The Firelink escrita por Cryser


Capítulo 2
Capítulo 2 – O começo do fim.


Notas iniciais do capítulo

Começa com um diário escrito por Oberon.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395654/chapter/2

Dia 1: Comecei a escrever este diário após acordar, pelo que parece, desmaiei por algumas horas. Meu relógio parou de funcionar a meia noite e meu Iphone parece ter ficado em algum lugar, talvez o deixei cair na hora que fui trazido para cá. Minha pistola também não está comigo e ouço sussurros e lamentos da parte de fora da cela. Atrevi-me a espreitar para o lado de fora por um momento, parece ter gente caminhando no fundo do corredor, talvez eu os tente chamar de algum jeito, mas já me sinto cansado novamente, irei descansar para conservar energia.

Dia 2: Minha pele está cada vez mais pálida, consigo ver minhas veias escuras através da pele, meu corpo parece estar ficando mais magro a cada segundo que passa, me sinto também mais cansado. Irei agora tentar chamar alguém, talvez avisar de meus problemas e também perguntar o motivo de estar aqui. Tentei chamar alguém três vezes, mas falhei em todas elas então desisti, as pessoas parece nem ligarem para mim. Um deles está com a cabeça na parede, batendo sem fim, enquanto que um próximo caminha de um lado para o outro.

Dia 3: Após várias tentativas de chamar os seguranças, parece que finalmente algum me ouviu e caminha para cá, bem lento, ele para a meio do caminho várias vezes, talvez verificando as outras celas. Meu... Eu estou fedendo, preciso voltar a casa e tomar um banho urgente. Finalmente acordei daquele susto, não é segurança algum! É uma criatura totalmente estranha. Igual ao Cavaleiro ali morto, mas está se move e está ali na porta da cela, batendo e batendo e tentando entrar.

Dia 4: Não consegui dormir a noite toda, meu corpo parece ficar mais frágil a cada dia que passa, e minha pele parece querer se desfazer a cada movimento que faço, mas que coisa estranha... O morto-vivo continua dando cabeçada na porta, consigo ver seus órgãos internos na cabeça de tanto ele cabecear, ele quebrou totalmente o crânio... Este som me irrita há horas.

Dia 5: Consegui dormir após algum tempo, finalmente me habituei ao som das cabeçadas, apesar das mesmas ficarem cada vez mais fracas. O morto-vivo parece não se importar com seu cérebro completamente destruído agora.

Dia 6: Acho que estou ficando louco... Como eu gostava do outro mundo, talvez esteja me arrependendo de todo o mal que fiz. O que será que aconteceu a outra garota? Meu objetivo era matá-la e agora estou aqui preso. Como eu queria ter feito coisas diferentes, talvez dedicado minha vida mais aos estudos, já que parei na metade destes...

Dia 7: Meu corpo parece estar entrando em decomposição, a cada dia que passa fico mais pálido e com cheiro a podre, esta mesma manhã acordei com ratos me mordendo, a dor foi enorme e ainda a estou sentindo como se fosse no momento. Meu sangue está escuro e não sai do ferimento, acho que meu corpo está realmente morto.

Dia 23: Finalmente o morto-vivo parou de cabecear a porta, simplesmente permanece ali parado olhando para mim, ainda o consigo escutar respirar, mas nem me atrevo a mover mais, estou sem forças, sinto fome e meu corpo está caindo aos pedaços.

Dia ??: Não escrevi por meses, ou talvez anos... Mal consigo ver meus músculos agora, minha visão está cada vez mais fraca, mas algo não me deixa morrer neste mundo. Deixei de sentir fome e dor após um tempo, não consigo mais sentir o cheiro também, na verdade, nem tenho mais nariz, nem mesmo orelhas, tudo apodreceu e foi comido por insetos ou ratos.

Dia ??: Este será meu último dia nesta cela, alguém apareceu e jogou outro corpo por aquele buraco no teto da cela. Eu vasculhei cada pedaço deste e descobri uma nota, falando para vasculhar os bolsos da armadura de metal que este vestia, também com um aviso para eu vestir a armadura deste guerreiro, aparenta que ele foi levado a loucura por algum motivo e morreu a apenas dois dias atrás, mesmo tendo aparência de morto a quatro anos ou mais. Vesti sua armadura, me sinto mais seguro com ela e por incrível que pareça, tenho forças para me movimentar como se estivesse vivo. Entre placas de aço da armadura, encontrei uma velha chave enferrujada, irei tentar abrir a porta com ela, agora. Se alguém encontrar estas notas, me dirigi para a saída e não sei o que me espera.

