Meu Refugio. escrita por hollandttinson


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Uma nota só pra dizer que eu tenho os leitores mais pervertidos do mundo! haha. Vocês são os melhores ♥



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POV: KATNISS.

Estava tudo pronto, ele viria, eu sei. Ele não negaria uma noite comigo, sabe o quanto isso é complicado na situação em que estamos. E esse seria o meu presente de natal pra ele, ele deveria gostar, ou não.

Ouvi barulhos na floresta e me levantei num pulo. Ele veio rápido, eu não esperava por isso. Sorri. Ele é tão prestativo quando se trata de mim. A lua já estava alta quando eu consegui ver seu corpo. Estava com uma expressão confusa e segurava uma cesta que trazia um cheiro maravilhoso. Estava tentando olhar através da escuridão do matagal que se seguia a sua frente. Seus olhos não estavam acostumados com o escuro, e seu ouvidos tampouco estavam acostumados com o barulho silencioso. Sorri. Eu podia ajudar ele com isso. Comecei á andar em direção á ele, quando ele parou e olhou ao redor. Devia estar procurando a grande árvore oca que guardava minhas flechas. Quando a encontrou, sorriu. Eu estava parada ao lado dela.

- Olá.- Eu disse, me aproximando. Ele balançou a cabeça. Minha voz fez eco.

- Eu já disse o quanto fica incrivel nessas roupas de caça e com essa flecha ao seu lado?- Ele perguntou. Eu sorri.

- Pelo que eu saiba, você me acha linda de qualquer jeito. Mas eu acho que você já deve ter dito isso, sim. O que é isso?- Perguntei, apontando pra a cesta. Ele deu de ombros.

- Eu queria uma desculpa pra sair de casa sem a minha mãe ficar querendo me matar.- Ele disse. Abriu a cesta e dentro dela tinha bolinhos doces e salgados, pães doces e salgados, bolachas, biscoitos. Tudo feito por ele. Também tinha uma garrafa de água. Sorri. Me lembrei do dia em que nós fomos para o lago uma vez e ele reclamou de que deveria trazer comida da próxima vez.- Ouvi dizer que íamos demorar. Confirma?

- Confirmo.- Eu disse, sorrindo. Me aproximei mais dele e lhe dei um beijo.

- Mas onde nós vamos? O que você está aprontando?- Perguntou. Eu balancei a cabeça.

- Nada disso. É segredo.

- Mas... Olha, eu tô morrendo de curiosidade á muito tempo. Malvadeza sua! Me conta.- Ele disse. Olhei  para seus olhos e ele tinha a expressão mais amável do mundo. Eu revirei os olhos.

- Você vai ver, Peeta. Deixe de ser curioso, sim?- Pedi. Ele balançou a cabeça.

- Corre o risco de eu não gostar? Me arrepender de ter me esforçado?

- Corre.- Eu disse, mordendo o lábio inferior. Ele deu de ombros.

- Bom, se formos apenas nós dois e mais ninguém, eu vou, provavelmente, gostar. Então, que seja!- Ele disse.- Mas acho melhor a gente andar logo. O lago é longe.- Ele fez uma careta.

- Vamos. 

- Mas porque você escolheu a noite? Não me disse uma vez que essa hora os animais mais selvagens estão por perto?- Ele perguntou.

- Exatamente por isso. Se eu conseguir caçar os animais mais selvagens e vender para os Pacificadores... No natal eles valem muito.- Eu disse.

- Ah.- Disse Peeta. Ele se aproximou de mim e segurou a minha mão, sorrindo.- Eu gosto de ter ver caçar. Espero que tenham muitos animais selvagens.- Eu revirei os olhos. 

- Vamos logo, você já deve estar cansando.- Eu disse. Ele concordou com a cabeça. 

No caminho para o lago eu consegui encontrar 2 perus selvagens. Deviam estar á caminho de um lugar para se esconderem do frio.... Mas eu fui mais rápida. No lago, eu encontrei alguns peixes e eles não era tão pequenos quanto os outros... 

- O que tem lá dentro?- Perguntou Peeta, olhando para a casa no lago. Estava um pouco iluminado lá dentro.

- Mas eu já não disse que é segredo?- Eu disse, rindo. Ele bufou e fez uma careta.

- Ah, mas nós já estamos aqui, já pode me contar!- Ele disse, fazendo cara de pidão de novo. Eu balancei a cabeça.

- Porque você não entre e vê?

- Posso?- Ele perguntou. Eu sorri. Apontei para a porta da casa.

- Deve.- Ele sorriu. Colocou a cesta numa pedra perto do lago e abriu a porta. Ele de volta pra mim, sorrindo e depois balançou a cabeça. Pegou a cesta de volta e entrou na casa. Eu entrei na casa. Estava tudo tão ridiculamente lindo, eu não podia ter feito isso, mas fui eu mesma quem fiz, e quer saber? Estou orgulhosa de minha capacidade de ser melosa. 

