Meu Amor É Um Nerd escrita por rodriguesrubia


Capítulo 5
Capítulo 5 - Garoto de ouro


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, confesso que eu não planejava postar nada hoje, porem como eu fique super grata pelos reviews, estou postando esse cap simplesinho. Muito obrigado e tenha uma ótima leitura.



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Era apenas terça feira e eu já estava pensando na festa de sexta que Veh estava planejando. Eu precisava ir nessa festa, mas eu tinha medo de parecer um mané para ela. Eu tinha medo que ela descobrisse que eu não sei dançar e que eu nunca fui em uma festa antes, a não ser festa de aniversário de criança. Eu tinha medo de ela nunca gostar de mim, e só me querer como amigo, o que seria horrível para mim. Eu estava sentado em uma cadeira na sala de espera do Hospital Santa Mônica olhando o movimento de pessoas. Pessoas de todos os tipos: jovens, velhos, crianças, homens, mulheres, brancos, negros, loiros, morenos... Todos estavam lá por alguma razão, algum motivo e poucos destes eram motivos felizes. Havia uma mulher sentada em uma cadeira da sala de espera, havia uma garota ao seu lado e ambas estavam chorando. A mulher estava quase entrando em pânico e ao observá-la eu pensei nas razões daquele pranto. Pensei que aquela mulher poderia ter perdido o marido por causa de um ataque cardíaco e arrepiou-me da cabeça aos pés. Eu observava enquanto aquela mulher desconhecida chorava quando passa rapidamente uma mulher, médica pelo jeito, à frente de uma maca empurrada por um cara alto, em cima da maca havia um garoto inconsciente. Não deveria ser muito mais velho que eu e seu rosto estava ensangüentado. Meu estomago embrulhou quando vi que seu braço esquerdo,porem o braço direito não estava onde deveria. Pensei na mãe daquele garoto, no pai, nos entes queridos que no momento deveriam estar em pânico pensando em como ele continuaria a vida, isso se continuasse. Fechei os olhos e percebi então o quão barulhento tudo estava. Choros, gritos, conversas, brigas, tudo... Era um mar de pessoas infelizes e com problemas, e para completar, lá estava eu. 

Senti o ar se mexer quando alguém sentou ao meu lado. Eu não tinha a mínima idéia de quem era, mas eu realmente não queria mesmo saber. Então continuei de cabeça baixa e olhos fechados. Uma mão pousou no meu ombro e logo depois, uma cabeça também. 

- Como você esta? - Perguntou mamãe.

Abri os olhos por obrigação. E sussurrei. - Não importa. Como está o papai? -

- É claro que importa, filho. Ele esta bem, melhorando. Ainda essa semana estará em casa. - o rosto de mamãe estava muito mais corado que ontem. Ela não tinha mais aquela feição de preocupação. Sabia que o que ela estava falando era verdade, ela tinha um ar de alivio.

- Que ótimo. - Respondi com um sorriso desanimado, mas sincero. - Vou ficar aqui hoje e você vai pra casa. E não ouse dizer que não. Eric ta no carro lá no estacionamento esperando você. Você vai pra casa, toma um banho, come algo, descansa um pouco e eu fico aqui. - 

- Mas Ed, filho, amanha você tem escola. Não pode passar a noite aqui e amanha pela manha ir para o colégio. -

- Já acertei tudo com o Matt mamãe. Não se preocupe. Vá pra casa. -

Mamãe se endireitou na cadeira e me olhou. - Filho, você vale ouro. - Ela beijou minha bochecha e se levantou. Voltei a abaixar a cabeça e fechar os olhos. Pensei um pouco sobre o fato de que amanha eu não conseguiria prestar atenção em nem meia hora de aula. Mas eu não tinha escolha. Me levantei da minha cadeira e andei até o quarto de meu pai. Ele estava deitado na cama dormindo e havia ao lado de sua cama uma mesa com um porta retrato com uma foto da família toda e com um vaso com flores dento. Passei a mão pela moldura da foto e me lembrei de quando ela foi tirada. Já fazia uns 5 anos que nós fomos todos até a casa de verão do tio Ben na flórida. Nós alugamos uma cabana na frente na praia e eu fui mordido por uma cobra naquele verão, quando nós todos fomos pescar no lago das formigas que era a uns 20 quilômetros da praia. Até hoje não entendo o porque o nome do lago era “Lago das Formigas” se eu não havia visto nenhuma formiga, mas muitas cobras. A foto tinha sido tirada uns 5 minutos antes da cobra pular dentro do barco. Depois disso mamãe fez todos nós voltarmos para a cabana e arrumarmos as nossas coisas porque iríamos voltar para casa. Sorri ao lembra da história e do fato que os garotos até hoje disserem que eu estraguei a viagem.

Havia um cadeira ao lado da cama do papai e eu me sentei nela olhando para ele. Ele estava muito diferente da foto. Não era mais o mesmo Paul. Ele estava mais acabado, mais surrado, mais triste. Eu sentia que papai não agüentava mais a rotina do emprego, do estúdio e da família. Sabia que ele estava desgastado e que havia sofrido muito. Segurei minha cabeça dentre as mãos e pensei em como eu poderia ajudar ele. Eu não queria que ele tivesse outro infarto, então eu estava decidido em começar a ajudá-lo no estudo. Sempre que eu pudesse iria para lá o que eu poderia fazer para amenizar um pouco o esforço dele.

- No que você tanto pensa, Edward? - A voz de papai estava rouca, cansada e mais baixa que o normal. 

Levantei a cabeça e vi que ele me olhava, luz do quarto estava bem fraca mais eu conseguia ver os tubos ligados nele. - Em como eu vou poder te ajudar quando você sair daqui. - 

- Ah, filho. Se você continuar estudando e se esforçando para conseguir uma bolsa para a faculdade, você já estará me ajudando muito.- Disse ele.

- Não, eu vou começar a ir todos os dias depois da aula lá no estúdio e eu posso, sei lá, te ajudar de alguma maneira. - 

- Não, Ed. Não sacrifique a sua adolescência. Até porque já tenho Matt e qual esforço maior eu faço naquele estúdio a não ser ficar ouvindo musica e assinando papeis? -

- Mas, pai. Eu não quero te ver em uma cama de hospital de novo. -

- Você não vai, campeão. Isso vai passar e logo eu vou estar em casa muito bem. - Eu me apoiei na cama e peguei sua mão. Eu olhava pra ele e repetia para mim mesmo que eu cuidaria dele. - Onde esta sua mãe? - Ele me desvirtuou dos meus pensamentos. 

- Em casa. Eu vou passar a noite com você, se não se importa. - 

- É claro que não, mas você não tem aula amanha de manha? - 

- Sim, mas mamãe precisava ir para casa tomar um banho e descansar. E o Matt vai se acordar mais cedo, vir me buscar e trazer o Fiat, Aí ele fica aqui e eu volto pra casa e tomo um banho para ir pro colégio. Aí depois, mamãe vem com o carro do Matt pra ele ir para o trabalho e ela fica aqui com você. - 

- Você é um garoto de ouro, Edward. - ele sorriu.

- Eu só quero ajudar. -

- Você não só ajuda, mas também dá orgulho. -

Papai virou para o lado e fechou os olhos para dormir. Eu me ajeitei na cadeira da forma menos dolorida e mais cômoda e imaginei que amanha eu não enfrentaria só o sono, mas também a dor.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenha gostado, se sim, deixe um review. Beijos.