New Starts - Fic Interativa escrita por Feliz33


Capítulo 7
Capitulo 7 - Quando tudo dá errado...




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- Você exagerou.

Angel quase tinha pulado de sua cadeira se susto, ela encarou seu melhor amigo se perguntando como ele conseguiu se aproximar dela tão silenciosamente, ou será que ela estava tão perdida assim em seus pensamentos?! Naah, ele que era silencioso.

- De que merda você ta falando? - Resmungou tentando voltar sua atenção para seu grosso e entediante livro.

- Você devia já ter perdoado Jean. - Explicou Alex sentando de frente de Angel e colocando sua mochila na mesa. - E que merda você está fazendo na biblioteca? Da ultima vez que eu chequei você odiava esse lugar.

- Eu ainda odeio, mas em todos os meus outros esconderijos a Jean já descobriu. - Angel fechou o livro de Geometria, ah! Como ela odiava matemática! Tudo bem que a ultima coisa que ela estava fazendo era ler ou fazer os exercícios do livro, mas não era culpa dela se ela tinha sérios problemas para resolver que envolviam uma certa loira.

- Por que você não desculpa ela? Tá, você e ela se conheceram só por uma semana e etc, mas vocês se davam super bem e faz um mês que ela ta tentando se desculpar.

- Não é minha culpa se aquela garota não pega a dica de que eu não quero ser amiga dela. - Angel deitou a cabeça na mesa ainda encarando os olhos inquisidores de Alex.

- Por que você tá falando isso quando nos dois sabemos que é mentira?! Qual é? A garota já fez todo o tipo de coisa para se desculpar, vai dizer que não é verdade?! - O pior era que era verdade, apesar de Angel nunca admitir, ela adorava quando Jean sentava do lado dela durante alguma aula e fazia comentários engraçados e tentava se desculpar, mesmo Angel ignorando ela, o que arrancava umas horas de seu sono a noite, a garota continuava tentando e por mais que isso fizesse Angel querer se matar, aquilo fazia Angel querer deixar aquela garota entrar.

- Você diz que ficar me perseguindo é uma forma de pedir desculpas? - Angel falou com sacarmos e revirando os olhos.

- Como se você não tivesse gostado! - Angel realmente odiava como Alex conseguia ler ela - Você está apaixonada por ela. - Disse ele de forma simples e com um sorriso vitorioso no rosto.

- Não estou! Tá, ter cantado uma musica no glee pedindo desculpas foi fofo apesar de clichê, ter me mandado desculpas através de cartões e ter me mandado uma folha com os exercícios do professor Mills feito para me ajudar também foi legal, mas...

- Não se esqueça que ela aceitou de boa todas as vezes que você foi super grossa.

- Tá, mas...

- E aquela vez semana passada que ela te passou cola durante a prova do Mills.

- Ok, mas...

- E também aquela...

- DEIXA EU FALAR! Ok! Tudo isso foi lindo, fofo...

- Romântico... - Angel encarou Alex com seu melhor olhar assassino, o que por azar dela tinha parado de fazer efeito nele a bastante tempo. - Tudo bem, parei! - Alex tinha que se concentrar para não rir de sua amiga.

- Obrigado! Meu ponto é que... - Alex ficou encarando ela com uma sobrancelha arqueada que fez o sangue dela ferver, Angel realmente odiava quando ele tinha um ponto. - Ela foi grossa comigo também, ok? Eu tenho o direito de estar chateada.

- Tá, mas você não acha que já fez a garota sofrer o suficiente. -Alex começou a olhar os livros que estavam em cima da mesa onde eles estavam.

- Não.

- Isso é porque ela parou com todas essas coisas românticas e etc?

- Lógico que não! - Alex esperou pacientemente sua amiga confessar. - Tá, talvez um pouco.

- Angel!

- Alex! Você sabe que eu estou cansada de pessoas jogando minha amizade pela janela

- Sim, mas a Jean já provou que merece perdão!

- Talvez ela tenha provado - resmungou baixinho e cruzando os braços.

- Angel...

- Eu vou conversar com ela. - Angel começou a jogar seus livros na mochila, dava para notar que tinha pessoas olhando para eles com cara fechada na biblioteca, era melhor que eles saíssem antes que a velha bibliotecária viesse xingar eles, como alguém podia ser TÃO mau humorada.

- Quando? - Alex cruzou os braço sabendo que sua amiga estava falando aquilo da boca para fora.

- Semana que vem?! - Ela realmente não queria que isso soasse tão inseguro.

- Angel! - Angel levantou sendo seguida por Alex indo em direção a saída da Biblioteca, ela poderia jurar que viu aquela velha encarar eles com um olhar de ódio quando eles passaram pela saída da biblioteca.

- Ta, ta, vou fazer isso essa semana, prometo!

- Que bom, e aqui! Se lembre desse momento. - Comentou Alex sorrindo de lado, Angel sabia que ia se arrepender, mas perguntou.

- Por que?

- Ora! Eu quero o direito de ser o padrinho do casamento por ter feito você aceitar as desculpas da Jean! - Alex colocou a mão sobre o peito como quem estivesse insultado e tentando não rir em antecipação a reação que sua amiga teria.

- Eu não gosto dela! - Angel deu um chute na canela de seu amigo que só riu apesar de ter doido.

