Férias Do Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 3
Sorte? Definitivamente Sorte


Notas iniciais do capítulo

Fiquei sabendo q hj é dia do escritor... Desejo a todo mundo q nesse dia tenha todas as fics da sua lista de acompanhamentos atualizadas, inclusive aquelas que estavam abandonadas *sonha* o/



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Estava saindo de uma estação de polícia que dá assistência à turistas, que tem ao lado do aeroporto. Obviamente minhas coisas tinham sido roubadas, também o que eu queria? Eu dei tudo na mão do malandro, não precisou fazer o menor esforço.

Mas também eu não tinha interesse de reclamar disso nem um pouco, porque aquela garota, tinha ficado comigo até agora. Ela saiu do posto da polícia na minha frente e foi andando puxando sua mala de rodinhas, andando ainda da mesma forma que antes, distraída e calma, porém estranhamente hipnotizante.

Ela era mais baixa do que eu, até porque eu era um cara alto. Batia na altura do meu ombro. Na verdade era uma altura perfeita para mim, inclusive porque nem de salto ela estava. Sabe aquilo que dizem de ter alguém feito para você em algum lugar aí fora? Eu achava a maior idiotice, até aquela manhã. E a gente podia perceber assim tão fácil? Só olhando para a pessoa? Isso só podia ser muita sorte.

Ela foi andando na frente e eu me permiti só admirar um pouco. Seus cabelos brilhavam castanhos claros a luz do sol. A garota seguia na calçada com árvores ao seu redor, o cenário digno de emoldurar a paisagem daquela garota que parecia emitir uma estranha luz própria. Acho que eu ainda sorria não acreditando na minha sorte, eu estava passando um tempo com ela, eu tinha conhecido aquela garota! Eu sabia seu nome inclusive, Annabel.

Annabel mexeu na sua mala, trocando o local que iria segurar para puxar, parecendo estar com dificuldade de leva-la pelos pedregulhos dessa calçada. Ajuda-la parecia o certo a se fazer, não só naquele momento, mas sempre... Me vi então indo para o seu lado, peguei a mala da sua mão. A garota levantou o rosto devagar na minha direção e nos encaramos.

Seu cabelo estava uma bagunça, ela tinha um olhar triste no rosto e mesmo assim ela mexia com meu bom senso inacreditavelmente.

Annabel olhou para o chão e sorriu sem graça.

– Me desculpe. – Olhou na minha direção parecendo desconcertada, seus olhos inquietos. – Por causa da minha situação eu fiz você perder suas coisas e sua mala...

Eu não achava que ela estava falando sério. Por causa da sua situação eu pude conhecê-la, como ela achava que tinha ainda que se desculpar? Lembra do que eu falei sobre felicidade quando ela olhava para mim? O nível de felicidade que eu estava sobre a manter por perto, conseguia surpreendentemente superar aquele...

– Eu não acredito que te conheci assim... – O pensamento escapou alto demais, pela minha boca.

– O quê? – Ela perguntou, não entendendo direito meu pensamento corrido.

– Eu disse... Que os policiais vão achar minha carteira para mim. – Eu então respondi o mais rápido que pude, considerando a dificuldade que eu estava tendo para pensar desde que meus olhos caíram sobre essa garota. Eu quase gaguejei, o que está acontecendo comigo? – ...Minhas coisas. – Finalizei a explicação horrivelmente.

Ela me olhou como nunca vi nenhuma outra garota me olhar, ela parecia simplesmente me achar estranho pra caramba. Eu tinha que estar do lado dela sobre isso também, porque até eu estava me achando assim. Mesmo não parecendo acreditar na minha afirmação sobre os policiais, ela logo sorriu sutilmente e acenou lentamente para mim.

Então seu olhar caiu, foi pro chão e parece que meu coração se apertou quando eu vi novamente aquela tristeza lhe batendo.

– Mas... E você? – Acho que eu iria ter que aprender a começar a me acostumar sobre gaguejar na frente dela. – O que foi aquilo, agora a pouco?

Seu olhar subiu para mim de uma vez, ela pareceu assustada, como se não esperasse a pergunta, que aquele assunto voltasse à tona. Ou simplesmente não esperasse que tivesse que falar sobre isso.

