"Oi, quer tc?

Era o que diziam na maioria das vezes. A questão é que nunca imaginamos o quão mortífera tão frase poderia ter, um veneno diferente, extraído das palavras e...”

-Sayuri, por favooor. Eu quero muito ir!

-Mas esse festival vai durar duas semanas - respondo entre dentes.

-Siiim, mas é no primeiro dia em que aparecem as atrações mais legais.

-E o Eiko não pode te levar? – perguntei, ainda sem desviar os olhos do projeto na tela.

-Ele disse que ‘tava ocupado...

-Fazendo o quê?

-Respirando.

Decidi me dar por vencida, salvando o projeto no notebook, algo sobre assassinos virtuais.

Levantando da cadeira com um bufar, pego a jaqueta camurça e o primeiro All Star que vejo na frente.

-Obrigada, irmãzinha – disse a pequena me abraçando, sua cabeça mal passava da minha cintura.

-Obrigada nada, você vai arrumar o quarto no meu lugar – Ayame me deu língua e correu pelo corredor, com seus pequenos pulinhos de criança alegre.

Olhei para o sofá da sala e vi meu irmão mais velho encarando a janela, em uma fração de milésimos tentei atirar uma almofada em seu rosto.

-Se sufoca com ela, aí não fica ocupado para levar a Aya no festival – mas ao contrário do que previa, ele não correu atrás de mim com a almofada na mão. Ao invés disso manteve seus olhos de safira (que por acaso eu não herdei) fixos num mesmo ponto. – Alôoo?

-Não pode me fazer esse favor? Preciso ver um amigo – disse levantando num pulo.

-Hmm, e você vai lavar a louça.

-Afe, dou uma carona para vocês na moto.

Saímos apressados, tão distraidamente que não fui capaz de perceber a janela do notebook piscar...

                >S w e e t D r e a m diz:

                Oi, quer tc?