P.O.V. Marcos

    Estava voltando para casa naquele dia, o corredor da escola estava vazio. Fui tomar água, quando escuto alguns gritos. Corro para ver o que é, e dou de cara com uma cena horrível: um garoto totalmente ferido e ensanguentado. Com outros dois ou três garotos que o batiam fortemente, com sorrisos e gargalhadas de pessoas sem coração, e que carregam o mal em si.

    Não pensei duas vezes, e parti para cima dos garotos, os expulsei daquele banheiro com socos e pontapés, e fui socorrer o menino. Estava muito ferido, com lanhos e ferimentos expostos que sangravam muito. E ele não parava de sussurrar: “por favor, me deixem, Por Favor, vão embora...”. Tentei reanimar o menino, que estava quase adormecendo.

-- Você está bem? Consegue andar?

-- N..Não, por favor, me tire daqui.  Responde o Gustavo com dificuldade.

    Tento tirar ele daquele lugar, chamo a diretoria, que quando vê o estado do garoto, fica horrorizada:

-- Pelo amor de Deus! O que foi isso!?

--Não sei diretora. Escutei uns gritos, e quando fui olhar o que era eu me deparo com três garotos espancando ele. Os expulsei a tapas de lá e socorri o menino para cá.

-- Fez muito bem. Consegue reconhecer os agressores?

-- Sim, perfeitamente. Respondo.

-- Então tudo bem, vou contatar os pais deste garoto. E os avisar, tomara que eles sejam fortes. Enquanto a você Marcos, chame uma ambulância, rápido!

   Corro para minha bolsa e pego o telefone. Teclo 192 para chamar o SAMU. Graças a Deus veio em tempo rápido. Falei com a diretora agora, ela disse que a mãe está a caminho do hospital. Levaram o garoto também, os paramédicos estavam preocupados, pois ele respirava com bastante dificuldades. E os agressores teriam o batido muito na cabeça. A diretora pediu para que eu fosse para casa, que qualquer coisa me contataria.

   Chego em casa, meus pais estavam trabalhando, o que me deixava sozinho. Estava com a blusa meio ensanguentada e fui tomar um banho. Fui corajoso em socorrer o menino. Mais quando eu estava ali no chuveiro, tomando meu banho. Minha ficha caiu. E comecei a chorar compulsivamente.

-- Meu deus. Porque fariam aquilo com aquele garoto. Como existem muitas pessoas ruins neste mundo. Quem será ele, como ele vive? Eu sei que ele é meio reservado e tudo mais, mais e somente um garoto. Não fazia mal. Ele não tem amigos, eu vejo isso diariamente. É constantemente agredido. Mais dessa vez eles fizeram pior. Mais tudo bem, eu serei o amigo dele, eu o ajudarei a ser feliz ali. Eu o farei esquecer este trauma e ser feliz.

E saiu decidido. Decidido a ser a mão amiga daquele garoto. Decidiu mostrar a ele a felicidade. Prometeu a si mesmo que não o deixará sofrer como sofreu hoje. Que estará sempre ao seu lado. “Serei um verdadeiro amigo” pensou. No outro dia, acorda cedo, e vai para o hospital.

“Espero que ele melhore” Pensa Marcos.

Mais no meio do caminho recebe um telefonema. 

Gustavo está em coma.

Continua...