A Herdeira escrita por Cate Cullen


Capítulo 12
Recusas


Notas iniciais do capítulo

Tenho uma nova fic Carlesme, chama-se Entre Dois Reinos. Se quiserem dar uma espreitadela, está aqui o link:
http://fanfiction.com.br/historia/422470/Entre_Dois_Reinos/
Gostaria muito que lessem, ainda só tem o prólogo, mas eu espero que gostem.



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- Carlisle. – Esme aconchega-se mais nos braços do marido depois de fazerem amor.

Ele passa-lhe a mão nos cabelos amorosamente.

- Sim, princesa.

- Fiz uma coisa sem vos consultar. – murmura temendo que agora ele fique chateado.

Carlisle franze uma sobrancelha.

- E o que foi, minha linda?

- Eu cancelei o noivado de Victoria. – murmura.

Carlisle senta-se na cama.

- O quê?

Esme senta-se também.

- Eu só quero que ela seja feliz. Ela e ele. E nunca serão felizes juntos.

Carlisle suspira.

- Podíeis ao menos ter-me consultado.

- Desculpai-me. Nem me lembrei.

- Esme, somos casados há anos, sempre tomámos as nossas decisões juntos, como assim não vos lembrastes?

Esme baixa os olhos.

- Desculpai-me. – murmura.

- Já temos tudo acordado desde que Victoria fez dez anos. – diz Carlisle. – Porquê cancelar as coisas agora?

- Porque eles não se amam. – diz Esme com simplicidade.

- Amáveis-me quando casastes comigo?

- Não. – é sincera. – Mas agora amo e sei que nunca seria tão feliz num casamento sem amor.

- E quem vos diz que eles não se apaixonariam?

- Eles conhecem-se desde pequenos. – lembra Esme. – Nós nunca nos tínhamos visto.

Carlisle levanta-se da cama. Pega nos calções e começa a vesti-los.

- Onde ides? – pergunta Esme.

- Pensar numa maneira de o dizer ao Duque, de o dizer à nossa filha, de o dizer a todos os meus conselheiros, de o dizer ao povo. – diz Carlisle friamente.

- Eu posso falar com Aro e também posso falar com Victoria e se quiserdes digo-o aos nobres. – oferece-se Esme mantendo a calma e paciência que lhe são tão características.

- E que lhes ireis dizer? – pergunta Carlisle irritado. – Que um casamento que foi acordado há seis anos, diante da população de Volterra, que todos os nobres concordaram, que foi assinada pelo Duque, por mim e por vós, agora é cancelada dois anos antes de acontecer, sem qualquer razão, sem nenhuma justificação.

- Eles não se amam. – insiste Esme.

- E o que é que isso tem? – pergunta Carlisle sem pensar no que diz. – Mais de metade das vezes não existe amor nos casamentos, seria só mais um.

- Às vezes parece que nunca amastes. – murmura Esme. – Não é só mais um casamento, é o casamento da nossa filha e eu gostaria que ela pudesse casar com alguém que amasse.

- Ela ama Emmett.

- Mas ele não a ama a ela.

- Como sabeis?

- Ele disse-mo. – Esme levanta-se enrolada no robe. – Ele está apaixonado por outra. Não sei por quem, mas pelo que percebi não é ninguém da corte e tem um estatuto mais baixo. Ele ama outra. Eu sei que Victoria vai chorar durante dias, dramatizar como é seu hábito, mas será melhor que o faça agora durante uma ou duas semanas do que durante anos quando perceber que o marido não a ama e que prefere outras a ela. – passa os braços em redor do pescoço de Carlisle. – Eu quero que ela case com quem ame e com quem a ame. Nunca nenhum dos dois será feliz se Emmett amar outra, e ela ainda é tão nova tenho a certeza que encontrará alguém que a ame e a quem ela também amará e perceberá que o que sente agora por Emmett não passa de uma paixoneta que os jovens têm nesta idade e que passa tão depressa como surgiu. Eu quero que ela saiba o que é isto. – beija levemente Carlisle. – O que é um beijo do homem que amamos mais que a nós próprias. O que é estarmos nos braços do homem da nossa vida. O que é sentirmo-nos amadas e amarmos.

Carlisle, como sempre, encanta-se com aqueles olhos azuis que sempre fizeram o coração dele bater mais depressa. Esme tem razão, como tem sempre, acrescenta.

- Amo-vos. – murmura.

Esme responde-lhe com um beijo e acabam de novo na cama. Não há no mundo ninguém a quem ame mais. No mundo quem a faça tão feliz. Unem-se como um só. Estavam destinados, Carlisle soube-o assim que a viu e Esme percebeu-o com o passar do tempo, com a forma como ele a conquistara com tanto carinho, aos poucos, até o coração dela ser dele e de nenhum outro.

...

Carlisle está nervoso, disfarça-o com sorrisos para todos os que passam por eles nos corredores. Pelo contrário, Esme mantém-se calma como sempre.

- Carlisle, ele é nosso súbdito, tem de respeitar a nossa decisão. – diz séria para o marido.

- É um homem com muito poder, um homem que não convém desagradar.

Esme suspira.

- Viveis sempre assim a sonhar com traições. – diz séria. – Os nossos súbditos são leais.

- Nem todos. Muitos dariam tudo para estar no meu lugar, não podeis esquecer que o meu pai era bastardo e que só subiu ao trono por falta de herdeiros legítimos, muitos acham que eu não devia estar aqui.

Esme suspira. Vem de uma família que está no trono há anos portanto nunca teve de se preocupar com essas coisas.

