Décimo Oitavo Capítulo: Pedindo ajuda ao inimigo!

Pov Jacob

Eu estava perdido, literalmente perdido!

A mulher que eu amava estava desacordada, cheia de sangue e talvez até morta. Eu queria um motivo plausível para todos do bando e da aldeia não acreditar no meu imprinting pela Leah.

Afinal eles sabem diferenciar uma simples atração de uma impressão!

Desorientado pelo medo eu cheguei, onde eu queria chegar. Estava a passos do território dos Cullen e só lá eu encontraria a ajuda para o que eu precisava.

Hospital nenhum ia receber Leah do jeito que estava, e arriscar toda a tribo era perigoso demais. Embora por mim fosse irrelevante, já que todos me tratavam como um sem sentimentos e destruidor de corações.

Onde já se viu destruidor de corações, justo eu que nunca fiz nada a ninguém. Mas a maioria pensava que eu só queria usar Leah, e quando me cansasse a largaria. Mas não era assim e eu provaria o contrário!

Nenhum sinal dos Cullen no lado deles de Forks, só Deus sabe o quanto eu estava lutando contra os meus princípios para estar ali. Continuei correndo a procura de alguém, talvez eles tivessem caçando, caso contrário eu teria que ir a casa deles. E lá eram seis contra um, já que Bella e Edward estavam viajando em lua de mel.

Só que eu não queria briga, e muito menos a minha pretensão era entrar em território alheio e proclamar uma guerra sem sentido. Eu queria ajuda, do inimigo, mas queria.

Parei farejando e senti o cheiro de um deles. Não era dos melhores, na verdade era bem fedido! Mas me pouparia tempo de ir até a mansão.

- O que faz aqui cachorro? – bom nem preciso dizer que era a diaba loira da Rosalie.

Voltei a minha forma humana e disse:

- Procuro Carlisle! – fui direto. Rosalie me olhou enojado e depois virou o rosto, foi ai que percebi que estava nu, mesmo porque minha bermuda jeans havia sido deixada em algum lugar quando brigava com Sam.

- Vocês são realmente nojentos! – comentou me olhando novamente. Bom se eu era nojento por que ela não parava de me olhar?Sério?!Isso já estava me deixando constrangido!

Rosalie era uma vampira bonita, só que era vampira, fedia, achava-se a mais linda do mundo e era chata pra caralh*!

Conclusão: Rosalie Hale era uma loira desalmada!

- Eu só estou aqui por que quero falar com Carlisle!

- Você invadiu nosso território para falar com Carlisle?Não tem telefone não cachorro e pelo visto também não tem medo de morrer? – ela já estava em posição de ataque.

Sinceramente não estava a fim de bater em mulher não, mesmo porque não é do meio feitio, mas aquela loira já estava pedindo umas porradas não é de hoje!

- Rose! – Alice juntou-se a nós entrando no meio. – Tudo bem ele veio na paz!

E por qual outro motivo eu viria?Que me lembre não sou suicida!

- Como você sabe?

- Eu previ! – respondeu ela.

Previu?Como assim?Alice não podia ver nada relacionado aos lobos.

- Você não pode ver nada relacionado a esses pulguentos, Alice! – como Rosalie era amorosa sabe?O tipo de pessoa boa para afogar na piscina até a eternidade!

- O que você viu Alice? – perguntei ignorando a loira oxigenada.

- Leah!Ela está mal e não acho que...

- Não acha o que Alice? – eu já estava desesperado.

- Leah não quer mais ser loba Jake e acho que Carlisle não vai poder fazer muita coisa já que ela está quase...

- Não?!Leah vai ficar bem! – gritei.

- Jake só ela pode se regenerar, o Carlisle vai ajudar com medicamentos e outras coisas, mas isso depende dela. E eu só consigo ver o seu futuro, porque ela quase não é mais loba é como se o espírito dela estivesse desistindo de ficar no seu corpo – comentou Alice com o olhar desfocado.

Onde Alice estava querendo chegar com aquela história toda de espírito?Agora ela era mãe de santo de algum centro?

- Alice o que isso quer dizer? – eu não conseguia pensar, sabendo que Leah estava mal.

- Jake eu não sei – legal!Essa daí é cartomante de esquina mesmo!

- Você dá sorte cachorro dela ter visto alguma coisa! – ralhou a Barbie de camelô. – Quem sabe esse espírito ai não cansou da chata da Leah e resolveu se mandar... Sabe, eu não agüentaria ficar no corpo daquela cadela não!

- Rosalie! – reclamou Alice com ela me olhando com pena.

- Sabe que a Paris Hilton Mexicana tem razão? – perguntei sem esperar resposta. – As lendas Quileutes falam dos guerreiros que saiam dos seus corpos e vagavam na terra em forma de espíritos. Eles faziam isso para proteger sua tribo e suas terras, muitos lutavam contra seus inimigos, mesmo estando em número menor.

- Legal... aula de história agora cachorro? – ah mulher nojenta!Essa ai nasceu com o olho junto, vou te contar!

