Our Love Story - Brittana escrita por kordeibeYo


Capítulo 2
Conhecendo Brittany S. Pierce




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Era dia 18 de dezembro e o clima em Lima estava horrível a mais de uma semana para o desgosto de uma pequena latina que não tinha saído de casa desde que as férias de inverno começaram porque a neve e o vento estavam muito fortes para uma menina de 4 anos suportar, pelo menos era o que dizia Maribel, mãe de Santana. Mas a neve deu uma trégua e os Lopez aproveitaram para fazer um passeio ao shopping, ir ao cinema e levar Santana para brincar um pouco no parquinho que tinha no estacionamento do shopping e a menina estava satisfeita só de saber que iria sair de casa.

“Madre, que roupa eu ponho?” Santana apareceu na sala aonde seus pais já estavam a esperando usando um roupão preto que cobria todo o corpo da menina.

“Mi hija, só estamos indo ao shopping. Qualquer coisa que te mantenha aquecida está bom.” Juan respondeu no lugar de Maribel que estava ocupada lendo alguma coisa. “O que você esta lendo querida?”

“Uma carta da sua mãe. Me desculpe Juan, mas ela é absurda de vez em quando.” Maribel virou para o marido irritada fazendo o homem rir.

“O que ela fez dessa vez mi amor?”

“Um casal de homens se mudou para o bairro dela e ela fez um abaixo-assinado para expulsar eles de lá. Sua mãe pode ser religiosa e acreditar no que ela quiser, mas ela não pode tentar controlar a vida das pessoas ao redor dela Juan.”

“Maribel, ela é uma Lopez. O que mais ela disse na carta?”

“Nada. Ela só contou essa situação terrível na qual ela colocou os vizinhos e disse que eles ainda por cima tinham uma filha.” Juan olhou confuso para a esposa e ela riu da cara engraçada que ele fez. “Não faça essa cara Juan.”

“Ok, eu só não entendo como algumas coisas são possíveis. Mas deixa isso pra lá, ela falou alguma coisa sobre a menina?”

“Sim. Ela disse que a menina tem a idade da Santana e não podemos deixar ela brincar com a nossa filha porque senão ela vai ser contaminada. Dios Mío Juan, su madre eres una loca!” A mulher falou alto e não percebeu que sua filha estava ouvindo atentamente do corredor a conversa, e que ouviu bem sua mãe falar que sua abuela não a queria perto de alguma menina nova. E para Santana, a opinião de sua abuela era a coisa mais importante do mundo.

“Qual o nome deles Mari?”

“Hiram e Leroy Berry. E o nome da menina é Rachel. Porque?”

“Eu vou passar na casa deles quando formos para a casa da minha mãe, e vou me desculpar com eles pelos absurdos dela. Tudo bem por você?”

“Sí Juan. Graças a Deus você não é como sua mãe, por isso eu amo você.” Maribel deu um beijo rápido no marido e largou a carta que a sogra a tinha enviado em cima da mesa da sala.

“Estou pronta.” Santana apareceu na sala interrompendo o momento romântico dos pais vestindo uma calça de moletom preta e um casaco roxo com uma blusa de lã branca por baixo.

“Então vamos.” Juan pegou a menininha no colo que começou a rir junto com pai e a levou pra porta mantendo-a aberta para sua esposa passar.

O caminho para o shopping foi tranquilo, Santana estava sentada no banco de trás pensando em sua abuela, e porque ela não queria ela perto dessa menina Rachel Berry. A menina decidiu perguntar pessoalmente isso para a avó no natal mas decidida que não faria nada que desagradasse a matriarca dos Lopez.

-XX-

“Isso explica então porque você sempre odiou a Rachel.” Quinn interrompeu a historia de Santana e a latina só assentiu com a cabeça olhando para baixo. “Mas porque você esta me contando isso?”

