It's Temporary? escrita por Hellie


Capítulo 1
Uma noite.


Notas iniciais do capítulo

Bom, essa é a minha primeira historia que contém gêneros de ficção, etc.
Me deem um crétido ai, só não esculachem ç.ç
Não sei se ficou boa, vai depender da opinião de vocês, mas ainda tenho muitas ideias pela frete o/
Kissus Kuro :3



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Faróis. Faróis de um carro, vindo exatamente em minha direção. Um segundo depois senti uma dor, mas não era aquela dor forte, senti apenas uma pancada na parte da frente de meu corpo. Eu estava caída no chão, sangrando e chorando. Mas não era por causa daquela dorzinha, era o medo. O medo da morte, o medo de perder meu corpo e levarem minha alma... Estava em plenas 4:34 da manhã, voltando de uma festa. Não havia ninguém na rua, exceto eu e o motorista... Mas ele não perdeu tempo, ligou novamente o carro e enfiou o pé no acelerador. Eu sorri para mim mesma, mas era um sorriso diferente, um que eu nunca tinha demonstrado. Logo depois,vi uma coisa. Era ofuscante... Era uma luz. Muito forte, que chegava a queimar meus olhos. Mas... Oque era? Quanto mais perto aquilo chegava, mais minha pele e olhos ardiam, tentei inutilmente levantar a cabeça para ver oque era, mas ainda não via nada.

—Bom, bom... Parece que finalmente nos encontramos não é Haylie? Depois de tantas vezes fugindo dos meus braços... Aqui estamos. – Agora eu já sabia quem era, sem sombra de dúvida.

Agora eu não tinha mais por onde escapar.

Minha hora havia chegado.

*

Antes, no começo daquele dia...

— Trim triiim. Trim triiim. – Minha cabeça enterrada no travesseiro, o cobertor acima de meus ombros, e a porcaria do meu despertador começou a tocar. Comecei a apalpar o criado mudo, atrás de acabar com aquele som estridente. Assim que o toquei, comecei a bater encima, e nada... Dei um murro e ainda não parava.

— Desliga logo, porra! – Levantei em um pulo, agarrando o despertador e lhe tacando na parede, se partindo em vários pedacinhos. – Lá se vai outro... – Olhei com cara de tédio para os pedaços espelhados pelo chão, e resolvi sair da cama.

Arrepiei-me ao sentir o chão frio em contanto com a minha pele quente. Andei em lentos passos até o banheiro, me jogando dentro do Box, ligando o chuveiro e sentando , deixando com que a água deslizasse por meu corpo, acabei por adormecer. Acordei dez minutos depois, encarando minha pele. Ela estava toda enrugada, eu parecia minha vó. Levantei-me com um pouco de dificuldade, e fui me secar. Quando me encarei no espelho, percebi. Eu era bonita, a única coisa que ferrava eram as mãos e pés completamente enrugadinhos. Meus olhos eram acinzentados, eu havia puxado da minha mãe, ela também tinha os olhos assim. Meu cabelo era completamente preto, por naturalidade, exceto as mechas azuis que eu fiz no fundo dele.

A pele branca, o corpo mediano, e uma tattoo embaixo do meu umbigo, escrito Die Angst vor irgendetwas, que seria a frase ''O medo do nada'' em alemão (língua nativa de onde nasci). Óbvio que ninguém na minha casa sabia que eu tinha aquilo, mas para quê ficarem sabendo sendo que o corpo é meu?

Saí do banheiro e fui me vestir para a maldita escola. Peguei uma calça jeans preta, que ia até o meio da batata, com leves rasgados acima e abaixo do joelho. Uma blusa grande de mangas compridas, listrada de preto e vermelho. Uma bota preta meio que masculina, que cobria a parte à mostra que a calça deixava. Peguei minha mochila e saí de casa, sem nem mesmo olhar na cara da minha mãe. Peguei as chaves da moto e fiz um atalho pra escola. Estava fazendo muito frio, mas não importei muito. Chegando na frente da escola, parei.

