A Herdeira escrita por Cate Cullen


Capítulo 13
Será Amor?


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me pela demora.
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/393947/chapter/13

Rose caminha pela floresta com um cesto, saiu de casa com o pretexto de vir apanhar amoras, vai encontrar-se com o nobre bonito, mas nunca poderia dizer isso à mãe. Não consegue perceber porquê, mas a mãe tem qualquer aversão a pessoas da corte. Rose ainda não a perdoou por ter recusado uma oportunidade tão boa. Podia estar na corte a esta hora senão fosse ela.

Senta-se na pedra junto da cascata e pousa o cesto ao seu lado. Será que ele vem? Pergunta-se a todo o momento. Ao fim de alguns minutos de espera começa a desesperar. A paciência nunca foi o seu forte.

- Estúpida. – murmura para si mesma. – Porque haveria ele de vir? Porquê? Sou uma camponesa, ele deve ter todas as mulheres da corte a cair aos seus pés. E está noivo.

- Já não, princesa. – ouve uma voz murmurar atrás de si.

É a voz dele.

Vira-se com a respiração mais acelerada. Com o som da água a correr nem ouviu os cascos do cavalo.

- Meu senhor. – murmura não tirando os olhos dele. Está bonito como sempre.

Emmett senta-se junto da sua camponesa e passa-lhe a mão no rosto.

- Viestes. – murmura docemente.

Rose sorri.

- Achastes que não vinha, meu senhor?

- Não me trateis com tanta formalidade. – pede. – Para vós é Emmett.

- Emmett. – repete.

Um nome bonito para um homem bonito.

- Ainda não me tínheis dito o vosso nome. – murmura.

Ele sorri.

- Esqueci-me, fiquei encantado convosco.

Rose baixa os olhos.

- Sonhei convosco. – diz ele com o seu tom doce. – Estava ansioso para este momento.

Rose também estava ansiosa e sonhou com ele, o seu sonho estranho.

Emmett aproveita o silêncio dela para lhe dar um beijo. Começa apenas com um toque de lábios e depois vai-se aprofundando.

Param o beijo e ficam a olhar um para o outro fixamente, para logo a seguir se voltarem a beijar ardentemente. Ele deita-a cuidadosamente na pedra e pára o beijo para observar o seu rosto.

- Não posso ser vossa amante. – diz Rose, o cabelo espalhado sobre a pedra.

- Não. – murmura ele. – Sereis minha esposa.

Rose senta-se surpresa.

- Isso é impossível.

- Nada é impossível quando se ama. – diz Emmett repetindo as palavras da rainha.

- E isto é amor? – pergunta Rose.

- Será amor? – repete Emmett. – Amais-me Rose?

Rose está tão confusa. Como pode saber se o ama. Nutre sentimentos estranhos e desconhecidos por ele. Poderá ser amor?

- Não sei. – murmura.

- Pensais em mim, Rose?

- Constantemente.

- Desejais estar comigo?

Rose morde o lábio.

- Desejo.

- Gostais que vos beije?

- Gosto. – diz corando.

- Exatamente aquilo que sinto por vós. – diz Emmett. – É amor. Tenho a certeza.

- Será amor? – repete a pergunta dele.

- É. Já alguma vez lestes romances?

Rose cora.

- Nunca li nada. Não leio muito bem e escrevo ainda pior.

Emmett sorri.

- Quando fordes minha esposa ireis aprender. – promete.

- Como posso ser vossa esposa? Ireis casar com a princesa Victoria.

- Já não. – Emmett sorri satisfeito. – A rainha cancelou o noivado quando lhe disse que gostava de outra.

- Disseste-lhe que gostais de mim?

- Não disse que era de vós. – corrige pondo-lhe uma madeixa de cabelo por trás da orelha. – Disse que gostava de outra.

Rose baixa os olhos. “Será que ele não está a falar de mim?”

Emmett percebe a atrapalhação dela.

- Claro que é de vós. Eu amo-vos.

É a primeira vez que ele o diz e o coração de Rose dispara.

- Amo-vos. – murmura.

Emmett sorri e beija-a apaixonadamente.

- Amo-vos. – grita. – Eu amo a Rose.

- Calai-vos. – Rose tapa-lhe a boca com a mão. – Ninguém pode saber.

- Saberão um dia. – diz Emmett. – Quando vos levar para serdes apresentada na corte.

Rose toma consciência da realidade.

- Emmett, eu não posso casar convosco. Não tenho estatuto.

- Desejais casar comigo?

- Desejo, mas não posso.

- Então se o desejais, tanto como eu, havemos de casar. Quando se ama nada é impossível. – volta a repetir.

Rose sente-se mais confiante com as palavras dele.

- Teremos de deixar passar algum tempo. – diz Emmett. – Talvez alguns meses. Podeis vir para a corte e…

- Eu não posso. – interrompe Rose. – A minha mãe não me deixa ir. Lembrais-vos que a rainha me ofereceu um lugar e a minha mãe não deixou.

- Tenho a certeza que com tempo a conseguis convencer. – garante Emmett. – Eu levo-vos para a corte e daqui a uns meses anuncio que quero casar convosco. Vai ser difícil convencer o meu pai, mas…

- E o rei? – pergunta Rose. – E a rainha? Achais que vão gostar que troques a filha por mim?

- Os reis não são problema. – garante. – Foi a rainha que deu a ideia de cancelar o noivado.

- E achais que aceitaria que uma camponesa casasse com um nobre?

- Ela acredita no amor. Tenho quase a certeza que quando percebesse que nos amamos não impediria o casamento. Como já disse o meu pai seria o mais complicado de convencer.

- E seríeis capaz de o contrariar para ficar comigo?

- Seria. – dá-lhe um beijo na bochecha. – Sois a pessoa que mais amo no mundo. Não me consigo manter afastado de vos. Posso beijar-vos?

Rose cora e baixa os olhos.

- Eu preferia que me beijasseis sem perguntar.

- Porquê? – pergunta Emmett com um sorriso divertido. – Gosto de vos ver corada.

- Eu não.

- Ficais tão fofa assim vermelhinha. Mas eu prometo que para a próxima vos beijo sem pedir.

Rose olha para ele tão vermelha como um tomate.

- E agora podeis beijar-me na mesma?

Emmett ri-se com a pergunta e responde com um beijo calmo e apaixonado.

- Agora tenho de ir. – murmura Rose levantando-se.

- Amanhã à mesma hora. – estipula ele.

- Certo. Até amanhã.

- Adeus, meu amor.

....

Esme entra no quarto e fecha a porta. Quer ficar sozinha.

Caminha até à caixa de jóias, abre-a. No fundo, está uma pequena bolsa vermelha. Abre-a e tira lá de dentro um colar de pérolas com um R em dourado que tem uma coroa por cima.

Victoria tem um igual. Este seria para dá-lo a Rosalie quando fizesse catorze anos. Nunca o poderá dar. Na altura, mandara também fazer uma pulseira em ouro com este mesmo R e a coroa. A pulseira desapareceu na mesma noite que a princesa.

- Talvez ainda a tenha. – murmura Esme.

Com as lágrimas nos olhos beija o R e encosta-o ao coração. Será que alguma vez voltará a ver a filha?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.