Loki: Segredos Sombrios escrita por Tenebris


Capítulo 3
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoas lindas do meu coração :D Desculpem a demora, mas minhas aulas já começaram. Isso significa que vou postar +/- 1 capítulo por semana, que será nas sextas feiras. MASSSSSS como vocês são os melhores leitores do mundo, que deixam os melhores reviews, essa semana postarei 2 capítulos. Um agora, e outro no domingo de manhã. E PREPAREM-SE porque o nosso deus divo da trapaça aparece no 4º capítulo, juro juradinho! Esse capítulo mostra um pouco do passado da Stella e do Lucca na prisão. Espero que gostem, e boa leitura lindos :D



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Então eu comecei a olhar para o rosto de Steve Rogers. Observei o cabelo loiro dourado, cuidadosamente arrumado. Observei a expressão atenta, serena e tranquila daquele homem que era um soldado. Observei os olhos azuis taciturnos, cuja tonalidade oscilava entre azul límpido e quase índigo, por causa da iluminação fria do corredor.

Assim, logo encontrei na feição dele aquele Capitão austero, um ano mais novo, me puxando agressivamente e forçando-me a andar. Os olhos pareciam brasas azuis incandescentes. A fúria cintilava neles, voraz.

Minha lembrança começara a afluir por minha mente.

Eu tinha acabado de ser presa pelos Vingadores. Eu não sabia nada do meu irmão. Na última vez em que eu o vira, cada um correra para um lado diferente, com os seis heróis esquisitões nos perseguindo.

Eu e Lucca tínhamos feito um grande negócio naquela semana de julho. Trocaríamos três esculturas antigas por três milhões de dólares. Os interessados eram os mafiosos da Yakuza, clã japonês muito conhecido no meu ramo. As esculturas tinham poderes mágicos, mas nada fascinante. Como eu e meu irmão éramos muito procurados na Itália, e a Yakuza muito procurada no Japão, resolvemos nos encontrar em Nova York. Era bom para ambos os lados.

Ótimo. Naquele dia, nós nos encontramos no lugar marcado. Eu, Lucca e um bando de ninjas mafiosos. Era numa área afastada de NY, num galpão abandonado.

 Eu e meu irmão teríamos conseguido faturar a grana, se os Vingadores não tivessem aparecido e estragado tudo. Os caras da Yakuza conseguiram as estátuas e vazaram. Ninguém deles foi detido. Eu só conseguia pensar no prejuízo que levamos.

No entanto, eles encurralaram a mim e ao meu irmão. Estávamos num galpão abandonado e sem iluminação, e até hoje me pergunto como os Vingadores descobriram nossos planos. Eu desconfiava de que Wolverine estava metido nisso, mas eu não possuía outras informações.

Depois da pancadaria e da minha tentativa estúpida de fuga, Steve Rogers me encontrou tentando pular pela janela. Meus poderes, até onde eu sabia, não iriam me impedir de espatifar no chão. Mas eu só tinha essa opção. Bem, Steve me encontrou, nós lutamos, eu levei um golpe de escudo na cabeça, e ele me prendeu. Simples assim.

Ele colocou algemas especiais nos meus pulsos, que neutralizavam meus poderes mágicos, e me arrastou até um avião. Lá, encontrei Lucca na mesma situação ridícula em que eu me encontrava. Na verdade, ele estava até pior. As roupas dele estavam queimadas em alguns pontos. Deduzi que ele enfrentara o Homem de Ferro, além dos outros. Atrás de mim, fora somente Steve.

E fomos levados até a prisão da SHIELD, um lugar nada agradável. Eu e Lucca fomos jogados, cada um em uma cela. Essas celas eram compartimentos especiais, revestidos de vidro. Basicamente, eram feitas assim para todos os agentes te observarem e rirem da sua cara. As barras de ferro eram revestidas de energia pura. Um convite para você tocar lá e morrer eletrocutado, facilitando o trabalho deles. 