“Porque é importante para a historia loira. Naquela época eu não sabia o que era homossexualismo mas eu ouvi meus pais falando sobre um casal de homens e eu não sabia como isso era possível mas pela maneira como eles falavam eles não pareciam dar muita importância pra isso. O que foi muito importante pra mim no futuro, porque quando eu e Britt começamos a ficar, eu não me importava muito porque eu sabia que poderia contar com eles. Meus pais nunca foram o problema, minha abuela é que era.”

“Ah sim. Sinto muito pela sua avó San mas eu fico feliz que seus pais tenham sido tão bons pra você sabe. Pelo menos você não teve que reprimir seu tesa...”

“Fabray! Meus filhos estão aqui.” Santana interrompeu a loira antes que ela terminasse a frase porque apesar de só ter 7 anos, Cory tinha como influencia masculina Noah Purckeman então ele já entendia muito mais do que precisava entender, para o eterno desgosto de Santana.

“Desculpe San. Você sabe o que eu ia dizer, eu infernizei a Rach por causa dos meus pais, eu não podia decepciona-los né.”

“Eu sei Fabray. Eu conheço sua historia com o Hobbit até de trás pra frente, agora você quer conhecer a minha com a Britt ou não?”

“Sim, você tem razão Lopez. Continua.”

“Obrigada.”

Santana deu um sorriso debochado para Quinn e olhou para seus filhos. Cory tinha se levantado do colo da mãe e ido sentar ao lado da loira no sofá e encarava a ela e Valerie estava encostada no seu peito brincando com o colar da mãe esperando ela continuar a historia.

-XX-

Depois de andar pelo shopping com meus pais eles decidiram me deixar brincando no parquinho que improvisaram no estacionamento e foram assistir algum filme no cinema. Eu não me importava muito em ficar sozinha, eu sabia que meus pais precisavam de um tempo pra eles e que mamãe precisava de uma folga também porque desde que eu nasci ela só tem ficado em casa cuidando de mim. Eu adorava ter minha mãe tão perto mas eu sabia que ela sentia falta de trabalhar, e as vezes me incomodava um pouco saber que eu era o motivo dela ter parado mas ela sempre dizia que eu era mais importante e ela não queria perder nada que fosse relacionado a mim, então ela preferiu o trabalho de mãe integral. Quando cheguei no parquinho avistei de longe uma criança alta e deduzi que só podia ser o Finn, nenhuma criança de quatro anos era tão grande como ele.

“Mãe, eu acabei de ver o meu amigo ali. Posso ir falar com ele?” Apontei para a direção em que eu tinha visto Finn e minha mãe virou a cabeça pra olhar também, a mãe dele estava sentada perto dele e acenou para mim e para meus pais então fomos em direção a eles.

“Carole, como está?” Minha mãe perguntou a Sra. Hudson e Finn virou a cabeça na direção da voz da minha mãe e quando me viu fechou a cara. Eu não era uma criança muito adorada entre os meus colegas porque eu era de Lima Hights e sempre fazia piada sobre as outras crianças, principalmente sobre o Finn que era grandão e desajeitado e tinha uma cabeça enorme que parecia uma batata. “Você tem certeza que não tem problema se eu deixar a Santana com você por umas horas?” Minha mãe perguntou e eu virei para a encarar a Sra. Hudson e ela sorriu bondosamente pra mim e eu sorri de volta. Eu podia até não gostar do filho dela mas eu era muito bem educada em casa e eu gostava dela, ela sempre me dava mais doces do que para as outras crianças quando nós íamos brincar na casa do Finn.

“Claro que não Maribel. Vai ser um prazer cuidar da Santana, eu já estou com Finn e Noah aqui, mais uma não vai ser problema.” A sra. Hudson riu e minha mãe soltou minha mão se abaixando para falar comigo.

“Santana, eu e seu pai vamos ver um filme e depois viemos te buscar pra ir pra casa. Você vai ficar aqui com a mãe do Finn e por favor, comporte-se mi hija.” Minha mãe falou baixinho pra mim e eu balancei a cabeça em um sinal positivo. Ela me deu um beijo na bochecha e meu pai me deu um na testa e saíram juntos nos deixando lá.

