“Ter um amigo é um sentimento especial. Que move nossos corações em direção a bondade. Um sentimento sublime, que nos permite alcançar a felicidade”

Já se passou três dias em que Gustavo está internado em coma. Causado pelo horrível episódio em que eu vi. Eu o salvei daquilo. Agora ele está aqui, neste hospital. Ele fora extremamente ferido e teve que ser induzido ao coma para que as lesões fossem sanadas e ele não sentisse dor alguma.

Quando eu o vi, naquele estado, sofrendo e indefeso, eu queria ser alguém que pudesse ajudá-lo. Queria tirar dele aquele sofrimento, e ver nos olhos dele a felicidade. Isso para mim seria muito gratificante.

Eu estava ao seu lado, na cama, Gustavo estava rodeado de tubos e maquinas. Fios, túbulos de oxigênio e maquinas que o deixavam vivo, enquanto estava em coma induzido. Na lateral da sua cama, estava uma pequena escrivaninha médica, com algumas anotações de prontuário. Com um rádio, pois diziam que mesmo em coma, os pacientes podem ouvir o ambiente. Então de vez em quando a enfermeira responsável deixava ligado o rádio, tocando uma musica relaxante. Para que Gustavo soubesse que ele não está sozinho nessa batalha pela vida. E tinha também um jarro de belas rosas azuis, colhidas do jardim da mãe de Gustavo. Para que desse um toque natural, naquele ambiente pesado de tubos, pessoas, e maquinas que faziam “tu tu, tu tu” a todo instante.

Passei um tempo ali falando com ele, de como eu o ajudei. De como eu quis ser amigo dele. De como em pouco tempo, consegui ter uma admiração por ele e também uma vontade de ajudar. Uma brisa leve entrou pela janela do hospital, que trouxe com ela a esperança de que eu iria ter a oportunidade de estar ao lado dele. A brisa contagiou todos na sala, inclusive eu. Há quem diga que esta brisa fora trazida por Deus. Para nos abastecer de esperança. Continuei a falar com ele, e quando eu acabei, não sei bem, mais eu notei um quase invisível sorriso.

Saí daquela sala com minhas esperanças renovadas “Ele vai se recuperar sim” , pensei. Aquela brisa abençoada me fez enxergar isso. Quando eu saia da sala eu escutei uma voz distante. Que vinha da direção onde Gustavo estava deitado. Meus olhos se echeram de lágrimas, quando eu ouvi pela primeira vez, a voz daquele que se tornou meu amigo:

-- Marcos...

Continua...