A cela tinha dispositivos que neutralizavam os nossos poderes. Legal. Fiquei parada no mesmo canto por dias, incrédula. Não conversei com ninguém, e nem poderia. Lucca estava no fim do corredor, longe o bastante. Eu só conseguia pensar no quanto eu e meu irmão tínhamos sido idiotas. Como nós deixamos eles nos pegarem? Isso nunca tinha acontecido antes.

Mas aí, em um dia comum da minha nada agradável prisão, Steve Rogers apareceu no corredor, ao lado de Tony Stark. O Capitão segurava algo que reconheci de imediato: Um livro antigo de feitiços romanos. Eu já tinha contrabandeado uma porção desses. Mas estava claro que ele não sabia com o que estava lidando.

- Foi a última coisa que recuperaram da Yakuza? – Perguntou Tony Stark, parecendo interessado no artefato.

- Sim. Que diabos de letras são essas? – Perguntou Steve, abrindo o livro.

Entretanto, eu tive que intervir.

- Não toquem nisso. – Eu disse ameaçadoramente, ainda permanecendo sentada no canto mais afastado e escuro da cela.

Steve e Tony pararam de andar, e me fitaram surpresos, talvez debochados.

- Sabe o que é isso, por acaso? – Perguntou Steve, irônico.

- Sei. Um livro romano de Magia Antiga. Sugiro que usem logo algum feitiço para bloqueá-lo, aliás. Ou esse lugar pode ir pelos ares. – Contei, levantando-me e aproximando-me aos poucos.

- Ela está blefando... Vamos embora, Rogers. – Disse Tony, me ignorando.

Mas Steve ainda me olhava com curiosidade. Um leve interesse.

- Me soltem e eu bloqueio o livro para vocês. – Falei, franzindo o cenho. Eu tive que ser direta. Não havia tempo para meias palavras.

- Bela tentativa, querida. Steve, agora vamos. – Riu Tony, puxando o Capitão pelo braço.

Então, eu me aproximei mais. Olhei para o livro, e depois para Tony, tentando convencê-lo com meus argumentos:

- Stark, porque você não rastreia a energia que vem do livro? É muita. Vocês não são capazes de lidar com isso. Livros antigos precisam ser travados, ou liberam energia acumulada.

Tony revirou os olhos e arrastou Steve para ir embora junto dele.

Eu gritei, desesperada, enquanto eles iam se afastando:

- É magia... E a única especialista aqui sou eu. – Afirmei, cruzando os braços.

 E eu via minha única esperança ir embora pelo corredor. Mas eu preferi esperar. Talvez eles voltassem... E foi o que aconteceu. Steve e Tony voltavam, com o livro em mãos. Pareciam levemente desesperados.

Aliás, devo contar que eu estava sendo sincera em cada palavra minha. Pareceu-me inútil inventar mentiras quando eu já estava presa, com tudo o que eu mais prezava sendo tirado de mim. Eu estava falando a verdade, quanto ao livro e tudo o mais. No entanto, precisava saber usar essa verdade ao meu favor, para conseguir minha liberdade de volta.

- Essa coisa é uma bomba relógio de energia acumulada. Dê um jeito nisso, gracinha. – Disse Tony, dando uma piscadela.

Steve estava prestes a desativar as barras energéticas que me mantinham enclausurada na cela.

- Não podemos soltar você definitivamente. Peça outra coisa. – Comunicou o Capitão.

- Diminua minha pena e a de meu irmão. – Pedi, olhando-os com ar de vitória.

Steve e Tony se entreolharam, e concordaram mudamente. Eu sei que fui tola em acreditar na palavra deles, mas Steve me pareceu um homem de honra. Eu iria ajudá-los. Assim, eles me ajudariam.

- Nem tente escapar. Esse lugar está cheio de seguranças e seus poderes não funcionam aqui. – Avisou Stark, piscando para mim novamente.

Desse modo, lá estávamos nós no corredor da prisão da SHIELD. Eu, Steve Rogers e Tony Stark.

