The Firelink escrita por Cryser


Capítulo 1
Capítulo 1 - Acordado ou acabado de adormecer?




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Dia vinte e cinco de Setembro de dois mil e treze, num dia ensolarado e por volta das três da tarde, um garoto de dezenove anos e adormecido por duas semanas acorda.

– Finalmente o paciente acordou. - Citou uma das enfermeiras em volta deste garoto.

– Duas semanas de coma alcoólico, isso até parece normal para jovens de hoje em dia! - Outra enfermeira exclamou. Esta com um sotaque meio mexicano.


O garoto simplesmente olhou para as enfermeiras sem nada dizer. Estas vestiam um uniforme padrão de hospital, com botões em cor vermelha. Uma delas era loira, com olhos azuis, sua pele pálida, talvez vinda de países nórdicos... A outra era mais morena, talvez brasileira, tinha cabelos bem escuros e sua pele era também bastante escura. Ambas admiravam o garoto acabado de acordar, anotando algo em seus cadernos: "Talvez os resultados de meu melhoramento?” Pensou o garoto. Preso numa cama de lençóis brancos naquele quarto de hospital. Cansou de olhar para as enfermeiras que tagarelavam sobre o que haviam comido no almoço. Olhou mais um pouco em volta e não viu mais nenhuma cama, parecia um quarto especial, talvez alugado ou comprado por seu líder da gangue onde pertencia. Desviou o olhar para a janela aberta, deixando grande claridade adentrar o local, paredes brancas refletiam esta luz e quase cegavam o rapaz, mas este já havia se habituado ao efeito, sua casa era igualmente pintada toda de branco e levava com luz solar todo o dia. Lá fora, nada mais se via do que o outro edifício pertencente ao mesmo hospital, talvez alguém do outro lado estivesse olhando para a janela onde o garoto estava. Voltou a fechar os olhos por um momento e relaxou. Ao abrir novamente, já estava de noite, a cortina fechada e completamente sozinho em seu quarto, finalmente havia achado forças para se levantar e caminhar em direção da porta, mas algo desviou mais a sua atenção. Tinha gente caminhando do outro lado desta, o que fez o garoto recear um pouco antes de abri-la.
Olhou melhor a maçaneta e percebeu que tinha um trinco, então trancou a porta e encostou o lado esquerdo do rosto a esta, escutando toda a conversa. As vozes escutadas eram de duas garotas, e mal se entendia o que elas falavam, mas o garoto conseguiu captar maior parte das coisas.

– Ele ficou 2 semanas dormindo, acordou e ainda conseguiu dormir de novo... – Disse uma das pessoas.

– Não acho que ele vá se recuperar tão cedo, ele nem deve lembrar como chegou no hospital... – A outra falou logo por cima, com um ar de preocupada com algo.

Foi o máximo que o garoto escutou, as moças se afastaram mais e mais até não conseguir se ouvir mais nada. A luz do corredor foi apagada, o que deu uma brilhante ideia ao rapaz. Este destrancou a porta e saiu para o corredor, procurando uma saída. O corredor de paredes brancas, tinha 4 listras de cada cor, uma vermelha, outra verde, azul e uma preta. Para a saída, a preta não seria com certeza, então tentaria a vermelha. Demorou algum tempo até começar a caminhar novamente como uma pessoa normal, suas pernas ainda estavam um tanto frágeis e trêmulas, o que o obrigou a apoiar-se a parede durante todo o processo.
Por incrível que pareça, o hospital estava mais que silencioso, por qual motivo não estaria ninguém cuidando dos doentes durante a noite? Ele havia sido evacuado totalmente, ninguém nos corredores, também não parecia haver alguém nos quartos, pelo menos, o moço não escutava qualquer gemido de dor ou algo do tipo, realmente parecia um local assombrado de paredes brancas e cortinas desta mesma cor. Minutos e minutos de caminhada por aquele labirinto, finalmente avistava luz, era a saída. Neste momento, se libertou da parede onde se apoiava e começou a correr na direção desta. Abriu as portas, estas estavam destrancadas, o que era mais estranho ainda, mas não iria se preocupar com isso agora. O tempo lá fora estava quente para ser de noite, mas nada o impediu, tomou rumo a casa.

