A chuva caia cada vez mais forte, e eu ainda estava chorando.

-Nessie, o que aconteceu? -Demetri pediu me afastando dele para me olhar. Não posso falar a verdade para ele. Já pensou: “Demetri eu li seus pensamentos, senti tudo que você sentiu. E eu estou confusa, pois não sei se estou gostando de você ou se é apenas uma confusão.” Não posso falar isso para ele.

-Não… é… na… nada… Demetri. -Falei entre os soluços.

-Como não é nada? Você está soluçando de tanto chorar. -Ele falou com os olhos cheios de agonia.

-Não é uma coisa que eu possa falar com você. Esse é o tipo de coisa que ninguém pode saber. -Falei parando de soluçar.

-Tudo bem então, vamos sair da chuva. -Ele falou e nós entramos. Eu fui para meu quarto, tomei um banho, me vesti e fui deitar um pouco na cama. Eu estava exausta. Então houve uma batida na porta do quarto. Levantei-me e fui em direção da porta, abri a porta e me dei de cara com Demetri. Ele deu um passo para trás, aumentando a distancia entre nós.

-Aro está te chamando Nessie. -Eu assenti e sai do quarto fechando a porta atrás de mim. Eu e Demetri descemos as escadas lado a lado. Chegamos à sala principal. Mas Aro não estava lá, apenas Caius e Marcus.

-Um minuto Nessie, Aro logo vira! -Felix falou sorrindo malicioso e olhando para minhas pernas a mostra.

-Renesmee, Felix! -Falei mostrando os dentes para ele. Ele riu.

-Poderia saber por que Demetri pode lhe chamar de Nessie? -Felix pediu dando um passo chegando mais perto de mim. Droga! Esse pessoal ta gostando de me por entre paredes, pedindo sobre mim e Demetri.

-Apenas amigos ou família podem me chamar de Nessie, Felix. -Falei olhando para o lado. E ele riu mais uma vez. Ele esta me dando nos nervos. Olhei para ele vendo tudo vermelho, rosnei para ele, e ele fez o mesmo para mim. Nós dois ficamos em posição de ataque. Senti uma das mãos de Demetri na minha e outra em meu ombro. Relaxei imediatamente, e Felix continuou em posição de ataque. Demetri rosnou e Felix relaxou também.

-Que foi Demetri? Vai defender ela? -Felix pediu se colocando em posição de ataque novamente, só que dessa vez na frente de Demetri. Demetri tirou as mãos de mim e ficou em posição de ataque também. Ah droga! Eu não quero ver o Demetri e o Felix brigando. Coloquei-me entre Felix e Demetri. De costas para Demetri e de frente para Felix.

-Fiquei longe de nós, Felix! -Rosnei para ele. Ele saiu da posição de ataque e bufou.

-Isso, via, protege o Demetri. E quando você não estiver aqui, quem vai protegê-lo? -Ele pediu com um sorriso debochado no rosto.

-Eu vou Felix. -Jane falou se colocando ao meu lado.

-Ah só que me faltava. Agora não são mais as jóias do Aro, são as jóias do Demetri. -Eu e Jane rosnamos para ele.

-Basta! -Aro falou entrando na sala. Nós todos relaxamos, Felix se virou, Demetri veio até meu lado e pegou minha mão direita. E para minha surpresa, Jane pegou minha mão esquerda. Olhei para ela, ela sorriu para mim e eu sorri para ela.

-Renesmee, tenho uma boa noticia para você querida. Vejo que você está seguindo tudo que peço para você, que está até fazendo amizade com minha querida Jane. Coisa que sua família nunca conseguiu fazer. Portanto, você poderá voltar para casa. Mas, tem uma condição: Quando eu pedir para você me fazer algum favor, você deverá fazer. Estamos entendidos? -Quando Aro terminou, um sorriso foi crescendo em meu rosto.

-Claro Aro! E muito obrigada. Muito mesmo. -Aro sorriu.

-Aro, seria pedir muito para Jane, Demetri e Alec virem comigo até o aeroporto? -Pedi dando um sorriso angelical, Aro riu.

-Claro que eles podem ir com você. -Botei o capuz.

-Tchau para os demais! -Falei indo em direção a porta, escutando vários “tchau” baixinho. Logo senti que estava acompanhada por três vampiros, Alec, Jane e Demetri.

Chegamos ao aeroporto e fomos para um lugar coberto, onde não tem sol. Nós tiramos os capuzes, Jane veio até mim e me abraçou dizendo:

-Acho que vou sentir sua falta. Venha nos visitar.

-Claro Jane. -Alec se aproximou me abraçou e me deu um beijo na bochecha.

-Se cuida. -Ele falou e foi ao lado de Jane. Jane pegou a mão dele.

-Vem Alec. -Jane falou puxando ele para longe.

-Mas…

-Mas, nada Alec. -Jane falou ainda puxando ele. Olhei para Demetri, e sorri para ele. Ele sorriu de volta e chegou mais perto de mim.

-Vou sentir sua falta. -Ele falou acariciando minha bochecha com as costas da mão. Senti meus olhos se encherem de lagrimas. Peguei a mão dele que passeava pelo meu rosto e entrelacei nossos dedos.

-Também vou sentir sua falta Demetri. -Ele chegou mais perto.

-Posso? -Ele pediu olhando para meus lábios. Como ele é gentil, se fosse outro teria me agarrado. Então eu fechei a distancia entre nossos rostos. Meus braços pareciam ter ganhado vida própria, subiram para o pescoço dele, e as mãos dele desceram delicadamente até minha cintura. Agarrei o cabelo dele o puxando para mais perto. E então nesse momento percebi que meu maior medo estava aqui: Eu o amava, o amei desde o principio, desde que pude o conhecer melhor. Nosso beijo era urgente, como se fosse o primeiro e ultimo! Seus lábios eram macios e suas mãos delicadas em minha cintura. Então escutei a ultima chamada para meu vôo. Terminamos nosso beijo com um selinho. Eu o abracei e percebi que eu estava chorando.

-Eu te amo! -Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse. Dei mais um beijo nele. Com medo de que se eu dissesse que o amava, ele visse minha incerteza nas palavras. Separei-me dele e fui até a fila. Entreguei meu passaporte e embarquei no avião.

Eu estava confusa, como nunca tinha estado antes. Meu coração palpitava e minha respiração falhava. Eu sentia como se estivesse entre dois precipícios. Entre o fogo e a água. Entre a lança e a espada.

Então senti um cheiro que fez inconscientemente meus lábios recuarem sobre os dentes e um rosnado se formar em meu peito. Reprimi meu rosnado e me forcei a juntar os lábios. Então uma figura monstruosa entrou no avião.

Senti os pelos de meus braços se eriçarem, e meu corpo ficar tenso. Ele era enorme, maior que Felix, maior que Tio Emm, ele tinha uma cicatriz enorme no rosto, seu cabelo vinha até os ombros, seus olhos tinham apenas raiva. Ele veio até meu lado e se sentou, olhei pela pequena janela do avião, senti que o desconhecido homem se aproximava de mim.

-Eu sei quem, e o que é você. E sugiro que se cuide.