me da licença que eu não to pra brincadeira. -disse Lia me interrompendo e saindo.
É... Mentir pra Lia era como dizer que são as cegonhas que trazem os bebês, para uma pessoa de 999 anos. Nunca deu certo, não dá, e nunca vai dar certo...
Pov: Lia On.
Alguns Dias Depois...
Amanhã era o dia do aniversário do Vitor. Ele daria uma grande festa e tinha convidado a nossa turma toda. Eu tinha sido convidada, mais não estava com um pingo de vontade de ir. Não havia falado com ele, desde que ele tentou me enrolar sobre a conversa com a Fatinha.
E cara... A Fatinha não era mais A Fatinha. Pra ter uma ideia, as coisas estavam muito diferente. A Ju estava tipo BFF da Fatinha. E as duas viviam se estranhando. Eu estava andando ultimamente com a Rita e com a Morgana, duas meninas da minha sala, que por sinal, eram tão inteligentes, que me dava até medo. Mais voltando ao assunto. Fatinha e Ju estavam tipo ''amigas de infância''. Uma não saia da casa da outra. Eram ''Fat e Ju'' para lá, ''Fat e Ju'' para cá. Ju e Gil estavam muito amigos. Muito amigos mesmo. Dava até pra dizer que a Fatinha segurava vela do namorado com a nova ''melhor amiga'' dela.
Não era só isso também não. A Fatinha vivia na casa da Ju, e ela com o Bruno também viraram amigos. Tão amigos que eu até desconfiava. Mas as coisas estavam normais. Só que dessa vez eu é quem estava mais próxima do Dinho. Ele estava sendo meu grande amigo neste tempo. Porém, a Fatinha nunca disse nada para ele sobre o que aconteceu para ser tão desconfiada...
Pov: Fatinha On.
Aqui estava eu em uma noite de sexta-feira tediante na casa da Ju. Novamente. Não que eu quisesse. O Gil estava lá também. Estávamos todos sentados a sala.
-E a Lia gente... Cadê ela? -perguntou Bruno. -Se até vocês duas se acertaram, por quê deixaram a Lia de lado?
-A Lia está no Misturama com o Dinho. Brigou com o Vitor, e é nisso que deu. -comentou Gil.
-Galerinha, eu vou até lá em baixo tomar um suco e depois vou voando pra minha casa. -disse me levantando rumo a porta.
-Fatinha, eu vou te acompanhar. Algum problema Gil? -perguntou Bruno simpático.
-Claro que não. Eu confio na Fatinha e em você também. -disse Gil.
Desci com o Bruno até o Misturama, mas não foi lá que eu entrei. O Bruno me puxou diretamente pra pracinha, fazendo-me sentar em um banco.
-Ai cara, o que foi em? -perguntei.
-Fatinha, me diz o que está acontecendo, por favor. -pediu.
-Como assim?
-O que você sabe sobre o Vitor, é a mesma coisa que eu sei, portanto Fatinha, eu estou te pedindo e implorando... Não perde a amizade da Lia por conta disso. Eu te prometo que o Vitor logo vai explicar essa história. -falou Bruno.
-Você sabe de alguma coisa? -perguntei.
-Ah algum tempo atrás, eu sai com o Vitor num passeio de garotos pra uma despedida de solteiro de um amigo dele em Brasília. O cara era muito gente boa. Só que nessa festa, tinham uns caras bem... Bem barras pesadas. E eu, Bruno Menezes acabei me colocando em uma das confusões, e joguei a culpa no Vitor. Depois daquele dia, os caras não saíram mais da cola dele. Por essas e outras, ele se mudou para cá. -contou.
-Então você já conhecia o Vitor? -perguntei curiosa.
-Sim, eu conhecia. E foi daí que ele se mudou pro Quadrante e começou num rolo com a Ju. Mais ou menos assim. -falou.
-E de que lugar você o conhecia? -perguntei.
-Ai já é demais Fatinha. Você não tem que saber de onde, quando, por quê, nem nada. Agora, por favor, pede desculpas pra Lia que você vai se dar bem. A não ser que queira se arrepender pro resto da vida. -falou Bruno.
-Não sei não Bruno... -disse em dúvidas.
-Fatinha, faz isso por mim... Por favor. -disse ele segurando minhas mãos. -Eu estou te dizendo. A Ju tem o que quer, e está fazendo você de brinquedo.
-O que me prende é que... Que eu não queria perder minha amizade com pessoas que eu comecei a... A gostar depois que eu comecei a ser amiga dela. Pessoas que eu nem tinha contato antes. -disse.
