This Strange Love escrita por Finholdt


Capítulo 13
Especial Flynnzel de Natal


Notas iniciais do capítulo

O-olá! ~leva tijolo na testa~ OE!
Okay, okay. Eu poderia encher vocês com explicações, mas vou pular toda essa baboseira. Sinto muito, muito mesmo.
A diva da Miih acertou o desafio anterior e pediu flynnzel, juntando ao útil e ao agradável... Ta-dã! Especial de Natal!
Foi bem complexo escrever sobre esse casal, deve ter reescrito umas três vezes. Espero que gostem /o/



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Playlist Flynnzel

A formatura do ensino fundamental foi bem chata, se você quer saber. Jack me encheu o saco por muito, muito tempo. As mesas estavam todas sorteadas aleatoriamente. Eu apenas vi o número da minha mesa e me sentei, sem me preocupar em olhar quem iria sentar comigo.

Uma garota se aproximou timidamente e me encarou. A reconheci da minha aula de Biologia. Eu sempre colava dela. Qual era o nome dela, mesmo?

— Hum, oi Flynn. Posso me sentar aqui?

Levantei as sobrancelhas, surpreso.

— Bem... Pode.

Ficamos em silencio, rompido apenas pelo barulho dos dedos dela batucando suavemente a mesa.

Eu estava cogitando em perguntar o nome dela mas ia ser muito indelicado de minha parte, ainda mais pelo fato de ela saber qual é o meu nome. Felizmente, fui poupado quando um casal se aproximou da mesa e se sentaram nos lugares vagos. Havia apenas mais duas cadeiras vagas.

— Rapunzel — Ralhou a mulher. —, você não deveria sair correndo por aí.

O homem riu e acariciou os curtos cabelos da filha.

— Deixe a menina, ela é uma eterna criança.

Estava pensando em me levantar e procurar a mesa de Jack – ele veio como convidado e aluno, mesmo sendo de duas turmas a baixo da minha, quando a mãe de Rapunzel me encarou.

— Eu vou... Ér... — Balbuciei como um idiota.

— Qual o seu nome, filho? — Perguntou o homem.

Fui poupado de responder pela Rapunzel, que estava sentada do meu lado.

— Ele é Flynn Rider, papai. Estamos na mesma aula de Biologia. Ele sempre está olhando minha prova para comparar as respostas.

Cogitei em me esconder de baixo da mesa. Essa garota é louca?! Não se pode simplesmente dizer aos pais que o garoto ao lado é aquele que cola da filha deles! E, merda, como ela sabia?! Eu nunca fui pego!

Então, do nada, ela começou a rir.

— Estou brincando, estou brincando! Não sejam tão sérios! — Exclamou alegremente.

Eu só não berrei um “MALUCA!” no ouvido dela porque os pais dela estavam do lado. Mas eu lhe chutei de baixo da mesa.

Rapunzel se virou e apontou a língua, piscando. Argh, que garota chata!

Bufei e revirei os olhos, procurando QUALQUER UM para eu ter uma desculpa de sair dali.

Uma garota de mexas coloridas e olhos violetas passou pela mesa e me encarou. Acho que é Ana o nome dela.

— Posso pegar essas cadeiras? Quero dizer, é que minhas irmãs, elas- — Meu Deus, parece uma metralhadora de palavras.

— Pode. — Interrompi. — As duas, a vontade.

Ela sorriu e se afastou. Olhei para os meus acompanhantes de mesa que me encaravam.

Todos eles tinham uma pergunta, dava pra saber pelos olhos, mas pelo menos tiveram o bom senso de não perguntar.

... Menos Rapunzel.

— E seus pais? Vai deixar eles ficarem em pé?

— Eles não vem. — Respondi mal humorado.

O casal se entreolhou e deram de ombros. Suspirei aliviado. Com Rapunzel, não tive tanta sorte.

— Por que não? — Ela parecia estar sinceramente curiosa.

Suspirei cansado. O pai dela abriu a boca, provavelmente para controlar a filha maluca quando o diretor North se aproximou e apertou a mão dele.

— Sr. Corona, que bom que o senhor pode vir! — Disse pomposamente.

Corona? Corona, Corona... CORONA! AI MEU DEUS! Rapunzel é filha do prefeito!

Olhei para a garota ao meu lado e vi que ela estava me encarando, como se analisando minhas reações. Ela piscou e sorriu, se virando para falar alguma coisa para a mãe.

Tampei o rosto com as mãos. Argh, que lindo dia.

Depois de um tempo – que pareceu uma eternidade – os Corona se viraram para falar com a filha.

— Querida, já está na hora de irmos. — Disse a Sra. Corona carinhosamente.

— Mas, mãe, eu não quero ir. Aqui está bem divertido.

Os pais dela tinha um olhar preocupado, não os culpo. Com uma filha desmiolada dessas, também iria viver de cabelos brancos. Suspirei e encarei o Sr. Corona.

— Eu, ér, a levo pra casa. Se quiserem. — Acrescentei rapidamente.

Rapunzel soltou o sorriso mais brilhante que eu já vi na vida. Fiquei até atordoado por alguns momentos.