Ao sair da cela, era visto um grande corredor em sua frente, comprido e alto, o fim mal se via, mas dava para perceber uma escada. O garoto segurou mais firme a lâmina quebrada que havia pegado a pouco, o morto-vivo que antes estava tentando quebrar a cela, não se movia mais, este é um dos pontos fracos destas criaturas, a cabeça. O moço caminhou em frente e olhou para as outras celas, vendo outros prisioneiros já loucos, se batendo uns aos outros dentro das celas e também naquele estado apodrecido. Ao olhar em frente, o garoto avistou três daqueles mortos-vivos indo em direção ao que ouviam e que agora também viam, uma carne mais fresca. Preparou-se para a batalha e segurou mais firme na lâmina quebrada, correndo até aos mortos-vivos e fincando a lâmina na cabeça do primeiro da fila. Agarrou no braço deste e o arrancou com bastante facilidade, na verdade, nem o havia tentado fazer, mas ainda o fez. Usou isto também como arma, batendo com a lâmina presa na mão deste na cabeça doutro morto-vivo, também o matando. Agora só faltava um, mas este parecia mais perigoso. Vestia uma armadura igual a que o moço usava, e com os dois braços, segurava uma enorme espada de metal enferrujado. O morto-vivo não queria esperar, enquanto os outros cediam aos golpes precisos de alguém sem experiência alguma, este já saiu atacando o moço, e acertou quase em cheio em seu peito. Oberon por impulso recuou, agora desarmado, nada podia fazer contra aquele morto-vivo.
Por uma fracção de segundo, este pensou: “Devo fugir? Mas se voltar para trás serei encurralado... Devo lutar, mas como?”. Mesmo assim, aquela criatura não dava tempo para pensar, correu na direção do moço a toda velocidade, com a arma levantada para golpear na vertical, de cima para baixo. O garoto então, usou novamente seus reflexos para desviar para o lado direito, fazendo a arma do morto bater diretamente no chão e quebrar-se em dois de tão antiga que esta era.

– Era assim tão fácil?! – Ao pronunciar, já chutava ambos os braços do morto, os fazendo cair.

Ao ter ambos os braços amputados, agora única reação do monstro era tentar morder o garoto, e assim o fazia, mas sem oportunidade. Oberon já havia corrido para longe e deixado o morto completamente confuso ali atrás. Após alguns segundos de corrida, voltou a caminhar normalmente, olhou todas aquelas tochas acesas pelo caminho: “Quem as teria acendido?”. Mas algo maior desviava a sua atenção, algo a sua esquerda, uma sombra de algo muito grande. Para falar verdade, o garoto já escutava faz um tempo estrondos de algo, como se caminhando, mas custava acreditar que existiria algo gigante, mas já que existe mortos-vivos, por que não?
Olhou para a sua direita repentinamente e viu novamente umas grades, estava escuro lá dentro, mas estas grades eram diferentes das outras celas. Estas eram mais rígidas, maiores, iam até ao teto, provavelmente o tamanho destas eram de cinco metros. Num dos cantos, um pedaço das grades estava quebrado, e nestes destroços, uma das grades atravessava completamente o corpo de um humano. O garoto se apavorou com isso, como o corpo teria ido lá parar? Aproximou-se mais daquela estranha cela e tentou olhar para dentro, encostando o rosto nas grades e tentando passar com ele para ver melhor, mas nem foi preciso isto. Quando o garoto menos esperava, ele começou a enxergar o que havia ali. Um ser gigante estava bem encostado à cela também, seus olhos totalmente em cor escarlate fixo no garoto, seus rostos quase se tocavam. Neste momento, o mesmo nem perdeu mais tempo ali, começou a correr a toda velocidade em direção da provável saída, ignorando todos os mortos que corriam atrás deste. Subindo as escadas, tinha um grande poço cheio de água, teria de atravessá-lo também, nadando.

– Preciso me apressar, aquela escada! – Gritou ao nadar a toda força e velocidade em direção a uma escada vermelha, ao começar a subir, escutava o som de metal rangendo, alguns degraus simplesmente quebravam e caiam em cima dos mortos que tentavam subir para o pegarem. Ao chegar no andar de cima, recolheu a escada, impedindo que qualquer outro ser subisse ali a não ser ele.