- Claro, continue dizendo isso para si mesma.

- Tanto faz, mas aqui, e o lance com aquele garoto o James? - Angel realmente queria mudar de assunto, mas seu comentário arrancou uma bufado de Alex.

- Nossa, aquele cara devia sair do armário, de verdade! - Ele ainda estava com raiva daquele garoto, não era como se ele estivesse pedindo a mão do garoto, ele só queria uma boa transa e bem, Paul nunca fez seu tipo.

- Talvez ele não seja gay. - Angel comentou virando no corredor e logo voltando quando notou que Jean estava nele também.

- Mas e as diretas que eu dei para ele?! - Alex logo viu Jean também, não que ele precisasse, a reação de se esconder de Angel era muito obvia. - Serio que você tá se escondendo?! Você não ia pedir desculpas?!

- Eu não estou pronta! - Reclamou Angel espiando na direção da outra garota notando que ela estava conversando com o aluno monitor, um garoto alto, moreno de cabelos castanhos claros que também estava no time de futebol. Era obvio que ele estava dando em cima da garota e isso mexeu algo dentro da Angel. - Por que o Kross está conversando com a Jean?

- Eu ouvi que eles saíram em um encontro em um final de semana ai... - Alex encarou Angel esperando uma reação cheia de ciúmes, dava para ver os olhos de Angel brilharem de ódio. - Por que? Está com ciúmes já? - Nesse momento Jean deu um beijo na bochecha do garoto e saiu na direção oposta em que eles estavam. Alex já estava preparado para agarrar sua amiga para impedir ela de fazer alguma coisa, mas para sua surpresa ela simplesmente se virou para ele calmamente e falou:

- Vou precisar da sua ajuda. - Alex engoliu em seco - Você está certo, eu preciso desculpar a Jean.

Angel saiu andando em direção a sua próxima aula deixando Alex para trás, ele estava feliz por sua amiga ter tomado uma decisão, mas o que ele realmente rezava era que Angel não tivesse seu coração quebrado outra vez, uma era mais do que o suficiente para uma vida tão pouco vivida.

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Celina estava pagando a sua slush de amora enquanto pensava em qual dos quatro losers o jogaria. Depois que Emely, James, Thomas e Jean humilharam duramente a Gabi, passou a ser regra torturá-los. Celina nunca tinha visto a amiga tão irada. Gabi exigiu que todos colaborassem para tornar a vida deles um inferno, criando todo um esquema para que eles nunca tivessem um minuto de paz. Ela até deu um nome para o grupo: O Eixo do Mal, comparando eles aos piores inimigos dos EUA. Gabrielle tinha uma queda para o drama.

Pessoalmente, Celina não gostava de praticar bullying. Parecia pra ela um desperdício de dinheiro comprar uma bebida que não era barata, só para jogar em uma outra pessoa. Também achava uma perda de tempo ficar pensando em como humilhá-los, quer dizer, ela tem coisas importantes pra fazer, quem se importa se os losers estão ou não sofrendo? Ela simplesmente não via o ponto. Mas, naquela escola, e naquele país, ou você é um bully, ou você é um loser, e isso é algo que ela se recusava a ser.

A garota é uma tripla minoria, ela é mulher, estrangeira e lésbica, e seria de se esperar que isso fizesse com que ela se tornasse uma loser, e isso é exatamente porque ela se recusava a ser uma. Ela fazia questão de contrariar o preconceito dos outros, e por isso resolveu que não queria ser só popular, ela queria se tornar a garota mais popular do colégio.

Ela se tornou de fato muito popular. Ela é muito sensual, naturalmente engraçada e divertida, consegue produzir carteiras de identidade falsas de qualidade, o que elevou muito o seu status, e por fim teve que começar a praticar bullying para crescer ainda mais, e apesar de não fazer isso porque gostava, diferente de outras pessoas, o fazia muito bem. De fato ela conseguiu elevar muito o seu status, mas empacou em segundo lugar por um simples motivo. A Gabi é implacável. Ela não só é tão sensual quanto Celina, mas é uma bully bem mais cruel, não era minoria como Celina e namorava o cara mais popular do colégio, algo que a asiática simplesmente não podia fazer.

Celina faria muitas coisas por popularidade, mas nunca negaria sua orientação sexual, e por isso não poderia namorar o cara mais popular do colégio. Isso a enfurecia muito, encontrar uma limitação devido à sua sexualidade. E era por isso que ela tinha entrado no Glee club.

Muitos achavam que Celina entrou no Glee para tentar destruí-lo ou para torturar os losers porque Gabrielle teria mandado, mas a verdade é que ela entrou por causa de Bia. Celina queria um namoro que elevasse a sua popularidade ao nível de Gabi, para finalmente mostrar para todos que não deixaria o fato de ser minoria limitá-la, e Bia era bissexual, fazendo dela a única garota da escola que poderia melhorar ainda mais o status de Celina. Angel era popular e, apesar de dizer que não gosta de rótulos, era considerada lésbica, mas francamente, não fazia seu tipo, alem dos boatos, é claro, dela estar afim da novata. Ali estava um drama que Celina não queria se meter, até porque já tinha pessoas de mais nele.

