The Firelink escrita por Cryser


Capítulo 4
Capítulo 4 – A criatura de nove cabeças e o sino.




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Caminhou calmamente em direção aquela mini torre a sua frente, onde a fogueira estava acesa e por si, as chamas bem grandes. Ao chegar, apercebeu-se da presença de outro alguém. Parecia ser um homem, um tanto obeso. Usando uma cota de malha em que na frente tinha desenhado um sol com uma cara feliz, mas que armadura mais infantil. No lado esquerdo da cintura, uma bainha com uma espada dentro. Este cavaleiro vestia também um elmo, o que escondia sua identidade.

– Sente-se jovem! Louvado seja o sol! – Disse o Cavaleiro a sua frente, com um tipo de voz bastante engraçado e um pouco fino.

– Er... Obrigado. – Oberon respondeu-lhe, soltando um pequeno sorrisinho para o homem que havia sido gentil e até engraçado.

Enquanto o homem falava, este esticava completamente os braços para cima, fazendo uma pose engraçada, parecia mais um comprimento o qual estava habituado a fazer. Logo após isso, voltou a sentar-se enquanto olhava a fogueira. Nenhum dos dois falou algo, Oberon concluiu que todos os monstros da área estariam mortos graças ao fato de que aquele cavaleiro estava ali. Era tempo mais que suficiente para começar a relembrar do que aquele cavaleiro no asilo havia falado.
“Nós estamos no reino de Lordran. Você foi talvez um dos escolhidos para mudar o destino deste mundo... Em Lordran, há muito tempo atrás, uma guerra aconteceu. Nessa guerra o deus do sol Gwyn dizimou a raça dos dragões por completo, criou este asilo para aprisionar seus inimigos e abandonou este lugar com dois guardiões. Seu objetivo... É derrotar Gwyn que foi para o abismo e escolher o destino deste mundo! Vá agora, saia deste asilo e vá para Anor Londo.”.
Pensava no que o garoto lhe havia falado, até ser interrompido pelo cavaleiro a sua frente.

– Eu fui capaz de derrotar todos os monstros da área, então será bem fácil chegar ao nosso querido sino... Infelizmente, somente você o poderá tocar, mas não o faça assim de cara. Primeiro, desça umas escadas ao lado direito da catedral que irá encontrar após sair desta torre. Desça mais e irá encontrar um demônio sem perna e braço, é fácil derrota-lo, mas não será seu objetivo... – Neste momento, o cavaleiro aproximou mais do garoto e a chama atrás deste aumentou, criando um suspense ali – Você terá que adentrar a floresta e encontrar a Hydra, cortar suas nove cabeças e guardar um amuleto que esta comeu antes de eu chegar aqui. Sim, ela roubou este amuleto de mim! Mas que crueldade, não? – Riu após concluir que havia sido roubado por uma hydra, seria louco?

– Quantos monstros este lugar tem afinal? – O garoto apenas tinha essa questão e a sussurrou ao escutar o Cavaleiro.

– Se conseguir reaver este amuleto e trazer até mim, te darei um presente e será bem mais fácil tocar os sinos... – O garoto parecia sério agora, sem mais tom de riso.

– Por que preciso mesmo tocar os sinos? E quantos são? – Perguntou ao Cavaleiro, este também poderia dar informações úteis.


– Você tem de tocar dois sinos, um deles está aqui, o outro está lá em baixo! – Ao falar, apontou o indicador para baixo do solo e riu um pouco
– Após tocar ambos, um portão colossal irá se abrir, ele fica pelo mesmo caminho da floresta, mas só o encontrará após tocar ambos os sinos. Este portão é a entrada para Anor Londo! Meu reino! Haha!

– Bom... Obrigado pela informação irei reaver seu amuleto o mais rápido possível. – O garoto levantou-se e já partiu pelo caminho que o cavaleiro mandava.

Pelo caminho, notou uma mentira deste, ele conseguia ver o portão colossal enquanto descia as escadas, estava bem a sua direita, mas por si, estava fechado. Desceu mais um pouco e logo encontrava outra pessoa, dormindo, era um ferreiro. Não o quis acordar, sabe-se lá do que seria capaz de fazer. Desceu mais um pouco e tal como o cavaleiro havia descrevido, ali estava uma criatura sem membros. Bem grande, apenas com um braço e uma perna, sem qualquer arma.