“Então Santana, você já comeu?” Virei para a Sra. Hudson e fiz que sim com a cabeça porque meus pais tinham acabado de me pagar um super lanche e eu tinha vindo até com um dinossauro de brinquedo que eu quis jogar fora mas meus pais não deixaram. Ela sorriu pra mim e se sentou no banco perto de onde Finn estava brincando com mais algumas crianças e apontou o lugar com a cabeça para que eu fosse me juntar a eles.

“Hey Finn.” Eu cheguei perto dele e ele me cumprimentou e depois quando eu vi com quem ele estava brincando abri o meu melhor sorriso. Noah e Artie estavam ali também. “Olá meninos.” Noah levantou e veio me dar um abraço forte e eu retribui, ele era de longe o meu melhor amigo. Nós nos conhecíamos desde sempre porque meu pai e o pai dele eram amigos de colegial e mesmo depois que o Sr. Puckerman abandonou a família, a mãe dele continuou o levando La em casa. Depois que ele me soltou deu um abraço rápido em Artie que fico extremamente corado e me fez rir. Ele era um garoto legal se você não considerar os óculos, o corte de cabelo ridículo e a mania de querer mandar nos outros.

“O que você tem ai San?” Noah perguntou apontando pra minha mãe e só agora lembrei do dinossauro estúpido que eu tinha ganhado na lanchonete. Levantei o brinquedo para eles verem e Artie abriu um sorriso na direção do bicho.

“Eu posso brincar com ele Santana? Eu adoro animais grandes sabe. Dinossauros, dragões...”

“Artie você pode ficar com ele se quiser. Eu acabei de ganhar numa lanchonete mas eu não queria e tentei jogar fora mas meus pais não deixaram, imagino que eles vão ficar satisfeitos de saber que eu consegui me livrar disso de uma maneira não tão desagradável.”

Os meninos riram e depois eu comecei a rir junto com eles. Sentei ao lado de Noah e fiquei observando ele e Finn jogando um jogo enquanto Artie brincava com sua coleção de bonecos e vez ou outra dava um pitaco no jogo dos meninos.

Depois de sei lá quantas rodadas daquele bendito jogo eu comecei a ficar entediada e quis fazer outra coisa, levantei a cabeça e dei uma olhada no parquinho. Não estava muito cheio mas tinham mais dois grupinhos ali. Um grupinho estava perto do escorregador e era composto por um garoto asiático, um menino baixinho com cabelo cheio de gel e com um topete todo arrumadinho que se vestia como uma menina e um um outro garoto moreno que estava dançando no ritmo das palmas que os amigos estavam batendo. E o outro grupinho que tinha era de duas meninas, uma loira e uma morena em pé do lado do balanço conversando. Ou a loira era muito alta ou a morena era muito baixa porque a diferença de altura entre elas era absurda e isso me fez rir. Os três meninos olharam pra mim como se eu fosse um ET por começar a rir sozinha e eu pensei em explicar pra eles o motivo do meu riso mas mudei de ideia. Continuei prestando atenção nas duas meninas e depois de alguns minutos a morena saiu de perto da loira batendo o pé e correndo em direção a um homem alto de óculos, a loira sentou no balanço com a cabeça baixa e ela parecia estar chorando, pelo modo que os ombros dela se mexiam. Por algum motivo aquilo me incomodou, eu olhei na direção que a baixinha tinha ido mas não a encontrei mais ali, e eu fiquei com vontade de fazer alguma coisa para a menina não ficar La sentada no balanço chorando.

“Santana aonde você vai?” A voz de Artie fez eu perceber que eu tinha me levantado.

“Eu vou ali no balanço. Estou entediada e já deu pra mim desse jogo de vocês.” Falei sorrindo e alto para que a mãe de Finn não ficasse preocupada de não me ver ali.

Andei em direção ao balanço e quando cheguei perto escutei a menina soluçando e senti uma reação ruim, um gosto estranho na boca que eu não sabia explicar. Eu não conseguia ver muita coisa da menina porque ela estava de cabeça baixa mas eu podia ver que seus cabelos eram de um loira muito claro e ela estava usando um vestidinho azul que ia até os joelhos com uma sapatilha preta e branca e tinha um unicórnio de pelúcia no colo dela.