O plano de Celina era entrar no Glee para ter uma desculpa para passar tempo com Bia, e aos poucos ganhar seu coração. Porém tinha decidido acelerar a conquista, porque finalmente tinha uma oportunidade que esperava há muito tempo, tudo graças à Emely. A vingança de James pode ter irritado Gabi, mas foi a de Emely que fez estrago. Gabrielle conseguiu convencer seus pais de que era tudo mentira, mas eles se tornaram paranóicos, e passaram a rastrear onde ela está, ligando o tempo todo para checar se ela está com o telefone, e isso foi catastrófico para o status da head cheerleader. Agora ela nunca podia ir a nenhum evento social clandestino, como bares e boates para maiores, e esses eram de longe os mais importantes.

Ela continuava no topo da pirâmide social, mas agora muito mais próxima do segundo lugar, e se Celina conseguisse namora uma garota realmente popular, poderia subir o suficiente para roubar o posto de Gabi, e isso era algo que ela queria muito.

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O auditório era um lugar grande, com aparência de velho. As paredes foram feitas imitando cinemas velhos com cortinas vermelhas e paredes pretas. O chão tinha um carpete cinza e as cadeiras eram vermelhas rubro. O palco era de madeira clara que fazia um contraste com o resto do lugar. No canto do palco estava Brad sentado no piano, tinha sido facil fazer ele tocar para ajudar Angel, foi só passar uma nota de vinte dólares e voalá! Problema resolvido! Agora Angel estava no palco esperando Alex aparecer com Jean. Talvez aquela não tivesse sido a melhor ideia, bem, foi a única que ela e Alex tiveram, mas mesmo assim! Tipo, que coisa mais clichê! Trazer alguém para o auditório e cantar uma musica, oh! Que original!

Angel estava nervosa, qual foi a ultima vez que ela tinha cantado uma musica para alguém?! A um ano?! Dois?! O ponto era que talvez isso fosse uma péssima ideia. Ela não conseguia parar de mexer na sua blusa xadrez azul e preta.

Para que cantar uma musica? Eu poderia simplesmente ir lá e pedir desculpas por ter exagerado!

Você não vai fazer isso e nós duas sabemos o por que.

Por que eu não preciso pedir desculpas afinal de contas? Tem razão, vamos cancelar isso.

Nãooooo! Nada isso!Nós precisamos pedir desculpas, e precisa ser assim.

Por quê?

Por que nós estamos começando a gostar dela.

Fale só por si mesma, eu não estou gostando da Jean.

Ah é?! Então qual foi daquele ataque de ciúmes no corredor ontem?! Se não foi por causa da Jean, então foi por causa do Kross?!

Lógico que não! O Kross é nojento! Me dá arrepios só de pensar.

Então você admite que foi por causa da Jean?!

Tá, talvez eu tenho sentido ciúmes, mas foi só de amizade!

Ah e essa musica que você escolheu?!

A gente escolheu! Mas o que tem de errado com ela?!

Ela é super romântica!

Não é não!

Ah é?! "Eu esperei uma centena de anos, mas eu esperaria um milhão mais por você"

Também, falando desse jeito tudo é romântico!

Apenas admita!

Pelo amor de deus! Você tá de que lado?! Do meu ou do Alex?

Do Alex

Sua vadia!

Você sabe que você acabou de se chamar de vadia , né?

Ah, fica quieta! Foi por causa dessa sua coragem e auto confiança que a gente quebrou o coração antes.

Isso foi injusto e você sabe.

Olha, eu só não quero passar por aquilo de novo ok?

Uma hora a gente vai ter que se arriscar de novo.

Não necessariamente.

Então o que você sugere? Que a gente se enfia em uma caverna e fique sozinha pra eternidade?

Essa é uma opção?

Claro que não. De qualquer forma a Jean já chegou, não tem mais volta

Droga, eu sei que vou me arrepender disso

- Angel? - Jean entrou no auditório que estava com quase todas as luzes desligadas, tirando as do palco que era onde a outra garota estava. Charlote podia ver como a garota estava nervosa lá em cima e como ela paralisou quando ouviu a sua voz – o que você está fazendo aqui?

- Hey... - Apesar da pouca luz Angel conseguia ver a loira quando ela chegou mais perto do palco ainda sem mostrar emoção, o que deixou Angel nervosa. Não era muito boa com as palavras e não tinha realmente pensado no que diria, então ficou encarando Jean, esperando que ela dissesse alguma coisa. Ela só encarou de volta. Ficaram se encarando um tempo até que a tensão ficou insuportável para a morena, que não achou outra alternativa além de cantar. Deu o sinal para Bred tocar e começou a a apresentação.

I've waited a hundred years

But I'd wait a million more for you

Nothing prepared me for the privilege of being yours

If I had only felt the warmth within your touch

If I had only seen how you smile when you blush

Or how you curl your lip when you concentrate enough

I would have known what I've been living for all along

What I've been living for

Algo naquela cena estava perfeito para Angel. Talvez fosse Jean com aquele sorriso contido que fazia ela parecer ainda mais fofa com seu vestido azul florido e o casaco escuro jeans. Angel tinha se acalmado. Sentia que falava muito mais com aquela música do que poderia falar com palavras. E sentia que Jean a entendia. Era como se elas estivessem dentro da cabeça uma da outra, e se entendiam perfeitamente. Era um lindo sentimento e Angel sabia que se lembraria dele por muito tempo, talvez para sempre.
 