Virou-se para trás e ali estava a saída, pelo menos, o lado de fora daquela prisão. Ali fora, tinha um enorme pátio livre, levando com todo o sol e chuva ao mesmo tempo, o garoto abriu um sorriso.

– Finalmente liberdade! – Gritou de alegria, sem saber que o verdadeiro pesadelo começaria agora.

Após gritar, ouviu um grito bem alto que ecoou por todo o local e pátio, ouviu também um grande estrondo, como se algo tivesse demolido uma parede. Olhou mais uma vez em volta e percebeu estar na verdade numa espécie de catedral em ruínas, e ele estava bem no meio dos pedaços caídos do teto daquela área. A sua direita, num dos cantos da antiga sala, uma porta de ferro vermelho, enferrujado pelo tempo, enquanto que a sua frente, um enorme portão em madeira, com brechas quebradas onde podia se ver um pouco do outro lado. Dali, conseguia se ver outro portão, o que fez o garoto se alegrar, talvez a saída da catedral. Forçou o portão a se abrir, mas não conseguiu, parecia estar trancado com algo. Não precisou muito tempo por entre os destroços para achar o corpo do antigo duque da área, o qual possuía a chave escondida por entre suas vestes. Destrancou rapidamente o portão e o abriu com bastante dificuldade, ele mal se movia, mas abriu o suficiente para seu corpo agora de armadura passar. Aquele era o salão principal da catedral. Seu teto estava inteiro, na verdade, tudo estava inteiro ali. A sua frente, outro enorme portão em madeira, mais acima, uma pequena janela com vidros coloridos e com formas de anjos nele. Os bancos empoeirados ainda estavam no lugar e por si, este continuava um tanto bonito. Ao lado de cada banco, estes de costas para onde o garoto estava agora, pilares que suportavam o peso de toda a construção.

– Onde estou? – Perguntou-se ao ver tal cenário medieval.

Mas toda certa paz tem um fim. Ao aproximar-se mais da porta, novamente ouviu um estrondo, desta vez com vidros quebrando. Única coisa que o garoto conseguiu fazer foi olhar para cima e perceber uma enorme criatura igual a que estava aprisionada no andar de baixo, cair em cima dele. Por sorte, esta caíra bem em sua frente, quase o esmagando. Era um monstro bem grande, tendo mais de cinco metros de altura e segurando em ambos os braços, uma maça com mais de dez metros! Isso é o suficiente para alcançar toda a catedral, ou pelo menos, derrubar todos os pilares e fazer a construção ruir bem em cima deles. O garoto apavorado, olhava bem para a criatura feia, tinha pequenas asas em suas costas e por incrível que pareça, o monstro começou a usá-las. Voou um pouco mais alto para cima do garoto, iria tentar esmaga-lo? Bom, tendo esse plano ou não, ele ia falhar. O garoto começava a correr de volta para o portão que havia aberto antes, mas era impedido de correr após o impacto da criatura com o chão, fazendo todo este tremer como um terremoto.

– Preciso correr! Não posso morrer aqui, tão perto da saída! – O moço gritava enquanto se levantava e voltava a correr na direção do portão, mas novamente era impedido.

A criatura novamente fazia a sua ação, desta vez jogava a maça na direção do moço, o acertando em cheio nas costas e fazendo esta arma gigante e pesada ficar por cima do corpo pequeno de Oberon, o impedindo de levantar. Aproveitou este tempo parado para olhar em volta, pedras do teto haviam caído e tampado completamente a única saída do garoto, ou era apenas esta saída que ele conseguia ver no momento. Prestando mais atenção ao redor nos últimos segundos antes da criatura pegar sua maça de volta, viu o que tanto queria, uma saída. Um pequeno portão no canto esquerdo da catedral estava aberto, o garoto podia se esconder por ali se fosse rápido o suficiente, mas ficar deitado não iria ajudar. Levantou-se de súbito e rolou para a frente, desviando totalmente do ataque da criatura, que o tentava esmagar com um golpe de cima para baixo. Correu por baixo das pernas desta em direção a única saída que via agora, adentrando aquele local e fechando o portão. A sua frente, uma enorme escada que descia para andares subterrâneos, mas não o impediria de descer até ali, afinal, se continuasse parado no portão, seria morto. Correu descendo as escadas, até que tropeçou e simplesmente caiu, as escadas estavam quebradas na metade, fazendo o garoto sofrer uma queda bem grande, por sorte, o local estava alagado. Caiu bem na água, relaxou por um momento olhando para o teto, isto antes dele perceber que na verdade a água, era sangue dos mortos que estavam boiando junto com ele.
Novamente apavorado, nadou até a berma numa velocidade média, o peso da armadura não o deixava fazer muito. Uma outra abertura, mas esta era um buraco na parede, no fundo, um morto-vivo com arco permanecia.

