The Firelink escrita por Cryser


Capítulo 6
Capítulo 6 – A cama do caos.




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Após caminhar por alguns longos minutos através de plataformas sem fim, atravessando rios de lava, finalmente chegava numa espécie de templo em colapso. Ali nada existia, a não ser uma espécie de tobogã que ia para um andar inferior. Nada sabia sobre o que iria encontrar ali, mas se preparava para o pior. Parecendo estar em cima de uma prancha de esqui, o garoto escorregou por ali a baixo, embatendo com algumas raízes que se encontravam pelo caminho, o machucando bastante e uma delas até espetar no braço esquerdo do garoto, incapacitando este.

- Não acho que isto se vá recuperar tão rápido... – O garoto estava preocupado, em menos de um minuto se machucou mais do que toda sua jornada ali.

Continuava descendo aquele tobogã e com isso, continuava apenas aumentando seus machucados. Ao finalmente avistar solo, tinha uma queda de dez metros, o que o impossibilitaria de subir novamente por onde havia descido. Estava numa sala fechada, mais quente que o resto daquele inferno, na verdade, o motivo do calor parecia estar bem a sua frente. Uma espécie de árvore em forma de berço, ali se encontrava não um berço pequeno, mas um gigante. Dentro deste, podia se avistar um pequeno caminho por entre um monte de galhos que se encontravam na frente. Dentro do berço, uma criatura de porte maior residia, este parecendo uma árvore com dois braços se movendo na direção do garoto, o agarrando e aproximando mais do provável rosto da criatura. Sua face era feia, toda em madeira assim como o resto do corpo. Possuía olhos, mas bem pequenos para serem vistos de longe, mas de onde o garoto estava, este os conseguia ver perfeitamente.

- Como você é feio... – O garoto provocou, parecendo que o monstro entendera.

A criatura agarrou com mais força o pequeno, elevando mais o braço e arremessando como uma bola de baseball contra uma parede do salão. Além do impacto contra a parede, o que fez o moço largar a espada, este também caía de uma altura superior a vinte metros, quebrando totalmente o único braço móvel do moço e também suas duas pernas. A dor era imensa, mal conseguia se controlar para não gritar. Com todo o corpo imobilizado, sua única alternativa era olhar para a espada caída em sua frente e para a criatura que agora tinha mais dois braços, estes brilhando a vermelho e em forma de foice: “Do que será este monstro capaz? Eu mal consegui chegar nele e agora estou neste estado sem nem ter atacado...”. Em um piscar de olhos, uma das foices cintilantes atravessavam completamente o corpo do jovem ali deitado e incapacitado, o matando lentamente por asfixia e afogamento no próprio sangue. Seu destino era traçado ali, levado a morte, lentamente fechava os olhos e relembrava numa fracção de segundo de toda a sua vida, todos os momentos bons que havia passado na terra: “Não posso deixar ficar assim!”. O garoto pensou e ao mesmo tempo abriu os olhos, se vendo no meio de um abismo. À sua volta tudo estava escuro, nada existia a não ser o seu próprio corpo.

- Onde estou? – O garoto se perguntou enquanto pairava no “ar”.

- Finalmente nosso pequeno lorde chegou... Talvez ele precise tentar novamente... – Algo em meio da escuridão falou, sua voz ecoava infinitamente por todo o local.