-Fatinha, você não precisa deixar de ser amiga dela. Simplesmente assim. A Ju vai continuar sendo a amiga perfeita do Gil, e você vai continuar sendo a minha melhor amiga. E eu não estou brincando. -disse Bruno olhando nos meus olhos.
-Nem eu. Você esta me... Me mudando. -admitiu. -Está fazendo eu sentir coisas que eu não sentia a muito tempo, e que eu disse que não sentiria. -disse ele se aproximando de mim.
E foi assim que eu fiz uma das coisas que vou me arrepender pro resto da minha vida. O Bruno me beijou. Isso mesmo. E pra piorar, quando eu vi, estava correspondendo intensamente.
Me separei dele assim que percebi a besteira que eu estava fazendo naquele momento. Se eu estava arrependida? Não sei... Mas com certeza era o primeiro cara sério que dava mole pra uma garota de má fama, que usa shortinhos curtos, e não tá nem ai para o que as pessoas pensam dela.
-Bruno... Eu... -disse me separando nervosa.
-Fatinha, não diz nada. A culpa foi minha. Eu tentei esse beijo. Eu estava tentando faz muito tempo. Eu sempre dei em cima de você, sem nem ser indiscreto. -disse Bruno também nervoso.
-Eu preciso pensar... Por favor, diz pro Gil que sei lá... Diz que eu não estava muito bem. -disse para depois sair correndo da pracinha.
Agora vai complicar...
Pov: Lia On.
A Fatinha chegou em casa desesperada, e nem quis saber de me falar o que ela tinha. Eu vou ter que falar com o Gil, pra dar um jeito de descobrir o que ela tem.
Estávamos jantando no momento, sem a Fatinha, é claro. A Ju, o Dinho e o Bruno também se encontravam na mesa.
-E então Lia, já falou com o seu pai sobre ficar no Brasil? -perguntou Ju, puxando assunto, o que me surpreendeu bastante.
-Não. Ainda não. -respondi. -Mas por quê o interesse? -perguntei.
-O interesse não é você, e sim o seu namorado né Lia? -disse Bruno ironicamente.
-ELE NÃO É O MEU NAMORADO BRUNO! -gritei.
-Gente, para com isso. -disse Gil. -Lia, a Fatinha não está bem mesmo? Isso aqui está uma delicia. -disse ele comendo.
-Você sabe muito bem que a Fatinha nem fala mais comigo direito, e tudo por conta da Juliana, que conseguiu o que ela queria desde que me conheceu. -disse já irritada.
-Eu já mudei o disco Lia. -comentou Ju, desprezível como sempre.
-Meio difícil de acreditar né? Mas tudo vem. Pelo que estou vendo, as coisas estão mudando descontroladamente, e eu é que estou ficando pra trás. Agora, se me dão licença... -disse me levantando.
-Lia... -disse Dinho me segurando. -Não faz isso.
-Eu faço o que eu quero Dinho. E eu te digo que não vou ficar aturando a chatice da Ju pro resto da minha vidinha meu amor. Até amanhã. Beijos! -disse saindo da mesa.
Na Manhã Seguinte...
Por incrível que pareça, acabei concordando de ir pra festa do Vitor com o Gil. Mais não estava com nem uma pontinha de vontade. Ou melhor, pelo contrario, eu estava com MUITA curiosidade para saber como seria o aniversario do Vitor.
-E ai Lia, partiu aniversario do Vitor mais tarde? -perguntou Fatinha.
-Não sei não Fatinha... -respondi desanimada.
-Não brinca não Lia. Eu sei que você está morrendo de vontade de ir. -falou ela rindo.
-Vontade de ir, ou de ver se ele vai ficar com outras garotas? -disse Ju, acompanhando Fatinha.
-Olha, eu não vou virar piadinha das duas amiguinhas mais frescas do Quadrante. E ainda comunico o Mathias. -ameacei.
-Calma! A Paty e eu não vamos falar mais nada. -prometeu Fatinha.
-Paty a sua cara né Fatinha? Quer saber, eu pelo menos da minha parte estou muito animada pra esse aniversario. Quero me acabar de tanto dançar, e mostrar pro Vitor, o que ele perdeu. -disse Ju.
-Pelo menos não sou eu que vou ficar ''rodada'', né? -disse.
-Lia, não faz mal a Paty falar isso se você não quer mais nada com o Vitor. -disse Fatinha.
Realmente, ela não estava normal. Até pelo jeito que ela falava do Vitor. Cara, eu estava mais que incomodada com essa situação. Meu Deus...
-Lia, será que eu posso falar com você? -pediu Vitor, se aproximando.
-Não sei não... É...
