Corri o mais rápido que pude para um local mais afastado do vilarejo. Me sentei ao chão e enchi minha mão de neve e coloquei no rosto.

“Lohane mantenha a calma!”

Eu repetia isso para mim mesma. Ser dona de um grande poder não é nada legal quando não se consegue manter a calma. Ouvi alguém se aproximar, mas não me mexi, sabia que era o professor.

— Porque você saiu correndo assim? – sua voz era baixa, provavelmente ele estava com raiva por eu ter saído correndo.

— Por favor, professor, agora não! – sussurrei ainda com a neve eu meu rosto. Ainda não estava totalmente calma, e discutir com ele não seria bom.

Por incrível que pareça ele ficou calado. Alguns minutos depois eu já tinha voltado ao meu normal. Estava calma e mais tranquila.

Levantei meu rosto e ele estava encostado em uma arvore me olhando, como se dissesse: “quero uma explicação!”.

— Eu não quero falar sobre isso. – suspirei.

— Por muito pouco você não matou ela.

— Eu não queria. – minha voz era baixa.

— Não foi o que pareceu. – apesar de ser insulto, sua voz não era a mesma, estava mais calma. Suspirei novamente e baixei meu rosto. Era verdade, eu queria ter matado ela.

Ele se aproximou de mim e levantou meu rosto. – Seus olhos...

— É eu sei, estão mais escuros. – virei meu rosto pra outra direção.

— O que aconteceu com você? – eu não queria falar desse assunto ainda mais com ele.

— O senhor ficaria com raiva se eu não respondesse? – perguntei olhando diretamente em seu olho. Ele assentiu levemente e falou.

— Vamos, já está na hora de voltarmos. – e em um gesto que jamais esperei dele, ele esticou o mão para me levantar. Meio receosa eu segurei sua mão e deixei que ele me puxasse.

— Obrigada! – falei um pouco tímida. Era a primeira vez que não nos dirigíamos com insultos.

Fizemos o caminho de volta ao castelo, e quando estávamos quase chegando, mais à frente iam os alunos. E em um grupo mais afastado reconheci o meu lindo moreno e sua turma.

— Professor será que eu posso acompanha-los? – eu tinha quase certeza que ele não deixaria, mas para minha surpresa ele permitiu. Abri um leve sorriso e corri em direção ao meu moreno.

Quando cheguei perto dele, pulei em suas costas e deu um beijo em sua bochecha.

— Olá meu gatinho! – desci de suas costas e falei com os outros. – Oi galera! – todos responderam e Harry passou o braço pela minha cintura.

Não sei por que mais me deu uma vontade de olhar para trás e ao fazer isso puder ver um Snape muito bravo me olhando. Rapidamente olhei pra frente, coisa boa não era. Vai entender aquele homem, uma hora ele tá de boa e logo em seguida está bufando.

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Foi apenas naquele pequeno momento durante o passeio a Hogsmeade que o Morcego velho foi legal comigo, pois depois que pisamos em Hogwarts, voltou a ser como era antes. Ele voltou a me chamar de garota Insolente e eu voltei a insulta-lo. E uma coisa que eu notei foi que toda vez que eu estava perto do Harry ele retirava pontos da Grifinória por motivos bestas. Porque toda essa rixa?

Estava eu certa noite indo para o salão principal, já bem atrasada quando em um corredor do segundo andar escuto uma conversa que me paralisa.

O corredor estava vazio todos os alunos deveriam estar no salão principal, exceto por duas pessoas que discutiam.

Eu me aproximei lentamente e fiquei escondida atrás de uma armadura.

— Severus quando você vai contar? – Dumbledore parecia cansado, como se já tivesse discutido aquilo.

— Eu já disse, ela não precisa saber. – o morcego estava bem irritado.

Minha curiosidade era grande. De quem eles estavam falando.

— Ela é sua filha! – o diretor falava com intensidade.

“Que? Severus Snape tem uma filha? Por essa eu não esperava”.

Fiz um “O” perfeito com a boca, Snape tem uma filha.

— E daí! – ele falava com desprezo.

Fiquei chocada duas vezes, Snape tem uma filha, mas a rejeitava. Que filho da P..., coitada da garota que é filha desse Idiota.

Se eu fiquei chocada duas vezes. Com o que eu ouvi depois eu paralisei.

— A Srta. Kendys é muito inteligente Severus, logo era irá descobrir que você é pai dela! Você negando ou não, ela se parece muito com você.

— Se isso depender de mim, ela não ficará sabendo.

Ouvir isso foi um golpe certeiro em minha barriga. Sem fazer nenhum barulho sai dali e corri para meu quarto. Eu precisava ficar só e pensar no que eu tinha acabado de ouvir.

“Não pode ser! Ele não! Não... Não... Não... Isso é mentira!”