O Cheiro Da Morte. escrita por Cora
Notas iniciais do capítulo
Uma mulher cuja morte, tem a causa que sua mente escolher.Boa sorte.
A luz entreva pelas enormes janelas passando pelas cortinas brancas. Uma brisa com cheiro de pão misturava-se a um cheiro forte de ferrugem.
O quarto tinha paredes extremamente brancas, assim como o teto, os móveis e os lençóis da cama kingsize. A imagem expirava uma loucura quase insana, a brancura exagerada irritava os olhos e também a alma.
A vida sempre foi tão irônica que lhe dava náuseas. O pobre condenado a fome e o rico destinado a grandeza. Somos miseráveis e a vida, a vida não é nada. Somos colecionadores de ossos, de monstros embaixo da cama. Fazemos da vida o que nos agrada, ou a vida é que nos agrada como quer?
Ela escolheu a morte, ou talvez não tivesse escolha alguma.
O pequeno corpo estava deitado sobre os lençóis, a pele bronzeada e os longos cabelos escuros estavam espalhados pela cama, destacado-se em meio ao branco leitoso. O tecido de ceda envolvendo as curvas femininas poderia retratas uma imagem exótica e sensual.
A morte tem uma sensualidade negra e são poucos os que a entendem. Ela ri na beleza da vida, porque nós somos frágeis e nossa vida é mais frágil ainda. Somos pequenos seres miseráveis, ela sabia. Soube da fragilidade do fio da vida, segundos antes de encontrar a morte.
As Parcas riem da nossa cara. Com seu olho enxergam o que nós não podemos.
A tesoura corta o fio e morremos.
A bela morena de corpo esguio parecia adormecida, como uma princesa de contos de fadas a espera do beijo que lhe tiraria do sono eterno.
Mas beijo nenhum poderia acordar-lhe agora.
Eram 10h35min da manhã e um camareira bateu a porta, a mulher estava trabalhando no horário de uma amiga que havia brigado com o marido e por isso passara mal naquela manhã e lhe pedira para que trabalhasse no turno dela.
A mulher chamou e chamou, mas a porta não se abria, talvez tenham ido embora, pensou.
15 minutos depois o quarto de paredes brancas foi preenchido por um grito estridente de pânico e medo.
Uma mulher havia sido encontrada morta, completamente nua e com pedaços do cérebro espalhados nos lençóis de seda e nas paredes cor-de-neve. O sangue manchando o quarto branco e escorrendo pelo corpo sem vida. Olhos vidrados que não possuíam mais brilho, mas ainda continha no rosto e nos lábios o grito de pânico que não foi ouvido.
A morte tinha cheiro de pão francês de padaria.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Façam do resto o que sua vontade quiser.- Cora.