New Starts - Fic Interativa escrita por Feliz33


Capítulo 6
Capítulo 6 - Todo mundo contra a Gabi




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As vezes ele se perguntava o que passava em sua cabeça para fazer certas coisas, não era como se ele geralmente se arrependesse de ficar bêbado, quase nunca era ele que dirigia, mas ele estava se sentindo culpado. Richard era muitas coisas, mulherengo, egocêntrico, metido, um tanto quanto frio, mas ele nunca tinha alguma vez feito algo para machucar fisicamente uma mulher, nem mesmo com bullying. Ele se orgulhava de nunca ter jogado um slush em uma garota. Mas depois da festa quando ele se encontrou com Danniel e ele tinha falado que Ric estava machucando Jean quando ele agarrou o braço dela Richard se sentiu culpado.

Aquilo ficou martelando em sua cabeça o final de semana inteiro. Ele sempre odiou caras que batiam em mulheres e por isso ele colocou na cabeça que a primeira coisa que ele faria quando chegasse no colégio era pedir desculpas para Jean e tentar não ficar com raiva de Angel por ter batido nele. Angel tinha um ponto em ter feito isso, mas seu orgulho masculino estava ferido, mesmo que Angel provavelmente conseguisse quebrar a cara de qualquer um na escola, essa era uma das razões, dentre varias, dela ser popular. Ela sabia como colocar medo em uma pessoa de forma diferente da de Gabi.

Gabrielle, outro problema que Richard tinha. A garota ter tirado a roupa para humilhar alguns losers tinha enraivecido Ric, pois agora todos os garotos da escola tinham visto o que deveria ser exclusivo dele. Mas ele não podia reclamar pois sabia que era o castigo por ter dado em cima de uma garota do colégio. Só rezava para que fosse só isso. Ele às vezes considerava terminar com ela, até porque ele não tinha sentimentos por ela, mas Gabi era a garota mais gostosa e popular de todo o colégio. E o mais importante, seu pai a adorava.

Richard quando chegou no colégio na segunda a primeira coisa que ele fez foi tentar achar Jean, no que ele falhou miseravelmente. A garota estava evitando ele, e o pior era que ela tinha razão para isso. Ele tentou conversar com a garota a semana inteira, principalmente depois dele ter ouvido que Gabi tinha mandado dar slushs nela. Isso explicava o porquê de seu castigo leve, ela iria descontar a raiva na novata. Isso só fez com que sua consciência ficasse ainda mais pesada.

Mas depois de uma semana da festa, Ric ligou o foda-se. Ele ficou sem paciência para aquilo e resolveu se concentrar no futebol, algo em que era bom. Ele ia na escola quase que só por causa do futebol. Era a única coisa que achava interessante na escola, as matérias para ele eram uma tentativa dos professores de matá-los de tédio.

Ele estava matando aula de física, vagando pelos corredores, descansando a cabeça dos dramas de sua namorada e pensando na sua popularidade. Essa era uma preocupação que tinha em comum com Gabi. Gostava da fama de machão, de pegador, de mulherengo. Gostava de ser desejado pelas garotas e invejado pelos caras, e adorava o posto de mais popular. Mas estar a tanto tempo em um relacionamento estava prejudicando isso porque os caras diziam que ele estava domado. Não sabia muito bem o que fazer quanto a isso. Mas ouviu algo que lhe deu uma idéia

- Sério? A novata? - Perguntou uma Cheerio morena.

- Sim, estão falando que essa garota é lésbica.

- Nossa, nunca imaginaria!

- Sério? Nossa eu acho que ela tem muito jeito. Ainda mais que ela e Angel andavam grudadas esses dias – comentou a cheerio.

- Realmente, as duas tem um clima bem romântico – falou a menina mudando um pouco a opinião.

As duas garotas acabaram indo embora, deixando Richard sem saber se aquele boato era verdadeiro ou não, mas faria sentido caso ele fosse. Não tinham muitas pessoas gays ou lésbicas na escola, tinha aquele loser, Paul e Celina, e bem, tinha a Bia e o Alex que eram bi. Estatisticamente estava faltando gays certo? Ric não saberia, odiava estatística. Além disso Celina tinha decidido entrar no Glee club meio que sem motivo, e isso faria sentido caso ela estivesse afim da novata.