Your love is my turning page

Only the sweetest words remain

Every kiss is a cursive line

Every touch is a redefining phrase

I surrender who I've been for who you are

Nothing makes me stronger than your fragile heart

If I had only felt how it feels to be yours

I would have known what I've been living for all along

What I've been living for


 

We're tethered to the story we must tell

When I saw you well I knew we'd tell it well

With the whisper we will tame the vicious scenes

Like a feather bringing kingdoms to their knees


Quando a música acabou Jean subiu as escadas muito rápido e abraçou Angel muito forte. A morena podia sentir o perfume da loira, e amou aquele cheiro. Ficaram abraçadas por um longo momento até que Jean se afastou um pouco com um sorriso enorme no rosto. Aquele sorriso contagiou Angel, que teve que admitir para si mesma que aquela tinha sido uma boa idéia.

- Obrigado -disse Jean se afastando da outra. - Eu poderia jurar que você realmente não iria voltar a falar comigo. E me desculpe de novo por tudo aquilo que eu disse depois da festa. Eu tava bêbada e nervosa e acabei dizendo um monte de coisas idiotas e não verdadeiras.

- Eu te perdôo e peço desculpas por ter exagerado.

- Eu te perdôo também. O que fez você mudar de idéia? – perguntou a garota. Angel tentou inventar uma mentira, mas era difícil com aqueles olhos a encarando, então acabou dizendo uma meia verdade:

- O Alex. Eu odeio admitir – E como odeio – mas ele sempre sabe dar o conselho certo.

- Tenho que agradecer ele depois – falou a garota ajeitando franja – O que você acha da gente ir para a lanchonete comprar algo para beber?

- Claro – respondeu Angel feliz.

Elas foram para a lanchonete e conversaram sobre as últimas semanas que passaram separadas. Jean contou do inferno que Gabi estava armando contra ela e como ela tinha ajudado James a se vingar dela. Conversaram um pouco sobre o Glee club e sobre a escola. Depois de algum tempo Angel não aguentou mais e teve de perguntar:

- Eu vi você conversando com o Kross no corredor hoje, e vocês pareciam bem íntimos – falou a garota tentando esconder seu ciúme e parecer natural – você e ele estão namorando?

- Eu e o Kross? Claro que não, eu só concordei em sair com ele para conseguir a chave mestra dos armários e poder me vingar da Gabi – Angel suspirou de alívio internamente. A idéia de Charlie namorando aquele garoto era muito dolorosa para ela. A idéia que ela só estava usando o menino de uma forma meio psicopata era muito mais fácil de aceitar.

- Ah ta! Achei que você estava namorando alguém e eu não tinha ficado sabendo – comentou a garota de forma casual. Angel já estava internamente pensando como ela faria para chamar a loira para sair em um encontro, será que seria rápido de mais chamar ela hoje?!

- Bom, na verdade eu estou. Você não sabia? Eu estou namorando o James.

Angel tentou não demonstrar emoção enquanto seu cérebro digeria a informação. Por um instante achou que ela estava brincando. Mas ela não estava. Nem conseguia lembrar direito quem era esse James, mas de alguma forma ele tinha roubado Charlotte dela

Ah meu deus, eu demorei demais. Ela já está com outro.

O que a gente faz?

Sai correndo?

Que discreto. Você tem que dizer alguma coisa.

O que? Que eu odeio esse desgraçado filho da puta e vou atropelá-lo para que fiquemos juntas?

Não, diga que está feliz por ela.

Essa é a última coisa que eu estou sentindo.

Eu sei, mas ela não pode saber. Se você quiser recuperá-la, você vai ter que fingir por agora

Ok, eu vou tentar. Mas saiba que eu acho isso horrível.

- Isso é ótimo Jean! Eu estou tão feliz por você! – falou Angel o mais animada que pôde com uma dor no coração.

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Quando James fez a sua vingança contra Gabi, ele sabia que seria punido gravemente por aquilo, mas mesmo esperando o pior, ainda foi surpreendido. A escola inteira o empurrava no chão não importava onde fosse, estava tão difícil simplesmente andar que pelos corredores sem rastejar que ele passou a chegar atrasado todos os dias para que os corredores ficassem vazios e ele pudesse circular. Levava quatro mudas de roupa por dia para trocar quando fosse encharcado de slush, e às vezes não era o suficiente e tinha que assistir à aula molhado e melado. Foi atirado no lixo milhares de vezes, e algumas vezes trouxeram armas de paintball para atirar nele sem nenhum tipo de proteção. Era impressionante a capacidade de Gabi de coordenar humilhações.

Mas não sofria sozinho. Emely, Jean e Thomas compartilhavam esse sofrimento. A garota até os apelidou de “O eixo do mal” em referência aos piores inimigos dos EUA, dizendo que eles eram terroristas e que com certeza um dia trabalharíamos para a Al Qaeda. Mas apesar disso tinha uma coisa de diferente. Antes eles faziam todo o bullying com um sentimento de desprezo, agora, dava para notar algo a mais. Um pouco de medo. Mesmo com a vingança fenomenal de Gabrielle, ela tinha sido humilhada e sua popularidade tinha caído. Os outros populares não gostaram da possibilidade de serem os próximos.