“Hey.” Eu decidi me anunciar e não chegar sentando no balanço do lado dela porque aquilo podia assusta-la. Ela levantou o rosto para olhar pra mim e ai eu pude ver o rosto dela. Aquela menina era linda, parecia um anjo como eu via nos desenhos animados. Os olhos delas eram de um azul absurdamente claro e eu não conseguia me lembrar de ter visto alguém com um rosto mais bonito que o dessa menina. Os olhos dela me deixaram sem palavras, ela parecia estar vendo através da minha cabeça e mesmo vermelhos por causa das lagrimas eles eram incrivelmente lindos. “Você quer brincar comigo?” Eu perguntei sem graça por ela ter ficado me encarando tão firme.

Ela abriu um sorriso pra mim e eu senti meu coração dar uma batida mais forte com aquilo, o sorriso dela era tão aberto, tão espontâneo, tão brilhante. Eu não sabia explicar mas era um sorriso tão feliz que me fez sorrir também.

“Claro que sim.” Ela respondeu levantando do balanço e limpando o rosto com as mãos e nem reparou que o unicórnio dela tinha caído no chão. Eu abaixei e peguei o bichinho batendo de leve nele para tirar a sujeira e estendi para ela que abaixou a cabeça envergonhada e sorriu para mim. E ela pareceu ainda mais adorável naquele momento. “Obrigada.”

“De nada...” Eu respondi mas percebi que ela ainda não sabia meu nome e nem eu sabia o dela. “Eu sou Santana. E você, qual o seu nome?”

“Brittany.” Estendi minha mão para ela mas ao invés disso ela me puxou para um abraço e eu fiquei meio travada no começo. Eu não tinha problemas com abraços mas eu tinha acabado de conhecer aquela menina mas mesmo assim passei meus braços pela cintura dela e ela realmente era alta, mas não muito como parecia quando estava perto daquela morena que estava com ela. Me soltei do abraço de Brittany e ela estava sorrindo pra mim e sorri de volta pra ela. “Porque você estava chorando Brittany?”

“Eu briguei com a minha amiga Rachel.” Ela me respondeu com um tom de voz triste e abaixou a cabeça. O nome da amiga dela me era familiar mas eu não conseguia lembrar de onde, mas não dei importância pra isso no momento. Levantei o rosto da menina loira com a mão e sorri pra ela.

“Porque?”

“Porque ela queria brincar no balanço mas eu tenho medo e preferia ficar conversando com meu unicórnio ai ela disse que eu era muito infantil e que estava cansada de brincar comigo.”

“E quantos anos ela tem pra te chamar de infantil? 50?” Ela riu da minha piada mas eu não ri junto com ela, tinha ficado irritada com aquela porcaria de menina que estava aqui com ela. Aonde já se viu, querer forçar a Brittany a brincar de alguma coisa e principalmente de uma coisa que ela tem medo? “Você tem medo de balanços?”

“Sim. Eu sei que parece bobo mas quando eu morava na Flórida nós tínhamos um balanço lá e eu estava indo muito alto e eu escorreguei e cai. Eu machuquei minha perna e fiquei um tempão sem dançar, e eu tenho medo que aconteça de novo sabe.”

“Eu entendo Brittany. É muita bobeira da sua amiga tentar te forçar a fazer uma coisa que você tem medo só porque ela quer.”

“Valeu San. E obrigada por brincar comigo também.” Meu coração bateu mais rápido novamente com o meu apelido saindo da boca de alguém tão doce como a Brittany e eu sorri pra ela.

“Não tem que me agradecer Britt. Você quer brincar de que?” Ela sorriu pra mim também e me puxou pra sentar perto de uns brinquedos de cozinha junto com seu unicórnio e sua fada. Nós ficamos brincando e ela me contou tudo sobre ela, e pelo que eu percebi ela acreditava em todos os contos de fadas e historias fantasiosas possíveis. Fadas, duedes, unicórnios, papai Noel, bruxas e princesas. Eu achava pessoas que acreditavam nessas coisas meio infantis e bobas, mas a Britt falando sobre isso era fofo.