— O Flynn é legal, papai, podem confiar. Ele me leva pra casa, tudo bem?

A Sra. Corona trocou um olhar com o marido para, por fim, sorrir gentilmente para mim.

— Por favor, tome conta de nossa princesa.

Sorri sem jeito.

— Ér, claro, claro.

Os dois se levantaram e foram embora. Rapunzel me encarou.

— Obrigada. — Disse.

— Hã, pelo quê?

— Deixa pra lá. — E se inclinou para deixar um beijo em minha bochecha.

Normalmente, isso não me deixaria constrangido. Já que, fala sério, muitas garotas me beijam – e não estou falando na bochecha. Mas com Rapunzel, foi diferente. Tive que engolir quase toda a garrafa de refrigerante para o meu rosto parar de ferver.

[...]

Eu e Rapunzel estávamos na rua e já era mais de meia noite. Ficamos conversando durante a noite toda e descobri que ela é uma garota legal. Desmiolada? Sim. Completamente maluca? Também. Mas muito divertida e gentil.

Rapunzel estava me instruindo a como chegar a sua casa enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios, quando, do nada, dois brutamontes surgiram das sombras (e não, não estou falando do Batman com o Robin).

— Ei, Flynn. — Sibilou o primeiro. Congelei, agarrando a mão de Rapunzel para ela ficar do meu lado.

— Onde vai? Que garota bonita você tem aí com você. — Disse o segundo com a voz arrastada.

Acho que apertei a mão dela com muita força, já que ouvi um sutil ofego vindo dela. Aliviei o aperto mas não a soltei.

— O que vocês querem? — Perguntei lentamente.

— O dinheiro, seu idiota! Você trapaceou! Trapaceou!

— Acha que pode nos dar o cano no pôquer e fugir? Pois está muito enganado.

— Flynn... O que está acontecendo? — Sussurrou Rapunzel, nervosa.

— Hã, Rapunzel, vamos supor por um momento que ninguém aqui gosta de mim, okay? Então, me agarra o mais forte que puder.

— O quê?! — Suas bochechas ficaram num tom rosado que achei bem adorável, mas, claro, não disse nada.

— Só pule em mim, tá legal? — Chiei, impaciente.

Felizmente, ela fez o que eu pedi. Rapunzel é bem leve e tentei não pensar muito no fato de que estava ela montada em mim. Segurei suas pernas firmemente – para não cair! – enquanto ela agarrava meu pescoço.

Corri o mais rápido que pude, deixando os dois caras berrando uns palavrões que acho que Rapunzel nunca nem ouviu falar. Eu tropecei algumas vezes, no que resultava em Rapunzel me agarrando o mais forte que conseguia. Eu, sinceramente, evitei pensar muito nisso.

A deixei em casa sem maiores complicações. Aqueles dois brutamontes pararam de nos seguir quando eu entrei na rua do prefeito.

Eu estava sem fôlego de tanto correr e Rapunzel estava um tanto silenciosa.

— Obrigada.

— Disponha. — Disse com a respiração entre-cortada, sorrindo.

Decidi esperar ela estar dentro de casa para eu ir embora. Ela não se moveu. Apenas me encarava.

— Ér... O que foi? Algum problema? Essa é a casa errada?

— Hã? Ah, não, não. — Sorriu. — Eu estava pensando... Agora estamos de férias, você não vai mais colar de mim em Biologia.

— E-ei! — Disse, constrangido.

Ela riu.

— Foi o máximo de contato que tivemos, não se preocupe, eu não me importo. — Ela cutucava os dedos indicadores um no outro e não olhava para mim. — Eu não sou muito boa em fazer amigos, não sou bem sociável.

Olhei para ela sem acreditar no que estava ouvindo. Rapunzel é a garota mais dócil e animada que conheço.

— Se você não se importar, a gente podia sair amanhã, o que acha? — Perguntei casualmente. — Não como um encontro! — Acrescentei rapidamente. — Como amigos. Eu passo aqui amanhã, tudo bem?

Trocamos números de telefone enquanto ela sorria daquele jeito luminoso que só ela consegue.

[...]

— Cara — Chamou Jack. —, você vem pra praça no Natal? Tem muitas gatinhas lá, e você, sei lá, podia vir. Eu vou com a Astrid.

— Nhé... Natal? Sério? Qual a graça? Não tem nada de mais.

— Cara, tem comida de graça, garotas bonitas, canções idiotas das quais podemos rir e o melhor de tudo: neve!

Me afastei de Jack pensando na proposta. Automaticamente me lembrei de Rapunzel, que praticamente nunca sai de casa. Quem sabe eu não a chamo?

Faltava apenas alguns dias para o Natal e eu estava pensando seriamente em sair e comemorar pela primeira vez na vida. Depois de algum tempo pensando nos prós e contras, liguei para ela.

— Hum, Rapunzel. — Chamei um pouco nervoso.

— Sim?

— Você... Quer... Comemorar o Natal na praça? Comigo, quero dizer.

Eu podia sentir seu sorriso pelo telefone.

