This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 12
A amizade mais estranha é formada


Notas iniciais do capítulo

Oie =3 gente, que decepção, NINGUÉM acertou, e pouquíssimos tentaram responder, tsk, tsk.De qualquer forma, eu ando meio estranha essa semana... Sei lá, eu estou numa saúde bipolar, onde eu estou bem numa hora e desejando a morte na outra... TSL não levou a pior nisso, mas HS, sim.Já estou dando o aviso prévio de que quando minhas provas começar (dia 12, acho), vou ficar sem postar até as provas acabarem, tudo bem?



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O bibliotecário, Pitch Black, é um chato. Parece até que ele odeia alegria. Assim que eu e Merida entramos na biblioteca, ele largou tudo o que estava fazendo, nos jogou um olhar impaciente e foi embora.

— Oi, DunBroch. — Disse irritado.

— Oi, Frosty. — Ela retrucou revoltada.

Bufei, revirando os olhos.

Hoje, meu pai fez questão de me lembrar sem parar da minha faxina na biblioteca com a ruiva. Eu tive que frisar umas três vezes para o Aster de que NÃO É A DROGA DE UM ENCONTRO!

De qualquer forma, ela parece mais irritada do que o normal.

— Olha, estou gostando disso tanto quanto você, mas precisamos trabalhar juntos. Se eu bem conheço o diretor – e conheço, acredite -, se não terminarmos até o fim da semana, ele vai acrescentar mais um e mais outra, até terminarmos.

— E ele pode fazer isso?!

— Claro que pode. — Bufei, cruzando os braços. — Ele é o diretor.

— Minha mãe está uma arara comigo! Até os trigêmeos estão me enchendo o saco! Como seus pais reagiram?

— Meu pai aceitou numa boa. — Bufei, lutando contra um sorriso.

— E sua mãe?

— Você fica com o lado direito e eu com o esquerdo! — Anunciei, mudando de assunto.

Merida revirou os olhos e se afastou enquanto eu seguia pelo lado oposto.

Mal se passou dez minutos e eu já queria pular pela janela de tanto tédio. “Nem pensar, Jackson Frost! Você sabe o que o General disse! Existem câmeras, seu idiota! Se você fugir...”, não deixei Rapunzel completar o que estava dizendo pois logo retruquei com um “Tá, tá, tanto faz!”.

Depois de arrumar toda uma estante – o que levou meia hora, observei pelo grande relógio velho na parede, olhei em volta. Lindo. Menos uma, agora, só falta 49. E isso só do meu lado.

Me virei, apenas pra ver Merida debruçada sobre uma das estantes com a cabeça pendendo. Apertei os olhos. Não, não... Ela não se atreveria...

— DUNBROCH! — Berrei em seu ouvido.

Ela saltou, assustada, de olhos arregalados.

— Por Tan Hill, Frost, quer me matar!?

— Na verdade, quero sim, sua babaca mimada e estúpida! O que você pensa que está fazendo, tirando a droga de um cochilo?!

Merida revirou os olhos, as bochechas ficando vermelhas.

— Eu estou com sono, tá legal? Volta pra droga do seu canto, Frost, eu me viro.

Dei uma risadinha sem humor, notando que Merida ainda estava no começo da primeira estante, enquanto eu já estava na segunda. Suspirei, já prevendo o que Rapunzel diria.

— Vamos fazer assim, imbecil, você arruma as prateleiras de cima, e eu as de baixo.

Merida piscou, chocada. Abriu a boca para dizer algo, mas eu ignorei. Simplesmente me abaixei e fiquei arrumando os livros das prateleiras de baixo. Lentamente – notei pelo canto dos olhos, Merida começou a arrumar as prateleiras de cima, em silêncio.

Eu encarava o relógio com ansiedade, esperando dar a hora para tanto eu quanto Merida sairmos daqui. Parecia que aquele relógio velho estava correndo devagar só pra me irritar.

Merida e eu decidimos, num acordo silencioso, em dividirmos as estantes assim. Ela com as de cima e eu com as de baixo. Já estávamos na quarta estante e o maldito relógio ainda deixava bem claro que eu tinha mais umas duas horas.

Eu e a ruiva não conversávamos. Pessoalmente, eu prefiro assim. Se cada um ficar na sua, evitamos discussões, o que resulta em usarmos nosso tempo pra fazer faxina, e não brigar.