Quando ela percebeu que eu estava sério, realmente esperando que ela falasse comigo, Annabel desviou o olhar se virando para a frente e forçando um sorriso.

– Ah... Nada. – Ela começou com um monte de tiques que eu achei as coisas mais interessantes do mundo. Eu queria conhecer todos, todos os pequenos detalhes dela. Annabel levou a mão rapidamente até o rosto e coçou a bochecha, logo a abaixando para coçar seu outro braço, evidentemente sem jeito. – Eu estava muito ansiosa com o acidente, então eu disse um tanto de coisas sem sentido...

Ela claramente estava mentindo para mim. Mas ela não tinha realmente porque me dizer a verdade, ela nem me conhecia, eu não podia obriga-la a isso. Só continuei a olhando, mais intrigado do que jamais estive com alguma coisa, ela era uma explosão de detalhes, principalmente naquele momento quando ela tentava me esconder algo.

Não que eu estivesse gostando do fato de que ela me escondia algo, eu pretendia mudar isso...

Olhou para mim de canto de olho e percebeu eu ainda a encarando. Seu olhar se tornou instantaneamente mais incisivo sobre mim, parecendo se esforçar para mudar de assunto, perguntou simplesmente com um sorriso pequeno e suave surgindo em seu rosto:

– O que você pensa em fazer sem dinheiro e sem suas coisas?

Eu não esperava por essa pergunta, nem eu mesmo tinha sequer chegado a essa pergunta ainda.

– Não importa. – Eu finalmente disse, ainda sem conseguir desvencilhar meus olhos dos dela, que agora parecia realmente interessada nesse seu novo assunto.

– Não importa? – Ela disse sorrindo para mim sem sequer me deixar ter terminado completamente de dizer. Era um sorriso claramente forçado dessa vez, depois de ter rapidamente revirados olhos para mim... Qualquer outra pessoa teria me irritado, mas nela tinha sido completamente atraente. Havia preocupação saltando de seus olhos quando ela voltou-se a mim novamente com seu sorriso e eu gostei daquilo...

Ela estava preocupada. Comigo. Eu estava ficando maluco... Mas sinto que aquele pensamento levou uma corrente pelo meu corpo como se ela tivesse me tocado, sem sequer ter feito nada assim.

– Sem dinheiro onde você vai comer ou ficar? – Ela me perguntou então, chegando a um ponto até mesmo de certa importância que eu não tinha ido até ele ainda, considerando que eu tinha coisas mais importantes para pensar naquele momento.

Como ela me pegou de surpresa eu abri a boca para contrariar sua fala, pensando em interromper o assunto sobre mim e voltar para ela, quando eu percebi que ela inevitavelmente tinha razão. Eu não conhecia nada nessa cidade. Então antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela continuou falando:

– Então eu vou te ajudar a arrumar um lugar para ficar, ok? – Ela me olhava com certeza em seus olhos como se aquela fosse uma grande ideia. – Você é meu salvador. Então me deixa te ajudar dessa vez. Pelo menos até acharem suas coisas. Eu posso me sentir um pouco melhor depois de tudo isso.

– Você... Não precisa se preocupar com isso. O importante é que você está bem.

Seu olhar abaixou por um instante e depois voltou a mim quando ela acenava, mesmo não parecendo ter muita certeza disso.

– Vamos chamar um taxi primeiro. – Annabel disse indo voltar a puxar sua mala com mais segurança dessa vez, mas ainda a mesma delicadeza meio sublime demais. Por impulso me aproximei dela e segurei o cabo de sua mala, nossas mãos se encostaram e ela se virou para mim me encarando. Inicialmente ela me olhava sem entender, sem parecer ter qualquer intenção de me deixar levar. No entanto, eu também não tinha nenhum intuito de tirar minhas mãos dali.

– Deixa. Eu pego.

Annabel ainda me olhava incerta. Eu sorri curto e polidamente indicando para ela que fosse andando. então ela soltou, finalizando com nosso toque para minha infelicidade...

Eu não faço ideia do porquê, eu só sei que naquele momento eu carregaria e faria... Qualquer coisa por aquela garota. Para aquela garota...


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