A Herdeira escrita por Cate Cullen
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora mais uma vez.
Rose caminha pela floresta. O seu coração bate acelerado com a prespetiva de voltar a ver o seu amor. Não imagina viver sem ele, não consegue sequer imaginar passar um dia sem o ver. Arrisca-se bastante saindo de casa todas as tardes, a sorte é que tanto os pais como o irmão trabalham no campo durante todo o dia, senão seria demasiado arriscado.
Senta-se na pedra junto à cascata enquanto espera por Emmett, desta vez chegou primeiro, mas ele não deve tardar.
...
Emmett passa o peso de um pé para o outro enquanto ouve o pai. Emmett não percebe o que é que o pai lhe quer, mas esta conversa já dura a mais de meia hora sem haver sequer um intervalo. Aro fala, fala, fala, mas sem dizer nada em específico.
“Estou a ficar muito atrasado”, pensa Emmett olhando para a paisagem que se vê da janela. “Ela já deve estar à minha espera, se demoro muito pensará que não vou.”
Mas não há meio de Aro se calar e Emmett limita-se a acenar com a cabeça e a dizer sim de dois em dois minutos.
...
Rose ouve o som de um cavalo e levanta-se pensando tratar-se de Emmett, estava a ficar aflita pensado que já não vinha.
À sua frente aparecem três homens corpulentos e altos, cada um no seu cavalo. Instintivamente recua ficando encostada ao tronco de uma árvore.
- Isto vai ser fácil. – diz um dos homens sorrindo.
James salta do cavalo e tira o punhal do cinto avançando para ela.
- Por favor. – murmura Rose baixinho vendo-se cercada pelos três homens. – Eu não fiz nada. Não tenho dinheiro.
Eles sorriem uns para os outros.
James avança e encosta-lhe o punhal à garganta.
As lágrimas brotam dos olhos de Rose. “Que poderão estes homens querer de mim?” É a pergunta que já não consegue formular de tão assustada que está.
James olha nos olhos dela e hesita. Aqueles olhos. Tão parecidos com os da sua rainha, tão parecidos com os da mulher bondosa que nunca faz distinção entre ricos e pobres e sorri para todos com um sorriso tão doce e com uns olhos meigos. O tom de azul é o mesmo e as linhas do rosto tão parecidas. James quase poderia afirmar que é filha da própria rainha.
- De que é que estás à espera? – pergunta um dos companheiros.
Nesse momento ouve-se um cavalo. Os homens viram-se e o rei aparece do meio das árvores com dois guardas atrás dele.
- Vamos embora. – ordena James largando a rapariga que cai no chão.
Os homens precipitam-se para os seus cavalos. Um dos guardas do rei agarra um dos cavalos para os impedir de subir. James é o único que consegue fugir desaparecendo pelo meio das árvores.
- Salteadores nas minhas florestas. – comenta o rei encostando um ao tronco da árvore mantendo a espada encostada às suas costas.
Um dos guardas desarma-os e prende-lhes as mãos com uma corda que por acaso trazia.
- Levem-nos para o palácio. – ordena Carlisle concentrando as suas atenções em Rose. – E metam-nos nas masmorras. Merecem uns anos de prisão.
Os guardas afastam-se com os homens.
Carlisle ajoelha-se junto da rapariga.
- Rose? Sois vós? – pergunta reconhecendo aquele rosto.
Rose levanta os olhos para ele.
- Vossa Majestade lembrais-vos do meu nome.
Carlisle sorri.
- Jamais esqueceria o nome da rapariga que salvou a minha razão de existir.
Rose esboça um pequeno sorriso.
- E ela está bem?
- Graças a vós.
Carlisle ajuda-a a levantar.
- O que é que eles queriam? – pergunta.
- Não sei. – murmura Rose. – Nem sequer me pediram dinheiro. Parecia que vinham decididos a matar-me.
A rapariga estremece ao dize-lo.
Carlisle aperta-a contra si aninhando-a nos seus braços. Faz-lhe lembrar a sua Victoria, ou a sua Esme.
- Tende calma. Vai ficar tudo bem. – sussurra.
- Obrigada. – murmura Rose. – Se não tivesseis aparecido eles tinham-me morto.
- Não penseis nisso. – aconselha Carlisle.
- Obrigada.
- Não fiz mais do que fizestes por mim. Agora estamos quites.
Rose consegue sorrir.
- Quereis vir comigo?