Eu já estava me levantando dessa estante e indo para a outra quando senti o corpo de Merida se chocar com o meu. Arregalei os olhos, assustado.

A ruiva estava piscando sem parar, claramente se obrigando a se manter acordada. Me empurrou e voltou a arrumar sua parte. Daqui a pouco ela iria desmaiar de tanto sono.

Bufei.

— DunBroch. — Chamei, fazendo com que ela olhe pra mim. — Deita numa das mesas ali.

Merida piscou.

— O quê? Na mesa?

— É. — Disse como se estivesse falando com uma criança de cinco anos. — Vai dormir.

— E-eu não vou dormir! — Exclamou, as bochechas ficando rosadas.

Dei um sorriso torto.

— Que adorável. Mas vai dormir logo. Eu vou pedir uma pizza, e você fazendo faxina enquanto dorme em pé não é muito útil. Vou te usar como desculpa pra descansar.

Ela me encarou um pouco, como se estivesse decidindo em confiar em mim ou não.

— Frosty, se eu acordar e minha cara estiver rabiscada... — Disse em tom de aviso, engoli em seco. — Digamos que o nome Frost não terá herdeiros.

E com essa feliz ameaça de me castrar, Merida se aconchegou em cima de umas das mesas da biblioteca vazia e fechou os olhos.

Esperei alguns segundos, só pra ter certeza de que ela estava dormindo.

Sorri comigo mesmo e fui arrumar as estantes sem ela, mesmo. Não queria descansar, queria acabar com aquilo logo.

Fiquei ouvindo música pelo fone de ouvido até o relógio, finalmente, resolver ser solidário comigo e dar a hora para eu ir pra casa. Olhei ao redor, suspirando cansado.

Menos dez, faltam quarenta. Nesse ritmo, talvez, até sexta eu e Merida estamos livres do castigo.

Já estava indo embora, quando ouvi um longo suspiro. Opa. Lembrei de que a ruiva estava dormindo, coitada.

Coitada nada. Ela ser uma lição bem dada nela, por ser uma preguiçosa.

Mas... Ela já não está levando lições demais?

Epa, desde quando eu sou solidário com a DunBroch?

“Desde quando você debate consigo mesmo sem eu estar envolvida?”, escutei Rapunzel.

Sinceramente, eu me sinto insano.

Por fim, dei de ombros e fui em direção a mesa onde a ruiva dormia tranquilamente.

A encarei. Nossa, como isso era raro. Ver Merida sem uma expressão de superioridade, ou deboche, ou simplesmente ódio. Apenas... Calma e tranquila.

Ah sim. Ela ainda estava com os malditos moletons. Minha vontade é de arrancar aquelas roupas a força e bater em Macintosh. Estalei a língua, irritado.

Por fim, segurei em seus ombros e a sacudi um pouco.

— Acorda, babaca. Acorda.

Merida apertou os olhos e os abriu lentamente. Me empurrou com força, pra lhe soltar e espreguiçou. Revirei os olhos, contendo minha vontade de empurrá-la pra fora daquela mesa.

Ela esfregou os olhos e olhou para o relógio, logo arregalando os olhos azuis.

— J-já é tão tarde?! Por que você não me acordou, seu idiota?!

— Trabalho melhor com você apagada. — Resmunguei. E não queria te acordar, você parecia cansada, acrescentei mentalmente.

Merida corou, não sei dizer se foi de vergonha ou raiva.

— E cadê a pizza? — perguntou, por fim.

— Pizza? Que pizza? — Perguntei confuso.

— Além de idiota e burro, tem perda de memória? Você tinha dito que ia pedir uma pizza.

— Ah! — Exclamei, me lembrando. Resolvi ignorar as ofensas. — Hã... Comi tudo, hehe. — Menti.

Não sei porque eu quis mentir. Não queria dizer pra ela que só tinha dito que ia descansar só pra ela apagar.

— Seu cretino. — Sibilou. — Estou com fome, droga. Você me deve uma pizza, amanhã.

Ergui uma sobrancelha.

— Como é que é? Virei seu empregado? Você não manda em mim, sua mimada.

Merida me encarou de forma tão gélida que faria muitas pessoas saírem correndo. Mas não eu. Eu não sinto medo dessa garota metida e mimada.

Ficamos nos encarando por um tempo, esperando pra ver quem iria recuar primeiro, dã, obviamente não seria eu.