– Aquele parece bem mais complicado que os outros... Preciso ser ágil ou serei morto por uma flecha. – Sussurrou para si mesmo, não queria ser escutado por estes mortos, sabe-se lá quantos mais teria no fundo do corredor.

Naquele corredor não tinha teto, estava novamente destruído, e pelo lado direito, podia se notar uma cela quebrada, a porta totalmente arrombada. Também um corpo ali dentro, o que fez o garoto aproximar-se mais para tentar ver o que este corpo possuía: “Será que devo arriscar? Não... Devo continuar observando e ver se vale a pena.”. Mas bem em frente a seus olhos, se encontrava a resposta. O corpo daquele humano agora morto estava segurando um escudo em sua canhota, e uma espada nova estava fincada em seu peito, era o bilhete de ida naquele local. Não adiantaria tentar ser sorrateiro, o morto-vivo estava olhando para a entrada, onde o garoto estava escondido atrás de uma parede, isto antes de começar a correr e pular diretamente para dentro daquela cela, sem cuidado algum de verificar se teria mais algo ali dentro. Segurou forte o escudo na canhota e com a destra segurou o punho da espada com lâmina de noventa centímetros. Em seu escudo velho, símbolos estavam cravados neste, idênticos a de uma cavalaria de elite qualquer, constituído com duas asas e um elmo de cavaleiro, idêntico ao que estava vestindo no momento. Saiu a correr daquela cela onde estava em direção ao morto de arco, este começou a projetar flechas a uma velocidade impressionante de três flechas a cada quatro segundos. Duas das flechas disparadas foram desviadas com o escudo do moço, este nem mesmo sabia como o havia feito, mas o havia. Enquanto que a última flecha atirada daquele arco da criatura era desviada com um movimento da cabeça do agora cavaleiro. Suas distâncias estavam marcadas, o morto começou a correr pela vida, enquanto que o garoto não o deixou. Saltou na direção desta horrenda e fincou a espada de cima para baixo em sua cabeça, perfurando completamente ali e também todo seu peitoral. Retirou a lâmina e não teve necessidade de a limpar, a criatura não tinha sangue afinal. Simplesmente continuou seguindo seu caminho até uma saída do lado esquerdo do túnel.
Adentrou a porta que se encontrava no fundo do corredor e se deparou com uma única cela, talvez uma especial, mas não tinha como entrar nesta, nem mesmo olhar para dentro, graças a um bocado de pedras que tampavam a entrada. Única solução foi contornar a cela pelo lado esquerdo, onde levava a uma escadaria para cima. Subindo as escadas, notou um estranho som de algo rolando, decidiu desviar-se e descer novamente as escadas, se escondendo atrás de uma parede. Do andar de cima, uma grande bola de aço rolante descia as escadas a grande velocidade, esmagando completamente a parede daquela cela antes completamente fechada. Não ligou de onde teria vindo esta bola de aço, simplesmente adentrou a cela pelo buraco na parede e ali viu. Olhando para um buraco em cima, o único jeito daquele cavaleiro ter entrado e também a única fonte de luz do local. Um cavaleiro se encontrava ali, olhando para aquela luz acima deste mesmo, chorando por ter falhado em sua missão. Em sua mão destra, uma espada em aço, enquanto que a outra tentava parar o sangramento de seu ferimento no peito. Oberon aproximou-se deste cavaleiro, teria sido ele a dar aquela ajuda de antes? Tinha várias perguntas.

– Quem é você? Onde estou? Foi você que me ajudou? – Perguntou Oberon de súbito ao moço ali sentado nos destroços do teto.

– Vejo que tem várias perguntas... Eu tentarei responde-las a todas já que vim para cá do mesmo jeito que você. – Respondeu o Cavaleiro sem nome, começando a contar sua história e respondendo as perguntas de Oberon.