Três dias depois.

O relógio marcava meio dia, do dia vinte e oito de setembro de dois mil e treze. Pelas ruas, um garoto com aparência de problemático caminhava. Vestindo roupas negras, uma camiseta apertada a seu corpo e umas calças jeans com um cinto de couro as prendendo a cintura. Em seu pescoço, uma corrente em aço com uma cruz anexada, neste mesmo material. Em seu pulso esquerdo, um relógio caro aprova de água, sem motivo aparente, o garoto nunca ia a praia mesmo. Carregando em sua destra, um modelo recente do famoso Iphone, mas este aparentemente desligado, o garoto olhava em volta a procura de algo para se alimentar. Apesar do ótimo dia de verão, o mesmo estava um pouco ventoso, fazendo os cabelos marrons e médios do garoto voarem um pouco, também o obrigando a fechar os olhos castanhos por um período de tempo.
Pelas ruas, várias pessoas caminhavam com compras nas mãos, outros andavam de bicicleta e os carros, como sempre, com seus motoristas raivosos e buzinando para outros um pouco mais lerdos, melhor dizendo, uma cidade barulhenta. Com seus prédios superiores a 5 andares, no outro lado da rua onde o moço permanecia, uma obra acontecia na calçada, o que fazia mais barulho ainda.
O celular do moço vibrou, mas este não o atendeu no momento, se esgueirou para um pequeno beco, onde o som seria bem menor, com certeza. O atendeu:

– Oberon? Precisamos de seus serviços de novo. – Uma voz grossa se pronunciou do Iphone do rapaz.

– Vocês sempre precisam de mim afinal... Vá direto ao ponto, quem devo matar agora? – O garoto pronunciou numa voz firme, mas calma, relaxada, como se aquilo não fosse quase nada no seu dia-a-dia.

– Sempre gostou que sejamos diretos, então falarei bem diretamente. Você precisa dar sumiço numa garota, seu nome é Ciaran e ela tem 17 anos, costuma caminhar pela avenida ****, ela para habitualmente no restaurante ***** e pede um almoço, após isso, ninguém sabe aonde ela vai. São as únicas informações que temos. – O mesmo homem de antes falou, com algumas interferências na chamada, talvez por causa do vento. (Os * são a interferência)

– É... Entendi tudo, farei o serviço rapidamente. – O garoto desligou após falar e caminhou para fora do beco.

Olhou para seu Iphone e uma mensagem havia sido recebida, era uma foto da garota. Esta tinha cabelos loiros e compridos, não parecia muito alta, talvez um metro e setenta no máximo, baixa comparada ao garoto com um metro e oitenta e cinto. Sua pele clara mostrava que não gostava muito de sair de casa também. Seus olhos um pouco rasgados mostrava ser asiática. O garoto absorveu o máximo de informação sobre a aparência desta, e então seguiu seu caminho para a avenida que achava ter escutado, este também não se lembrava do nome, sem motivo aparente.

Duas horas depois.

Cansado do esperar na esplanada de um bar no meio da calçada, finalmente o que tanto esperava aparecia. A garota estava ali, saindo do mesmo bar onde o moço se sentara. A loira saiu nas pressas, olhando para todos os lados, talvez soubesse que estava sendo seguida, por sorte, não olhou diretamente para o garoto, ela perceberia a aura do mesmo, um tanto mais agressiva que as outras pessoas. Seguiu a moça quase correndo, assim como esta também fazia, mas por um descuido, muita gente se aglomerou na frente do garoto, o que o obrigou a usar a força para abrir caminho. As pessoas começaram a reclamar, o que chamou a atenção da moça que o percebeu. Esta começou a correr por toda a avenida, entrando para um beco e encolhendo ali com a sacola de compras tampando o rosto. O garoto nada fez, simplesmente se posicionou na única entrada e saída do beco, olhando-a com uma pistola de calibre baixo em sua canhota.