— É claro, Flynn! Eu vou adorar.

[...]

Havia um enorme pinheiro bem no centro da praça da cidade, completamente decorada. A maioria dos cidadãos se reúnem na praça, onde servem uma grande ceia e todos comemoram juntos.

— É a primeira vez que eu comemoro o Natal fora de casa. — Ela disse sorrindo.

Eu nunca fui chegado em comemorar o Natal do lado de fora do orfanato, pois pra mim, era apenas um dia como qualquer outro. De qualquer forma, eu estava feliz por estar ali com ela.

Tinha muita gente na praça comemorando o Natal. Jack estava se agarrando com Astrid num canto nem-tão-afastado, Aster estava conversando com aquela garota tagarela, Ana. Vi a minha amiga do haras, Merida com três anões de jardim atrás dela. Todos estavam rindo animadamente.

Sorri para Rapunzel que estava com os olhos brilhando de tanta animação.

— Aqui... É tudo tão lindo, nossa, Flynn. Olha aquilo, olha aquilo! Olha o tamanho daquela árvore! E as luzes! Ai, meu Deus, as luzes!

Demos a volta pela praça, admirando a decoração enquanto Rapunzel me puxava e apontava praticamente tudo, como se fosse uma criança.

Depois de um tempo, Rapunzel se inclinou em minha direção num ar sombrio, como se estivesse prestes a compartilhar um segredo.

— Sabe? Mamãe e papai sempre comemoram a ceia comigo em casa e nunca vem pra cá, só pra ficar comigo. Eles estavam assustados, acho. Depois de que fiquei tanto tempo longe deles... Foi a primeira vez que me deixaram sair.

Fiquei desconfortável por um momento.

— E você... preferia estar em casa, com sua família? Me desculpe ter te chamado pra comemorar o Natal comigo, você deveria ter ficado com seus pais.

Rapunzel sorriu. Eu adoro os sorrisos dela. É como se iluminassem a cidade inteira.

— Flynn, este está sendo o melhor Natal de toda minha vida.

— Fazemos assim, todo ano, a gente vem pra cá e comemoramos juntos, quero dizer, aqui na praça. — Eu disse sorrindo.

— Okay! — Respondeu, sorrindo.

Ela ficou quieta um tempo, admirando as luzes e eu fiquei em silencio também. Do nada, eu senti sua cabeça em meu ombro. Tentei ignorar a queimação em meu rosto e olhei para ela. Rapunzel não olhava para mim.

— Você... Já ouviu falar de um caso de sequestro que teve aqui na cidade? — Ela disse quietamente.

— Sequestro? Hum... Acho que quando eu tinha uns doze anos, eu vi no noticiário, que foi encontrada a filha desaparecida... do... prefeito... — Minha voz foi morrendo quando o reconhecimento me acertou como um soco.

— Era eu. — Eu não precisava que ela tivesse dito.

— Por que está me contando isso? — Perguntei.

— Por que confio em você. Eu não consigo me enturmar porque só voltei pra casa quando tinha doze anos, um ano foi de recuperação e o outro já era o último ano. Eu não sabia que era sequestro. Eu tinha mais ou menos um ano quando fui pega. Naquele tempo, eu sonhava em comemorar o Natal com outra pessoa além de ma- — Se interrompeu bruscamente. — dela. Ela não comemorava o Natal, não tínhamos nenhuma decoração e eu só via as luzes a distância. Obrigada por me trazer aqui, realizei meu sonho. — Sorriu docilmente.

Ficamos num confortável silêncio com ela encostada em mim – não que eu esteja reclamando.

Olhei para cima e vi uma planta artificial planando em cima de nós.

— Ei, o que é aquilo? — Perguntei apontando.

Rapunzel levantou a cabeça do meu ombro e olhou para cima, para logo depois sorrir para mim como se estivesse contando uma piada interna.

— Visgo.

— Ah. — Imagino se estou tão vermelho quanto imagino que estou. — Você sabe que não precisa... — Acrescei rapidamente.

Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo.

— Eu quero. Você é a pessoa que eu mais quero para eu dar o meu primeiro beijo.

Agora eu estou seriamente constrangido. Ainda mais pelo fato de esse – definitivamente – não ser o meu primeiro beijo.

Eu nem tive tempo de pensar no assunto, já que senti os dedos de Rapunzel na minha nuca, seguido pelos lábios dela colando nos meus.

Não tenho nem noção de quanto tempo se passou comigo beijando Rapunzel. Podem ter sido segundos, minutos, semanas, anos... Pra mim não faria a menor diferença.

Eu só me afastei dela para pegar ar, colando a testa na dela.

— Ei. — Sussurrei contra seus lábios. — Já disse que tenho uma queda por morenas?

Escutei sua risadinha enquanto recuperava o fôlego com um grande sorriso que julgo que era bem idiota. Mas eu não me importava.

Não me importava que aquele não foi o meu primeiro beijo, mas com certeza, vai ser o último. Rapunzel é toda minha, e acho que ela sabe que eu sou todo dela.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? >//////< os capítulos normais, vou começar a escrever agora, okay? =D