Por fim, Merida respirou fundo e contou até dez, baixinho. Me olhou com os olhos azuis gélidos e sibilou:

— Tudo bem. Eu pago metade e você a outra metade.

Arregalei os olhos, mal ousando acreditar que Merida cedeu uma vez na vida.

— F-fechado. — Murmurei enquanto Merida saia da biblioteca.

[...]

Dessa vez, meu bom pai resolveu me dar carona. Mas ele me deixou a apenas um quarteirão do colégio. Suspirei, cansado. Tomei banho ontem umas três vezes assim que cheguei em casa, mas eu ainda sinto cheiro de mofo daqueles livros velhos.

Me animei consideravelmente ao saber que as três primeiras aulas eram artes, com o irmão mais novo do Pitch, Sandy.

Sandy só tem uns cinco anos de diferença comigo, eu adoro ele, somos bons amigos.

Ao que parece, Sandy saiu de uma traição dos pais do Pitch, o pai dele, ao saber, cometeu suicídio. A mãe dos dois, os criou com o pai de Sandy.

A diferença entre os dois é tão explicita que ninguém desconfiaria de que os dois são meio-irmãos.

Exemplo, Pitch é branco feito papel e usa óculos, tem cabelos negros e olhos igualmente negros, enquanto o Sandy é levemente bronzeado, loiro de olhos amarelados, quase dourados. Ah sim. Pitch deve ter 1,80cm, enquanto o Sandy deve ter uns 1, 70cm.

Sandy teve um câncer nas cordas vocais quando pequeno, portanto, ele não fala. Por isso que ele se dedicou a arte, porque ele se comunica com as pessoas a partir dos desenhos. E mesmo não podendo falar, Sandy está sempre sorrindo.

Enquanto o chato do Pitch está sempre de cara feia.

De qualquer forma, Sandy pediu para nós desenharmos os nossos sentimentos. Não faço a menor ideia de como se desenha sentimentos, mas eu fiz um céu nublado. Por algum motivo, o meu sol tinha mais vermelho do que amarelo.

Estranho, não?

[...]

Soluço estava rindo tanto que seu rosto estava completamente vermelho. Só estava eu e ele no pátio. Estava lutando contra a queimação que insistia em se alojar nas minhas bochechas, infelizmente, sem sucesso.

— Dá pra parar de rir? — Pedi, irritado. — Não tem a mínima graça.

— Você e Merida, trabalhando juntos, numa biblioteca escura, sozinhos... Ai meu bom Thor! — E voltava a gargalhar.

Cruzei os braços, irritado. Como se não bastasse eu aguentar as indiretas bem diretas do meu pai e de Aster, agora, eu tenho Soluço.

— São só mais quatro dias, eu sobrevivo, certo?

— Claro. — Disse Soluço. — Desde que vocês não destruam nada e ganhem mais umas duas semanas de detenção.

Fechei a cara, irritado.

— Não diga isso nem brincando! Já basta eu passar as aulas do lado do lado daquela pestes ruiva!

Os lábios de Soluço tremiam e logo revirei os olhos, já prevendo o que aconteceria.

Soluço explodir em gargalhadas.

— E-então — Disse depois que se acalmou. —, vocês dois tem detenção hoje, não é?

— Sim. — Resmunguei. — E daí?

— E daí que vocês dois podem se aproximar, sabe? A biblioteca, o escurinho, o mofo, o sr. Black roncando...

— Eca! Que nojo, Soluço! — Exclamei, já sentindo meu rosto ferver. — Nada haver, pare com isso! Sem falar que o Pitch não gosta de pessoas, esqueceu? Ele vai embora assim que vê eu e a DunBroch entrando.

Eu e Soluço paramos de discutir, ao notarmos Merida andando atrás de Macintosh de cabeça baixa. Isso me fez ranger os dentes.

Olhei para Soluço, para tentar desvendar se ele ao menos desconfiava que tinha coisa errada. Para a minha decepção, ele tinha a mesma cara de sempre.

— Ei, Jack.

— Hmmm?

— Eu achei um gato de rua atrás do meu apartamento. Estou tentando convencer Astrid a ficar com ele, mas, enquanto ela não deixa, você pode ficar com ele?

Tombei a cabeça de um lado, pensando. Não acho que o General vá se importar com um gato, então, tudo bem. Eu acho.

— Claro. Qual o nome dele?

Soluço sorriu, como se estivesse contando uma piada interna.

— Banguela.

[...]