Alem disso aquilo teve um outro efeito. A popularidade deles aumentou. Eles podiam ser odiados por muitos, mas vários losers aplaudiram silenciosamente o que eles fizeram, e agora, todos sabiam quem eles eram. O status de James em especial subiu mais, por ter começado a namorar Jean.

Depois da vingança deles os dois passaram a ficar muito tempo juntos, e depois de um tempo James resolveu pedi-la em namoro. Ela ficou absurdamente surpresa, e James ficou com medo que ela dissesse não e que ficasse estranho entre os dois, mas ela acabou dizendo sim.

James nunca tinha namorado sério antes, mas não imaginara que seria assim. Era como se eles continuassem a ser bons amigos que se cumprimentavam com um beijo em vez de um abraço. Quando se beijavam, era bom, quero dizer ele estava beijando uma garota linda e simpática, mas era um tanto sem emoção. Não era o relacionamento que James esperava, mas ele se contentou com ele por um motivo. Ainda precisava provar para todos que ele era heterosexual.

Nunca teve um sentimento homofóbico na vida, mas não aguentava mais que todos pensassem que era gay. Ele não só sofria preconceito, mas ficava quase impossível para ele tentar ficar com qualquer garota da escola, porque todos achavam que ele estava tentando disfarçar. Às vezes até desejava ser de fato gay, só para não ter que lidar com isso, mas não é uma escolha.

Se sentia horrível estar mais ou menos usando Charlotte, mas depois do que aconteceu com Alex na festa ele precisava disso. Quem aquele menino pensa que é pre me embebedar e depois tentar ficar comigo? Será que ele não percebe a dor de cabeça que ele me deu? pensava com ódio.

Mas aquela não era a única tensão no Glee club. Depois daquela festa uma rivalidade se estabeleceu entre losers e populares por causa da humilhação dos losers por parte da Gabi. A entrada de Celina e Richard piorou a situação, e a vingança dos losers piorou ainda mais. A sala parecia uma guerra fria e o professor só piorava a situação tentando fazer com que os grupos interagissem entre si. Só Bia e Mary é que tinham virado amigas, o que causou muito ciúmes por parte de Emely. A situação com Mary tinha ficado ainda mais tensa depois que Gabi decretou guerra ao terror, e James tinha ficado cansado daquilo. Queria sua melhor amiga de volta, principalmente agora que tinha tanta coisa sobre o que conversar.

Decidiu resolver aquilo durante o almoço. Esperou pacientemente as aulas do dia acabarem e quando o sinal finalmente tocou, foi até Mary antes que ela saísse e pediu pra conversar com ela, o que ela aceitou com um sorriso. Ela também estava farta daquele drama.

- Olha, me desculpa por ter exagerado tanto. Você é minha melhor amiga e eu não deveria ter ficado tão bravo por algo tão pequeno, é que depois daquela festa eu estava furioso com tudo, e quando eu vi você nesse uniforme...

- James, eu aceito as suas desculpas – interrompeu Mary – Eu sei que você odeia as cheerios e você tem bons motivos. Sabe por que eu entrei em primeiro lugar?

- Por que você queria mostrar como você é superior a elas? – perguntou o garoto arrancando um sorriso da menina. Adorou ver aquele sorriso, ele dizia que ela realmente o tinha perdoado.

- Não, mas boa resposta – falou a ruiva – eu entrei pra convencer a Gabi a parar de perseguir vocês, tentar fazer tudo voltar ao normal.

- OK, agora eu me sinto um idiota completo. Nossa, sério? Eu deveria ter pensado nisso. Meu deus, como eu sou IDIOTAAAAA!!!! – começou a falar freneticamente. James sentia uma mistura de culpa e gratidão que o estava fazendo corar – Poxa Mary, eu te amo, sério! A partir de hoje eu nunca mais vou brigar com você por nada. Você é tão boa, tão incrível, meu deus!

- É, eu sei – falou Mary abraçando James. Ela adorou o jeito como ele ficou agradecido – e então, como foi esses dias sem mim?

- Foram difíceis viu? – falou James de forma bem humorada – aguentar tudo isso foi difícil sem a minha melhor amiga. Mas a minha namorada ajudou.

- Sua namorada? – perguntou Mary confusa. James ficou surpreso com a confusão da amiga, não é como se ele estivesse escondendo o seu relacionamento. Estava mais era se exibindo, beijando Jean sempre que tem muita gente da escola por perto.

- É, você não sabia? Eu estou namorando a Jean.

- Que ótimo James! Eu estou tão feliz por você – falou Mary de uma forma estranha. James nunca tinha ouvido aquele tom de voz dela antes, e não entendeu direito o que ele significava. Provavelmente nada demais.

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Não fazia parte de seu plano entrar no Glee, não era como se ele quisesse seguir carreira musical ou qualquer coisa do tipo, ele estava feliz do jeito que estava, nem popular nem loser, ficando em cima da linha. Ele ficou surpreso quando Mary começou a criar sua popularidade e mais surpreso ainda quanto ao porque. Não que ele não ajudasse seus amigos, Dan já tinha tentado arrastar seu amigo para o time de futebol para tirar ele do grupo dos losers, mas entenda, é raro uma pessoa ficar popular com boas intenções.