Eu preciso mesmo disso? Ah, um dia sem frequentar a escola não vai fazer mal a ninguém.

Ainda olhando para frente, sem me mexer, sinto um braço passando a mão por minha cintura, fazendo-me virar.

— Sentiu minha falta? – Sorri para ele. Armin era meu melhor amigo, parceria forte nas noites de virada. Ele sempre chegava naquela intimidade, mas era só por brincadeira.

— Nem um pouco, agora me solta sua coisa. – Ele riu, me soltando e logo depois me fitando. – Deixa eu adivinhar: Matar aula de novo?

— Sim, eu não aguento ficar nem um segundo dentro desse inferno.

— Eu sei disso, eu e os caras ali estávamos pensando na mesma coisa. Então vamos pro lago do Lilber? Meio dia a gente vai pro shopping. Quando chegar á tarde, a gente vaza pro bar da Alice, nos chamaram para tocar lá hoje. – Nós começamos a andar em direção aos veículos, eu sorri novamente.

— Pode ser, encontro vocês lá. – Peguei minha moto e fui em direção ao tal lago, esperando as lerdezas chegarem. Coloquei a moto perto da ponte e sentei na borda, quando avisto um grupo chegar. Armin chega, já se posicionando do meu lado.

— Atalho?

— Com certeza. Gosto de ver vocês com raiva quando veem que não chegam primeiro. – Nós rimos, e então fiquei encarando Armin. Seus cabelos negros ficavam cobrindo seu rosto, por conta do vento. Um dia eu já fora apaixonada por ele, mas então descobri que era só um gostar de amizade. Ele olhava para frente, distraído com não sei oque, então o empurrei na água e saí correndo, ficando de prontidão ao lado da moto.

— Droga, Haylie! Vai me pagar! – Ele deu uma risada maléfica, e saiu correndo do lago. Subi na moto e a liguei, esperando com que ele chegasse perto. Faltando cinco passos para me alcançar, acelerei e comecei a pegar atalhos, em sua fuga. Ouvi sua moto ser ligada um pouco de longe, e avistei vindo atrás de mim, continuei o caminho. Quando cheguei na rua, fui desviando vários carros, sem medo de nada.

Quando parei em um parque, ele pulou encima de mim, brigando falsamente.

Depois disso, ficamos horas passeando por ali, quando começou a chegar a tarde, fomos para o shopping. Mas não íamos para comprar coisas, ou assistir filmes. Íamos para entrar no cinema, e ficar gritando feito loucos, correndo dos lanterninhas até conseguirem nos pegar. Entrar em lojas, experimentar várias roupas, e sair sem levar nada. Entrar em perfumarias, passar amostras de tudo, e também, não levando nada. Éramos um bando de desocupados, sem nada para fazer da vida. O dia havia passado muito rápido, até que chegou a noite. Fomos para o bar da Alice (a namorada de Armin) e encontramos nossos amigos lá. O incrível é que eu não tinha amigas, somente amigos. Era um lugar muito bonito para um bar.

Era tipo uma festa particular naquele dia, deixando nas mãos dos menores beberem. Eu tinha somente 17 anos, mas virava a noite com aquilo tudo. Sentamos em uma mesa, pedindo tudo quanto eram petiscos, bebidas e etc. Até que o lugar encheu e Alice nos chamou para tocar no palco. A banda era de Armin, mas eu era sua baixista. Ele na guitarra e no vocal, seu irmão gêmeo na bateria. Começamos a tocar, atraindo a atenção de todos na festa. A voz de Armin chamava a atenção, principalmente das meninas ali. Muitos dos olhares se colavam em mim, mas eu não ligava muito, estava concentrada na música. Tocamos muito naquela noite, estávamos nos divertindo como nunca. Eu observava ás vezes a graça dos meninos encherem a barriga da menina de cerveja, e sair chupando. Chamaram-me para fazer o mesmo, mas não para ser a menina; Para beber na menina. Eu, sem a menor sã consciência, fui lá e fiz isso. Todos gritaram e aplaudiram. A menina me encarava com aquele olhar sexy.