- Não posso. Tenho de ir para casa, senão os meus pais vão ficar preocupados.
- Eu levo-vos até casa.
- Não é preciso…
- Insisto.
Carlisle não consegue explicar o seu carinho por esta rapariga.
Pega-lhe pela cintura para a por em cima do cavalo e sobe para trás dela.
Desta vez Rose não consegue apreciar a viagem. Está preocupada, pensado porque é que Emmett não veio e porque é que aqueles homens a tentaram matar e assusta-a pensar que um deles ainda anda a solta.
...
Assim que a deixa em casa Carlisle cavalga para o palácio. Quando está a desmontar no pátio, vê Emmett aparecer apressado e dar ordens ao criado para lhe selar o cavalo.
- Emmett. – O rei salta do cavalo e entrega-o a outro criado.
Emmett vira-se e faz uma vénia ao ver o rei.
- Ides sair?
- Vou dar umas voltas por aí. – Responde Emmett com um encolher de ombros, tentando esconder a sua ansiedade por sair dali e cavalgar o mais rápido possível para junto da sua Rose.
- Tende cuidado, acabei de encontrar três salteadores na floresta e um deles conseguiu fugir.
- Salteadores? – Emmett franze a sobrancelha.
- Sim, estavam a tentar assaltar uma rapariga. – Carlisle não diz que desconfia que talvez não fosse um assalto.
- Quem? – Pergunta Emmett temendo que seja a sua Rose, afinal ela devia estar na floresta à espera dele.
O coração começa a apertar-se no peito.
- Não deveis conhecer. Foi aquela rapariga que ajudou Esm…
Emmett quase sente faltar-lhe o ar.
- E ela está bem? – Pergunta interrompendo-o.
Carlisle franze a sobrancelha perante a preocupação de Emmtt com uma rapariga que nem conhece.
- Está, cheguei mesmo a tempo...
- Eu tenho que ir. – Volta a interromper. Faz uma vénia e sobe para o cavalo acabado de selar partindo a galope para longe do palácio.
Carlisle observa-o a afastar-se.
- Tanta presa. Onde será que ele vai?
...
Emmett deixa-se estar escondido nas árvores enquanto vê os pais e o irmão de Rose chegarem a casa. Espera pacientemente durante o resto da tarde, até ver as luzes apagarem-se. Obriga-se a contar até cem antes de se afastar do cavalo e caminhar o mais silenciosamente possível até à pequena casa.
Espreita pela janela e descobre uma cozinha, continua a andar em volta da casa até encontrar outra janela por onde espreita e vê um quarto com duas camas. Olha atentamente tentando perceber onde está Rose. Quando uma das pessoas se mexe ele vê o rosto de Rose e sem perder tempo bate na janela.
Rose assusta-se ao ouvir bater e senta-se na cama. “Só pode ser aquele homem que conseguiu fugir, deve vir tentar matar-me”, pensa e quase cede ao impulso de acordar o irmão.
Batem outra vez.
Devagar levanta-se da cama e vai até à pequena janela. Espreita pelo vidro e vê Emmett do outro lado. O coração começa a bater acelerado e um sorriso desponta nos lábios. Com cuidado, para não fazer barulho, abre a janela.
- Emmett, que fazeis aqui?
Emmett sorri ao vê-la, o cabelo apanhado numa trança cai-lhe para o lado.
- Rose. – Delicadamente ele agarra as mãos dela, precisa de senti-la, precisa de ter a certeza que ela está à sua frente.
- Que fazeis aqui? – Repete a pergunta.
- Precisava de vir ver-vos. O rei disse-me que encontrou salteadores na floresta e que tentavam atacar uma rapariga, precisava de saber se essa rapariga ereis vós.
Rose estremece ligeiramente o lembrar-se do que aconteceu nessa tarde.
- Eu estou bem, o rei chegou mesmo a tempo.
- Vinde aqui. – Pede Emmett. – Quero abraçar-vos. Vinde para os meus braços.
- Não posso. – Murmura. – Imaginais se os meus pais acordassem e me vissem convosco.
- Por favor, minha Rose, preciso de vos ter nos meus braços. – Insiste.
- A porta da rua faz barulho a abrir, os meus pais iriam acordar.
- Saltai pela janela. – Emmett estende os braços. – Eu ajudo-vos.
Um pouco a medo Rose sobe para o parapeito da janela e senta-se. Emmett pega-lhe pela cintura e aperta-a nos seus braços.