Mas aqui estava ele em frente ao grupo do Glee onde James e Jean estavam sentados juntos com Thomas e Emely (aqueles dois nunca foram com a cara de Danniel, principalmente porque eles consideram qualquer popularidade um sinal de filiação ao demônio) e do lado quase que oposto Richard sentado junto com Celina, Paul, Alex e Angel, quase que uma bipolaridade. No meio estava Bia e Mary, que foram as únicas pessoas que se tornaram amigas naquele clube. A tensão naquela sala era realmente palpável. Dan preferia não ter entrado em um clube tão complicado, mas Mary sempre o convencia.

Ela estava se sentindo muito solitária, ainda não tinha feito as pazes com o James, e passava quase todo o tempo com ele ou com a Bia, então quando ela pediu fazendo aqueles olhos de cachorrinho para ele entrar no Glee, tinha como ele recusar?! Sim, mas ela também usou golpes baixos. Afinal, ameaçar contar para toda a escola que ela era melhor que ele em qualquer tipo de video game, é sacanagem! Mary poderia ter nome de santa e até ter cara de uma, mas Danniel podia ver os chifrinhos que nasciam nos lados de sua cabeça. Estranhamente ele gostava disso nela. Ás vezes ele não se entendia direito.

Uma coisa curiosa é que havia rumores que Richard e Angel estavam a fim de Jean, mas foi James que ficou com ela. Como isso aconteceu? Tipo, ela é um ano mais velha que ele!? E sem querer parecer horrível, mas Jean era muito bonita, ela conseguiria alguém melhor. Claro que existe a possibilidade de que ela goste dele por causa da personalidade dele, mas o casal era tão estranho que ninguém acreditava muito nisso.

Outra coisa que ele estranhou é que Mary estava chateada com a idéia de James namorando Jean. Logo depois dela ouvir a notícia ela foi falar com Danniel.

- Você acredita que o James está namorando aquela lourinha do Glee? Como ele pode fazer uma coisa dessas? Será que ele enlouqueceu? – falou a menina corada e com uma voz indignada.

- Eu sei. Quem diria que ele conseguiria uma namorada tão gostosa? – falou ele sem pensar.

- Mas é claro que você diria isso, né Danniel? Afinal vocês garotos não conseguem pensar em mais nada. Você tem razão. Nem precisa conversar com ela, ou olhar o rosto dela, se ela tiver peitos, já basta – falou ela em um tom agressivo e irritado.

- Também não é assim Mary. Qual que é o problema?

- O problema é que ele é bom demais pra ela! Por que ele se contentaria com uma garota daquela? – Danniel quase não acreditou no que ouvia. A opinião pública certamente discordava da ruiva.

- Acho que quem decide isso é ele, não você – falou o garoto, tentando não fazer nenhuma piada.

- Não seja ridículo. Desde quando ele tem competência para fazer uma decisão dessas? – falou a ruiva como se aquilo fosse razoável – ele deveria ter falado comigo antes, pedido a minha opinião. Ele sabe que eu sempre tenho razão.

- Você não acha que talvez isso não seja assunto seu?

- Claro que é assunto meu! Ele é meu melhor amigo, eu tenho um voto em qualquer decisão que ele for tomar, é como um acordo silencioso. Não existe nenhum documento, mas nós dois sabemos todas as implicações da posição de melhores amigos.

- E como que seria esse documento? – perguntou Dani intrigado.

- Ele é longo demais pra explicar, tem tipo umas 37 páginas – falou a menina com naturalidade. De onde surgiu esse número tão exato? pensou o garoto me pergunto se o James está ciente desse acordo.

- Tá, mas de qualquer forma, por que você se importa tanto? – perguntou.

- Por que ele é o meu melhor amigo. Nós fazemos tudo juntos, mas agora que ele tem uma namorada, a gente vai ter que se distanciar. E se eu vou ser trocada, tem que ser por uma pessoa que valha a pena – falou a menina encerrando o assunto.

Danniel se perguntou se ela reagiria assim quando ele começasse a namorar alguém.

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Paul e Bia sempre foram muito grudados, era como se eles se completassem. Paul nunca foi uma pessoa boa em dividir, por outro lado Bia sempre foi a alma generosa.. Ele é o tipo de pessoa que arrancava risadas enquanto Bia é aquela que dava conforto sentimental. Ela raramente se intromete em enquanto ele é protetor e ajuda mesmo quando não pedem sua ajuda. Porém Paul era mais apegado em sua irmã do que ela nele.

Eles eram aqueles tipos de irmãos que faziam tudo juntos, principalmente depois de terem perdidos os pais e a irmã em um acidente de carro e terem ido morar com a sua tia May. Não que ela não fosse carinhosa, o contrário, ela sempre fez um ótimo trabalho em criar os dois, mas ela ainda não era o suficiente. O carinho que não conseguiam dela, conseguiam um do outro.

Mas o garoto sempre foi mais carente do que Bia, o que o tornava o mais ciumento também. Ele tinha essa sensação de que tinha que proteger sua irmã por ser o único homem da família, o que o tornava um tanto possessivo. Bia nunca realmente ligou para isso, até porque era raro os dois se separarem. Sempre tiveram os mesmos gostos, mesmos interesses e mesmo grupo de amigos. A primeira exceção foi Mary.