Richard decidiu que agora precisava ficar com a novata. Nada seria mais macho, mais incrível e melhor para a sua popularidade do que transformar uma lésbica em hétero. Imagina o quanto os outros caras iriam louvá-lo se ele fosse tão bom com as mulheres que fosse capaz de mudar a sexualidade de uma. E iria fazer os comentários de que ele estava domado caírem por terra. Gabi talvez terminasse com ele, mas isso não seria tão problemático. Ele já estava meio  cansado de ser comprometido.

Com isso em mente ele resolveu entrar no Glee club. Seria o lugar perfeito para dar em cima de Jean, Alex e Celina estariam lá e ele até que gostava de cantar e dançar. Aquilo era perfeito. Ele teria de ser discreto, mas nada que não conseguisse realizar. Saiu em procura do papel de inscrição para o clube sentindo que aquela poderia ser sua semana de sorte.

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Thomas se arrependia profundamente de ter ido naquela festa, ele sabia que ia dar merda, mas mesmo assim ele foi. Ele tinha que ouvir mais a sua intuição, mas ele teria sua vingança, e ela seria cruel. Quando ele pensava no plano que tinha bolado com Emely ele sorria só de pensar nos problemas que isso traria para Gabrielle. Tudo que ele mais queria era dar um slush naquela garota, mas ele sabia que não poderia. Gabi mandaria os neandertais atrás dele e Tom não podia se envolver em brigas naquele momento.

A segunda e terça não tinham sido fora do normal. Ele conseguiu passar pelos dois dias sem levar um slush. No Glee ele fez sua apresentação com Beatrice e não ficou tão ruim. Tom nunca admitiria em voz alta, mas a garota não era tão ruim quanto ele imaginava, eles tinham se encontrado para treinar para a apresentação na segunda depois da aula e a garota foi simpática. Não tiveram muito trabalho, acabaram simplesmente cantando a musica sem nada de mais.Thomas tinha a impressão de que talvez os dois poderiam ser amigos, se eles não tivesse um detalhe. Ela era popular. Ela andava e conversava e saía com as mesmas pessoas que jogavam slushs na cara de Thomas toda semana, que todo dia o insultavam, e que o tempo todo riam da desgraça dele. E se a festa de sábado o tinha ensinado alguma coisa era a ficar longe destas pessoas.

Apesar disso, ele não se importou muito quando Mary apareceu segunda dizendo como a festa de sexta tinha sido um máximo e conversando toda amiga de Beatrice. Não se pode dizer o mesmo de Emely e James. Eles, como Thomas, sempre desconfiaram de qualquer popular, mas depois daquela festa, ambos estavam com ódio mortal de qualquer pessoa que não fosse um inimigo declarado de Gabrielle. E Bia estava longe disso.

Isso incomodou muito os dois, mas eles teriam eventualmente aceitado se Mary não tivesse cometido o pior dos pecados, muito pior que roubo ou assassinato. Ela entrou para as cheerios. A garota não tinha falado que estava planejando entrar, nunca demonstrou a menor intenção de entrar, sempre desprezara as cheerios, até mais que Thomas. E agora era uma delas. Depois do que aconteceu na festa. James estava muito magoado. Para Emely, Mary não existia mais. Tom estava fervendo de raiva, quase explodindo. Mary sabia que vestir aquele uniforme era entrar no time inimigo.

A garota ainda tentou conversar com eles e tentar se explicar, mas não teve a chance. Emely saiu furiosa dizendo que a amiga estava morta pra ela, James começou uma discussão irritada e magoada, e Thomas acabou saindo, com medo de explodir, deixando James e Mary discutirem.

Tom sabia que estava errado, que devia deixar Mary se explicar, a garota era uma ótima amiga, não viraria as costas para eles assim, mas ele estava de cabeça quente e não conseguia pensar em uma razão para ela ter entrado. Ela provavelmente se explicaria para James e ele falaria com o amigo mais tarde. Para melhorar sua quarta ele ainda levou um slush. Perfeito, simplesmente perfeito pensou.

