Férias Do Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 2
Visão Ofuscada?


Notas iniciais do capítulo

A história entre os dois começa agora.



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Quando eu estava saindo do avião, uma coisa realmente estranha aconteceu. Estava calor pra caramba, o sol brilhava forte, o céu estava claro e muito bonito, o que se podia ver pelas paredes de vidro do aeroporto.

Eu ia andando calmamente com minha mala deixando os casais pra trás, olhava pro meio da multidão do lugar enquanto Isadora ainda conferia se todas as malas dela estavam ali. Foi então que meu olhar realmente se prendeu em algo, uma garota esguia de cabelo longo e escuro, nariz retilíneo e olhar distante.

Eu só posso estar viajando... A garota não tinha nada de mais, era ordinário e comum. Na verdade eu só conseguia pensar agora que todo o resto podia ser descrito assim, porque ela parecia brilhar ao meio da multidão. Só via agora sua blusa rosa e seu casaco branco no meio das pessoas, porque aos poucos eu mal podia ver seu rosto, ela estava sumindo.

Então corri um pouco e me esgueirei entre algumas pessoas tentando entender o que era aquilo ao manter contato visual com aquele ser, mas ela fugiu da minha vista como se tivesse sido puramente alucinação.

Uma garota... Eu tentava entender o que eu tinha visto nela, o que teria nela que não só prendeu minha atenção, como a ver me fez ficar estranhamente animado por dentro.

Olhei para trás e não via mais meus amigos, eles iam querer me internar. Eu tinha me movido demais por esse aeroporto, então como eu estava próximo a uma saída, preferi sair e esperar por eles do lado de fora, sem querer ter que voltar e ficar os procurando levando essa mala junto de um lado pro outro.

Quando cheguei lá fora, tirei meu celular para ligar pro pessoal no momento em que um senhor se aproximou perguntando se eu precisava de taxi, que ele levaria minha mala. Eu não o conhecia, mas eu sei julgar pessoas. Qualquer um poderia não achar que um cara velho como ele ainda estaria envolvido nesse tipo de golpe, mas era mais que claro para mim. Eu neguei precisar de ajuda e pela minha visão periférica, vi uma blusa rosa passar do meu lado.

Me virei só para confirmar ao ver as costas da garota de antes andando ali ao meu lado, ainda com seus passos calmos e distraídos.

Ela parou na ponta da calçada em frente a rua e olhou para os lados devagar, seus movimentos eram lentos e pareciam muito delicados. Sem qualquer real intuito de atravessar a garota parecia só estar perdida em seus pensamentos. Ao virar o rosto ela me permitiu ver um pouco mais dela e eu adorei ainda mais o que via. De qualquer forma, eu precisava vê-la direito, precisava vê-la por inteiro. Precisava entender...

Normalmente eu poderia me contentar bastante em ver uma mulher só de costas... Mas o que eu estou falando? Isso aqui era completamente outra coisa, não era o fato de ela ser uma mulher, era ela ser ESSA pessoa. Eu havia a seguido até ali e seus movimentos pareciam me atrair... E perturbavam minha respiração.

Eu acho que olhava fixamente para ela, mas na verdade só conseguia pensar uma única frase naquele momento: “olha para mim, olha para mim”, eu repetia aquilo na minha cabeça como se ela pudesse me escutar. Eu estava ficando paranoico. Por que eu não podia ir lá simplesmente e falar com ela como eu faria com qualquer outra pessoa? Cadê sua racionalidade Alexander?

Então ela olhou para mim. Eu estava realmente ansiando por isso. Um grande sorriso se abriu em mim, sem eu ter dado autorização para o meu rosto fazer isso. Acho que eu dificilmente poderia pensar em ter me sentido feliz assim em outro momento, com exceção de raríssimos outros... Como quando eu fechei o contrato de fusão da MaxClair com a Adjunto pra jogar na cara da minha tia... Peraí, esquece isso que eu falei, aquilo não chegou a um terço do que eu sentia agora ou de como meu coração disparou. Era estranho, como uma garota completamente desconhecida, podia me afetar assim?

Só depois de um tempo porém, percebi seu olhar perdido, a menina com cabelos lisos soltos voando com o vento calmo daquela manhã, só olhava para trás, não focava a nada. Não tendo ainda ideia sequer da minha existência. Ao perceber isso, respirei fundo e dei um passo na direção dela, pois ela acabava de fazer uma pequena menção de voltar a andar, ela poderia desaparecer de mim de novo, não ia deixar isso acontecer.

Então eu já estava propenso a ir até ela, mas fiz isso com ainda mais certeza e muito mais rápido, tendo quase que pular um carinho com malas que parou na calçada do aeroporto, para chegar a ela a tempo, quando a vi simplesmente andando em direção a rua, sem perceber a newcombi se aproximando. O carro também não parecia que a veria, já que a menina estava tampada por uma Van estacionada ao seu lado.

Eu nunca pude estar mas feliz de praticar Jump Contact do que nesse momento, nunca pensei que isso pudesse ter uma importancia tão grande para mim... Ou para a vida de alguém... Mas na verdade, foi mesmo essa minha habilidade, que me possibilitou chegar até aquela garota no segundo exato que ela dava o seu próximo passo para a rua...