Paul não gostava da forma como Mary simplesmente estava roubando sua irmã. Ela era a única amizade que ambos não compartilhavam. Ele tinha problemas com aquela garota, não só porque ela e a amiga dela tinham falado mal de sua ideia de tentar ficar com o professor de matemática, mas também porque depois que Bia ter reapresentado os dois a garota não tinha feito nenhum tipo de esforço para conquistar a sua amizade. Ela parecia até ignorá-lo, excluindo ele da conversa com Bia.

Naquela semana quando Paul foi tentar conversar com Bia sobre seu novo plano para tentar conquistar Nicolas ela simplesmente falou que não ia ajudar ele com isso e saiu para conversar com Mary. Paul tinha certeza que era aquela garota que estava fazendo a cabeça da irmã para não ajudar ele em sua conquista! Bia quase sempre acabava concordando em ajudar Paul, foi só essa garota aparecer que sua irmã se tornou irredutível. E o pior é que Paul tinha medo dela ficar amiga dos demais losers(apesar de Mary ter recentemente mudado esse status) e se afastar ainda mais.

Todos pareciam estar contra ele. Quando ele reclamou com Alex seu amigo teve a ousadia de falar:

- Mas Bia não foi contra desde o inicio?! Eu acho que você está sendo muito dramático, até porque essa sua ideia é estúpida mesmo.

- Eu dramático? Que absurdo! Você que não vê como essa menina é maligna! A Bia sempre é contra as minhas idéias no início, mas ela sempre muda de idéia. Como que isso mudou de repente?

- Vai ver ela criou juízo.

Isso era uma das piores coisas que poderiam acontecer. Sua irmã criar juízo. Uma das coisas que mais os aproximavam eram as loucuras que faziam juntos, não poderia perder isso. Aquela garota Mary estava virando sua irmã contra ele, e ele a odiava por isso. Por causa dela, pela primeira vez teria que efetuar um plano sozinho.

- Você não acha que está sendo um pouco stalker? - Questionou Alex quando Paul contou para ele sobre sua descoberta. Ele era a única pessoa que ouviria ele já que Angel estava ocupada de mais com seus problemas com a novata e Mary Maligna(era como ele se referia a ela em sua mente) estava roubando sua irmã.

- Claro que não! - Tinha respondido Paul, afinal, ele só estava seguindo o exemplo dos EUA ao hakear a conta de Facebook de seu professor onde descobriu que aquele dia era o aniversário do professor. Ele não tinha contado a ninguém, e devia estar se sentindo terrivelmente triste, solitário e vulnerável, e é óbvio que Paul estaria lá para dar um apoio emocional. E se ele precisasse desse apoio em casa, e no seu quarto e na sua cama, bem, Paul estaria lá para ajudá-lo a superar essa fase difícil.

Ele entrou na sala de Nick e esperou com um cupcake de chocolate, uma vela e um isqueiro. Ele queria surpreendê-lo. Quando finalmente o professor chegou, ele entrou na sala e se assustou ao ver Paul que simplesmente acendeuma vela em cima do cupcake e começou a cantar parabéns pra você. Nicholas se surpreendeu, mas quando finalmente entendeu o que estava acontecendo abriu um sorriso meio triste.

- Sabia que você foi o primeiro a me desejar feliz aniversário? – falou o professor quando Paul terminou de cantar e ofereceu o cupcake para Nick – acho que é minha culpa por não ter dito nada a ninguém, mas eu esperava pelo menos que meu pai me ligasse.

- Por que você não contou pra ninguém? – perguntou Paul de forma simpática – se você vai morar e trabalhar aqui, você deveria contar pros seus colegas essas coisas, fazer amigos, ter uma vida social. - Disse se aproximando do professor que estava ajeitando as coisas em cima da mesa, provavelmente para ir embora já que o horário de aulas já tinha acabado.

- É, eu sei. É que eu não sou uma pessoa fácil, eu demoro a fazer amigos, eu não sou do tipo sociável.

- Talvez você precise de alguém pra te ajudar. Alguém sociável, confiante, que goste de você – falava Paul com uma voz sugestiva se aproximando devagar e de forma sedutora, Nick já tinha acabado de arrumar as coisas e colocou a mochila nas costas segurando o cupcake na mão – Você precisa de alguém assim pra não ficar mais sozinho nessas datas importantes. Alguém disposto. Alguém como...

- O Arthur – interrompeu Nicholas parecendo ter uma epifania.

- Quem? – falou Paul surpreso e desapontado. Alguém como EU, idiota. Alguém como eu! pensou Paul um tanto irritado.

- Você tem razão Paul, muito obrigado – falou o professor afobado, saindo da sala com um cartão na mão – vejo você no Glee club. - Nick parou na porta antes de se virar novamente - De verdade, obrigado pelo cupcake, isso foi realmente muito especial para mim. - O professor saiu da sala parecendo não notar como Paul tinha ficado enciumado.

Paul passou alguns segundos perplexo refletindo sobre o que tinha feito de errado. O plano parecia tão perfeito, ele estava lá quando o professor estava mais solitário e carente, ele estava sendo discreto, mas sedutor, o professor parecia estar gostando, e de repente ele teve uma epifania e saiu às pressas. Talvez eu não tenha sido óbvio o suficiente pensou o garoto desapontado e saindo da sala.