-Ela não vai. Justamente por quê eu preciso que ela me ajude com um livro da biblioteca. E só ela sabe onde fica. -disse Fatinha, me interrompendo.
-Fatinha! -repreendi.
-Fatinha, para de controlar a Lia. Eu tenho que falar com ela. E outra, para com essa implicância que eu nem sei de onde vem. Fala de uma vez, ao invés de ficar escondendo as coisas dos outros. -provocou Vitor.
-Você tem mesmo certeza de que quer que eu fale? Pois eu acho que no fundo, no fundo, mais bem no fundo, você não quer não. Mais se quer, deixa  ,EU falo, e eu não sei se vai sair com a mesma opinião de agora. Até por que se eu começar a falar, vou falar tudo o que eu sei. -disse Fatinha o confrontando.
-Amiga, vamos parar com essa história por favor? -disse Ju a puxando pela mão. -Vamos que eu te ajudo com o livro na biblioteca.
-Amigas? -perguntou Vitor assim que Ju saiu puxando Fatinha.
-Pra você ver como as coisas andam estranhas. Vitor, me conta o por quê da história da implicância. -pedi.
-Lia, eu não sei. Eu considero o que eu posso, mais não tem resultado. A Fatinha nunca teve confusões comigo. -falou Vitor nervoso. -Mais me explica o que é que está acontecendo. -falou tentando mudar de assunto.
Tive que explicar tudo o que esteve acontecendo, e ver que o Vitor estava realmente por fora da realidade. Ele quase matou o Dinho com o olhar, assim que soube da aproximação de nós dois.
-Então quer dizer que o meu ex casalzinho preferido está de volta? -perguntou Vitor ironicamente.
-Claro que não. O Dinho é só um amigo. -respondi.
-Eu também era só um amigo.
-Mais você é diferente. -falei.
-Diferente? -perguntou.
-Você intendeu. Era namorado da minha melhor amiga. Mais o que eu quero dizer é que logo ele volta pra Londres e me deixa pensar melhor. -disse.
-Hum... Bom mesmo. Mais mudando de assunto, você tem que vir pro meu aniversario mais tarde. Eu tenho que te apresentar uma pessoa que eu adoro, e que vai gostar de você. -falou ele.
-Não vou pra sua festa, pra ver você se pegando com um bando de periguetes. -disse já irritada.
-Para Lia. Se você se julgar periguete, não vai ser tão ruim. E eu vou cobrar o meu presente. -disse Vitor se aproximando de mim.
-Pois cobre. Só não tenho certeza que eu vou pagar realmente. -disse rindo. -Mais talvez eu apareça por lá, já que faço tanta falta.
-Convencida como você não existe. -disse ele.
-Não existe mais você adora.
-Com certeza. -admitiu.
O sinal bateu, interrompendo tudo o que estávamos falando. Fugi do Vitor para não ter que entrar com ele na sala, e espero que isso adiante.
Pov: Ju On.
Sai com a Fatinha aquela hora, e fomos direto para a sala. Depois de cinco aulas tediantes, chegou a hora da saída. Precisava falar urgentemente com ela.
-Olha aqui Fatinha, você ficou maluca né? Primeiro você proibi a Lia de namorar com o Vitor, e depois não deixa ela falar com ele? -disse incrédula.
-O nosso plano não era separa-los? -perguntou.
-É, mas quanto mais você deixar transparecer isso, mais difícil ficará. Tem que ser normal. Temos que ter uma amizade de verdade minha querida. -disse ironicamente.
-Tá bom Paty, mais eu não vou obedecer essas suas ordens pro resto da vida. Até por quê esse plano é meu. Disse Fatinha saindo irritada.
É... Seria difícil dar um jeito na Fatinha, mais ela não iria estragar a chance da minha vida, nem que me pagasse.
Pov: Vitor On.
Anoitece...
Cara, eu estou muito nervoso. Dezoito anos não é brincadeira não papai! Estava mais nervoso ainda com esse presentinho da Lia. E ela, ainda vai acabar gostando mais do dela, se tudo der certo.
-E ai Vitinho, beleza? -disse Ju chegando, como primeira convidada. -Parabéns em cara! -disse ela.
-Oi Ju! Que bom que veio. -disse sorrindo.
-Não com a posição que eu queria, mais posso ajudar com o que for preciso. É só me chamar. -ofereceu ela, simpática.
Todos, um a um, foram chegando, e começando a dançar, animados. Mais quer eu queria que chegasse, não chegava. Ela. A Lia! Finalmente olho para a porta, e vejo minha mãe, que havia vindo para o meu aniversario, entrando com a Lia.
-As duas garotas da minha vida reunidas! Muito bom! Só falta uma! -falei, deixando Lia ficar com as bochechas rosas.