Nós continuamos brincando por mais um tempão e eu nem tinha reparado que meus pais já tinham voltado do cinema, só vi porque fui olhar para a Sra. Hudson e vi minha mãe sentada conversando com ela enquanto meu pai me observava brincar com a Britt. Ele acenou pra mim e eu acenei de volta fazendo a loira olhar na direção que eu estava olhando.

“É o seu pai?”

“É sim.” Ela olhou pra mim por um segundo e depois olhou para meu pai e sorriu.

“Você parece com ele.”

“Eu sei, todo mundo diz isso.” Ela sorriu pra mim e continuou penteando o pelo do unicórnio. “Cadê seus pais Britt?”

“Eles não sabem que eu estou aqui.” Ela falou com a maior naturalidade do mundo e eu arregalei meus olhos o maximo que eu pude. Os pais dela deviam estar loucos de preocupação por ela ter saído sem avisar, nós éramos crianças e ela podia não conseguir achar o caminho de volta pra casa e ai ficaria na rua desprotegida no frio.

“Brittany, eles devem estar preocupados com você.”

“Relaxa San. Meu pai não esta em casa, ele vive viajando a trabalho e minha mãe já estava dormindo quando eu sai. Eu moro aqui perto, e eu venho aqui quase toda noite.” Ela me deu um sorriso tranquilo mas não foi suficiente pra acabar com a minha preocupação.

Eu coloquei o pratinho rosa que eu estava segurando no chão e me levantei ganhando um olhar confuso da loira a minha frente.

“Vamos, eu vou pedir para os meus pais te deixarem em casa.”

“San, não precisa. Eu vim de bicicleta.”

“Mais um motivo. Está frio Brittany, na verdade está congelando La fora e você andando de bicicleta pela cidade durante a noite. Você pode errar o caminho de volta, algum carro pode perder o controle no meio do gele e pode acertar você e ai sua mãe não vai te achar mais. É muito perigoso você fazer isso.” Falei séria com ela mas sem gritar ou demonstrar que estava com raiva, Brittany era o tipo de pessoa que choraria se alguém gritasse com ela.

“Tudo bem San, seus pais podem me levar em casa e é até melhor porque assim eu passo mais tempo com você.” Ela deu um sorriso pra mim e entrelaçou o seu dedo mindinho com o meu e eu não consegui mais ficar brava com ela.

Fomos até meus pais e eu minha mãe deu um sorriso quando me viu com uma nova amiga porque segundo ela eu era muito má com as crianças e precisava fazer amigos.

“Podemos dar uma carona para a minha amiga?” Eu perguntei para os meus pais e meu pai assentiu com a cabeça. Eu sorri pra eles e me virei para voltar para o lugar que eu estava brincando com a Britt mas minha mãe me interrompeu.

“Santana. Não vai nos apresentar sua amiga?”

“Perdón madre.” Virei para meus pais e sorri para eles com cara de gato que quebrou a louça. “Essa é a Brittany Pierce. Britt, esses são meu pai Juan e minha mãe Maribel.” Brittany deu um oi animado para os meus pais e eles sorriram para ela. Me virei mais uma vez para ir brincar com a Britt mas dessa vez eu fui interrompida por uma aberração com cabeça de batata batizada de Finn.

“Olá, eu sou Finn Hudson. Esses são Noah Puckerman e Artie Abrams” Ele esticou a mão para Britt e apontou para os meninos. Noah cumprimentou ela com um sorriso e balançando a cabeça e Artie tentou dar um oi mas saiu uma coisa totalmente incompreensível e ele corou. Brittany sorriu para eles maravilhada de ter feito novos amigos e abraçou o Finn. Ele não era muito mais alto do que ela, então não foi um esforço muito grande mas me incomodou muito ver aquele filhote de baleia (eu não estava falando da Sra. Hudson) abraçando a minha amiga. Se tem uma coisa que me irrita é dividir as minhas coisas, e Brittany era minha amiga e eu não queria dividir ela com esses três, muito menos com o idiota do Hudson que vai acabar com todas as crenças da menina em criaturas mágicas do mesmo jeito que ele fez comigo. Finn Hudson é um ser humano tão desagradável que depois que ele descobriu que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem ele ficou tão frustrado que ele decidiu contar pra todo mundo da escola que ainda acreditava, e isso me incluía. Eu chorei por dias porque meus pais tinham mentido pra mim.