Eu tinha pego varios cobertores na minha casa, e até troquei alguns no Prego, para aquela ocasião. Estava todos cobrindo o chão e tinham umas almofadas que eu mesma fiz com a minha mãe quando eu era muito pequena. A fogueira, que não devia funcionar, estava funcionando  com um fogo pequeno, apenas para iluminar o ambiente. Do outro lado, eu tinha cozinhado algumas coisas pra a gente e tinha leite da cabra de Prim ali também. E queijo, por causa da cabra de Prim... Peeta de aproximou do lugar, se ajoelhou ali e colocou a cesta em cima, arrumando as coisas que trouxe também. Tirei a minha jaqueta e joguei no chão, junto com minhas flechas e os perus. Ele estava de costas pra mim quando tirou a jaqueta também. Tirei os sapatos e me aproximei dele. 

- Eu sempre achei esse lugar incrivel. Mas assim, desse jeito, tão... Nosso. Ele parece bem mais incrivel.- Ele disse, olhando para trás e encontrando o meu olhar. EU sorri.

- Que bom que você gostou.- Eu estava mesmo, aliviada. Não foi fácil arrumar tudo isso á tempo. Ele balançou a cabeça e estendeu a mão pra que eu me sentasse ao seu lado, no chão.

- Diz pra mim... Hm... Tem algum propósito isso tudo, não tem?- Ele perguntou, segurando minha trança única em seus dedos. Eu engoli em seco, corando. Eu sabia que esse seria o seu primeiro pensamento, foi o meu também, mas agora, nesse exato momento, não tinha nada a ver com isso, ou aquilo.

- Eu precisava te dar algo de presente de natal. Mas eu e você não temos dinheiro para comprar presentes, nem nada do tipo. E nós  não estamos ficando tão perto ultimamente... Eu sei que você gosta daqui, e eu também gosto. Não tenho certeza se você vai poder passar a noite de natal comigo, então planejei nossa própria noite de natal adiantada.- Eu disse, rápido. Ele ergueu uma sobrancelha e balançou a cabeça, sorrindo.

- É, você pensou em tudo, não foi?- Ele soltou a minha trança, pra pegar minhas mãos e ficar mexendo nos meus dedos.- Eu estou... Feliz. Por estar aqui com você.- Eu sorri.

- Eu também. E eu não esperava por isso... Eu sempre disse que eu não teria um namorado, sabia?- Ele ergueu uma sobrancelha pra mim.- É serio, eu não tinha tempo pra isso. Talvez eu achasse que a Prim nunca fosse crescer. 

- Você se sente muito responsavel pela Prim e por sua mãe.- Ele disse. Eu balancei a cabeça. E por ele, também, afinal de contas.- Você tinha esquecido de curtir a porcaria de hormônio adolescente que colocaram na gente.

- E você me ajudou nisso, também.- Eu disse, sorrindo pelo jeito que ele falou. Ele sorriu. Eu ouvi um barulho e ele arregalou os olhos, olhando pra a barriga. Eu e ele gargalhamos. Era a fome batendo! 

Enquanto comíamos, Peeta olhava pra mim de forma desconfiada. Eu não sei porque ele estava me olhando assim, mas era constrangedor. Eu não estava de barriga cheia quando parei de comer, mas eu não queria comer muito, ainda temos muito tempo pra comer. Eu respirei fundo.

- O que foi, Peeta? Já está começando á me dar nos nervos, sabia?- Eu disse, depois que ele olhou pra mim de novo. Ele balançou a cabeça.

- Eu só estou curioso com algumas coisas,  Katniss.- Ele disse, depois deu de ombros.

- Sobre o que?

- Nada demais.- Ele disse. Eu bufei.

- Bom, eu estou curiosa agora.- Eu disse, com as mãos na cintura. Ele corou.

- Vamos usar os cobertores?- Perguntou. 

- A gente vai dormir... Da outra vez você ficou com dor nas costas por causa do chão.

- Eu não estava me referindo á dormir.- Ele disse, ainda de cabeça baixa e muito, muito vermelho. Eu abri a boca pra falar, mas então eu entendi. Fiquei vermelha.

- Ah.

- E então?- Ele perguntou.

- Eu não sei. Não foi você quem disse que tem umas etapas pra seguir?- Perguntei.

- Nós já estamos namorando, e...- Ele se remexeu.Se ajoelhou no chão, levantou o rosto pra me olhar.

- E?

-Eu trouxe uma coisa pra você.- Ele disse. Se inclinou em direção á cesta de pães que trouxe e de lá tirou um anel.  Estava gasto e parecia antigo.- Meu pai me disse que ia dar isso á sua mãe, quando eles eram bem novinhos, mas ele nunca teve coragem. Ele me disse, quando eu contei sobre você á ele, pela primeira vez, que eu devia ter coragem suficiente para te dar esse anel. Assim, seria a prova de que eu tenho coragem suficiente para ser seu, e você vai estar concordando com isso.

