I Never Gave Up On You escrita por Ginnie


Capítulo 9
O que eu também não entendo


Notas iniciais do capítulo

EU TO FAZENDO ISSO CORRENDO, TENHO QUE IR DORMIR, PRIMEIRO DIA DE AULA (NÃOOOOOOOOOOOOOOO)
MAS EU AMO VOCÊS E ESTOU POSTANDO DE NOVO.
Capítulo dedicado para as duas lindas que recomendaram, Lu Herondale e Ash Summers.
ALIÁS RECOMENDEM, PESSOAS, PORQUE EU FAÇO VÁRIOS EXERCÍCIOS AERÓBICOS NO PROCESSO. E vocês querem que eu seja saudável, né?
Nos vemos lá em baixo.



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Pra que você possa entender o que eu também não entendo.

POV Nico

Acordei com uma sensação esquisita, como se estivesse faltando algo ao meu redor. Como se há pouco tempo tivesse visitado o paraíso e agora só restassem lembranças. Que porra de viadagem é essa, Nico? Você deve ainda estar meio sonhando. Ou alguém te deu flor de lótus enquanto dormia. Será que é isso?

Não. Já comi muita flor de lótus na vida de festeiro, e me sentia leve e feliz demais enquanto usava. Agora, no entanto, estava plenamente consciente da gravidade e o caralho a quatro.

Finalmente, depois de muita enrolação, me obrigo a abrir os olhos. Ao meu lado, um pequeno bilhete rabiscado. O pego e reconheço a letra inclinada e forte de Demi.

“Caro Nico/ Di Angelo/ Filho do capeta/ Nicolito

Você adormeceu como um bebê, então eu decidi sair. Típico. Se acordar antes das oito, eu deixei um hambúrguer de jantar. Coma novamente e durma. Mas se você não estiver lúcido e no pátio de treinamento até o meio-dia, o horário da aula, eu venho pessoalmente te levar pra encontrar seu pai. Do jeito mais difícil.

Com amor

Demilicia, primeira e única”.

É claro. Eu estava até estranhando tanta bondade como me dar um hambúrguer e recomendações carinhosas. E Demilicia? Tinha que ser a Flora.

Olho para o relógio. 11h30, tempo suficiente para comer e tomar banho. Esquento a comida e devoro tão rápido que me assusta. Quem mandou adormecer completamente e não jantar, babaca?

Depois de praticamente virar um refrigerante goela abaixo, entro no banheiro e tomo banho. Perco a noção do tempo no chuveiro, e quando saio, são meio dia e meia. E há uma filha de Deméter versão Taylor Momsen MUITO irritada, batendo os pés furiosamente contra a madeira da cama. E estranhamente, sem o uniforme, mas uma roupa normal, bem no seu estilo. E sexy.

–DI ANGELO, VOCÊ ESTÁ ATRASADO. ESTUPIDAMENTE ATRASADO, SUA SEREINHA DO CARALHO. – Ela diz, me encarando sem pudor, e apenas um traço de malícia no olhar raivoso. –EU SÓ NÃO TE MATO PORQUE ESTOU FELIZ.

–Não parece. E pare de encarar meu corpo nu escultural.

–Por favor, Nico. Eu já te vi pelado. Não é hora para falsos pudores. – Ela acende um cigarro. Um dos MEUS cigarros. Não que eu me importe, claro. Principalmente porque mulheres fumando são sexys, especialmente ela. - E eu estava feliz porque lembrei que hoje é DOMINGOOOOOOOO!

Senhoras e Senhores, Flora Demi Adamantina, a única pessoa feliz no mundo por ser domingo.

–Por que diabos você está feliz por ser domingo? – Faço a mesma pergunta que vocês devem estar pensando.

–PORQUE HOJE NÃO TEMOS QUE DAR AULAAAAAAAAAAAAAAAA! – E agora apresento a segunda pessoa que fica feliz no domingo: Nico Di Angelo.

–AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, EU TINHA ESQUECIDO! – Grito, igualmente feliz.

–É bom que não tenha planos pra essa tarde.

–Por quê? – Obviamente eu não tinha. Achava que essa seria outro dia ensinando crianças.

–Porque você vai passar o dia comigo, dãr. – Ela responde, como se eu devesse saber isso há séculos.

Um dia inteiro com a Demi... Nada mal. Principalmente assim, ela com o sutiã aparecendo.

–Pare de babar e viajar pra outro mundo, Nicolito. – Ela responde, cruzando os braços. –Coloque uma roupa. Eu espero do lado de fora. – Dito isso, ela apaga o cigarro sob os saltos e sai. Antes que eu possa ao menos acordar e me mexer, ela bota a cabeça pra dentro de novo. – Sem cigarros ou bebida. Leve armas escondidas. – Sem mais explicações ela sai, só me dando opção de obedecer a suas ordens como um cachorro.

Alguns minutos depois, saio do chalé e a flagro brincando com flores. Suas mãos magras e habilidosas torcem as hastes e juntam-nas com outras flores, até uma delicada coroa variada estar pronta. Nesse momento, cruzo a porta e sento em sua frente. Ela se assusta e deixa o trabalho cair no chão.

–Deuses, eu não estava... – Ela tenta justificar, mas eu a calo com um dedo. Pego a coroa do chão e coloco em seu cabelo loiro. Devo dizer um contraste perfeito. Ela estava... Maravilhosa. A delicadeza contra a força e impacto.

–Você está linda, Demi. – Falo, e ela fica vermelha como uma das rosas. Tiro uma mecha de cabelo que está atrapalhando a vista. –Não tire isso.

–C-c-certo – Ela gagueja, parecendo nervosa. Não sei se é pelos meus atos, ou pelo fato de serem MEUS atos, mas eu fico feliz em perceber que causei um efeito, uma brecha na máscara de durona dela. Que infelizmente, Demi logo reconstrói, inspirando fundo e ficando ereta. – Vem, vamos comer.

–Não estou com fome, acabei de tomar café.

–O que você comeu?

–Hambúrguer e Pepsi.

–Nossa, que café da manhã saudável. – Ela responde, revirando os olhos.

–Foi o que você me deu. – Faço um bico, ao qual ela ri em resposta.

–Deixa pra lá. Espere aqui. – Ela diz, e anda até o refeitório. Sai de lá com um sanduíche e se dirige até o chalé. Aparece com um raro cartão de crédito, uma mais rara ainda chave e finalmente volta.

–Pra que tudo isso?

–Sobre o sanduíche: eu poderia te dar uma longa e educativa palestra sobre como minhas mãos irão dirigi-lo até a boca, os dentes irão tritura-lo e ele será conduzido pela faringe até o estômago, mas para simplificar eu resumo tudo: vou comer ele. O cartão é para tirar algum dinheiro mortal, que está em falta por aqui, e a chave eu roubei pra nós podermos passear. Nós vamos ao parque!

–Demi, Demi... Que drogas você usou hoje de manhã?

–A droga da consciência que hoje o sol brilha, esse pode ser o último dia livre de nossas vidas, talvez o único realmente interessante, ou até mesmo que podemos morrer hoje, e eu quero saber que roubei um veículo transportador de morangos pra passear com meu melhor amigo num shopping cheio de crianças barulhentas, vendedoras falsas e pessoas fúteis, porque sei que vai ser legal e relaxante. Então, topa?

–Isso vai dar merda. Vamos logo, antes que eu mude de ideia. – Respondo, e ela dá um sorriso tão feliz que, mesmo que dê merda, valerá a pena. Ela pega minha mão e sai correndo até o pinheiro de Thalia. A partir daí, fica mais cautelosa, se escondendo em locais estratégicos, nunca soltando minha mão. Finalmente chegamos até uma van aleatória, depois de algumas outras. Demi senta no lado do passageiro, apenas esperando minha reação. Ah claro, eu que sei dirigir. Corro até o banco do motorista, ligo o carro e partimos. Somente duas ruas depois, pergunto o caminho.

