Nono Capítulo: Falta de sorte

Trilha Sonora do Capítulo: Bonnie Tayler: Eclipse total of the heart

Pov Jacob

Acordei e fui tomar um bom banho, me sentia sujo tinha me refugiado por muito tempo naquela floresta. Coloquei minha melhor roupa, embora não tivesse muitas opções, Jeans azul, sapato marfim e uma camisa social branca, dobrei-a até os cotovelos para dar um ar mais jovial, arrepiei meus cabelos, fiz um lanche, escovei os dentes.

 Fazia hoje exatamente dois meses sem Leah, estava na fossa, e tinha que arrumar um meio de sair dela.

Sentia-me um caco de vidro por dentro, mais queria alguém que me aceitasse do meu jeito e que me reconstruísse.

Salvação esse era a palavra, e tinha que haver uma em algum lugar, afinal se eu fosse objeto de imprinting de Leah ela estaria aqui comigo, assim como Sam e Emily, Paul e Rachel e Quil e Claire.

Era difícil ficar perto das pessoas que tinha tido o imprinting, não importava o estágio em que elas estivessem isso me fazia mal e não iria me fazer esquecer a Leah. Na verdade eu não sabia se queria esquecê-la, eu a amava com todas as minhas forças e o mais difícil era aceitar que esse amor não era correspondido.

Olhei-me no espelho, eu estava bonito, bem arrumado poderia até assim dizer, mais infeliz e minha cara de desanimo assustaria qualquer um na rua. Coloquei um falso sorriso nos lábios, pequei meu carro para ir até Port Angeles, espairecer as ideias e quem sabe esquecer aquela que me faz tanto sofrer.

- Ei, Jacob – Quil acenava para mim da porta de sua casa.

- Oi, Quil – falei ao estacionar o carro para saber o que ele queria.

- Não precisa ir todo bonitão assim para a festa na fogueira Jacob, assim me sinto mal vestido – Quil tinha um largo sorriso nos lábios, ele estava de tênis, bermuda jeans e camisa regata.

- Festa na fogueira?! Não, Não irei para nenhuma festa na fogueira – não me lembrava dessa festa e muito menos queria estar junto de casaizinhos felizes.

- Jake você está bem estranho cara vamos lá, todos estão te esperando. Cadê aquele Jacob alegre e brincalhão? – Quil me deu uma tapa nas costas ao falar isso.

- Não estou afim, só isso, quero ficar sozinho – suspirei.

- Não está afim?! Então não o reconheço mais. Você era o primeiro a chegar às festas que fazíamos. Que desanimo é esse cara, você não tem andado bem de uns meses pra cá- disse num tom preocupado.

- Não é nada cara, não tem com o que se preocupar logo vai passar – cada palavra pronunciada saia sem força, agora nem para mentir eu servia mais, os meus olhos tristonhos logo me entregavam.

- Jake eu sei que alguma coisa te intriga cara, mais se você não quer se abrir, isso fica a cargo seu e qualquer coisa é só falar, você sabe que somos irmãos – Quil me olhava ansioso.

- Valeu Quil, pode deixar, sei que posso sempre contar com você, tu sabe que é meu irmão – dei um murro nos seus ombros e fui logo saindo de lá se não ia acabar desabafando.

Pov Leah

Suava frio, sentia borboletas no meu estômago, faltava só uma longa e sinuosa curva e já estaria em La Push.

Sinto um leve tremor no carro, mais não dou a mínima, já estava nas proximidades de casa e poderia consertá-lo depois. Jacob, Jacob, Jacob, era só isso que eu conseguia raciocinar no momento.

Num só solavanco, bato bruscamente com a cabeça no volante. Um som ensurdecedor em meus ouvidos, a carroceria arrastava no asfalto. Foi quando percebi que o pneu que havia trocado hoje de madrugada na estrada tinha simplesmente saído do eixo. Faltava pouco para capotar.

Temia pela minha vida, agora o carro estava totalmente de lado e descia rapidamente pela sinuosa estrada. Dois carros tiveram que desviar. Por frações de segundos eles não ser chocaram ao meu. Eu estava presa ao volante e ao sinto de segurança, eu não conseguia me mexer, estava desesperada, gritava por socorro, estava sangrando muito, minha vista começou a embaçar com as lágrimas que emanava.