– Este será fácil, eu acho... – Sorriu ao ver o monstro quase incapacitado, será?

Milésimos após o garoto falar e sorrir, o monstro erguia o único braço e começava a soltar raios de luz na direção do garoto, isso mesmo, raios de luz. A uma velocidade incrível, o garoto tinha agora um raio de luz perfurando seu abdominal. A dor era inimaginável, mas o garoto não podia parar por ali e simplesmente morrer, esse devia ser um guardião para uma área bem pior. Atrás deste monstro com marcas triviais pelo corpo, estava a porta pela qual precisava passar para encontrar a Hydra. Agarrou firme a lança com uma ponta em forma de asa e feita em metal, correu em direção ao monstro, para o lado onde não tinha uma perna nem braço e como imaginou, naquele lado o monstro estava totalmente sem defesas, além disso, este nem reparava no movimento do garoto, simplesmente continuava atirando estes raios de luz na posição anterior do mesmo.

– Espero que isto resulte! – Gritou ao mesmo tempo em que fincou a lança no tronco da criatura, reparando que esta era assim feita em pedra.

O golpe não fazia efeito, não até perfurar também seu braço, onde este parou de funcionar juntamente com a perna.

– Ufa... Esta foi fácil, tirando isto aqui... – Levou a mão a lança agora perfurando o seu abdominal e a removeu, não mais sentia dor ali, por algum motivo.

Seguiu o caminho após a porta, o que avistou foram várias árvores, estava numa floresta. Ali, o tempo estava totalmente escuro, assim como a noite, algo estranho estava acontecendo e a curiosidade quase matava o rapaz, mas este seguia o único caminho pelo corredor. Avistou uma árvore se movendo, por impulso, jogou a lança na direção desta e por sua surpresa, a árvore havia morrido simplesmente. Pegou sua lança de volta e observou o corpo a sua frente, em forma humanoide, mas cheio de ramos e folhagens.

– Até as plantas tem vida neste mundo? Mas que complicado, estou rodeado delas então... – Olhou em volta enquanto sussurrou.


 

A sua direita, o único caminho que agora avistava. Uma pequena entrada por entre rochas, mas a luz vinha de lá. Adentrou uma espécie de caverna onde somente uma pessoa cabia, não demorando muito a chegar ao outro lado. Estava na ponta de um precipício com um caminho complicado de seguir até uma espécie de lago lá em baixo. Dali conseguia já ver a Hydra se movimentar pelo lago, gritando e atacando algo ali perto. Tentou enxergar melhor enquanto franzia os olhos, avistando criaturas de cristal ali, atacando o espécime de dragão. Por incrível que pareça, aquela luta já ia longe de mais e parecia durar já algum tempo, a Hydra tinha já duas de suas cabeças arrancadas e as criaturas de cristal arrancavam outra cabeça antes de todas falecerem.

– Tudo bem, ela agora só tem seis cabeças, menos trabalho para mim... – Se sentia um sortudo, tirando o fato de que ainda eram bastantes cabeças para remover.

Seguiu caminho a baixo pela colina, reparando que ali também não havia vento algum. Chegando perto do lago, conseguia ver destroços de uma torre qualquer, olhando melhor, era a mesma que o demônio taurino havia derrubado e novamente a sua frente, a torre onde estava aquele cavaleiro em armadura pesada. Por azar, este estava saindo agora por uma porta que dava aquele local da hydra, avistando de cara o pobre Oberon comparado a ele. O guerreiro guardou o escudo em suas costas e pegou na grande espada draconiana com ambas as mãos, correndo em direção a Oberon e pulando para um golpe de cortar qualquer coisa em dois. Por sua sorte, o garoto era bem mais leve que o cavaleiro ali, desviando com facilidade e já desferindo um golpe no peitoral do guerreiro, mas não surtia algum efeito, na verdade, a armadura parecia oca por dentro.