- Isso é muito poético.- Eu disse,  sorrindo. Ele sorriu. Estendi a mão quando ele pediu, e então, ele passou o anel pelo meu dedo. Estava gasto, mas eu tenho certeza que Prim saberia como deixá-lo novo.- Obrigada. E por seu pai, também.

- Não é nada. Só significa que eu não me importo com o que nós somos, casados, namorados, amigos, desconhecidos... Eu amo você.- Ele disse. Minha respiração parou. As etapas, quais eram aquelas porcaria de etapas mesmo? Ah é, namorar, casar... Ser feliz.- Estamos vivendo o tempo todo com a hipótese de morrermos, quer dizer, depois vão começar as colheitas novamente, e podemos ser escolhidos, Deus nos livre, mas é. Nós podemos nunca nos casarmos... Pode acontecer tanta coisa, e eu aqui preocupado com o que pode significar pra você.

- O que você quer dizer com essas coisas, Peeta?

- Que eu não me importo. Não me importo mais se nós somos namorados, se a minha mãe não aprova, se o Gale te amava, se a Delly ama o Gale, não importa pra mim! Eu estou com você e quero aproveitar todos os momentos que eu tiver, porque eu não posso perder a unica coisa que eu tenho para as minhas inseguranças.- Ele disse.

- E essa unica coisa que você tem sou eu?- Perguntei, olhando para o anel no meu dedo e sabendo o quanto agora, nesse exato momento, ele era a coisa mais significativa que alguém já me deu. Depois da jaqueta e flechas de papai.

- Exatamente.- Ele disse. Olhei para ele. Eu não faço a menor ideia de quanto tempo nós ficamos assim, nos encarando, só sei que eu poderia ficar olhando aqueles olhos azuis e tão expressivos para sempre, por todos os minutos da minha vida. Porque esse era o meu refúgio. Seus olhos, que estariam sempre olhando por mim, mas me dar força.  Só Peeta conseguiria isso. Só Peeta estaria do meu lado sempre que eu quisesse. Enquanto eu tivesse esses olhos, enquanto eu tivesse esse olhar sobre mim, eu não precisaria ter medo. São poucas as pessoas que tem a chance de encontrar alguém que mude sua maneira de pensar, agir, sua ideia, e te fazer se sentir bem por isso. São poucas as pessoas que fazer de um completo desconhecido, um anjo. São poucas as pessoas que fazem um simples pão queimado numa noite de chuva, virar um anel para a vida toda. Peeta é como poucos, e acabou se tornando tudo.

- Eu amo você. Eu sei que eu não digo isso o tempo todo, mas é verdade.- Eu disse. Ele sorriu.

- Eu sei. Eu amo você, também, Katniss Everdeen. Sempre.

- Sempre...-Eu disse, me inclinando para lhe dar um beijo. Em momento algum esse beijo foi calmo como os outros. Esse beijo era cheio de excitação, de desejo, de alegria, segurança e principalmente, amor. Como todos os outros... Mas dessa vez nós tinhamos mãos. Mãos que não obedeciam exatamente o que nosso cérebro dizia. Eu tinha me obrigado á manter minhas mãos em seus ombros, mas de repente elas estavam em seus cabelos, puxando-os. Em outro momento, elas já arrancavam a sua camisa.

- Tão linda...- Ele disse quando me deitou nos cobertores. Eu não estava mais de trança... Usava apenas a roupa de baixo, e ele também. Mas nós não sentíamos vergonha. Nos pertencíamos. E o ato que ia consumir isso só era consequência.

Eu podia sentir cada centímetro do corpo de Peeta sobre o meu. Seus beijos por todo o meu corpo, suas mãos... Sua respiração me causando arrepios. 

- Eu amo você.- Ele disse, antes de se deitar ao meu lado. Eu sorri. Estava com sono.

- Eu amo você.- Eu disse, me agarrando ao seu corpo e beijando o seu peito.- Só pra constar, esse anel significa muito pra mim.- Eu sentir sua respiração aliviada no meu cabelo.

- Você sabe que é minha agora, não sabe?

- Hm... O que acontece se eu te disser que essa foi a melhor coisa que alguém já me disse pra mim?

- Você vai deixar o cara que mais te ama na vida, feliz.

- Então, cara que mais me ama na vida, fique feliz. Como eu.- Eu disse, sorrindo. Ele balançou a cabeça e beijou o alto da minha.

Adormeci assim, com as mãos de Peeta em meu corpo, e olhando para as chamas na lareira, que já estava prestes á apagar, levando junto com si, as chamas da noite mais feliz da minha vida... As cinzas que ficaram por ali, eram as minhas memórias, que estariam marcadas nos nossos corpos...

(...)


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Notas finais do capítulo

Já tinha dito que não sei escrever sobre beijos e agora vocês sabem que eu não sei escrever sobre hots também.