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Muitas vezes nós fazemos coisas erradas sem saber. Mas às vezes, mesmo sabendo que o que estamos fazendo é errado, nós fazemos mesmo assim. Era isso que Nick estava fazendo agora. Ele se deixou levar por emoções que não devia, ele não devia estar sentado naquele sofá de couro marrom em uma sala com uma decoração bem do tipo moderna da casa de um homem casado! Tudo nisso estava errado, a sala tinha todo um ambiente romântico que só era mais enfatizado pela musica (romântica) que tocava.

Se Arthur não fosse casado e hétero, Nick apostaria que ele estava afim dele também. Fosse pelo fato de que Arthur cozinhou um Jantar romântico à luz de velas ou pelo fato de que agora Arthur tinha ido para a cozinha pegar vinho caro para eles beberem, ou pelo excesso de elogios, ou pela música romântica tocando. Tudo nisso parecia um encontro, um encontro que estava indo bem, muito bem.

- Hey! Espero que goste de vinho tinto, é o único que entra nessa casa! - Falou Arthur quando chegou na sala colocando na mesa de centro as duas taças e logo depois abrindo o vinho.

- Para dizer a verdade, eu prefiro vinho tinto. - Nick estava preocupado porque estava realmente se derretendo pelo moreno de sorriso carinhoso.

- Um brinde para o aniversariante! - Disse Arthur sentando ao lado de Nick e brindando com ele. Ambos beberam um gole do vinho sem parar de encarar os olhos um do outro. – Nem acredito que alguém tão incrível estava sozinho no aniversário.

- Quando você me conhecer melhor, verá que não sou tão incrível – falou olhando os lindos lábios dele.

- Quando você se conhecer melhor, verá que é – falou o homem fazendo Nicholas ficar arrepiado. Sabia que ele não podia estar flertando, mas se estivesse, seria muito bom nisso.

- Espero que sim – falou o ruivo não conseguindo pensar em nada mais inteligente para dizer – de qualquer forma obrigado por me salvar da minha solidão.

- Imagina. Quando precisar, é só ligar.

Meu herói

Ele é tão incrível né?

É, e tão bonito

Alto, musculoso, moreno. Só é meio velho.

Eu acho isso sexy

É, eu também

Como será que ele ainda não é casado?

Ele é casado. Com uma mulher

Deus, é mesmo. Engraçado como eu fico esquecendo disso

Hilário

Então o que a gente faz?

Nada. Só termina de conversar e vai pra casa

Isso parece meio sem graça

Nicholas...

Ta, ta, eu faço isso

- Posso te fazer uma pergunta meio pessoal? – perguntou o homem trazendo Nicholas de volta pra realidade.

- Claro – falou Nick sem saber o que ele diria

- Você tem problemas com seu pai por causa da sua sexualidade?

- Não. Na verdade, é que ele queria que eu seguisse a carreira dele como pesquisador no MIT, mas como eu não segui ele se sente desapontado comigo.

- Sua mãe?

- Os médicos disseram que não, mas eu tenho certeza de que ela tem alzeimer. Ela nunca se lembra de nada. Nem das senhas, nem de alimentar o cachorro e nem do aniversário de ninguém.

- Amigos?

- Só tenho uma melhor amiga que se encontra agora na Europa fazendo intercambio, a gente só conversa por mensagem pela internet e eu e ela ainda não tivemos tempo para conversar, e também não considero parabéns vindo do Facebook.

- Pelo menos agora você tem a mim para alegrar os seus dias! Amanhã mesmo vou comprar seu presente de aniversario! -Arthur disse colocando as taça de vinho na mesa e se aproximando de Nick - Você nunca mais vai se sentir sozinho desse jeito... - Sussurrou arrancando arrepios de Nicolas.

- Você não pode prometer isso.

- Mas posso prometer tentar...

Então Arthur o beijou. E Nicholas mandou sua consciência para a puta que pariu e beijou de volta. O homem era muito bom naquilo, seus lábios eram macios e sua língua habilidosa, e logo o mundo a seu redor pareceu parar de existir e ele saboreou aquele momento. Até que a porta bateu fazendo com que Nick pulasse e se distanciasse de Arthur a tempo de ver a mulher dele surgiu na sala, junto com James e uma menina pré-adolescente que deveria ser filha deles. Ah, é, homens casados costumam ter mulheres.Ela parecia estar nos seus quarenta sem perder a beleza com seus cabelos pretos e olhos escuros.

- Oi, é, uhumm, eu vou guardar as compras lá na cozinha - A mulher falou se dirigindo para Arthur que parecia envergonhado. Nick deu um sorriso nervoso para a mulher que sorriu de volta. Ele ainda pegou a filha, que se parecia muito com Arthur fisicamente, revirando os olhos e indo na direção dos corredores da casa e James encarando Arthur enquanto seguia a mãe.

Quando ela e os filhos desapareceram na cozinha Nicolas saiu daquele apartamento correndo sem nem esperar Arthur. Nick ainda pôde ouvir o homem chamar por ele e dizer que podia explicar, mas o professor não estava pronto para ouvir. Quando ele finalmente chegou no seu carro tudo que ele pensava era - Existe uma razão para não se envolver com homens casados, é porque eles já estão com alguém sua besta! - Nick viu seu celular vibrar avisando que tinha uma mensagem de Arthur, mas ele simplesmente jogou o celular no banco de traz e deu partida no carro - Eu preciso de um porre, um que me faça esquecer esse dia inteiro!


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