Sexto Capítulo: Desculpas para não me revelar

(Narrado por Leah Clearwater)

Jacob estava melhorando isso eu sabia por Seth, a única coisa que ele falava era disso em casa. Não existia outro assunto a não ser Jacob.

- Leah, Sam quer saber se você pode ficar no lugar de Jared hoje para fazer a ronda? – Seth perguntava.

- Seth diga a Sam que não vou poder ficar no lugar de ninguém, infelizmente, pois não estou me sentindo bem, coisas de mulher – respondi a Seth tentando passar a maior veracidade no que dizia.

- Coisas de mulher Leah, desde quando você tem essas coisas? – Seth me olhava desconfiado. - E que coisas...?

- Seth, deixa sua irmã em paz, isso é novo para ela você não sabe disso? Diga a Sam o que ela acabou de lhe responder e não faça mais perguntas está bem? Como única mulher na alcatéia Leah tem lá suas diferenças e demora um pouco para o corpo dela se adaptar - fui salva pelo gongo, minha mãe adentrou a sala interrompendo a pergunta de Seth.

- Leah você está bem querida? – minha mãe me indagou preocupada.

- Sim, só estou naqueles dias sabe, ainda não entendo o porquê isso acontece comigo já que você tinha me falado que nunca mais eu ter que me preocupar com esses problemas todo mês, que a minha imortalidade e poder de cura iam se revelar mais rápido em meu corpo – menti descaradamente, fiz cara de santa tentando não me entregar, dando a ela o meu olhar de tristeza.

- Filha, nós não sabemos o que pode acontecer com o seu corpo, isso é novo para mim também, você é a primeira mulher loba da tribo dos Quileutes. Vou falar com Sam e pedir para te dispensar dos seus afazeres por um mês, até tudo melhorar – minha mãe me abraçou e me deu um beijo na testa. - Agora vá para o seu quarto que vou lhe preparar um chá que é ótimo para essas coisas – ela abriu um sorriso para mim e me deu outro beijo na testa.

Minha mãe tinha acreditado na minha versão, isso era bom, ela até ia falar com Sam por mim, isso era melhor ainda. Um mês sem ser loba, um mês sem ter que revelar meus pensamentos para a alcatéia, um mês longe de Jacob.

Jacob, Jacob, Jacob, eu não conseguia tirá-lo dos meus pensamentos, até sonhar eu já havia sonhado com ele.

- Ele está cada vez melhor Leah e graças a você ele irá ficar só mais alguns dias na cama - Seth falava me culpado. Sentia-me confusa, toda vez que Seth voltava de uma ronda, eu perguntava sobre Jacob ele sempre me alfinetava, eu já estava me acostumando com isso.

Já vai ser liberado, essa era a minha oportunidade de encontrá-lo e pedir desculpas de tirar esse peso das minhas costas.

Não demorou muito para que Seth chegasse com a notícia de que Jacob ia sair pela primeira vez de casa, e que eles estavam programando uma festa da fogueira na qual não fui chamada para ele.

Sai de casa o mais rápido que pude até a casa de Jacob, eu teria que encontrá-lo antes que todos o viessem buscar e falar tudo, me desculpar enfim colocar os pingos nos is e os traços nos ts.

Sua casa estava vazia parecia não haver ninguém lá dentro, foi quando me deparei com aquela caminhonete velha vermelha da Bella, será que essa garota tinha que estragar todos os meus planos.

A raiva corria pelas minhas veias, eu queria matar a Bella, desaparecer com ela, ela tinha que estar sempre com Jacob, já não bastava ter aquele sanguessuga do Edward ao seu lado, ela tinha que ter o Jacob também.

Mas o que mais me estressava era o fato dele dizer amar, “amar”, uma adoradora de sanguessuga. Eu odiava a Bella do fundo do meu coração.

Maldita hora que aquela garota foi aparecer na vida do Jacob. Antes de me tornar loba, eu nem me importava com a existência dele e muito menos dela, mas depois tudo mudou. Eu tinha que cumprir meu destino como loba e ele tinha que cumprir o dele como segundo chefe da alcatéia. E não ficar perdendo tempo com alguém que só o fazia ficar magoado que brincava com seus sentimentos a todo tempo.

Meus planos foram novamente por água abaixo, tudo por causa de Bella. Ciúme, é eu sentia ciúmes de Jacob e inveja de Bella, era isso que eu escondia de todos e até de minha mãe que sempre foi minha melhor amiga, eu estava sentindo algo novo que me deixava feliz e ao mesmo tempo triste.

Eu estava gostando de Jacob, e isso não era nada bom, por que ele amava Bella e seu coração já pertencia a ela. Fui para casa descansar um pouco para por meu coração em ordem e trancar na gaveta todo o meu sentimento para não revelar a todos o que estava se passando comigo.

Arrogante e fria, assim que eu era e assim que eu tinha que ser. Com medo de revelar meus sentimentos, coloquei uma mascara de arrogância e fui fazer a ronda, pois era o meu dia.

- Você não estava passando mal? - Sam estranhou minha chegada, minha mãe havia falado com ele não fazia nem duas semanas.

- É eu estava mais agora me sinto muito bem, já posso voltar a fazer esse serviçinho chato – dei de ombros para o seu questionamento e sua cara de surpresa, fui a mais arrogante que pude isso iria evitar que ele tentasse ler meus pensamentos.

- Então tudo bem, faça a ronda do lado leste de La Push e quando o sol nascer Embry irá lhe cobrir e você poderá ir pra casa, qualquer anormalidade contate o lobo mais próximo - as palavras saiam com discriminação de sua boca, ele nunca se sentiu bem por eu fazer parte da alcatéia e sempre me tratava como um homem, para ele não existiam diferenças.

Jacob era o único que me tratava diferente, eu era uma Loba. E ele me tratava assim. Respeitava-me e na maioria das vezes entendia minhas lamentações. Ele era mais que um amigo. Mais ele era inatingível, sua inteligência, bravura e autocontrole, superava a todos. A cada dia que se passava aumentava a minha admiração por Jacob.

Eu me permitia a pensar nele somente quando não estava transformada. Assim eu me sentia em paz com meus sentimentos e pensamentos.

Isso me corroia por dentro, como um bichinho mau. Arrancava cada pedaço do meu corpo a cada minuto que eu me permitia pensar em Jacob.

Haviam feridas pelo meu corpo, mas somente eu podia vê-las. Eu era culpada por tudo isso estar acontecendo. Amar alguém que nem sabia que eu existia que me trata como irmã. Eu vivia o inferno dentro do inferno.

Dizem que o amor nos visita quando menos esperamos... É a mais pura verdade. Jacob entrou na minha vida quando eu sentia que o amor nada mais tinha a oferecer-me. Desilusão atrás de desilusão! Ele chegou e a sua ternura, paixão e carinho me devolveram ao caminho da fé, da esperança e do amor. Eu estava feliz e em paz: pois estava amando!

Era assim que eu me sentia em paz, embora eu não transparecesse isso para ninguém, mais eu já tinha mudado e era questão de tempo para que fosse revelado a todos. A Leah doce, meiga, feliz, radiante e bondosa havia ressurgido das cinzas assim como a Fênix.