Uma grande luz tomou o garoto, o forçando a fechar os olhos e cobrir o rosto com os braços para evitar algum tipo de cegueira. Ao abri-los novamente, sentia aquele calor de antes, estava de novo na entrada daquele tobogã de antes, mas agora, ele sabia o que iria enfrentar ali em baixo. Novamente descendo aquele tobogã do mesmo jeito que antes, agora tomava mais cuidado com as raízes e também com aquele tronco, mas quando menos esperava o final do tobogã já chegava e o garoto estava em queda livre de dez metros. Em um golpe rápido para um ser gigante, cortando totalmente o vento, a foice daquela criatura cortava o braço esquerdo do garoto, aparando um pouco sua queda: “Pelo menos não quebrei as pernas!”. O garoto começou a correr enquanto segurava a espada com o único braço que tinha. Seu alvo, uma pequena caverna com galhos, talvez conseguisse se esconder ali, talvez não. Retirando todas alternativas ruins, o garoto simplesmente correu na direção daquele buraco ali até que olhou para o seu lado direito e ali vinha em sua direção um dos braços da criatura. A velocidade era extrema e na horizontal, acertou e arremessou o garoto contra o outro braço que estava paralisado ao lado daquela entrada, permitindo ao moço adentrar ali. Mas quando menos esperava, ali dentro se tornou um completo inferno. Tentando quebrar todos os galhos, uma explosão acontecia a sua frente e arremessava o garoto de volta para fora. Novamente largando a sua arma acidentalmente, o garoto estava agora no centro do salão enquanto sentado, até que o monstro simplesmente deu duas tapas no garoto, o primeiro o fez voar e o segundo o arremessou de encontro ao solo. Isto não seria suficiente para matá-lo. O garoto sentindo dor ainda conseguia caminhar e assim o fez em direção a saída, porém esta estava a uma altura de dez metros: “Se eu derrotar essa criatura, como sairei daqui? Bom, não importa...”. Mancando e com a destra no peito para parar o sangue que jorrava dali, o garoto se virava para a criatura e neste mesmo segundo, novamente uma das foices atravessava todo o seu corpo, o matando novamente.

- Como é suposto eu matar algo desse estilo? É completamente impossível! – O garoto sussurrou, sem mais esperança alguma em sua alma.

Quando menos esperava, começou a se lembrar do poder dado antes, poder dos raios de luz, ele podia tentar jogar um na face do monstro e destruir seus olhos.

- Não podemos o deixar morrer, ainda tem três tentativas, as use bem, meu Lorde... – Novamente a voz grossa ecoava por todo o local.

Ao abrir novamente os olhos, ali estava o garoto novamente com a sua espada em mãos e já dentro do salão com a criatura. Iria usar tudo que tivesse agora, não queria morrer novamente e mostrar ser um fraco perante gigantes, assim como todo o resto da humanidade. Ergueu sua canhota e ali apareceu um raio de luz com um tamanho equivalente a um metro e meio. Após o lançar como um dardo em direção à face da criatura, correu em direção aquela caverna novamente. Era atropelado algumas vezes pelos ramos da criatura, até um deles espetar em sua barriga e o atravessar. Não era muito grosso, com a grossura equivalente a um lápis apenas causava dor no momento e sangramento, se fosse rápido suficiente ainda tinha tempo de se recuperar após derrotar a criatura. Seu plano parecia ter funcionado, pelo menos agora o monstro estava cego, mas algo havia mudado. Todos os ataques continuavam indo em direção ao garoto. Adentrando a caverna, sabia que algo iria o empurrar para fora e o jeito de desviar disto estava bem a sua frente. A criatura não machucaria suas próprias raízes, então se escondeu atrás de uma raiz, queimando apenas o seu braço destro por completo, o deixando sem armadura e em carne viva. Suportou a dor, pelo menos sua espada estava inteira, segurou-a usando a canhota e correu por aquele túnel, sem mesmo saber onde este daria. Ao chegar no fim, ali estava deitado um pequeno bebê entre lençóis, dormindo.

- Este é o que devo matar? Mas... – Arregalou os olhos ao ver o garoto brilhar e em seguida explodir toda a área.