- Precisava mesmo disto. – Diz enterrando o rosto no pescoço dela e sentindo o seu cheiro.
- Porque não viestes hoje? – Pergunta Rose acariciando-lhe os cabelos suaves.
- O meu pai impediu-me. – Interrompe-se assim que percebe o que aconteceu. – Exatamente.
- O que foi? – Rose fita-o com os seus olhos azuis e Emmett tem de novo a sensação de que já viu aqueles olhos noutro rosto.
- De certeza que o meu pai já sabe de nós, descobriu que é por gostar de vós que não quero casar com Victoria.
- Descobriu como?
- Oh, minha Rose, sois muito inocente, deve ter ordenado a um dos seus criados que me seguisse e de certeza enviou aqueles homens para vos fazerem mal. Deve ter pensado que se estivésseis… - Emmett abana a cabeça não conseguindo dizer a palavra. – Pensou que assim eu casaria com Victoria.
- O vosso pai sabe de nós? – Rose concentra-se nesta parte.
- Eu vou ter de vos apresentar à corte. – Emmett passa uma das mãos na trança dela. – Se o meu pai já sabe é mais seguro se vós estiverdes lá comigo e não aqui.
- Apresentar-me à corte? – Rose abre muito os olhos. – Ninguém irá aceitar o nosso casamento.
- Eu farei com que aceitem, meu amor. Não vos preocupeis, nós casaremos.
Rose está tão confusa com toda esta informação.
- Esperai ao menos até às festas da aldeia. – Pede.
- E quando é que isso é? – Pergunta impaciente.
- Este fim de semana.
Emmett assente.
- Muito bem, eu espero, mas depois vireis comigo para a corte.
Rose assente.
Emmett sorri.
- Posso beijar-vos? – Pergunta aproximando o seu rosto do dela.
- Acho que podeis.
Emmett sorri e toca com os lábios nos dela, num beijo leve, doce e calmo, que se transforma em intenso e apaixonado. Ele encosta-a à parede da casa para a apoiar enquanto desce os beijos pelo pescoço dela.
Rose cede aos carinhos dele, derretendo-se a cada toque.
Quando sente a mão dele na sua coxa fica subitamente estática.
- Emmett, nós não podemos…
- Não. – Concorda ele continuando a espalhar beijos pelo seu rosto. – Vós não mereceis que seja assim, será apenas depois do casamento, no nosso quarto no palácio. Deixai-me só tocar-vos.
Delicadamente desaperta o laço na parte da frente da camisa deixando os seus seios descobertos.
Rose deixa-se estar quieta. Nunca nenhum homem a vira alguma vez assim e nunca pensou que algum a visse a não ser o seu marido.
Emmett desce a boca pelo pescoço, depositando beijos em cada milímetro da pele dela, fazendo-a relaxar de novo. Enquanto isso toca os seios dela com uma das mãos fazendo-a arrepiar-se a cada toque.
A boca continua a descer até tocar também os seios delicadamente beijando-os com carinho.
Rose contém um gemido ao sentir a boca dele sugar um dos seios. Não consegue conter mais nenhum quando ele começa a suga-lo com mais força e a tocar o outro com a mão. Tenta abafa-los o melhor possível, seria desastroso se os pais acordassem, ou o irmão, neste momento.
Emmett faz um esforço para a largar, sabe que senão parar agora irá ter de a possuir e não quer faze-lo já.
Ofegante levanta os olhos para ela encontrando as duas safiras a olha-lo com desejo.
- Não farei mais nada. – Diz com voz rouca e toca os lábios dela com os seus.
- Podíeis continuar. – Diz Rose e cora assim que percebe aquilo que disse.
Emmett abafa uma gargalhada.
- Hoje não, meu amor. – Dá-lhe outro beijo nos lábios. – Agora deveis voltar para a cama e dormir.
Rose assente.
- Amo-vos. – Diz Emmett enquanto lhe pega e a coloca no parapeito da janela.
Ainda a tremer Rose entra no quarto e fecha a janela depois de ver Emmett mandar-lhe um beijo. Deita-se na cama, desejando que ele tivesse ido mais longe, querendo mais daquelas maravilhosas sensações que sentiu. Fecha os olhos e sonha que ele está ao lado dela, beijando-a e acariciando-a como fez lá fora nessa noite.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Amanhã posto outro se tiver comentários.
Beijos