“Você é do McKinley?” Finn perguntou pra ela e ela franziu a testa pra ele. O imbecil estudava na escola e ela nunca foi lá, como ele faz uma pergunta dessa?

“McKinley é a escola que nós vamos Britt.” Eu expliquei pra ela apontando para mim e para os meninos.

“Ah sim. Não, eu sou de Carmel.” Ela deu um sorriso tímido para Finn. “Vocês todos vão a escola juntos?” Ela perguntou virada pra mim com um sorriso enorme no rosto e eu assenti com a cabeça. “Isso é muito legal. Eu não tenho muitos amigos lá em Carmel, mas agora eu vou ter a Rachel que vai estudar La comigo depois das férias.”

“Quem é Rachel?” Finn perguntou com uma cara que eu acho que é de confusão mas não sei ao certo porque ele faz essa cara praticamente o dia inteiro.

“É uma menina que se mudou pra Lima a pouco tempo, a minha mãe é paciente de um dos pais dela e nós já brincamos juntas algumas vezes.”

“É a menina que te deixou aqui sozinha chorando?” Eu perguntei sentindo a raiva dessa menina voltar e ela fez que sim com a cabeça.

“Você disse um dos pais dela?” Meu pai perguntou para Brittany e ela fez que sim com a cabeça. Ele e minha mãe se olharam rápido e eu entendi de quem eles estavam falando e porque o nome Rachel me era família. Era a menina que minha abuela não me queria perto, que era filha de dois homens.

“Sabe Britt, você não deveria ficar perto dela.”

“Porque não?” Meu pai, minha mãe e Brittany perguntaram ao mesmo tempo. Minha mãe tinha a sobrancelha levantada na minha direção e eu sabia que não podia falar que era porque minha abuela achava que ela tinha alguma coisa contaminosa.

“Ela não me pareceu uma boa amiga sabe, tentando te forçar a brincar de algo que você não queria e te largando aqui sozinha enquanto você chorava. Isso não me parece uma coisa legal.” Por partes eu estava falando a verdade, ela não parecia legal e não merecia ser amiga de alguém tão legal como Brittany mas também tinha porque se minha abuela queria que eu ficasse longe dela pra me proteger, então ela era um risco para Brittany também e eu não queria a loira em nenhum tipo de encrenca.

“Santana mi hija, isso não é da nossa conta.” Minha mãe falou olhando séria pra mim e eu dei de ombros, ela sabia o que aquilo signifava. Eu só estava sendo sincera.

“Sua mãe tem razão querida, não cabe a nós julgarmos se ela seria uma boa amiga ou não para a Brittany e sim a ela.” Meu pai apontou a Britt com a cabeça e eu fiquei com a maior cara de choque do mundo. Brittany era adorável mas ela acreditava em fadas e unicórnios, é claro que ela ia acreditar em qualquer coisa que aquela menina dissesse. Mas eu não podia falar isso, ela ficaria chateada comigo.

“Ok. É só a minha opinião. Você faz o que achar melhor Britt.” Ela sorriu pra mim e juntou nossos mindinhos novamente. Eu me aproximei mais de seu corpo virando meu rosto para olhar pra ela. Quando virei para meus pais eles estavam rindo junto com Carole de alguma coisa que eu não sabia o que era e Finn olhava para nós duas com cara de dor de barriga. “Podemos ir? Estou começando a ficar cansada.” De olhar para a cara do Finn. Eu queria dizer mas consegui manter a ultima parte na minha cabeça.

