Blood, Death And Vampires escrita por Estressada Além da Conta


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Estou triste com vocês! Cadê meus reviews? T^T



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Kid estava estático. Ela era parecida com a pessoa que jurara esquecer. Ela parecia com Yumi... Mas era diferente. Diferente de Yumi. Yumi era delicada, gentil, sempre tímida e bem educada. Aquela ruiva que acabara de lhe agradecer era irônica, tola, corajosa e um tanto escandalosa. Eustass fechou os punhos com força antes de se levantar e fazer seu caminho para o castelo.

Quem era aquela ruiva e por que parecia com sua falecida noiva?

Fazia já uma semana desde que vira aquela mulher de cabelo alaranjado. Kid não havia esquecido ainda as poças de chocolate e as palavras ariscas. Droga de memória. Ele andou até a grande biblioteca e uma imagem antiga surgiu por entre as prateleiras.

-... Yumi... – O nome saiu raspando por sua garganta.

- Kid-san, essas prateleiras estão cheias de pó! – A mulher de longos cabelos cor de laranja e vestido azul simples reclamou – Devia cuidar melhor de seus livros!

-... Yumi... – Sussurrou, deu alguns passos e ergueu a mão para tocá-la, mas ela se dissipou no ar. Eustass arregalou os olhos e ficou parado no lugar – Maldição... MALDIÇÃO! – Pegou um livro qualquer e o jogou com tudo em direção à janela, a estilhaçando.

Kid saiu de lá, batendo a porta com força, e andou, com passos rápidos, pesados e imperiais, fazendo seu quimono branco esvoaçar atrás de si. O chão gelado não castigava de modo algum os pés nus do ruivo com sua frieza, pois, afinal, o que é mais frio que um cadáver? Exatamente. Ele andou até uma parte do corredor e parou, fitando, por uma janela, o jardim completamente cinza e sem vida. Novamente, seu tormento resolveu aparecer.

- Kid-san! As margaridas estão florindo! Não é lindo? – E sorriu com infantil alegria.

- Suma! – Rosnou e a imagem sumiu na brisa. Continuou seu caminho, só parando em frente ao quarto de sua noiva. Pegou a maçaneta da porta, mas não teve forças para abri-la.

Vampiros não tem medo, você, meu amigo leitor, deve pensar, porém devo tirar-lhe essa doce ilusão, pois sim, isso é uma doce ilusão cuja existência o ruivo, um dia, desejara fervorosamente, e contar a verdade: Eles têm medos. E não de alguém mais forte ou da morte, afinal, já estão mortos e o que é mais forte que um vampiro? Não, o passado é o que os assombra.

- Kid-san, qual é o problema? – Yumi, de pé ao seu lado, questionou com a voz doce, delicada e tímida de sempre, com os olhos azuis brilhando com preocupação.

- Apenas deixe-me em paz... – Murmurou derrotado, fitando os olhos azuis passarem de preocupados para tristes e despontados.

- Você não merece a paz, Eustass Kid. E a paz não chegará a você por toda a eternidade. – A voz saiu fria e rude.

- SUMA, BRUXA AMALDIÇOADA! – Urrou e desferiu um soco no ar, tentando apagar a imagem. Esta apenas se borrou, para então tomar outra forma. Uma forma parecida com Yumi, mas dessa vez os olhos eram castanhos – Você...

- Além de vampiro é poeta nas horas vagas? – Ela comentou mordaz e sorriu travessa.

-... Você é um idiota, Eustass Kid... E seria péssimo manchar seu histórico de idiotices. – Disse para si mesmo e voltou a caminhar pelo corredor.

Praticamente corria. Saiu do castelo e passou a andar pelas ruas vazias perto do castelo, até chegar a um barzinho que havia ali. Subiu pelas paredes do lugar, quem visse pensaria estar vendo uma lagartixa branca gigante, até perto do telhado, onde havia uma janela que usou para entrar no estabelecimento. O teto era, na verdade, uma espécie de sótão abandonado, que ia só até uns dois metros, o que dava ao ruivo a visão perfeita de quase todo o bar. E então ele a viu com uma bandeja na mão, sorriso falso no rosto e usando um top amarelo com detalhes vermelhos e calça jeans. A mulher de cabelo laranja e olhos de chocolate.

- Chocolate? – Questionou debochado, não se preocupando com o volume da voz, pois o lugar era barulhento – Mais parecem duas poças de lama. Esse já foi um bar bom, agora nem bar mais é, não passa de um boteco imundo.

