Edward era pontual, quando eu acordei ele já estava lá fora me esperando.

Tomei café, escovei os dentes e me vesti. Edward abriu a porta do carro para mim, como sempre.

Chegando na escola, as pessoas me olhavam diferentes. As três patricinhas, Jane, Jessica  e Rosalie pareciam soltar raios lasers com os olhos. Tenho que confessar que adorei ver as siliconadas daquela maneira. Foi quando reparei que uma delas estava com o braço engessado. Era Jane, quem iria fazer o papel de Julieta.

No ensaio de hoje, tivemos um comunicado.

-Caros alunos, a senhorita Volturi se acidentou ontem e não poderá mais participar da peça. Então no seu lugar ficará... –ela olhou ao seu redor procurando alguém que se encaixasse para o papel. –você, você será nossa nova Julieta! –disse a professora apontando para mim.

-Nem pensar professora, eu estou muito bem como árvore. –estava rezando para que ela mudasse de ideia.

-Tenho certeza de que você ficará linda como Julieta. –a voz macia e sedosa de Edward me fez até gostar do papel.

-Tudo bem então. –já estava com as minhas bochechas coradas.

Depois do ensaio, Edward se propôs a me ajudar com as falas, já que agora iria fazer um papel bem mais importante do que o de árvore.

Ele me levou até em casa, como havia prometido fazer até meu carro estar inteiro novamente. Eu o chamei para entrar, já que precisava decorar minhas novas falas.

Com o script na mão, paramos um de frente para o outro e começamos a treinar.

-Como conseguiste entrar? –li o script.

-Pulei o muro. Está escuro e teus parentes não conseguiriam me ver. –Edward disse sem olhar uma vez para o papel.

– Se pegam podem te matar. –apenas li o que havia escrito, não coloquei nenhuma entonação.

– O que me mata é o amor que sinto por ti. –ele disse se se aproximando cada vez mais de mim.– Tu me amas de verdade? –agora coloquei um pouco mais de emoção.
– Juro pela lua. –ao dizer isso, ele acariciou meu rosto e me olhou fundo com aqueles olhos verdes.

Neste momento nossos rostos estavam muito próximos e quase nos beijamos, se não fosse pelo barulho da porta se abrindo.

-Oi filha, já cheguei. Está tudo b... –ele parou ao olhar para Edward. –Esse garoto de novo? –disse enquanto cruzava os braços.

-Edward estava só me ajudando com as falas da peça. –dei um sorriso amarelo na esperança de que ele engolisse.

-E uma árvore tem tantas falas assim? –seu olhar continuava fixo em Edward.

-É que hoje a professora me trocou de papel. –respirei fundo antes de falar –Agora eu sou a Julieta. –a expressão de Charlie havia mudado. Ele parecia ter gostado do que eu acabara de dizer.

-Sério filha? Parabéns! Essa é a minha garotinha. –Charlie tinha um sorriso orgulhoso no rosto.

Ele me abraçou forte e me deu um beijo na testa. Seu olhar se voltou novamente para Edward, que entendeu o recado que meu pai quis passar.

-Bom, eu vou para casa porque já está tarde. Amanhã a gente se vê. Até mais, Bella. –Edward deu-me um beijo na testa, esticou a mão para meu pai e saiu.

Quando fechou a porta, Charlie olhou para mim e disse:

-Isabella, do que aquele moleque te chamou? –ele cruzou os braços de novo.

-de Bella. –dei um sorriso para parecer o apelido legal.

-Hum, é até que bonito. –dito isso ele já havia sentado no sofá e ligado a TV.

Resolvi ir para o meu quarto. Eu me sentia estranha, nunca mais tinha ficado tão próxima de alguém como hoje com Edward. Antes eu tinha medo de confiar nas pessoas, ainda mais em um homem. Mas ele parecia ser diferente dos outros. Espero não estar me enganando de novo.