— Não rola, amor. Não sou bi. – Sorri para ela, fez o mesmo. Os meninos fizeram uma cara de tristes, mas não fui mesmo assim. E foi assim a noite toda, dançamos feito doidos, bebemos (muito), tocamos (pra caramba), e quando deu 4:30 da madrugada, me despedi de todos lá, mas quase não me deixaram sair, queriam que eu ficasse mais tempo.

— Não posso galera, minha mãe vai ficar puta da vida comigo, e eu tenho que dormir, se não vou acabar perdendo minha moto pra ela.

— Tudo bem então. Se cuida hein, quero você a maior disposição amanhã para podermos infernizar a vida daqueles professores na escola. – Armin disse sorrindo, ele quase não havia bebido, já que tinha que levar várias pessoas para suas casas. Logo eu, já quase não conseguia ficar em pé, mas ainda tinha consciência das coisas. Ele me abraçou forte, e me deixou na moto. Eu peguei as ruas mais desertas que havia ali, às vezes perdendo o controle da moto. Acho que havia bebido demais.

Mal eu sabia que aquela seria a última noite que eu havia me divertido de verdade.

*

Agora eu não tinha mais por onde escapar.

Minha hora havia chegado.

Estava bem ali, na minha frente, eu não podia ver muito, mas eu sentia medo, nada de dor. Era como se eu já tivesse perdido meu corpo, só me restava a alma.

— Por favor, me dê mais uma chance, eu nem se quer estou perto da morte, foi só uns... Arranhões. – Era bem óbvio que não eram só arranhões, eram várias partes do meu corpo com profundos cortes e o sangramento não parava. Eu estava tentando discutir minha vida com a morte. Até parecia brincadeira, quem me ouvisse dizer isso me chamaria de louca.

— Lhe dei várias chances, mas essa foi a gota d’água. Nada pode mudar isso, Haylie – Ele ria maleficamente. Sua voz era como um pesadelo, grossa e ecoava. Suas palavras eram como se... Estivessem se arrastando.

— Eu preciso, por favor... Só mais uma chance, por qualquer coisa... – Minha voz começava a ficar falha, agora eu já tinha mais dificuldades a respirar.

— Bem... Há uma coisa, mas eu acho que você seria muito incompetente para realizar a tarefa.

— Não, qualquer coisa, por favor...! Eu faço... Qualquer coisa... – Meu peito apertou, era como se alguém estivesse marchando por cima de mim. A luz branca ia se tornando em uma negra, se fundindo com a escuridão;

— Tudo bem. Eu lhe proponho o seguinte. Agora mesmo, há uma vida perdida, a de um garoto. Ele é como você, não tem medo de cair na linha da morte. Eu quero que você conserte-o

— Como... Assim?

— Quero que você o tire dessa vida de quem não está nem aí para nada. Quero você o torne responsável, resumindo: Conserte-o. Não só com sua personalidade, mas também o coração. A pouco tempo o coração dele foi quebrado em migalhas, se tornando agora uma grande pedra de gelo. Você vai dar um jeito, e mudá-lo completamente.

— E essa tarefa... Tem um tempo certo? É temporária?

— Sim. Você tem apenas seis meses para realizar. Se conseguir, eu poupo sua vida. Caso contrário, seu corpo será queimado e sua alma eu levarei. Você aceita, Haylie? – Uma mão surgiu da luz negra, ficando em minha frente. Uma mão que não era exatamente uma mão. Sem pele, sem carne, sangue... Somente ossos. Eu a segurei, e logo depois, apaguei.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Uis ç-ç Se gostaram, por favor, deeem sinal de vida, se não eu vou acabar desistindo como nas outras fics que eu tinha feito :s talvez eu poste mais, hoje ou amanhã, seilá uheuhe.Bay *u*