A Herdeira escrita por Cate Cullen
Aro observa da janela dos seus aposentos o filho chegar a cavalo.
- Onde é que ele irá todos os dias? – pergunta para si próprio. – Tenho de descobrir.
Aro manda chamar um dos seus criados.
O rapaz entra e faz uma vénia ao seu senhor.
- Quero que sigais o meu filho. – começa o Duque. – Para onde quer que ele vá, seja a pé a cavalo ou a nado, tendes de o seguir. Quero saber onde ele vai, o que faz, com quem se vai encontrar, todos os pormenores e até mesmo quando espirra ou tosse, percebestes?
- Sim, senhor.
Aro abre uma gaveta da secretária e tira de lá uma bolsa.
- Levais esta agora e se fizerdes bem o teu trabalho recebereis outra igual. Podeis ir.
O rapaz faz uma vénia e sai.
Aro senta-se numa das cadeiras. Tem de saber onde é que o filho vai todas as tardes à mesma hora.
...
Emmett parte a cavalo para ir ter com a sua Rose novamente. Gostava tanto de a poder trazer para a corte, gostava de poder casar já com ela, poder apresenta-la a todos como sua mulher. “Mas esse dia há-de chegar”, promete a si próprio, “há-de chegar o dia em que a chamarei minha esposa”.
Um pouco mais atrás segue James, o criado incumbido de o seguir. Não lhe agrada nada ter de espiar, mas não pode desobedecer ao seu senhor e o dinheiro dá-lhe muito jeito. Além disso Aro tem andado muito irritadiço desde que o casamento entre o filho e a princesa foi cancelado, portanto é melhor não o desagradar.
Emmett entra para a floresta com James a segui-lo. Pára junto à cascata e James um pouco mais atrás num sítio onde o consegue ver, mas não consegue ser visto.
Vê a rapariga loura chegar junto de Emmett que a recebe com um abraço e um beijo. Aproxima-se um pouco mais para ouvir a conversa sussurrada entre os dois amantes.
- Estou ansioso para casar convosco. – murmura Emmett. – Para poder dormir junto a vos todas as noites e dançarmos juntos no salão.
- Tereis de me ensinar a dançar. – diz Rose amorosamente.
- Claro que vos ensinarei.
- Quando podemos casar?
- No final da semana irei falar com Suas Majestades, se concordarem, o que acredito que farão, iremos apresentar a proposta ao meu pai e se ele não aceitar fugimos para casar.
- Fugir?
- Sim. Fugimos, casamos e depois voltamos já casados e ninguém pode fazer nada.
- Não queria deixar os meus pais. – murmura Rose.
- Será por pouco tempo e depois posso arranjar-lhes um lugar na corte.
A conversa continua e James continua a ouvir.
Passada uma hora e tal Emmett pega no cavalo e desaparece pela floresta. James decide seguir a rapariga, de quem não sabe o nome. Tem a certeza que o seu senhor ficará agradado em saber onde mora a namorada do seu filho, a mulher com quem ele pensa casar.
James segue a pé levando o cavalo pelas rédeas. Vê-a entrar numa casa pequena com um pomar atrás e mais campos cultivados ao fundo.
Com um sorriso monta no cavalo e parte para o palácio.
...
O rei e a rainha estão sentados no terraço do palácio. Carlisle tem o braço em volta da cintura de Esme que apoia a cabeça no seu ombro. A noite está quente e as estrelas brilham.
- Amanhã vamos passear a cavalo? – pergunta Carlisle. – Vai estar um dia bonito tenho a certeza.
- Amanhã tenho uma prova de uma quantidade enorme de vestidos que mandei fazer há algumas semanas.
Carlisle suspira.
- Não podeis adiar?
- Já tenho andado a adiar. Não gosto nada de passar horas em pé com os braços estendidos e com uma data de mulheres à minha volta cada uma a dar a sua opinião, que nunca são iguais.
- Para que quereis os vestidos?
Esme sorri e estica-se para o beijar nos lábios.
- Para o meu marido me achar bonita.
- Sabeis que o vosso marido acha que ficais ainda mais bonita sem nenhum.
- Tenho impressão que não gostaríeis muito que eu andasse por aí sem nenhum vestido com todos os homens a olhar para mim.
Carlisle suspira.
- Eles já olham com vestido imagino o que seria sem ele.
Esme ri e beija-o.
- Tanto ciúme, meu amor. Sabeis que eu não olho para nenhum deles.
Carlisle sorri.
- Casei com a mulher mais bonita, mas também mais honrada e respeitada. Agradeço todos os dias ter uma mulher como vós.
O beijo é apaixonado.
- Espero que continueis a agradecer e nunca vos esqueçais do quanto gosto de vós.
- Jamais. E a minha esposa perfeita importa-se se eu amanhã for andar a cavalo sem ela?
- Não. Mas leva um guarda, não gosto que andeis por aí sozinho.
- Sim, minha linda. E se fossemos para a cama? Posso dormir no vosso quarto esta noite?
- Deveis.
Carlisle sorri e beija-a de novo, desta vez para a pegar ao colo e levar para o quarto, onde dormem os dois abraçados depois de se amarem.
...
Aro reúne-se com três dos seus criados nos seus aposentos, o quarto apenas iluminado por uma vela que brilha sobre a mesa.
- Amanhã James ireis leva-los até essa tal rapariga. – começa Aro. – Irão mata-la.
Nenhum dos homens faz qualquer comentário ou muda a expressão do rosto.
Aro atira uma bolsa para cada um dos homens.
- Assim que acabarem levam mais.
Os três saem e Aro esfrega as mãos de contente.
- Se matar a rapariga, Emmett quererá casar com a princesa. É essa loura que impede o casamento. Assim que ela morrer nada impedirá.
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