Quinto Capítulo: Contando a minha história!

(Narrado por Leah Clearwater)

Houve um momento na minha pacata vida em que acreditei que tudo não passava de um pesadelo. Pesadelo este, que só aumentava a cada dia. Perdi meu amor, minha vida. Este roubado por Emily. Sam aquele na qual fui perdidamente apaixonada, agora fazia parte do passado. Amei-o um dia com esse amor passageiro que nasce na fantasia e não chega ao coração.

Coração este que já não fazia parte de mim, que eu não tinha mais. Ele estava tão destruído, tão doente que eu nem o sentia mais bater.

A minha existência neste mundo, era só passageira. Sentia-me um zumbi, só tinha alma sem sentimentos. De doce e delicada passei a arrogante e fria.

Meu esmorecimento era visível por todos. Pena, era um sentimento que eu não queria que sentissem por mim, mais era o que eu via nos olhos de todos aqueles que me rodeavam.

No começo tudo era novo, estranho e particularmente chato. Eu loba, a única mulher, entre seis homens. A primeira mulher loba da tribo dos Quileutes, uma aberração. Isso que eu era. O meu destino estava traçado, não por mim, mas pelo meu DNA. DNA... Maldito DNA esse meu, maldita descendência e maldita hora que Deus achou de me por no mundo e justo em uma família de lobos. Um destino que eu não queria, e nunca desejaria para ninguém. Mas que eu era obrigada a cumprir por amor aos meus pais.

Eu era orgulhosa e nunca deixava nada barato. Ou eu saia da alcatéia por bem, ou eu saia por mal. Então comecei a atormentar a todos com os meus sofrimentos.

Isso não deu muito certo. E só fez aumentar o buraco que havia em meu peito.

Foi quando parei de pensar só em mim, e pensar um pouco nos outros e no quanto eu fui egoísta. Eles já estavam até aceitando minha presença junto a eles. Minhas habilidades, tanto de luta quanto de corrida eram melhores do que de alguns. E a cada novo dia eu ganhava mais respeito.

Tudo parecia normal... Eu estava até aceitando a trancos e barrancos o fato de ser uma loba, de nunca envelhecer, de nunca menstruar, de nunca poder ter filhos, de não ter mais privacidade tanto com meus pensamentos e sentimentos, de nunca poder ir para a faculdade e de não ter tido nunca um imprinting.

Tudo era normal, como sempre foi na minha vida. Um desastre. Tudo sempre dava errado, e eu nunca ajudava também para que nada desse certo.

Então o destino achou de brincar de novo comigo. Como sempre ele fazia.

Na batalha contra os vampiros recém-nascidos tudo ia bem... Admito até fiquei feliz por todos os outros. Depois de tudo que aconteceu comigo, eu passei a ser muito pessimista e isso me levava a fazer coisas absurdas. Estávamos ganhando e ninguém tinha dado baixa, isso era bom. Éramos poucos em relação a eles, mais nossas habilidades eram sem dúvida melhores. Eu abati uns cinco, quase seis, quando numa fração de segundos, um recém-nascido quase me pegou, por impulso sai da frente, foi quando Jacob apareceu. Ele Apareceu na hora errada, eu tinha escutado Quil pedir para ele vir me ajudar, eu não precisava de ajuda, muito menos do Jacob.

Então no momento em que eu saio da frente do recém-nascido, Jacob aparece. Quando isso aconteceu, isso me doeu até os ossos. Eu sabia o que ia acontecer a seguir, ia acontecer comigo se eu não tivesse tomado tal atitude. O recém-nascido agarrou Jacob com tanta força, que eu pude sentir e ouvir seus ossos se quebrar.

No mesmo instante eu pulei em cima do recém-nascido, mordi seu pescoço e consegui matá-lo. Se eu não fosse rápida Jacob estaria morto. E isso eu não podia deixar acontecer.

Não deixaria isto acontecer com ninguém, muito menos com ele. Por sorte consegui acabar com o tal vampiro, antes que ele acabasse com a vida de Jacob.

Jacob foi levado às pressas para casa de Carlisle, o médico vampiro foi chamado para cuidar dele. A situação de Jacob estava pior do que nós esperávamos, Seth havia me dito que Carlisle estava com dificuldades pára colocar todos os ossos de Jacob no lugar e que todas as vezes que ele achava que tudo corria bem, algo de novo acontecia e Jacob tinha que ser sedado mais uma vez e começar tudo do zero.

Quando a situação de Jacob já estava melhor e Carlisle já tinha liberado ele para visitas, sai correndo de minha casa e fui visitá-lo. A culpa fazia parte da minha consciência e tira - lá de mim ia ser mais difícil do que eu imaginava, pois toda a alcatéia me culpava por Jacob esta em uma cama.  Quando cheguei lá, Billy me atendeu e disse que fazia uma hora que Jacob tinha acordado e que eu teria que esperar um pouco para falar com ele, pois Bella estava em seu quarto lhe fazendo uma visita.

Foi como se abrisse uma cratera sobre meus pés e lentamente eu escorregava, e mais e mais eu desaparecia na imensa escuridão deste profundo e sem fim buraco.

Eu estava triste por Jacob estar em uma cama por causa de mim e estava com ciúmes por Bella estar com ele. Eu queria estar com ele quando fosse liberado para visitas, eu queria que ele me perdoasse e que me entendesse.

Billy me olhou por um minuto sem nada entender a expressão no meu olhar, eu o olhei e virei às costas e sai sem nada dizer.

Senti uma forte tristeza em meu coração, não sabia o que estava acontecendo comigo, eu queria estar com Jacob e sentia grande inveja da Bella naquele momento. Eu queria o seu perdão, queria tirar os pesos das minhas costas, pesos esses sempre colocados sejam por mim ou pelos outros, pois eu sempre estava levando a culpa de tudo o que acontecia.

Fui andar pela floresta como sempre eu fazia para refrescar as idéias.