Baratie, esse era o nome do "boteco". Sanji, o garçom, ou cozinheiro, Eustass nunca sabia qual, andava por entre as mesas flertando com as moças, mas sempre voltava para paparicar a ruiva, que apenas o ignorava. Em certo momento, ela olhou exatamente para onde ele estava, como se sentisse sua presença. Kid paralisou e fixou os olhos cor de terra.

- Algum problema, Nami-san? – O garçom-cozinheiro de sobrancelha enrolada questionou.

- Não é nada, Sanji-kun. – Ele a ouviu responder e voltar a sorrir com falsidade.

O vampiro ficou lá por mais uma hora e meia, apenas observando aquela mulher peculiar. Nami, seu nome era Nami. Será que tinha sobrenome, ou era apenas Nami? Após esse tempo, o bar continuava um tanto cheio, porém ela já havia acabado. Pegou uma blusa, pois à noite esfriava, e a sua bolsa pequenina, se despediu das outras garotas, do loiro, e saiu, não sem antes lançar um olhar curioso para o teto, onde o sanguessuga a fitava.

- Até amanhã, minha amada Nami-swaaan! – Sanji exclamou com corações nos olhos.

- Até... – Nami respondeu e saiu de lá, sendo seguida pelo ruivo, que se ocultava em sombras e penumbras.

A rua estava completamente deserta, a lua estava alta no céu escuro e uma brisa insistia em brincar com os cabelos alaranjados. Nami andava com cautela. Havia se livrado de dois bandidos, não de todos. E ainda tinha a sensação de estar sendo seguida, observada. Ouviu o barulho de passos e parou. Três homens vinham caminhando em sua direção.

- Ora, ora, o que temos aqui? Se não é a gracinha de cabelinho laranja... – Um deles disse com malícia.

- Q... Quem diabos são vocês?

- Nós? Apenas aprendizes dos dois homens que foram cobrar sua dívida. – O do meio respondeu.

- E não voltaram. – O da esquerda completou – Queremos apenas uma resposta.

- Vão perguntar ao Oráculo e me deixem em paz, seus cretinos. – Nami mandou com desgosto. Precisava pensar em um jeito de fugir, nenhum vampiro ruivo iria aparecer do nada para salvá-la.

- Ora, não é que ela tem garras? – O primeiro que falou, da direita, sorriu debochado – Só queremos saber o que aconteceu com eles, gracinha.

- A gracinha aqui vai te socar se chama-la de "gracinha" novamente. – Ela retorquiu mal humorada.

- Escuta aqui, sua prostitutazinha barata, que você pensa que é para falar comigo assim? Por acaso sabe quem eu sou?

- Se eu soubesse, já teria te lançado uma macumba, retardado. E prostituta é...

- Nami, não desça tanto de nível. – Uma voz grave ecoou na escuridão. E ela a conhecia, assim como seu dono – E quanto a vocês, homenzinhos ridículos, cheguem perto dessa mulher e eu os mando para o inferno pessoalmente.

- Quem é você?

- Não faça perguntas quando não quer ouvir a resposta. – A voz entoou novamente, dessa vez mais próxima e mais perigosa.

- Escute aqui, sua bruxa! – Um deles berrou – Não sei que magia negra é essa que você usou, mas nós vamos voltar e pegar o que é nosso por direito!

- Tentem, se forem capazes. Sabe como é, a lua está no lugar perfeito para um magiazinha. – Ela comentou em tom de troça, erguendo a mão como se fosse lançar um raio dela – Querem testar?

- Maldita seja você e toda a sua família! – Eles exclamaram e começaram a correr com rapidez digna de uma lebre.

- Você tem algum problema comigo ou sai por aí de noite para tentar encontrar uma mulher em perigo? – Nami questionou para o nada, sabendo que ele a ouvia.

- É o justo, não? Eles estão indo atrás de você por minha causa.

- Pensei que o coração de um vampiro fosse como o gelo. E se fosse só por sua causa, até que estaria bom.

- Mulher, novamente, você está conversando com um vampiro sem medo. Por quê?

- Isso te intriga tanto? Porque se for, dou graças por nossos encontros terem sidos noturnos, pois seria constrangedor se você me visse tremendo de tanto medo.

- Sabia que eu posso te matar com um simples movimento?

- Eu sei, mas... Se fosse para me matar...

- O que? Está tremendo tanto que nem consegue falar?

- Se fosse para me matar, você o teria feito ainda na primeira vez em que nos encontramos.


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Notas finais do capítulo

Reviews?