– Vo-Voccê vai me matar por que eu peguei infor-informação sobre sua gangue? – A garota indagou enquanto soluçava para chorar.

– Eu não sei o motivo, apenas recebi a ordem de te matar, e assim o farei, não importa o quanto isso custe. Não se preocupe, não te darei último pedido nem nada, sua família também será avisada de todo o ocorrido e suas últimas palavras serão guardadas num histórico. – Novamente num tom frio, mas este mais que antes, pronunciou para a garota, já mirando a arma na cabeça da mesma.

Esta começou a chorar mais ainda e voltou a correr para mais fundo do beco, abrindo uma pequena porta de um prédio e entrando. Mas neste mesmo momento que a moça entrava ali, seu grito ecoava por toda a rua, a sacola caia no chão do lado de fora e a porta se fechava.

– Ei, não brinque comigo desse jeito... Caminhou com passos largos em direção a porta, agarrando a maçaneta com força e a rodando para abrir, mas a porta parecia perra. Após um minuto de tentativas, finalmente abria a porta e entrava no prédio, estava escuro ali dentro, não via nada, então, acendeu a luz. A sua frente, uma grande forma em espiral de cor negra, um portal. De dentro, nada saía, apenas sons de gritos e nada mais, parecia o portal para o inferno.

– Isso a sugou? Acho melhor eu dar o fora daqui! – Falou enquanto corria para a saída novamente, mas foi impedido. Uma mão apodrecida agarrava seu pé esquerdo, o impedindo de correr com uma força sobrenatural, mas não ficava por ali, outra mão saia do portal, esta bem maior que o garoto. Seus dedos pareciam tentáculos de polvo ou algo deste tipo de animal, o que agarrava o garoto por completo, o puxando para dentro daquele buraco negro.

Após alguns segundos do garoto gritando, este finalmente se acalmava, ainda de olhos fechados, sentia uma enorme pressão em sua volta, o cheiro também mudava, o que o fazia vomitar de cara. Um cheiro imundo a coisas mortas e podres, estaria ele no inferno? Não se atrevia a abrir os olhos enquanto não terminasse de vomitar, mas escutava o choro de pessoas, desesperadas, pareciam aprisionadas a bastante tempo e pelo cheiro, talvez estaria alguém morto bem do seu lado.
Abriu os olhos e olhou em volta da sua cela, demorou algum tempo a habituar-se a escuridão do local, mas finalmente conseguia ver, um homem de armadura se encontrava sentado num canto, não conseguia se ver seu rosto, mas uma das mãos estava sem armadura, esta havia caído. Não tinha pele, quase nem mesmo carne, estava podre, bichos de todos os tipos entravam e voltavam a sair pela armadura, não se atreveria a retirar-lhe o elmo, na verdade, nem nenhuma parte daquela armadura de prata. A esquerda deste cavaleiro, uma espada com a lâmina quebrada, não serviria de nada se tivesse que lutar contra um cavaleiro medieval ou algo do tipo. No teto de sua cela, um buraco que deixava entrar pouca luz, mas não só isso, parecia chover dentro da cela. O garoto concluiu isso após ver bem em baixo do buraco no teto, o chão alagado e mais perfurado que o resto da cela. Gatinhou até um canto e se encolheu ali, pela primeira vez estava assustado o suficiente para entrar neste estado. Não mais olhou em volta, fechou os olhos e recitou para si mesmo: “É tudo um sonho, tudo um sonho... Logo acordarei novamente na cama do hospital, sei disso...”.


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Notas finais do capítulo

*As estrelinhas indicam a interferência na chamada.

Aqui se encontra a Age of Fire and Peace, final Versão um para download em PDF : https://mega.co.nz/#!dJ82iaLJ!SZrGKiJvtovbQ10e1MJUnUod7hsk1g-EpCqudc_OFgM

Aqui se encontra a The son of darkness, final versão dois para download em PDF :https://mega.co.nz/#!Iddz2YqI!e5LDhmqSC2uWcUNakPvAAn72K_t37XrPuO0U5Z_T7zY

(Prefiro que leiam a fanfiction na versão PDF pois consegui organizar melhor.)



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