- Embora você não tenha neurônios sua loira dos infernos... – gritei em alto e bom som. – O tico e teco que ainda permite viver em sua companhia me ajudaram muito e mais a Leah não é cadela, por que não é da sua turma – vi Alice rir. Sério?!Alice riu da Rosalie?

- Alice? – reclamou Rosalie.

- Ah foi inevitável, essa foi boa – se pudesse Alice ficaria vermelha de tanto rir.

- Valeu Alice pela ajuda! – agradeci. - E Rosalie... – encarei bem aquela diaba. - Vai tirar o atraso – ralhei irritado. – Por que você está azeda e o Emmett não vai gostar de saber que estavas admirando o meu material!

- Tudo bem Jake! – ouvi Alice gritar, mas eu já estava muito longe. O bom de ser um lobo era isso, eu podia escutar os sons a quilômetros!

- Vai se ferrar pulguento! – essa ai era Rosalie.

Eu corria tão rápido que se as árvores tivessem radares de velocidade, certamente eu seria multado. Cheguei à casa de Leah e todos estavam lá. Não era de se imaginar o contrário.

Seth veio logo à porta me atender para evitar assim um possível desentendimento.

- Leah tá lá em cima – disse ele me olhado, foi ai que notei que estava nu. Merda!Ser um lobo é muito incomodo às vezes! – Vem Jake vou arrumar algo para você vestir – olhei em volta e só vi homens, inclusive o meu pai que me olhava com um misto de pena e arrependimento. E esse último eu não entendia. Ele foi o primeiro a dizer-me que fui um tolo ao não perceber a impressão por Leah, mas depois que notícia se espalhou pela aldeia e que todos me hostilizaram por alegar ter uma impressão com um membro do bando, ele não foi capaz de vir a minha defesa uma única vez. Eu estava muito magoado e decepcionado com ele.

Vesti a bermuda que Seth me emprestou, na certa era do Harry porque se fosse de Seth não entraria mim e rumei para o quarto de Leah. Sue estava ao seu lado, chorando em silêncio. E por mais que eu estivesse também magoado com esta, foi inevitável não sentir empatia por sua dor.

Dor esta que me abraçava tão forte que eu podia sentir a correntes sangrando-me. Eu só queria saber quando teria a minha paz?Quando desfrutaria do amor da mulher que amava? E quando seria feliz?

Mas a cada passo que eu dava a felicidade mais se afastava, era como achar agulha no palheiro. Ela está lá, mas o difícil era encontrar!

Aproximei-me de Leah que estava deitada na cama e Sue me fitou com os olhos marejados pela dor.

- Faça alguma coisa por ela Jake – implorava aos sussurros. – Minha filha não pode morrer! – agora o tom da sua voz era mais firme.

- Ela não vai morrer Sue, eu não vou deixar que isso aconteça – as palavras saiam da minha boca, feito pedras, duras, concretas, mas eu tinha dúvidas quanto à saúde de Leah.

Sue que me fitava ainda, enxugou as lágrimas que caiam desordenadamente por sua face e forçou um sorriso.

- Eu sinto muito – disse ela antes de sair quase gritando do quarto.

Seth ainda estava lá num canto, quase tinha me esquecido da presença dele no quarto.

- Jake o que você vai fazer?

- Vou elevar meu grau de alfa! – fui incisivo.

- Hã?! – Seth pareceu não entender.

- Leah não quer ser mais uma de nós – olhei tristemente para Leah na cama, agora sem sangue, já que alguém a devia ter limpado. Mas eu sentia os seus batimentos cardíacos tão fracos, que a previsão era que eles parassem logo. – Eu vou convencer ao espírito dela a voltar para seu corpo – comentei sem ao menos saber se o que falava era certo.

Esse tipo de experiência extracorpórea era usado por Taha Aki. Muito conhecido por sua sabedoria e por ser um homem de paz, primeiro alfa dos Quileutes, que ficou posteriormente conhecido por “Grande Espírito Guerreiro.”

Os guerreiros na sua forma de espíritos podiam ouvir os pensamentos uns dos outros e assim proteger a aldeia, mulheres e crianças.

- Mas você não sabe se isso dará certo! – informou Seth assustado.

- Você tem razão! Eu não sei, mas se eu não tentar Leah morre! – respondi.

- Como você vai fazer seu espírito sair do seu corpo? E se o seu espírito ficar preso e você não conseguir voltar? E seu corpo Jake...

- Seth – o interrompi. – Eu vou tentar porque não vou suportar vê-la morrer. Se eu posso fazer algo, eu farei. Só peço que não deixe ninguém entrar. A essa altura já devem ter escutado o que pretendo fazer e se for para um bem maior eu morrerei – fitei Leah desacordada na cama.

Sentei na cama onde Leah estava e coloquei com cuidado sua cabeça no meu colo. Segurei uma de suas mãos fortemente e me concentrei. Não deveria ser difícil forçar meu espírito a sair do meu corpo. Meus ancestrais faziam isso!Por que eu não conseguiria?

Fim do Décimo Oitavo Capítulo.