Eu tinha percebido o que ia acontecer em poucos segundos e sem pensar muito sobre isso, só sabendo que não podia deixar aquilo acontecer, corri sem muito controle das minhas ações. Era puramente instinto. Meu corpo que foi a mil em um miléssimo de segundo. Joguei meu celular na mão do senhor que ainda estava parado na minha frente e eu só iria fazer de tudo para salva-la.

– Ei! – Eu tentei gritar na direção dela, mesmo sabendo que não havia muitas chances dela me ouvir ou prestar atenção em mim por aqui. Ela parecia estar desligada em um mundo próprio ou algo assim... – Ei!

Ela só continuou seguindo em frente... Para ser sincero, por um segundo eu pensei que não chegaria a tempo, por um segundo passou o pensamento por mim que eu não seria o suficiente, mas então me vi lá, segurei os braços dela com minhas mãos e a puxei para mim com toda a força que eu pude. A newcombi passou na nossa frente, muito próxima, buzinando. Ela pareceu se assustar muito, sua franja cobriu seu rosto e ela respirava pesado buscando ar, olhando para o chão.

Eu mal podia acreditar que tinha dado certo, mas e se não tivesse? Se eu atrassasse um mísero tempo a mais para notar? A raiva me consumiu pensando sobre as consequências de todo aquele descuido. Sem nem mesmo entender porque eu me importava eu me vi gritando com ela:

– Qual é o seu problema? Por que você não olha antes de atravessar?! – Eu gritava próximo ao seu ouvido, ainda a segurando por trás. – Você quer morrer, é?!

Mas aí, tudo que eu menos podia esperar aconteceu. A garota nas minhas mãos desabou, não só literalmente.

Ela negou com a cabeça. Lágrimas começaram a sair dos seus olhos, a deixando instantaneamente mais humana e a trazendo de volta a esse mundo.

Uma mão sua subiu até seu rosto, afastando seu cabelo em um gesto delicado e ao mesmo tempo muito desesperado. Era como se ela precisasse de ar e o buscasse, mas ele faltasse ao seu redor. Só ao seu redor.

– Eu não quero morrer. – Ela emitiu um sussuro baixo e desesperado, parecia responder minha raivosa pergunta, mas eu sabia que aquilo era completamente para si mesma, ela nem sequer tinha me olhado. – Eu não quero morrer. – Repetiu. – Eu quero viver. – Aquilo era mais que um lamento, era uma imposição.

Então ela se escorou na Van ao seu lado e foi derrapando até o chão, sem forças na perna. Ainda repetia “eu não quero, eu não quero” em meio ao seu choro...

Eu a soltei, porque eu estava ineditamente sem reação. Eu não conseguia pensar e eu sempre zoei as pessoas por reagirem assim a algo, sem conseguir pensar... Nunca imaginei que eu poderia me sentir assim alguma vez. Mas é que eu não esperava mesmo depois de segui-la até aqui atraído por... Não sei... Deveria ser só por ela ser bonita, ter um corpo sexy e movimentos atraentes, eu deveria só estar afim de fazer sexo com ela ou coisa assim, não? Era só isso, não é Alex? Como qualquer outra garota... Então a última coisa que esperava era que acabasse com a garota que parecia uma espécie meio divina de tão atraente aos meus olhos, que ela simplesmente ficasse dessa forma, do nada... Esperava menos ainda que aquilo me afetasse de alguma forma e eu só não sabia o que fazer.

Sei que em qualquer outra situação eu poderia achar isso ridiculo, eu podia até rir de alguém na situação dela, mas nesse momento as lágrimas escorrendo em seu rosto eram como ácido sobre meus orgãos. Algo me apertava internamente por ver aquela garota assim, por quê? Merda! Nem eu sabia mas sabia que não queria vê-la assim. Ver suas lágrimas me machucavam de uma forma que nunca senti... Apertando algo dentro de mim. Eu só ajoelhei na frente dela sem conseguir tocá-la, porque eu não sabia como tocar alguém em um estado como o ela, ou talvez não sabia sequer como tocar ou falar com aquela garota.

Peguei enfim, depois de hesitar por mais tempo do que poderia esperar de mim, em seu ombro, esperando que aquilo pudesse dar força para ela, parecia ser a única coisa que eu podia fazer. E pela primeira vez eu me sentia sem nenhum poder, a menina abaixada chorava sem me olhar. Eu não entendia o que acontecia, eu só sabia que não podia fazer nada por ela...

Meu maior poder naquele momento parecia ser me permitir continuar me sentindo mal ao vê-la sofrer. Não é também como se eu pudesse simplesmente eliminar esse sentimento, mas eu podia sair dali, no entanto eu me obrigava a continuar a olhando e compartilhando com ela o que quer que aquela dor fosse.

Qual é meu problema? Por que eu estava me metendo no problema de outra pessoa que eu não fazia ideia de quem era? A única resposta que me vinha na cabeça era... Porque... É o que parece certo.


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Notas finais do capítulo

"O que está acontecendo? E o q eh tudo isso q eu to sentindo?"Amor a primeira vista... =PContinuem acompanhando e me deixem REVIEWS! ^^



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