Estava imprensada no banco, sentia muita dor no abdômen e na cabeça, não conseguia sentir mais as pernas, não ia demorar muito para que eu morresse sufocada pelo sinto de segurança. Então esperei a morte chegar e acabar com o todo meu sofrimento.

Pov Jacob

Saio de La Push sem ânimo nenhum depois da conversa com Quil, eu queria estar com eles, mais o momento não era oportuno.

Buzinava impacientemente para o carro a minha frente. O que este cara estava fazendo amarrando o trânsito assim? Comecei a falar impropérios para o motorista, este me retornou com um sinal nada bonito.

Isso já estava me estressando, nem conseguir sair de La Push eu conseguia, será que todos estavam contra mim?

Dez minutos haviam se passado e eu nem tinha conseguido passar pela primeira curva, será possível?

- Ei, seu filho da ... Anda com essa lata velha aí – reclamei furioso.

Parece que gritar alguns impropérios surtiu efeito, pois logo o trânsito começou a fluir não como eu queria mais estava melhor do que há dez minutos, pelo menos meu velocímetro tinha saído dos 50 quilômetros.

- Não, não, não... acredito nisso, que porra é essa? – olhava incrédulo para o que acontecia.

Avisto um carro vindo na minha direção, descendo loucamente a curva sinuosa, desviei rapidamente deste para que não batesse em mim.

Parei bruscamente o meu carro no acostamento, fiz o retorno e fui atrás deste com o fito de ajudar, alguma coisa eu teria que fazer por aquela ou aquelas pobres almas. Era desesperador ver aquele carro derrapando. Eu não podia deixar que aquilo continuasse, uma tragédia maior poderia acontecer.

- Merda para onde foi o carro, ele estava aqui há um minuto? – gritei.

O carro saiu da pista e começou a descer floresta a baixo. Ao perceber isso eu saio do carro, olhei para os lados e me transformei imediatamente. Eu sabia que o único meio de parar com aquilo seria usando as minhas forças, temia ser descoberto e sabia que não era meu dever, mais nunca ia negar ajuda a ninguém na vida, se eu pudesse fazê-lo.

Senti um leve aperto em no peito, fui impulsionado pelas emoções, quando deu por mim já tinha alcançado o veículo. Usando todas as minhas forças consegui diminuir a velocidade, mais sabia que isso não seria o suficiente de qualquer forma ia acabar colidindo com alguma árvore. Colocou-me a frente do mesmo fazendo força contrária para que parasse, já tinha visto em aquele carro em algum lugar só não me lembrava aonde.

O carro deixou um rastro destruidor atrás de mim, por sorte não bateu em nenhuma árvore até eu alcançá-lo e pará-lo.

- Ohhhhhh! DDDDeussss... SSSSSerá que ainda existe vida nessas pobres almas? - lamentava-me desesperado que não tivesse chegado a tempo de salvar as vítimas do acidente.

Muita fumaça saída do carro agora. Havia gasolina por toda parte e muito sangue também. Não podia esperar pelos bombeiros, em pouco tempo o carro explodiria. Usando uma das mãos consegui virar rapidamente o carro de lado, percebi que só tinha uma pessoa lá dentro, era uma garota e parecia ter mais ou menos 19 anos, ela estava de costas e tinha muito sangue por todo o seu corpo. Arranquei a porta do condutor, desamassando um pouco a lateral para retirar a garota.

Estava quase obtendo êxito, quando o pé dela prendeu em algo. Sabia que tinha que ser mais ágil caso contrário eu morreria também. Adentrei ao veículo localizando prontamente o sinto de segurança que estava enrolado em um dos pés, rasgueis com os dentes o mesmo e sai o mais rápido possível do carro.

Coloquei a garota nas costas e me transformei, corri o mais longe possível do local do acidente, antes que de ouvir uma forte explosão que fez com que o carro levante a quase duzentos metros no ar.

Sente-me aliviado por estar a salvo, eu podia estar morto nesse momento. Já no meio da floresta eu procurei um lugar apropriado para por a garota e chamar por socorro.