E ali estava novamente o garoto, por entre aquele abismo, ou ele achava que estava. Logo tocou o chão e estava na verdade ainda vivo. Seu corpo pouco havia sofrido, com apenas algumas queimaduras e cortes, sua armadura havia sido completamente destruída e deixado o moço em tronco nu, pelo menos na parte de cima. Parecia mais ter sido arremessado, ao contrário da gigante árvore que estava agora ardendo e completamente destruída. Daquela antes caverna, saía uma pessoa, não do sexo feminino igual as outras bruxas, este era um homem. Usando apenas um manto para cobrir suas partes de baixo e pernas, um corpo cheio de músculos e cabelo comprido e ruivo. Seus olhos com uma cor de mel fitavam o garoto sem nenhuma palavra dizer. Após alguns segundos de apenas olhar, o homem começou a correr na direção do moço e a mover os braços de uma forma estranha, mas logo se sabia o motivo disto. Fez um símbolo qualquer com aquele movimento, como se escrevendo no ar e após isto, uma runa vermelha apareceu em frente do garoto com um S desenhado nesta. Não muito demorou até partes de o solo começarem a arder completamente e logo entrarem em erupção de lava. Uma delas, havia sido criada bem por baixo do garoto e por onde quer que ele fugisse, parecia estar preso. Novamente sofria metade da erupção de uma e queimava mais ainda a sua destra, derretendo-a completamente. Não se ia dar por vencido, as erupções duravam no máximo três segundos, mas aquele homem já preparava outra magia, esta parecia mais perigosa e difícil de desviar. Da boca deste, cuspia lava em direção ao garoto, mas pela distância o mesmo conseguia desviar, ainda tendo sua espada na canhota. Aproveitou o intervalo do cuspidor para correr em sua direção e golpear o seu corpo, talvez um golpe seria o suficiente, mas novamente era impedido. A espada que Queelag usava antes estava agora na mão do homem e defendia facilmente o ataque do garoto. O homem segurava a espada usando a canhota com grande facilidade, havia refletido o golpe certeiro de Oberon e na destra do mesmo já aparecia uma espécie de chicote também brilhando a vermelho, feito em magma. O chicote envolvia o corpo de Oberon e o puxava para mais perto do homem ainda sem nome, o permitindo espetar facilmente a mágica espada no corpo do rapaz.

- Qual seu nome? – Finalmente o homem havia falado, um tom de voz suave como a de Queelag, não muito grossa.

- Do que importa? Vai me matar mesmo... Meu nome é Oberon. – O garoto sentindo grande dor em sua barriga, a espada estava ali fincada e queimando sua carne em volta, não permitindo qualquer tipo de sangramento. O chicote também havia desaparecido por completo.

- Talvez você possa se igualar a ele... Cavaleiro Artorias, o andarilho do abismo... Já a muito falecido. O problema será você sobreviver daqui adiante. – O homem largou a espada e sorriu para Oberon.

Olhando melhor, percebia que havia na verdade fincado a espada draconiana no peito do bruxo, por isso este sorriso e estas palavras, eram as suas últimas. Novamente um golpe de sorte? Ou talvez o bruxo havia mudado o destino para finalmente morrer? Não importando isto, o vencedor estava claro que era Oberon, uma vez mais.

- Qual seu nome, bruxo? – Oberon perguntou enquanto também sorriu após tal luta, retirando a espada do peito do homem e o vendo suportar toda aquela dor e pressão de pé.

- Eu nunca tive um nome, ao contrário de minhas filhas... – Após falar, o ser simplesmente caiu no chão e desapareceu perante chamas, deixando para trás uma pequena bola em cor dourada.

O garoto a pegou com o único braço que agora tinha e em sua frente o chão cedeu. Dali apareceu outra criatura bizarra, como se já não bastasse todas que havia visto até agora. Era uma cobra gigante, negra, mas com dentadura humana e olhos também. A criatura olhou para Oberon e simplesmente o comeu sem nada falar. Ao abrir os olhos, estava novamente no Firelink. Deitado perto da enorme fogueira que ali existia. Em volta, apenas viu o loiro de antes, morto. Tinha uma adaga espetada em seu peito. Quanto a Oberon, seu braço estava ali novamente, mas algo havia mudado. Todo seu braço estava cinza igual às cinzas. Estava mais rígido, parecia ter uma armadura própria. Sua armadura estava toda danificada e cortada, seu ferimento na barriga havia sido curado também. Toda armadura estava na verdade inteira, tirando o braço direito que estava totalmente sem armadura. Do lado do loiro, ali se encontrava a bola dourada.  


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Chegada na Fortaleza de Sen.



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