A Herdeira escrita por Cate Cullen
Notas iniciais do capítulo
A minha demora não tem perdão mais uma vez, mesmo assim peço desculpa.
Não prometo que vou postar em breve, mas prometo que vou tentar fazê-lo.
Espero que gostem.
Beijos
Victoria não pode acreditar que perderá tudo para aquela rapariga que nunca reconhecerá como sua irmã. Essa campónia que lhe roubou o noivo e o lugar na sucessão.
Passa as mãos na cabeça tentando manter a calma. Não pode desesperar. Ainda há esperança de se tornar rainha e esperança de casar com o Emmett. Para ser rainha terá de contar com a sua própria inteligência. Mas para casar com o Emmett pode contar com a ajuda do pai dele.
Caminha até aos aposentos do duque e faz sinal ao guarda para a anunciar.
O rapaz abre a porta ao mesmo tempo que a anuncia.
Victoria entra imperialmente nos aposentos do duque. “Ele não é mais que um súbdito como qualquer outro”, pensa.
O duque, sentado na sua cadeira a organizar papéis, levanta a cabeça ao ouvir anunciar a princesa Victoria.
– Alteza. – Levanta-se e faz uma reverência respeitosa. – A que devo a honra desta visita.
– Preciso de falar convosco urgentemente. – Diz séria. – E é sério.
O duque sempre achou graça ao tom altivo da rapariga que ainda só tem dezasseis anos, mas que acha que tem o mundo na mão.
– Sentai-vos, por favor, Alteza. – O duque faz um gesto na direção de uma cadeira almofadada.
– Não há tempo para isso. Vossa Graça, tendes de me ajudar numa coisa.
O duque franze as sobrancelhas.
– E em quê, já agora?
– A casar com o vosso filho.
O duque solta uma gargalha.
– E porque razão o haveria de fazer?
– Porque sempre me quisestes casada com o vosso filho.
O duque sorri cinicamente.
– Isso foi antes de a vossa irmã ter aparecido. Antes, vós seríeis rainha, logo, o meu filho rei. Agora se ele casar convosco não passará de príncipe.
Victoria franze as sobrancelhas.
– A sucessão está em aberto. Acabei de falar com Suas Majestades sobre isso. Tanto posso ser eu como a minha irmã. E eu se fosse a vós ajudava-me a ser eu a escolhida e a casar com o vosso filho.
– Posso perguntar porquê?
– Há muito mais hipóteses de ser eu a escolhida visto que sempre fui educada para ser rainha, enquanto a rapariga que se intitula minha irmã não passa de uma campónia que nem sabe ler ou escrever a sua língua.
O duque sorri.
– Tem muito tempo para aprender. E aposto que os vossos pais farão de tudo para que tenha os melhores professores e que se torna uma rapariga tão culta, ou mais, do que vós. E tem a vantagem de ser uma inocente e de ter bom coração, enquanto vós sois tudo menos inocente, tudo menos doce, meiga, querida.
– Não me ides apoiar é isso?
– Não ganho nada em fazer o meu filho casar convosco. Não sereis rainha, Alteza, nunca sereis rainha.
Victoria irrita-se.
– Ides ver. Quando eu chegar ao trono ireis arrependerdes-vos de não me terdes apoiado, pois eu, dar-vos-ei com os pés como vós fazeis comigo agora.
Vira-lhe as costas e sai batendo com a porta.
O duque sorri. Não tem de se preocupar, a princesa Victoria nunca chegará a rainha.
...
– A capital é diferente daqui. – Alice começa mais uma lição. – Tem protocolos rigorosos em que não podem existir falhas. Horários igualmente rigorosos em que não são admitidos atrasos. E a corte é ainda maior do que aqui, porque vão à capital todo o tipo de artistas e letrados tentando obter um lugar na corte. Já para não falar na quantidade de embaixadores que chegam e partem todos os dias. E o resto dos nobres, porque nem todos vieram com os Reis para este palácio.
Rose assusta-se cada vez mais com a sua ida para a capital, a Cidade de Volterra. Já não tem bem a certeza se deseja ir. Nem sequer tem bem a certeza se gosta deste novo estatuto. Parece-lhe tudo muito complicado e ainda nem começou realmente.
– Depois há muitas festas, muitas receções oficiais, muitas cerimónias de Estado. Começamos pelo Natal que é uma festa importantíssima composta por doze dias onde devemos assistir à missa dia vinte e cinco obrigatoriamente fora aos domingos e há festas todas as noites com representações, mascaradas, apresentações de música e dança. A Páscoa é outra festa importante. Depois temos o aniversário do rei, o aniversário da rainha, o aniversário da princesa Victoria e o vosso próprio aniversário. O aniversário de casamento dos reis e a comemoração dos anos de reinado.
– Tanta coisa. – Murmura Rose.
Alice concorda.
– E se nos visitar algum monarca estrangeiro há festa, ou assinarmos algum tratado. Mas as festas são giras, vós ireis gostar tenho a certeza.
– Desde que não tenha de cumprimentar uma data de duques, marqueses, condes e por aí fora, está tudo bem.
Alice sorri.
– Não tereis de cumprimentar muitos em cada festa. Talvez um ou dois.
Rose suspira.
– Isto é tudo tão complicado.
– Ireis habituar-vos. – Assegura Alice pacientemente. – Agora o que tendes de saber são os protocolos. Em primeiro lugar a entrada no salão para as refeições. Primeiro entram os reis, depois vós e por fim a princesa Victoria.
Rose assente. Tem de se habituar que agora é sempre à frente da princesa Vicroria.
– Durante uma viagem...
Alice é interrompida pela porta que é aberta por um guarda e para salvação de Rose, Emmett entra com um sorriso.
– Oh, por favor, Emmett, ela está a meio de uma lição de protocolo. – Protesta Alice.
– Alice, ela tem tempo para isso. – Emmett pega na mão de Rose fazendo-a levantar e depois puxando-a para si. – Além disso ela tem de passar algum tempo com o noivo.
Rose fecha os olhos quando sente os lábios dele nos dela. Um beijo muito doce e repleto de paixão.
– Quereis vir dar uma volta a cavalo comigo? – Pergunta docemente.
– Emmett, ela...
– Eu ensino-lhe o protocolo pelo caminho. – Promete Emmett.
– Emmett, eu ainda não sei montar. - Lembra Rosa.
– E além disso tem de trocar o vestido. – Acrescenta Alice.
– Não vos preocupeis. – Emmett passa a mão no rosto dela. – Montareis à minha frente no cavalo e não precisais de mudar de vestido para isso.
Rose sorri.
– Então, acho que posso aceitar.
Emmett coloca mão dela no seu braço e guia para o exterior do quarto.
– Se ela não souber o protocolo no dia do noivado oficial não digam que a culpa é minha. – Diz Alice, amuada, antes de se sentar numa das cadeiras.
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