“Claro querida.” Meu pai me respondeu se levantando para se despedir de Carole e eu fiz o mesmo. Dei um beijo na senhora, depois um abraço em Puck e Artie e dei um tchau de longe para Finn. Já Brittany fez questão de abraçar todos, inclusive o pobre Artie que ficou parecendo um tomate de tão vermelho arrancando risos meus e de Noah.

“Britt, e seus brinquedos?” Eu me lembrei disso quando já estávamos na porta de saído do parquinho, ela soltou minha mão e voltou correndo para buscar as coisas dela mas voltou só com o unicórnio na mão. Eu fiquei confusa e ela deve ter percebido isso porque ela sorriu pra mim e deu de ombros.

“Eu tenho vários conjuntinhos de casinha em casa, e quando eu os trago pra cá eu nunca levo de volta pra casa. Eu deixo ai para as crianças que não tem brincarem com ele. Eu só voltei mesmo pelo Sir Chifrinho, eu não podia abandona-lo aqui.” Ela abraçou o bichinho de pelúcia e fez um carinho na cabeça dele evitando encostar no chifre.

“O nome do seu unicórnio é Sir Chifrinho?” Eu perguntei sorrindo e ela fez que sim com a cabeça.

“Eu sei que é bobo mas...”

“Não Britt-Britt, isso é adorável.” Interrompi ela não querendo que ela se chamasse de boba mais uma vez naquele dia e corei quando minha mãe virou pra mim sorrindo. Brittany segurou minha mão toda dessa vez e me deu um beijo na bochecha me fazendo corar mais ainda.

Minha mãe começou a conversar com a Brittany e eu preferi não entrar no assunto e ficar observando ela, porque tinha alguma coisa naquela menina que me chamava atenção e me prendia a ela. Desde o primeiro momento em que eu a vi no parquinho, conversando com a tal Rachel, eu não consegui mais desgrudar os olhos dela. Ela tinha atitudes que se fossem de qualquer outra pessoa eu diria que eram bobas, infantis e insuportáveis mas nela aquilo tudo se tornava adorável. O modo como ela via o mundo era adorável, era tão feliz que até eu ficava feliz. Brittany é uma menina linda, eu percebi isso no momento que vi o rosto dela mas por dentro ela era ainda mais linda. Uma menina doce e gentil que tinha um coração tão puro que não parecia nem real.

Nós deixamos Brittany em casa e eu fiz questão de descer do carro com ela e leva-la até a porta. Na verdade eu queria me despedir dela sem meus pais ficarem escutando.

“Obrigada por tudo hoje San.” Ela soltou minha mão quando chegamos na porta e virou para me dizer tchau.

“Não precisa agradecer Britt, eu me diverti muito.” Ela sorriu pra mim e eu segurei a mão dela de novo, eu não queria que ela fosse embora, eu queria a ver mais vezes. “Nós podemos nos ver de novo?”

“Claro. Quando você quiser Sant.”

“Você pode me dar o numero do seu telefone e amanha eu te ligo para brincarmos mais.”

“Eu não sei o telefone daqui San. Mas eu vou dar um jeito de descobrir o seu para nos falarmos.”

“Ok então. Eu tenho que ir Britt-Britt.” Ela me puxou para um abraço e dessa vez eu a abracei de volta com força. Ela deu um beijo estalado na minha bochecha e depois esticou o Sir Chifrinho para eu me despedir dele também, e foi o que eu fiz, eu dei um beijo no começo do chifre do unicórnio de pelúcia e ele tinha o mesmo cheiro doce da dona. Ela sorriu pra mim e deu tchau para os meus pais, eu fui para o carro e entrei e fiquei esperando ela entrar em casa. Depois que ela tinha fechado a porta eu deixei meu pai ir embora.

“Entao mi hija, fez uma nova amiga.”

“Sí madre.” Encostei minha cabeça na janela do carro me dando conta de como eu estava cansada, fechei os olhos e dormi pensando em no sorriso fácil de Brittany e nos olhos do azul mais claro e bonito que eu já tinha visto.