E claro que, como somos geniais, nós nos perdemos.

–Eu disse a próxima à direita, inteligente! – ela grita.

–E foi aonde eu virei! – Respondo no mesmo tom.

–Não, você virou na segunda, e perdeu o caminho! Era uma rua pequena.

–Você devia ter avisado.

–Você devia ter prestado atenção. – Ela diz. Tento argumentar algo, mas sua cabeça se volta para o mapa.

Esse é apenas um exemplo das nossas pequenas discussões que ocorreram na última meia hora, até eu estacionar o carro. Assim que pisou no asfalto com as botas, um sorriso se iluminou no rosto de Demi. Ela ajeita a cora de flores, que estava meio caída, e começa a andar. Grossa. Pego sua bolsa e corro atrás, até alcança-la.

–Milady. – Digo, me reverenciando e lhe entregando a bolsa. Ela pega e me empurra.

–Deixa de ser idiota, Nicolito.

–Idiota é você, Flora Demilicia. Eu estava tentando ser cavalheiro.

–Que infantil, cala a boca.

–Cala a boca já morreu quem manda na minha boca sou eu. –respondo, dando a língua.

–Você é realmente idiota. – Ela diz, revirando os olhos, mas prendendo uma risada. Continua a caminhar já mais calma. Estendo o braço e ela o segura.

Posso dizer que essa tarde de hoje foi perfeita? Claro que posso.

Fomos ao cinema e assistimos dois a filmes: Atividade Paranormal (poderia ser romântico se ela não estivesse completamente interessada, ou gritando o que os personagens deviam fazer, e basicamente sem medo nenhum) e Frozen. Sim, isso mesmo. Mas ficamos zoando o filme inteiro, principalmente ela. Ou quase o filme todo, fomos expulsos na metade. Maldição do recalque, como ela chamou. Encarei-a até ela gargalhar e dizer que estava brincando. Terminamos nossa pipoca e esperamos pacientemente os funcionários pararem de nos encarar feio.

Depois passamos num restaurante, quase fomos expulsos de novo e, quando terminamos e recebemos a conta, fugimos. É por isso que todos são gordos, o Mcdonalds é bem mais barato.

Vários outros momentos engraçados aconteceram. Mas gostaria de destacar um em especial. Tínhamos acabado de sair do shopping, onde sentamos numa pracinha deserta ao seu lado. Poderia fazer um longo discurso sobre como isso é capitalista, e por isso todos estamos assim, fodidos, mas eu realmente estava ocupado apreciando o momento, e o fato das mãos de Demi FINALMENTE estarem entrelaçadas as minhas.

Nós sentamos num banco e começamos a conversar. Fluía naturalmente, sem pressão ou nervosismo. Apenas dois amigos conversando, até uma música tocar. Last nite, The Strokes. Ela se levantou e começou a dançar. Após um minuto de dança bem louca, ela me puxa e danço junto. Não uma valsa romântica ou coisa assim, era separada e maluca. E eu realmente gostei. No fim, ela ri e tira um iPod da bolsa. Coloca uma música do Jota Quest, que eu conhecia porque ela gostava.

E dessa vez, dançamos lentamente e próximos.

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo

Amar não é ter que ter sempre certeza
É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo e não precisar fingir
É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes para o lado.
Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito, mas com você eu posso ser
Até eu mesmo que você vai entender

Posso brincar de descobrir desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você eu estou tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer, eu também não sei
Afinal, será que amar é mesmo tudo?
Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Estou aprendendo também

Finalmente, ela me solta durante uma rodada. Só pra depois voltar, me abraçando, o que eu retribuo.

Merda, como eu a amo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Próximo capítulo tem tensidades. Será que essa palavra existe? Não sei, mas gostei.
Comentem, isso faz uma autora feliz e saudável! Tá, saudável não, mas feliz com certeza :3
XoXo Bri



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