Minutos após conversa entre ambos, o Cavaleiro finalmente ficava calado e quieto, deixava cair sua lâmina e seus braços ficavam moles, o garoto havia morrido. Oberon fez uma vênia, aquele que havia o salvado daquela prisão e explica como aquele mundo funcionava. Segurou firme no punho de sua espada e começou a subir as escadarias de onde havia saído aquela bola de aço. Chegando no andar de cima, um morto-vivo o esperava, o mesmo que havia jogado aquela bola. Fincou a espada de baixo para cima na cabeça deste ser estranho, o matando instantaneamente. Abriu uma outra porta em sua frente e matou mais um grupo de mortos-vivos. Estava agora do lado de fora, em cima da catedral. Podia ver claramente a parte destruída pelo demônio de antes, na verdade, estava onde esta criatura se posicionava antes de atacar. Tentou sair, mas tinha grades neste telhado, podia ver claramente que depois daquele portão era realmente a saída, mas que infelizmente caminhava para uma espécie de abismo: “Poderei mesmo sair daqui?” – Se perguntou. Não adiantava esperar e simplesmente observar, sair por cima era um suicídio, a catedral era alta e as grades também, além de pontudas, o único jeito era enfrentar aquele demônio de antes e o derrotar, talvez ele tivesse a chave.
Virou-se a cento e oitenta graus, para o buraco feito na parede e no teto do local e lá em baixo, o demônio o olhava, já sabia de sua presença ali, mas com certeza não poderia voar novamente, em vez disso, começou a golpear a parede com a maça, querendo derrubar o garoto e o comer, pois sua boca estava claramente aberta, dando espaço para três pessoas adultas caberem. O chão estremecia e Oberon simplesmente pulava na direção da cabeça do monstro, fincando a espada num dos olhos desta mesma, o que a fazia entrar em desespero. Por sorte, o garoto conseguia libertar a espada do olho do monstro e fugia para onde tinha entrado anteriormente naquele salão, olhando de longe a criatura bater com a maça em todo o canto, até mesmo contra os pilares e os quebrando.

– Se ele continuar assim, serei esmagado por esta catedral inteira, devo me apressar! – Falou enquanto corria e agachava, desviando de um dos golpes deste monstro colossal, se posicionando de baixo desta, o que o protegeria de quaisquer destroços. Por azar, o demônio não parava de se mover também, o que fazia certas vezes o garoto quase ser esmagado por seus passos apressados e desesperados. Após algum tempo aguentando toda aquela confusão e gritaria de algo gigante, suficiente para deixar o moço surdo por alguns minutos, toda catedral começava a ceder e a cair sobre a criatura colossal, o fazendo agachar subitamente. Por sorte, Oberon havia caído após alguns destroços quase o atingirem, ao abrir os olhos viu a criatura cair por cima do mesmo, mas isto seria o golpe fatal para ela. A espada do moreno atravessou o crânio do monstro e o matou instantaneamente, mas ainda não estava fora do perigo, destroços ainda caíam em cima de ambos, causando imensa pressão no solo, chegando até mesmo a amassar para baixo. Nisto, Oberon lembrou que em baixo deveria ter outra criatura desta, a que ele avistava antes dentro de uma cela, talvez fosse ainda mais perigoso que esta que o tentava matar e estava solta. Deixando totalmente a espada de lado, levantou-se e correu a toda velocidade em direção à porta de madeira agora esmagada, com espaço suficiente para um corpo pequeno humano passar.


– Finalmente... A saída! – Após atravessar todo aquele problema de quedas de pedras enormes, finalmente o garoto, agora morto-vivo também, conseguia sair.

Olhou em volta e o que viu foi uma espécie de ponte destruída, tinha um fim bem na sua frente, mais acima um pouco na colina. A volta deste local, um enorme cemitério todo destruído, podia se ver claramente que a cada dia, pedaços de pedras caíam para o abismo, este local não aguentaria muito mais tempo de pé. Caminhou lentamente enquanto recuperando o fôlego da luta de antes, subindo a colina e finalmente chegando acima desta. Ali em cima, nada existia além de duas paredes destruídas, uma delas com um quadrado no centro, talvez uma antiga janela. Aproximou-se da ponta daquele abismo, olhando para baixo. Ao longe, podiam ser avistadas montanhas, até que numa desta podia se ver que claramente tinha algo grande, como muralhas e um castelo, mas a visão estava completamente desfocada para conseguir saber o que era exatamente. Não durou muito tempo até se escutar o som de um corvo, mas não normal, este era bastante alto para um corvo comum. Ao longe, uma criatura voadora se aproximava a grande velocidade, o garoto simplesmente recuou um pouco o corpo e se preparou para o que estava por vir. Antes mesmo de pensar em pular de volta para o lugar, foi agarrado por duas garras enormes de um corvo também colossal. O impacto foi suficiente para atordoar o moço e o adormecer novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Firelink" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.