Dessa vez, eu cheguei primeiro que Merida na biblioteca. Assim que eu cheguei, Pitch levantou os olhos, sobre os óculos e revirou os olhos negros, suspirando.

— Já vai? — perguntei sarcástico.

— Calado, Frost. — Disse Pitch mal humorado enquanto arrumava suas coisas.

Deixei minha mochila em cima de uma das mesas da biblioteca e voltei para o balcão, apenas para encher o saco de Pitch.

— Ora essa, por que não se junta a mim e a DunBroch? Arrumar livros, companhia humana, agradável, não?

— Já disse pra calar a boca, Jack. Onde está a droga da minha chave? — Resmungou pra si mesmo a última parte.

— Vamos, vamos, faça companhia com a gente! Seu pai não te deu educação para aceitar o pedido dos outros?

Opa. Ah droga, acabei de me dar conta do que acabei de dizer. Já ia abrir a boca para pedir desculpas, quando Pitch disse:

— Pergunte para Emma.

E com isso, ele pegou suas chaves e saiu, me deixando chocado demais para dizer alguma coisa. Mal ouvi quando Merida me chamou. Só senti seu empurrão.

— Acorda, seu babaca! Temos livros para arrumar, esqueceu?

Chacoalhei minha cabeça, dispersando pensamentos incômodos. Me virei para Merida irritado.

— Você por cima e eu por baixo?

— Tanto faz, pode ser.

[...]

Agora faltam só vinte e cinco estantes. Merida e eu estamos sentados numa das mesas da biblioteca. Não nos falamos mais desde que ela me empurrou, é como se ignorássemos completamente a presença do outro.

A pizza tinha acabado de chegar – que incrivelmente, eu e Merida rachamos a conta – e agora estávamos comendo.

Esse silencio estava me deixando maluco. Eu odeio o silencio.

— Então, DunBroch. Me atualize sobre algumas coisas.

Merida me olhou arqueando uma sobrancelha, como numa passagem para eu continuar. Respirei fundo enquanto terminava de engolir meu pedaço.

— Tipo quais? — Ela perguntou impaciente.

— Tipo, como vai o cretino do Macintosh?

Merida deu uma risada seca.

— Bem, eu acho. Não que isso me interesse. Estou esperando um trem passar para eu empurrá-lo. Só não fiz isso ainda porque tem que parecer um acidente.

— Ele ainda está te batendo? — Perguntei enquanto apertava a mesa com toda minha força.

Merida suspirou.

— Não, ele parou. Disse que era só um aviso, que eu era dele, portanto, não posso desfilar como uma bachwr.

Pisquei.

— Como uma o quê? Bachwr? Que merda é essa?

Merida revirou os olhos, se inclinou sobre a mesa e sussurrou no meu ouvido.

— Puta.

Resolvi ignorar o arrepio na minha nuca. Merida voltou para onde estava sentada e me olhou entediada.

— Esse cara me irrita. Ele consegue me irritar mais que você, e isso é uma baita de uma proeza. — Comentei mal humorado.

Merida soltou uma risada sem humor.

— O inimigo do meu inimigo é meu amigo, hein? Quem diria.

— Ah... Então, agora, somos amigos? — Perguntei a encarando.

— Só não espalhe por aí. Você continua sendo um babaca retardado e idiota.

— E você continua sendo uma arrogante mimada e metida.

Merida pegou um pedaço de pizza e o levantou, como num brinde.

— Pela nossa mais nova e esquisita amizade, seu babaca.

Levantei minha pizza.

— Tanto faz. Isso é segredo. Não quero ser visto andando com você.

— Essa fala é minha.

— Mas quem disse primeiro foi eu.

— Idiota.

— Infantil.

— Ah, agora, eu sou a infantil? Vou te mostrar quem é a infantil!

Numa velocidade impressionante até para mim mesmo, peguei a caixa de pizza, onde ainda tinha uns seis pedaços, minha mochila e sai correndo.

— Volte já aqui! FROOOOOOOOOOST!! DEVOLVA MINHA PIZZA! VOCÊ TÁ MORTO!

Merida pegou todos os livros que estavam em cima da mesa e atirou na minha cabeça, que por muito pouco não me deixa inconsciente.


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Notas finais do capítulo

Cara, eu gosto do Pitch. He's hot. Não julguem ele mal de primeira, tudo bem? TSL é cheio de subtramas.#3- Quem/como era o pai de Aster?