Quando soube que Gustavo estava em coma induzido. Paralisei. O pior pensamento veio a minha cabeça, e como uma foice amolada, varreu todas as esperanças que eu tinha de Gustavo se recuperar e eu ser seu melhor amigo. Fui para casa chorando. Quando me viu. Minha mãe ficou aflita, perguntou o que havia acontecido e se eu estava bem e o que havia acontecido. Falei para ela tudo o que ocorreu ate ali. Ela ficou aflita, mais disse que tudo ficaria bem e que o Gustavo vai sair dessa. E me levou ao hospital.

Quando chego na UTI, primeiramente eu vejo a mãe de Gustavo, meio aflita e preocupada, estava sendo atendida pelos psicólogos do hospital. Mais incrivelmente não demonstrava esses sentimentos. Vi um garoto, que devia ser um pouco mais velho que Gustavo. Este menino estava profundamente preocupado. Sempre perguntando ao médico se ele ficaria bem, se era nada grave, se ele se recuperaria. Nossa, e como chorava aquele menino. Assim deve ser os verdadeiros amigos, que choram conosco quando estamos em dificuldades, e que riem conosco as nossas alegrias. Que nos nossos momentos em que estamos necessitando de auxílio. Eles nos estendem a mão. Nos guia até a luz.

Fui para a recepção do hospital, ainda chorava, chegando lá, minha mãe, sempre carinhosa, me enxugou as lagrimas e me disse:

-- Não se preocupe Marquinhos, ele ficará bem.

Fiquei imaginando aquele semblante da mãe de Gustavo, e pensando se ela se preocupava com o estado do filho. Imediatamente pensei no garoto que chorava bastante pelo Gustavo, não sei bem, mais parecia que as lagrimas que caiam daquele rosto jovem estavam pedindo perdão por algo. Já quando parei de chorar. Eu falei baixinho:

-- Esse deve ser uma das poucas pessoas que gostam dele.

E com isso, adormeci com a cabeça encostada na minha mãe...

Continua...