O garoto caminhou até o cavaleiro ali morto, olhou para a adaga ali espetada e apercebeu-se de uma característica única. Ela não parecia cortar a armadura do garoto e sim atravessá-la diretamente até a carne do mesmo, mas não só isto, a adaga tinha uma cor dourada.

- Mas que coisa estranha... Melhor nem a tocar... – O garoto sussurrou para si mesmo enquanto agachado e observando o golpe.

Desceu as escadas que antes havia usado e olhou novamente a cela da moça, tentaria conversar com ela desta vez, mas não tinha mais oportunidade. A cela estava completamente destruída, como se um animal feroz tivesse ali passado, a garota estava lá, morta e com o corpo totalmente despedaçado. Seus membros estavam separados do próprio corpo, sangue por toda a cela e claro, a cabeça da moça havia sumido completamente.

- Que carnificina... – O garoto arregalou os olhos ao ver tal e comentou.

Não havia tempo a perder agora, a morte já havia se espalhado pelo local. Fez o seu caminho de volta aquele elevador que levava até a catedral e desceu novamente aquela torre, chegando naquele portão colossal e o vendo abrir aos poucos. A direita do mesmo, um homem com armadura similar a uma cebola se encontrava ali parado, admirando o portão se abrir.

- Como é maravilhoso, não? Senhor aventureiro. Eu quando tinha a sua idade ficava em casa todo o dia! Quem dera ter começado a me aventurar tão cedo quanto você. – O garoto de armadura cebola falou com a voz abafada pela armadura.

- Queria ter começado uma aventura por escolha própria como o senhor... – O garoto riu um pouco do que havia dito, adentrando o portão logo após.

Adentraram ambos ao mesmo tempo aquele portão e já a sua frente, duas serpentes com braços e pernas foram atacá-los. Guardavam uma porta atrás destas, mas uma delas havia morrido instantaneamente com o motivo ainda desconhecido. Aquela serpente ainda viva possuía uma espada em sua destra, e começou a atacar o cavaleiro de cebola, mas este não teve grande trabalho para a derrotar. Simplesmente cortou sua cabeça fora. Ao aproximar-se da que havia primeiro morrido, observou que esta tinha cinco mini flechas espadas em suas costas. Olhou para trás e viu uma pequena placa mais abaixo do nível do solo: “Uma armadilha? Se tem uma, o que impede de ter muitas mais por ai?”. Continuou a caminhar, mas agora perdera o cavaleiro de antes de vista. Atravessando aquela porta, estava visto que aquilo seria mesmo um ato complicado. Tinha pontes estreitas, guardadas por serpentes cavaleiras no final e pelo meio gigantes foices balançavam de um lado para o outro a alta velocidade, mas algo a sua esquerda chamou a atenção do garoto. As ruínas na parede eram iminentes e por ali o garoto podia escalar. Escalou aquela enorme parede sem grandes dificuldades, aquilo parecia mais uma escada do que ruínas de alguma coisa. Ao chegar ao topo, o único caminho era subir um grupo de escadas e plataformas chamuscadas. Estava na verdade numa torre de um castelo e do outro lado se encontrava um gigante de quinze metros jogando bolas de fogo em direção as plataformas as quais o garoto se encontrava. Quase sofrendo os ataques, o moço se apressa e sobe as escadas correndo. Sentia atrás do mesmo tudo ardendo, realmente estava quente naquele local. Subiu mais de dez escadas até chegar ao topo da torre, numa espécie de salão com uma porta barrada com uma luz branca a sua frente. À direita, outra porta, esta aberta e daria numa torre menor. Adentrando o local, avistou ali um nobre cavaleiro sentado na cadeira, esta toda quebrada. Caminhou em volta deste, queria ter certeza que não o atacaria de jeito algum.

- Seu braço... Meu nome é Iron Tarkus, precisa de algum tipo de ajuda contra o gigante, é isso? – O cavaleiro pareceu admirado com o braço do garoto, se levantando e quebrando a mesa com o peso da grande espada que trazia a suas costas, sua voz era grossa.

- O que tem meu braço? Eu mal consigo mover ele... Gigante? Se ele estiver no meu caminho para Anor Londo, sim... – O garoto respondeu, segurando o braço totalmente rijo.

O cavaleiro simplesmente caminho de volta aquela torre principal, adentrando a névoa a sua frente e desaparecendo. Por si, o garoto o seguia bem na hora que desaparecia, adentrando também aquela névoa e a sua frente uma enorme ponte toda quebrada e sem bordas. Um gigante de pedra corria na direção dos dois, seria uma luta complicada. Com todo aquele porte mais alto que quinze metros, também bastante pesado, o estranho se jogou contra ambos cavaleiros, quase esmagando o Iron Tarkus que por si defendia do golpe e cortava uma das pernas do gigante com a sua grandiosa espada.

- Você precisará de uma desta se quer adentrar Anor Londo! Não acho que essa sua espadinha de dragão aguentará lá em cima! – O cavaleiro ria enquanto falava, se divertindo enquanto lutava.

O garoto simplesmente olhou para a pequena espada que tinha, admirando também a luta entre aqueles dois, Iron Tarkus parecia um gigante também. Olhando para cima, conseguia ver uma enorme montanha no meio de todo aquele reino, ali em cima estava uma enorme muralha, tampando a visão para o resto.

- Devo ajudar, não? – O garoto começou a correr na direção do gigante mas neste mesmo momento sofreu com um soco deste e quase o arremessou para fora da ponte.

- Melhor ficar por fora nesta, pequenote! Segura isto! – O cavaleiro gritou enquanto fincou a sua grandiosa espada no chão, pulando para a cabeça do gigante e o manipulando para uma queda – Espero que a saiba usar e cuide bem dela, eu não irei durar muito mesmo! Ha ha!

Após falar, o gigante caía da ponte juntamente com o cavaleiro agarrado em sua cabeça, agora ali apenas sobrava Oberon e a grandiosa espada do antigo cavaleiro. A segurando, notava todo peso desta, mas também o poder. Sua lâmina parecia antiga, estava empoeirada, mas ainda cortava como nada que havia visto antes. Antes mesmo de perceber, estava sendo carregado como um ovo novamente, por três criaturas parecidas a uma gárgula. Esta os levavam para cima daquela montanha e finalmente o garoto adentrava Anor Londo. A sua frente, o sol ali se encontrava, distante como sempre. Uma enorme cidade com um enorme palácio no centro desta e a bem a sua frente, uma escadaria que levava para esta cidade. Descendo a escada, avistava cavaleiros de armadura dourada caminharem pelo local, todos portando lanças e somente alguns com capas similares a de generais ou capitães que transportavam escudo e espada. Todos cavaleiros tinham um tamanho duplicado, chegando até mesmo aos três metros. Com alguma agilidade, o moço se enfiava pelas vielas da cidade e fazia o seu caminho para o óbvio de seu objetivo, conseguir uma espécie de cálice, pelo menos era o que lhe tinham dito para fazer e pela intuição do moço, este estaria bem naquela fortaleza a frente.