– Conseguiste me perfurar, parabéns... Proclamo-me Havel, a Rocha. – O guerreiro acabava por se apresentar após tamanha coragem do garoto contra um morto vivo, mesmo este sendo diferente. – O jeito de me derrotar, é acertando minha cabeça. – Agora pegava o grande escudo em suas costas, defendendo toda sua fronte, preparando mais ataques com a grande espada.

– Meu nome é Oberon! Não tenho qualquer sobre nome, me desculpe. Obrigado pela dica! – Gritou após o obrigado, correndo para a traseira do cavaleiro e visando golpear sua cabeça como o mesmo havia dado a dica.

O cavaleiro podia ser pesado e lento, mas foi rápido suficiente para rodar o corpo ao lado oposto da direção de Oberon, rodando juntamente a sua grandiosa espada draconiana, quase acertando o rapaz em cheio, o que o cortaria completamente em dois. Havel havia falhado o ataque, pois o garoto agachou completamente o corpo e desviou este golpe, já visando novamente o elmo do guerreiro com a lança comprida. Novamente se sentindo pressionado, o guerreiro ergueu o escudo e quebrou completamente a lança de Oberon, graças ao impacto. A madeira da lança em forma de asa não aguentou a pressão da defesa repentina de Havel, quebrando assim pela metade. Como iria agora Oberon derrotar aquele monstro de ataque e defesa? Correu para pegar a ponta da lança e novamente a usando como dardo, a jogou na direção do braço destro de Havel, o qual se preparava para golpear com a grandiosa espada. Acertando este, cortou completamente o braço do guerreiro fora, o deixando apenas com um poderoso escudo na canhota.

– É minha oportunidade! – Correu em direção à grandiosa espada draconiana, a pegando com alguma dificuldade, o peso se assemelhava a uma caixa com uma TV grande dentro, leve para o tamanho que tinha.

Golpeou Havel de cima para baixo, cortando seu corpo completamente em dois. De dentro, um líquido negro saia, era o corpo que o guerreiro possuía agora, triste.

– Ele deixou... – O garoto segurou a espada com ambas as mãos e olhou a armadura do cavaleiro completamente destruída, havia sido uma boa luta.

Não podendo parar por ali, começou a correr na direção da hydra que já preparava um ataque enquanto ambos lutavam. Chegando perto o suficiente, uma das cabeças do monstro tentou a sorte de comer o garoto, a velocidade daquele golpe era incrível, mas o rapaz já estava algo do tipo, então deixou a lâmina da sua nova espada na horizontal, fazendo a criatura cortar a própria cabeça fora.

– Agora só faltam cinco! – Continuou correndo enquanto festejava por estar finalmente conseguindo matar algo por conta própria.

Por si, uma cabeça da hydra vinha agora de cima, conseguindo colocar o garoto dentro de sua boca de cobra, mas não durava muito tempo ali. O garoto rodopiou com a grandiosa espada dentro da cabeça da hydra, cortando-a completamente. Agora sim o animal parecia furioso, apenas com quatro cabeças, estava sendo destroçado por um garoto baixo comparado ao tamanho grandioso da besta draconiana. Irritada, decidiu usar todas as cabeças ao mesmo tempo, visando o garoto que já corria na direção de uma escada feita em galhos, esta subia uma colina. Seria o suficiente para o garoto pular na direção do tronco da criatura e a matar ali. Mas sem grandes reflexos, a criatura simplesmente conseguiu comer o garoto, destruindo aquela escada. Agora dentro da garganta de um dragão, ali era extremamente quente e o garoto se sentia apertado, igual estar dentro de uma cobra. Abriu os olhos e olhou a saída pela boca da serpente gigante, avistando assim o amuleto do guerreiro de antes. O agarrou rapidamente e este simplesmente fez explodir em volta do garoto, destruindo completamente a cabeça da hydra. Agora o garoto estava por si mesmo, em queda livre por cima do corpo do dragão, deixou a lâmina toda virada para baixo, visando espetar diretamente no corpo da besta, o que deu certo após a queda ser sucedida em cima de um corpo mole, não deixando o moço sofrer danos, ao contrário da besta que tinha agora uma espada bem no coração. Não podia deixar a sua espada para trás novamente, então a agarrou com força e a puxou para fora do corpo do monstro, correndo para a torre onde derrotou Havel e a subindo. Saiu da torre para o pátio onde avistou pela primeira vez aquele dragão em cor escarlate. A sua direita, estava um atalho para a sala onde encontrara o cavaleiro, como não viu isto antes? Subiu a escada e deu do lado de fora daquela sala com o pequeno acampamento. Adentrou o local, mas nada de cavaleiro ou algo do tipo: “Terá ele desistido e ido embora?”. Não importava grande coisa para o garoto mesmo, este admirou o amuleto em sua canhota. Uma corrente em ouro com um emblema afixado nesta, feito em rubi, um emblema de dragão cuspindo fogo estava desenhado neste. Pousou sua espada negra no chão e tentou colocar o amuleto em seu pescoço, mas este simplesmente ganhou vida própria e entrou para a boca do garoto, o fazendo engolir o quase impossível. O moço cuspiu sangue pela garganta, realmente estava doendo por dentro e sentia algo queimar em seu estômago.
Abriu os olhos novamente e estava agora mais escuro, estava ficando de noite e o garoto realmente havia desmaiado novamente. Não queria perder mais tempo, afinal, queria voltar para casa. Pegou novamente em sua espada agora grandiosa e fez seu caminho em direção a catedral onde estava o sino. Como o cavaleiro havia dito, o caminho estava completamente livre até ao andar superior, no telhado da catedral. Adentrou o telhado e por sua surpresa, a sua frente a torre do sino, e nesta, o cavaleiro estava encostado olhando Oberon.