- O povo quer-vos e o povo é que faz os reis, digam o que disserem.

Carlisle sabe que não é bem verdade. O povo pode odiar ou amar, o que não quer dizer que um monarca esteja em segurança. O povo muda de opinião facilmente e isso faz com que ame e odeie o mesmo rei.

Esme sabe o que Carlisle pensa.

- Sempre fomos amados, meu amor. – murmura docemente. O que ela tem medo é que um dia a filha não seja, com a sua altivez, o seu nariz empinado e o seu desprezo para com os mais pobres não conseguirá conquistar o amor do seu povo.

Os reis entram nos aposentos do Duque.

- Muito me honra a vossa visita. – diz Aro fazendo uma vénia pronunciada.

- Precisamos de ter uma conversa muito séria. – diz Esme.

Aro franze o sobrolho.

Os três sentam-se, Carlisle e Esme de um lado, Aro do outro.

- Eu sei que os nossos filhos estão prometidos em casamento. – começa Esme, pedira a Carlisle para a deixar falar e Carlisle concordara, ela sempre tivera mais jeito que ele para a diplomacia. – Gostaria imenso de honrar o compromisso, mas o seu filho não está muito entusiasmado com este casamento e Victoria é a minha única filha, não desejo casa-la já. Portanto, o casamento está cancelado.

Os olhos de Aro quase saltam das órbitas.

- Como assim cancelado?

- Cancelado. – repete Esme. – Não se vai concretizar. A minha filha é muito nova, não desejo casa-la com o vosso filho. Sei que está acordado e peço desculpa por só agora, tão em cima da hora, decidir que não se realizará.

Aro não consegue acreditar. Tinha planeado este casamento desde do nascimento da princesa.

- Majestade, isso é impossível. – diz Aro tentando manter a calma. – O casamento foi acordado há tanto tempo. Todo o país sabe do acordo e deseja que aconteça.

- Peço desculpa. – repete Esme. – Mas não quero Emmett casado contra a sua vontade. E quero que seja a minha filha a escolher o noivo e desejo que Emmett case com uma mulher de quem goste.

- Isso é absurdo. – Aro levanta-se. – Eu recuso-me a aceitar tal decisão.

- É a vossa única opção. – diz Carlisle, mais confiante pela determinação da esposa. – A nossa filha não casa com o seu filho, está decidido.

Carlisle levanta-se e sai, Esme sai atrás dele.

Aro dá um pontapé numa cadeira fazendo-a bater na parede do outro lado da sala. Cada vez odeia mais estes pomposos.

Anda de um lado para o outro. Há duas coisas que pode fazer, usurpar o trono ou tentar convencer os reis de novo a aceitar o casamento, e a segunda opção é a melhor. O povo nunca o perdoaria se usurpasse o reino a estes reis tão amados. A segunda opção é sem dúvida a melhor e a princesa Victoria pode ajuda-lo bastante com isso.

...

- Eu não acredito que pensastes em tal coisa! – grita Victoria, as damas a saírem do seu caminho, já aprenderam que quando a princesa fica em fúria é melhor não se aproximarem dela.

- Ouvi-me. – pede Esme sem sucesso.

- Eu vou casar com o Emmett, mãe e ninguém me vai impedir. Eu quero casar com o Emmett! – grita a plenos pulmões.

- Victoria … - Carlisle tenta falar mas também é interrompido.

- Odeio-os, odeio-vos. – grita Victoria. – Senão me deixarem casar com o Emmett eu juro que fujo de casa.

Carlisle e Esme entreolham-se.

- Acalmai-vos. – pede Esme. – Não irieis ser feliz com ele, meu amor. Ele não vos ama.

- Ele ama-me como todos me amam. – grita Victoria. – Saiam daqui. Odeio-vos! Odeio-vos! – grita Victoria não imaginando como isso magoa Esme. – Vocês não me querem ver feliz?

- É por vos querermos feliz que cancelamos o casamento com o Emmett. – tenta explicar Carlisle.

- Ele é que me faz feliz.

- Victoria. – Esme caminha para ela, mas Victoria afasta-se.

- Deixem-me. Vocês são os piores pais do mundo. Como me podem fazer isto, isto a mim, a vossa filha, a vossa única filha?

- Meu amor…

- Deixai-me. – grita Victoria. – Deixem-me. Odeio-vos, nunca mais vos quero ver.

Victoria vira as costas e entra no quarto batendo a porta com força.

Esme ia atrás dela, mas Carlisle poisa-lhe a mão no ombro.

- Deixai-a sozinha. – murmura. – Ela precisa de pensar, de se acalmar.

Esme assente. Juntos saem dos aposentos. Caminham pelo corredor. Esme uns passos à frente dele.

- Meu amor. – Carlisle apressa o passo e passa o braço em volta da cintura dela. – Tudo bem?

- Ela odeia-me. – murmura.

Carlisle para e puxa-a para ele.

- Ela disse isso da boca para fora. Até parece que não sabeis como é a Victoria. Ela adora-vos, Esme, sempre vos adorou.

Esme suspira. Ela sabe que sim, mas não deixa de doer.

Carlisle aperta-a mais contra ele.

- Sorride, meu amor.

Esme faz um pequeno sorriso, fazendo-o rir. Carlisle começa a cobrir-lhe o rosto de beijos acabando por a pôr a rir também.

- Vamos para a cama? – pergunta ao ouvido dela.

Ela ri.

- Agora?

- Agora.

- E não tendes nada para fazer?

- Nada.

Ele beija-a apaixonadamente antes de a guiar até aos aposentos dele que estão vazios, onde se amam durante o resto da manhã.


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