A Herdeira escrita por Cate Cullen


Capítulo 17
Baile




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O palácio prepara-se para o baile no domingo à noite, um baile de verão que os reis sempre deram na capital e que este ano será dado aqui, onde o povo tem permissão para entrar e se misturar com a gente nobre do país.

Emmett acha que esse será o dia perfeito para apresentar Rose a toda a corte, só tem de a convencer a vir.

Emmett observa enquanto carruagens e carruagens cheias de tecidos se dirigem pela estrada em direção ao povoado para oferecerem roupas às pessoas mais pobres para poderem ir ao baile.

Esme conversa com uma costureira que está prestes a seguir com a próxima carruagem para o povoado.

Emmett caminha até ela quando a carruagem se começa a afastar.

- Majestade. – Faz uma vénia.

- Emmett. – A rainha sorri. – Achais que as pessoas daqui vão gostar desta ideia? – Pergunta Esme aceitando o braço de Emmett.

- Tenho a certeza que sim. – Começam a caminhar para longe do pátio. – Na verdade, Majestade, eu vou aproveitar este baile para vos apresentar uma pessoa.

Esme olha para ele com uma sobrancelha levantada.

- E quem seria essa pessoa? – Pergunta.

- A minha noiva.

Esme nunca esperou que ele lhe dissesse isso. Emmett está noivo?

- E quem é ela? Alguém que eu conheça?

- Acho que a conheceis, sim. – Afirma Emmett. – E peço que me ajudeis a convencer o meu pai a aceita-la.

Esme entende que deve ser a rapariga por quem ele se apaixonara.

- Tereis todo o meu apoio, seja ela quem seja. Mas dizeis que eu a conheço?

- Ireis saber quem é quando a virdes.

Esme tenta controlar a sua curiosidade.

- É de uma condição mais baixa, mas eu desejo faze-la minha esposa.

Esme assente.

- Muito bem. Tereis todo o meu apoio. - Repete.

- Agradeço-vos. – Emmett vira-se para ela. – Estou realmente agradecido.

Esme sorri.

- Eu só vos quero ver feliz.

Com estas palavras Emmett abraça-a.

- Tenho a certeza que serei feliz com ela.

- Sereis. Se a amais, sereis. – Assegura Esme sorrindo.

...

Rose está no campo a dançar, treinando algumas danças que poderá dançar na festa da aldeia na noite seguinte, quando vê uma comitiva enorme de carroças passar.

- O que se passa? – Pergunta a Leah que está ao lado dela.

- Não sabeis? – Pergunta Leah parecendo chocada. – Todos os anos os reis dão um baile de verão onde as pessoas do povo podem entrar e misturar-se com a nobreza.

Rose vira-se para ela espantada.

- A sério?

- Sim. O baile costuma ser na capital, mas como este ano eles estão aqui será aqui. E podereis ir assim como os vossos pais e toda a gente. Aquelas carroças. – Aponta para as carroças. – Trazem roupas que serão distribuídas pela gente do povo para poderem ir ao baile.

Rose espanta-se por Emmett não lhe ter dito nada.

- Vós ides? – Pergunta.

- Vou. – Afirma Leah. – Não faltava um ano enquanto vivi na capital.

- Achais que também posso ir?

- Claro que sim. Vamos mas é escolher os vestidos senão os melhores acabam.

...

- Que ideia mais estúpida esta de fazerem um baile para o povo. – Comenta Renée desagradavelmente enquanto lava a roupa no tanque.

- Até é uma boa ideia. – Diz Charlie. – É uma forma de eles se tornarem populares junto do povo.

- E tinham logo de o fazer aqui, porque não o fazem na capital como sempre?

- Renée. – Charlie passa o braço em volta da cintura da esposa. – Ambos sabemos o que vos preocupa. Mas vais estar lá muita gente, demasiada, eles não vão reparar nela.

Renée vira-se para ele.

- Rose não vai, Charlie.

Charlie suspira.

- Ela quererá ir.

- Isso se souber do baile.

- Ela já sabe. – Ouvem a voz do filho, Jacob, e viram-se. – E já foi buscar roupas para todos nós irmos, chegou a casa com um monte de roupas chiques. Está animadíssima. – Encosta-se ao tanque. – Não percebo porque não a querem deixar ir.

- Porque aquilo não são bailes para pessoas como nós. – Declara Renée.

- Não é isso, pois não? – Jacob aproxima-se dela e vira-a para si. – Sempre, desde que me lembro, vós ficáveis nervosa cada vez que se falava da família real, cada vez que Rose falava deles ainda pior, quando ela pediu para vê-los passar vós dissestes que não e quando eles estiveram cá estáveis estranha. Não entendo porquê, embora gostasse imenso de saber.

- Isso são coisas da vossa cabeça. – Renée afasta-se do filho.

