- Você realmente gosta dela...

POV BRUNNA

Acordei no outro dia sentindo meus olhos inchados, me lembrando do meu sonho da noite anterior.

"Eu estava em um galpão enorme, pelo menos os restos dele, parecia que o mesmo tinha sido queimado e alguém tinha tentado, inutilmente, arrumar, ou pelo menos, colocar o teto. Não ouvia nenhum barulho vindo dali, não sabia o porque de eu estar ali. Fui andando no meio das várias guindastes, máquinas de obras, entre muitas outras coisas queimadas. Não sabia o que estava acontecendo, não tinha ninguém ali, pelo menos pensava, só tinha barulho de pássaros lá fora, o que indicava que não havia nenhuma estrada ali perto e se tinha era abandonada. 

Fui para fora do galpão, me deparando com uma paisagem incrível: era de noite, as estrelas pareciam maiores dali, mas a mesma cena de dentro do galpão continuava ali, mas desta vez a grama, que um dia estivera ali, estava totalmente queimadas, as máquinas, desta vez maiores, no mesmo estado.

Voltei para dentro do galpão, mas agora escutando vários barulhos e principalmente gritos. Me agachei atrás de um trator, conseguindo ver a pior cena da minha vida: meus pais e meus amigos presos (amarrados de cabeça para baixo em uma corda presa no teto improvisado) em cima de um caldeirando com água fervendo, ao redor dos mesmo estavam três ciclopes, não totalmente iguais, mas dois deles eu reconhecera: os ciclopes que eu tinha visto no sonho, os mesmo que Campe havia chamado dizendo para preparar minha morte. Ao lado deles estavam um ciclope ainda maior, mais musculoso, pronto para comer meus pais e amigos a qualquer hora.

- Ma Gasket, quando poderemos comer eles?  Não como faz séculos! - disse um dos ciclopes. Quer dizer que aquele ciclope na verdade era uma fêmea?! Meu Deuses!

-Calma, a água ainda não está pronta. - ela disse, mas podia ver em seus olhos que estava com mais vontade de comer meus pais do que os outros ciclopes.

Naquela hora o desespero tomou conta do meu corpo, não conseguiria derrotar 3 ciclopes, podia ser a melhor, mas sozinha nunca. Lágrimas salgadas começaram a escorrer pelo meu rosto, soluços começaram escapar da minha boca. Tapei a mesma, não queria chamar atenção deles para mim, mas ao mesmo tempo não queria assistir a morte de meus pais e amigos.

- Agora sim a água está boa - disse Ma Gasket vendo as bolhas de ar saírem e explodirem dentro do caldeirão.

Um dos ciclopes foi até a corda e começou a descer a mesma, meus pais e meus amigos começaram a gritar em desespero, sabendo que se caíssem ali, a morte era certa.

Meu coração acelerou, eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que? Fiz a primeira coisa que veio a minha cabeça: sai correndo de trás do trator e gritei, fazendo com que o ciclope que estava segurando a corda se assustasse e deixasse a mesma escapar de sua mão e assim todos que estavam presos na corda, cairam dentro do caldeirão."

Logo depois levantei em um pulo, chorando, e me lembro de que Joel veio me consolar e eu acabei dormindo de novo durante mais uma crise de choro.

Cocei meus olhos e levantei, precisava tomar um banho, minha aparencia estava horrível, não que eu ligasse muito para ela. Olhei para o lado e Joel e Matheus dormiam tranquilamente em suas camas.

Peguei uma roupa em minha mochila e fui para o banheiro. Tanquei a porta. Comecei a me despir e entrei de baixo do chuveiro. Todos os meus músculos relaxaram no contado da água com o meu corpo, peguei o sabonete e comecei a me ensaboar, logo depois peguei o shampoo e depois o condicionador, me enxaguei e sai do box, me secando e colocando minha roupa. Penteei meus cabelos e sai do banheiro, parecia que eu estava naqueles filmes de astronautas, que a pessoa sai e um monte de fumaça dai ao redor, não fui uma boa comparação, até porque nem explicar direito eu sei.

Guardei a roupa suja em minha mochila, me lembrando que eu tinha que ver um lugar para lavar as mesmas, já que não durariam para sempre.

Fui até a cama de Matheus, com a intensão de acordar o mesmo. Comecei a chacoalhar Mathe e quase levei um tapa na cara, é isso que acontece quando você tenta acordar um filho de Ares.

- Hey! Sou eu, não me mata, sou muito jovem para morrer. - disse rindo, ele apenas me mandou o dedo do meio. - Levanta logo, temos que começar a procurar Beta - ele resmungou alguma coisa indecifrável, espero que seja "já vou".

Agora tinha que acordar Joel. Fui até ele e fiz a mesma coisa, mas não aconteceu o mesmo, ele apenas virou para o outro lado, ficando de costas para mim. Bufei. Sacudi ele de novo, nenhum sucesso. Ouvi risadas roucas atrás de mim, me virando dou de cara com Matheus rindo de mim. Vagabundo (desculpe as crianças de plantão ai).

Fui até o banheiro e peguei um pouco de água em um copo que tinha lá e voltei para o quarto, mais especificamente para o lado da cama de Joel. joguei o conteúdo do copo em cima dele que levantou em um pulo.

- O que? Que ta acontecendo? - eu e Matheus começamos a rir de Joel, que nos olhou e entendeu o que estava acontecendo.- Por que você fez isso? - perguntou ele emburrado. 

- Tentei de acordar duas vezes e você virou para o lado, tive que recorrer. - disse rindo. Ele bufou e levantou da cama.

- Vou tomar um banho. - ele disse e foi para o banheiro, não antes de pegar uma muda de roupa.

Me virei para Matheus.

- Vai tomar banho? - ele negou. - Então vai trocar de roupa e me ajuda a fazer os sanduíches para comer mais tarde - ele concordou.

- Vira de costas - me virei e tapei os olhos, isso é vergonhoso. - Deu. - Voltei ao normal e fui até as compras que fizemos ontem, pegando os pães, a mortadela e a margarina.

Comecei a passar margarina enquanto Matheus coloca a mortadela e fechava os sanduíches. 

Quando Joel saiu do banho os sanduíches já estavam todos prontos e embalados, só faltava colocar dentro das mochilas.

Alcancei três sanduíches para cada um, fazendo os mesmo guardarem na mochila.

Tinha preparado mais três para comer agora, um para cada um.

- Começaremos por aqui - disse apontando em uma rua do mapa, que estava estendido no chão - Mas iremos fazer isso junto ou separado? - Perguntei ara os meninos, que estavam na minha frente.

- Acho que é melhor todos juntos, demoraríamos mais, mas será mais seguro se um monstro resolver nos atacar - disse Matheus

- Todos de acordo - todos assentiram (falando assim até parece que é muita gente) - Então vamos? Quando mais cedo começarmos melhor....

Continua...