Eu peguei o livro e o folheei. Era muito simples. Eu só teria de dizer algumas palavras mágicas.

Comecei a dizer algumas palavras em latim, para travá-lo. Livros assim, quando estão desbloqueados, podem surtar e expelir feitiços muito perigosos. Eu conhecia de cor e salteado o feitiço para novamente bloqueá-lo. Enquanto isso, Steve e Tony me olhavam como se eu fosse louca.

Como o livro era muito grande para mim, eu o segurei de um lado. Steve o segurou de outro. Eu terminei de murmurar o feitiço. Portanto, podia sentir que ele tinha sido concluído e o livro magicamente trancado. A energia dele fora aprisionada.

- Que diabo de idioma é esse? – Disse Stark, folheando uma página do livro e sussurrando as palavras que lia.

- NÃO! – Gritei. Stark não podia sair por aí murmurando palavras de feitiços. Principalmente porque ele não era mágico, e não entendia do assunto.

Resultado: Eu e Steve Rogers estávamos com nossas mãos coladas ao livro. Totalmente grudadas. Eu e ele. Unidos por um livro besta.

Stark riu, e ficou se vangloriando de ter feito um feitiço próprio. Steve pareceu preocupado, mas eu os tranqüilizei.

- Stark, você acionou um feitiço de castigo. Eu e o Capitão vamos ficar com nossas mãos grudadas nesse livro por mais ou menos um dia inteiro... – Eu expliquei, tentando conter minha fúria.

- Bom... Você precisa voltar para a cela, e Steve não pode se desgrudar de você... – Comentou Tony, pensativo. Ele nos fitava com diversão.

- Eu já entendi, Stark. Eu vou para a cela junto com ela. – Disse Steve, calmo e determinado.

E foi isso o que aconteceu. Por um erro de Tony Stark, Steve Rogers passou um dia inteiro comigo na minha cela. Detalhe: Com as nossas mãos grudadas em um livro. Um livro de magia.

Inevitavelmente, começamos a conversar. Eu tentei fugir de todo e qualquer assunto e ficar na minha, calada. Mas ele aparentemente não me concederia esse privilégio.

- Então... Você realmente travou essa coisa, ou só estava nos enrolando? - Perguntou ele, e sua voz soou mais alta, devido ao eco da cela vazia e escura.

- Sim. Eu cumpri minha palavra. – Falei secamente. – Não acredita em mim, Capitão?

Eu o encarei firmemente para provocá-lo. Steve virou-se de modo que pudesse me fitar com intensidade. Eu retribuí o olhar, sentindo-me ligeiramente desconfortável.

- Acredito. Ainda não sei por que, mas acredito. – Ele disse, com a voz sonora de um soldado em batalha.

E, com essas palavras, depois de uma noite inteira de conversas, nos tornamos amigos.

Amigos talvez fosse uma expressão muito forte, mas nós passamos a nos conhecer melhor. E, como eu já disse, Steve não hesitava em me ajudar. No dia em que saí da prisão, seis meses depois, eu lhe disse:

- Então... Você realmente diminuiu minha pena... Estou surpresa. – Falei, dando um tapinha nas costas dele e rindo.

- Não acredita em mim? – Brincou Steve, caminhando comigo até a saída de prisioneiros.

- Acredito. Ainda não sei por que, mas acredito... – Respondi, fazendo alusão à fala dele, de tempos tão remotos.

E assim... A imagem do rosto sereno de Steve Rogers se dissipou, minha lembrança desvaneceu, e lá estava eu com o verdadeiro Steve Rogers, no momento presente.

- Você parecia distraída...Vamos? – Chamou Steve, me indicando o caminho que deveríamos seguir.

- Ah... Claro. – Falei, afastando as lembranças.

Eu e Steve fomos até a área de decolagem. Era um lugar imenso, com o teto a uns quinze metros acima de nossas cabeças. Era como um mini aeroporto coberto, que ficava no último andar.

Todos estavam reunidos lá, com suas coisas no chão. Eu e Steve chegamos por último.