-XX-

“Santana isso é muito fofo. Quem diria que você tem um coração.” Quinn tirou sarro da cara da latina e ela revirou os olhos para a amiga. Valerie dormia tranquilamente no colo da mãe agarrada com o pingente de menininha e Cory estava deitado no colo de Quinn também dormindo, diferente da irmão ele só dormiu quando a historia estava chegando ao fim.

“Por hoje já deu né Quinn?”

“Já sim Sant. Eu já sei o que eu vou fazer para o primeiro capitulo. Como eu disse pra você, a historia vai ser bem curtinha, só as partes mais importantes da historia de vocês e o resto eu deixo para a mente do leitor.”

“Ok Shakespeare.” Santana respondeu irônica e Quinn revirou os olhos. “Só uma pergunta, você pretende querer detalhes da historia nos momentos futuros?”

“Claro.”

“Em todos os momentos?” Santana levantou as sobrancelhas sugestivamente e Quinn assentiu. “Sempre soube que você era uma pervertida Fabray.”

“Eu só não mando você para um monte de lugar em respeito aos seus filhos Lopez.”

“Acho bom mesmo Juno.” Quinn revirou os olhos para o antigo apelido e começou a rir junto com Santana.

“Será que eu posso colocar algumas paginas do seu diário?”

“Nem pensar Juno. Ai você já esta querendo demais.”

“Eu imaginei que a resposta seria essa, mas não custa nada perguntar.” Quinn sorriu sinceramente para a latina e ela sorriu de volta para a loira.

“Eu tenho que ir agora Quinnie. Nós estamos aqui a horas, eu preciso alimentar minhas crianças e buscas minha esposa no trabalho.”

“Como eu sou minha própria chefe, vou me dar uma folga. E vou levar minha esposa e meu filho para almoçar.” Quinn riu da própria piada e Santana fez uma careta pra ela.

Santana guardou o diário na bolsa e puxou Valerie para mais perto do seu corpo, quando ela levantou a menina reclamou um pouco mas se aconchegou mais ainda a sua mãe sem nem ao menos acordar.

“Essa menina dorme como um urso.” Quinn comentou rindo.

“Tem razão, se ela não se parecesse tanto com a Britt-Britt e fosse tão genial como só um Lopez pode ser, eu ate suspeitaria que ela é sua filha.” Santana respondeu arrancando uma gargalhada de Quinn.

A loira levantou do sofá tentando não acordar Cory mas foi em vão porque ele levantou a cabeça com cara de sono e olhou pra mãe em pé diante dele.

“Já vamos?” O menino perguntou esfregando os olhos tentando se acostumar com a claridade da sala.

“Claro né, nós decidimos não fazer mais historia nenhuma já que as duas pessoas que estavam escutando ela dormiram na metade.” Santana falou séria com o menino e ele arregalou os olhos para a mãe e para a tia.

No madre. Eu estava morrendo de sono, é só isso.”

“É brincadeira mi hijo. Nós vamos embora porque já esta na hora do almoço, e eu vou buscar sua mãe para ela ir para casa com a gente.”

Cory respirou aliviado, levantou do sofá e deu a mão para sua mãe e a acompanhou para fora do escritório de Quinn.

“Ele até é comportado, para um filho de Santana Lopez.” Quinn comentou apontando para o menino e ele sorriu em agradecimento para a tia.

“Meu filho é um anjo Fabray, tão apaixonante como a mãe.” Quinn revirou os olhos mas Santana não parou de falar por causa disso. “E você concorda comigo Q. A minha Britt é tão apaixonante que você quer fazer todo o mundo se apaixonar por ela da mesma forma que aconteceu comigo.”

“Isso é impossível Santana. Ninguem nunca vai amar a B. como você.” Quinn cutucou a latina e ela concordou com a amiga saindo do prédio com um sorriso orgulhoso do rosto.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom o suficiente para você mandar um review? Ficou tão ruim que você precisa comentar? Fica a vontade! (Sim, eu estou implorando por reviews porque elas ajudam bastante na hora de escrever)
Espero que tenham curtido, até a próxima!