-Vitor, não estamos namorando. -disse ela, sem graça.
-Mais você continua sendo a garota da minha vida.
-Vocês dois em... Lia, Lia... Não duvide do meu filho. -disse minha mãe rindo antes de sair.
Depois disso a minha festa começou. Claro que a Lia se divertia, assim como eu, não juntos, mais se divertia. Me incomodava ver o incomodo dela, ao ver Ju e Fatinha juntas.
Chegou a hora de algumas pessoas falarem ao microfone. Uma coisa clichê que a minha mãe fez eu fazer. Depois de tudo isso, chegou a minha vez, é claro.
-Boa noite galera! -disse subindo no palco. -Agradeço a todos que vieram aqui. Foi um grande presente pra mim, mais eu queria muito também, oferecer um presente. Lia, sobe aqui. -disse.
A Lia queria me matar, com certeza. Eu estava morrendo de rir. Mesmo contra vontade, ela subiu no palco.
-Eu ainda te pico em pedacinhos. -ameaçou.
-Eu estou esperando. -provoquei.
-Chato!
-Galera, galera! -disse fazendo todos se virarem. -Isso pode ser inusitado demais, ou careta, mais eu tenho que fazer isso antes que eu perda a garota da minha vida. -disse me ajoelhando na frente da Lia, e tirando do meu bolso, uma caixinha com dois anéis de compromisso.
-Não acredito. -disse Lia.
-Lia, desde a primeira vez que eu te vi, sabia que você era pra mim. Feita pra mim. Parte de mim. E se eu não fazer o que eu sei que tenho que fazer logo, vou acabar não fazendo. E o pior, perdendo a garota da minha vida. Eu não vou fazer O discurso, por quê isso só vai acontecer no dia que eu te pedir em casamento, mais... Lia, EU TE AMO.  -disse tirando um dos anéis de dentro da caixinha. -Lia Martins, aceita namorar comigo? -perguntei.
Lia me olhou, surpresa, sem acreditar no que estava acontecendo.
-Vitor, isso era um presente pra você. Mais acabou virando um presente pra mim também. E... Eu te amo. -disse ela sorrindo. -Isso ia ficar pra mais tarde, mais vai ser agora mesmo. -disse ela me puxando para um beijo de tirar o folego.
Essa era a melhor noite da minha vida, depois de outras noites que eu achei que não viveria nunca mais. Estávamos nos divertindo quando vejo uma das pessoas que além da Lia, eu estava esperando.
-Lia, vem comigo! -disse a puxando para perto dessa pessoa.
-Vitor! -repreendeu Lia.
-Lia, eu quero que conheça, a Luana, minha irmã! -disse chegando até Luana, minha irmã.
-Vitor!!! -disse Luana me abraçando.
-Oi Lu! Fico muito feliz em te ver aqui! -disse feliz. -Pena que você perdeu o melhor presente da minha vida.
-Que pena! -disse ela saindo do abraço. -Mais que presente?
-Esta é Lia. -disse apontando para Lia. -Minha namorada.
-Lia? Esperava conhecer primeiro a Juliana. -disse ela, que viu meu olhar de repreensão. -Mais seremos boas amigas não é Lia? Muito prazer.
-Sim seremos. E o prazer é todo meu. -disse Lia abraçando Luana.
-É uma pena que eu tenha perdido a melhor parte dessa festa... -disse Luana.
Dava pra ver a raiva nos olhos da Ju. Bom... A festa continuou até altas horas da madrugada, e as pessoas começaram a ir embora.
Lia e Luana estavam se dando muito bem. Estavam até virando amigas. Tive até medo de entrar no meio, de tanto que aquelas duas riam felizes. Amém! Morria de medo da Luana arrumar confusão com a minha namorada! Minha. Isso mesmo. E desta vez de mais ninguém.
Só estávamos eu e Lia, que me ajudava a terminar de arrumar as coisas do salão de festas. Saímos de lá, a mando de minha mãe, e seguimos para o meu apartamento, que no caso, ficava no andar de baixo. A Lia me ajudou com os milhões de presentes que eu tinha ganhado.
-Quanta coisa em? -disse colocando os presentes no chão da sala.
-Você não ganhou todos os seus presentes ainda... -disse Lia.
-Como? -perguntei.
-Falta o meu presente. -respondeu ela. -Ou você acha que o amor da minha vida faria aniversario e eu não me lembraria do presente dela? -disse ela se aproximando de mim.
-Achei que minha festa tivesse acabado... -disse sorrindo malicioso.
-Pode apostar meu amor... Seu aniversario não está nem começando...
É... Hoje promete!