- Não, não são, e eu ainda ei de saber o que vocês escondem e que com certeza tem a ver com a Rose. Não vou deixar que a impeçam de ir, ela quer ir, ela adora tudo o que tenha a ver com a nobreza, não a vão impedir de ir.

Jacob afasta-se a caminho de casa.

Charlie troca um olhar com a esposa.

- Ele tem razão, Renée, daria aso a mais desconfianças se lhe disséssemos que não.

Renée assente pouco convencida.

Charlie vê a hesitação nos olhos dela e passa o braço em volta dos seus ombros.

- Nós vamos estar lá, Renée, não vamos deixar que lhe aconteça nada. Eles não irão descobrir, prometo.

...

Quando chega a casa Jacob encontra Rose a conversar com um homem muito bem vestido que só pode ser da corte.

- Quem é o senhor? – Pergunta pouco simpático.

- Jacob, o que fazeis aqui? – Pergunta Rose. – Pensei que ainda andásseis no campo.

- Não desvieis o assunto. Quem é este?

Emmett respira fundo e decide que é melhor começar a contar tudo.

- O meu nome é Emmett, estou apaixonado pela vossa irmã e desejo casar com ela.

Jacob olha para ele muito sério.

- Casar? Deveis estar a brincar! Um homem da vossa condição a casar com uma mulher da condição da minha irmã?

- Jacob, ele ama-me e eu amo-o. – Diz Rose.

- Ama-vos? Ele quer é deitar-se convosco.

- Isso é mentira. – Declara Emmett. – Eu amo a vossa irmã e amanhã no baile vou apresenta-la à corte.

Jacob fica sem reação. O homem tem coração e pode realmente amar a irmã. E também pode ajuda-lo a descobrir o que existe entre a família real e os seus pais.

- Quero falar convosco. – Diz sério.

- Jacob, o que é que ides fazer? – Rose fica desesperada com a prespetiva de o irmão magoar Emmett. Por isso é que ela não queria que Emmett viesse à porta da sua casa.

- Não vos preocupeis. – Emmett toca-lhe meigamente no cabelo. – Eu sei tomar conta de mim.

Afastam-se os dois em direção à floresta, Emmett agarrando as rédeas do seu cavalo. Rose é obrigada a voltar para casa assim que vê os pais aproximarem-se.

Ao fim de alguns minutos em que reina o silêncio Jacob decide falar:

- Desconfio bastante das vossas intenções. Já tentastes alguma coisa com ela?

- Claro que não. – Declara Emmett. – Vou esperar até ao casamento.

- E achais que vos deixarão casar com ela?

- Tenho apoio da rainha e esse garante o apoio do rei, o meu pai não poderá fazer nada contra eles.

Jacob assente.

- Eu desconfio dos meus pais numa coisa. – Diz Jacob. – E talvez vós possais ajudar.

- De que modo?

- Sois da corte e falais com o rei e com a rainha regularmente.

- Falo, sim.

- Os meus pais têm qualquer aversão à família real e eu não consigo entender porquê.

- E como é que vos posso ajudar? – Emmett franze uma sobrancelha.

- Não sei. – Pára de andar e vira-se para Emmett. – Mas os meus pais não gostam que os reis se aproximem de Rose, como se tivessem algum segredo muito precioso a esconder.

Nesse momento Emmett lembra-se de tudo. De como Rose lhe contou como os pais reagiram quando os reis a convidaram para a corte. Da pulseira de ouro com o R que mantém sempre no bolso do gibão. E em como os olhos de Rose lhe fazem lembrar os de alguém e esse alguém é a rainha.

- Meu Deus! – Murmura sentando-se.

- Que foi? – Jacob senta-se junto dele.

Emmett tira a pulseira do bolso do gibão e olha para ela.

- Rose encontrou isto na arca da vossa mãe. – Mostra-lhe a pulseira.

Jacob pega nela e observa-a.

- Isto é de ouro, a minha mãe nunca teria uma coisa destas.

- Acredito que não. – Emmett tira-lhe a pulseira da mão e levanta-se. – Esta pulseira é igual à da princesa Victoria com a diferença que a dela tem um V em vez de um R. Tirando isso é igual.

- E daí?

- Esta é a pulseira da princesa que desapareceu há dezoito anos.

Jacob lembra-se da irmã lhe ter dito que a rainha lhe contara que tivera outra filha.

- Sim, e que fazia isso na arca da minha mãe?

- Significa que a vossa mãe encontrou a princesa e que deve ter ficado com ela, deve-a ter criado como se fosse sua.

Jacob abana a cabeça baralhado.

- Impossível. Só eu e a Rose vivemos naquela casa tirando os meus pais.

- Exato. A princesa desaparecida é a Rose.


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Notas finais do capítulo

Muito comentários, mais um capítulo amanhã.
Beijos