– Vejo que conseguiu reaver o meu amuleto, mas o engoliu certo? – Riu um pouco enquanto aproximava de Oberon, acenando negativamente com a cabeça. – Não se preocupe, este era meu objetivo. Erga sua mão canhota e pense em algo luminoso!

E assim o garoto fez, sem falar alguma palavra, ergueu sua canhota no ar e pensou na coisa mais luminosa que conhecia, o sol. Neste momento, uma lança de luz apareceu em sua mão, sabia exatamente como a usar, pois já havia visto aquele demônio usar iguais mais cedo. Sorriu por ter perante poder, queria o testar logo.

– Vejo que conseguiu bem facilmente, agora mire naquela gárgula ali. – O cavaleiro apontou para uma gárgula em cauda na mesma plataforma do sino.

O garoto jogou a lança na direção desta gárgula, a perfurando completamente e a vendo cair. Era uma gárgula viva, estava esperando o garoto aproximar para matá-lo sem que este percebesse. No mesmo momento que uma das gárgulas caia, outra se mostrou. Esta tinha uma cauda em forma de machado, asas poderosas em pedra e chegou cuspindo fogo por todo telhado.

– Meu nome é Solaire de Astora! Veja só o que posso fazer! – O cavaleiro se posicionou na frente do fogo e o absorveu por inteiro, cuspindo todo acumulado na direção da gárgula que o desviava facilmente e agora pousava no telhado, oportunidade perfeita para Oberon atacar.

E era o que este fazia, correndo já na direção da gárgula após ver estar livre para um ataque, pulou na direção desta e a cortou completamente com a grandiosa espada que possuía agora. Após isto, viu a criatura se desmantelar e dividir-se em várias bolinhas minúsculas e brancas, estas adentravam o corpo do rapaz e o faziam sentir bem mais forte que antes.

– Boa, Oberon! Agora eu devo ir, tchau! – O cavaleiro se despediu nas pressas e pulou do telhado da catedral, sumindo completamente enquanto no ar.

– Como ele sabe meu nome? Bom, não importa. Vamos logo tocar esse sino... – Seguiu caminho a entrada da torre do sino.

Segundos após, todos os vivos em volta do reino de Lordran podiam ouvir o sino daquela catedral tocando. Mas este sino não parava o que fez o garoto se cansar e descer toda catedral, ainda dentro desta, notou uma espécie de elevador. Por pura curiosidade, adentrou o mesmo e pressionou uma plataforma no chão, vendo o objeto começar a se mover para baixo. Demorou alguns minutos até chegar ao andar inferior, mas após isto, o garoto avistou algo familiar. Estava novamente no santuário do fogo.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Avistando o inferno, o segundo sino!



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