- Stella... Steve... O kit de vocês está aqui. – Disse Fury, organizando tudo.

- Kit? – Perguntei, confusa.

- Uniforme e armas. – Explicou Fury sem levantar os olhos de algum documento que lia.

- E aí, maninha? – Chamou Lucca, animado.

- Olá, Lucca. – Cumprimentei.

Ele permaneceu do meu lado, e Steve foi ajudar Nick a arrumar o que faltava.

Tony Stark se aproximou de nós lentamente.

- Acho bom se comportarem...

Eu sorri, afinal, estava me acostumando ao jeito piadista dele.

- Cala a boca, Stark. – Meu irmão disse, estúpido.

- Sua irmã é bem mais legal que você, ouviu, mini Charles Xavier? – Disse Tony, e eu deixei escapar uma risada sonora.

Era muito estranho conversar com os Vingadores como se eu fizesse parte deles. Normalmente, eles receberiam pessoas como eu e meu irmão de um jeito bem diferente. Enfim, todos nós ficamos conversando durante algum tempo, e eles pareciam dispostos a nos integrar no grupo. No entanto, eu sabia que Lucca não era exatamente o melhor parceiro de equipe, e tentei me desculpar com eles por causa do jeito rebelde do meu irmão. Natasha afirmou que já lidara várias vezes com homens assim, Clint concordou com ela e eu me senti melhor. Num determinado momento da conversa, quando Thor se afastara, Clint disse, abaixando o tom de voz:

- Eu sei que é estranho eu estar dizendo isso... Mas o Thor, o cara ali do martelo... Ele está mal. Vocês sabem... Asgard e tudo o mais. Só queria que fizéssemos isso direito.

Eu concordei, junto com os outros. Até mesmo Lucca pareceu mais receptivo. Logo depois disso, uma agente da SHIELD chegou. Ela era bonita, e andava com uma destreza de dar inveja. Usava o uniforme clássico do lugar.

- Senhor Fury, o portal está pronto. – Ela afirmou, com soberania. Então, eu pude ler no uniforme dela, seu nome: “Ana K.”

Eu estava meio perdida, e Natasha percebeu, porque falou:

- Se estiver confusa, me siga. E feche os olhos na decolagem. Acredite, é melhor.

Desse modo, nós seguimos até uma plataforma de metal, para termos acesso ao jato. Esse avião era grande, e ao mesmo tempo, parecia ágil e impiedoso. Como um avião caça de batalha. Eu segui Natasha, com meu irmão do meu lado. Nós entramos. O jato era basicamente todo tecnológico, e quem o pilotaria seria Natasha e Clint. Os lugares eram contados, e dispostos verticalmente com quatro bancos em cada fileira.

Fury fechou a porta e olhou por uma janela, acenando positivamente para sua agente Ana. Natasha ligou o jato, com a ajuda de Clint. Eu sentia as turbinas esquentando, e o motor rugindo.

- Como vamos viajar para Asgard? – Perguntei, curiosa.

Thor sorriu de canto, e eu tinha de admitir. Esse deus era mesmo muito atraente. Ele falou, com sua voz retumbante:

- Nós recriaremos o portal liberado pelo Tesseract. Assim, viajaremos na ponte espaço-tempo. Isso dura apenas alguns minutos.

Eu sorri de nervosismo. Digamos que voar não era um de meus passatempo preferidos. Talvez eu preferisse enfrentar a Yakuza novamente. Meu irmão olhou para mim e riu, porque sabia desse meu medo.

Fury, antes de se sentar, caminhou até o centro do jato. Sua voz inspirava confiança, determinação, e liderança, quando falou:

- Normalmente, eu desejaria a vocês boa sorte. Mas, sabem... A sorte não costuma estar do nosso lado sempre. E vocês... Vocês não precisam disso. Vocês são os Vingadores.


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Notas finais do capítulo

E aí? Achei o final impactante, com o Tio Fury mandando ver auhauh