Quinta tinha Glee e Tom não sabia o que esperar daquele dia. Ainda faltava uns 15 minutos para a aula começar, foi quando ele viu a novata tomar um slush de uva. Os de uva eram sempre os piores. A garota ficou parada no meio do corredor enquanto todos estavam rindo dela. Ele sentiu pena dela, conhecia a humilhação que ela sentia. Lembrava de alguém ter comentado que ela tinha virado alvo de Gabrielle.

Thomas acabou fechando seu armário e indo na direção da garota, parecia que tinha caído slush dentro dos olhos dela. Coitada, devia estar ardendo. Tom agarrou o braço dela e começou a guiar ela até o banheiro do terceiro andar que ninguém usava. Em um primeiro momento a novata evitou ele, mas Tom simplesmente falou que só queria ajudar e a garota acabou indo com ele.

Os banheiros da escola não eram muito limpos, aquele não era diferente, mas esse em especial era mais velho. Ninguém usava ele até porque não tinha placa dizendo se era feminino ou masculino. Thomas acreditava que ele era feminino por não ter mictório, mas mesmo os vasos estavam em péssimas condições. As pias não estavam tão ruins, até porque ele e James costumavam limpar elas para poderem usá-las para lavar a cabeça quando jogavam slush neles.

Tom pegou a cadeira que ele deixava lá e encaixou na pia colocando a novata lá.

- Abaixe a cabeça para eu poder jogar água no seu cabelo e olhos. - Jean fez como o garoto tinha pedido.

- Obrigado por me tirar de lá - A novata falou abrindo os olhos e se focando no garoto a sua frente.

- Eu sei como é horrível levar isso. - Respondeu Tom tirando o excesso de slush do cabelo da garota.  Qualquer vítima de Gabi merecia sua ajuda.

- Mesmo assim, não era sua obrigação me ajudar.

- Então, como você virou alvo do demônio?

- Você quer dizer a Gabi? – falou Jean rindo – o namorado dela deu em cima de mim na festa. Eu dispensei ele, eu nunca ficaria com alguém namorando, mas pra namorada dele isso não faz diferença.

- Vadia ela, né? Achei engraçado a Angel não ter te defendido. Vocês estavam tão próximas no Glee club.

- É, nós meio que tivemos uma briga.– falou Charlie em um tom abatido.

- O que houve? - Thomas notou que Jean estava relutante em continuar. - É bom desabafar, ajuda, eu também estou brigado com uma das minhas amigas.

- Quem? A ruiva ou a loira?

- A ruiva. - Tom ainda estava com raiva da Mary, mas ele estava precisando desabafar e a Emely nunca foi uma das melhores ouvintes.

- O que houve? - Nesse momento Thomas já tinha terminado de limpar o cabelo de Jean e estava estendendo uma de suas toalhas para ela - Obrigado.

-Ela entrou para as cheerios. - Tom notou que Charlote estava o encarando como quem dizia "e..." - Isso é tipo entrar no time inimigo porque ela vai estar do lado do povo que nos joga slush e faz todo aquele bullyng.

- Ela tentou se explicar?

- Ahn, sim...

- E o que ela disse?

- Eu meio que não deixei ela se explicar. - Falando em voz alta fazia Tom se sentir um pouco culpado por não ter deixado Mary falar, mas sua raiva naquele momento ainda era maior que seu culpa.

- Você devia, as vezes ela tem uma boa razão para isso. - Ponderou Jean.

- Eu sei que eu devia, mas não dá! Tipo, sei lá, é difícil explicar, eu sei que eu vou deixar ela se explicar, mas eu quero ter pelo menos ter me acalmado para tentar entender o lado dela e não sair gritando e brigando.

- Olha, nem tudo é o que parece, por exemplo, eu comecei uma briga estúpida com a Angel e agora eu estou tentando me desculpar, mas ela só me ignora, eu quero me explicar, tudo bem que minha explicação não é a das melhores, mas mesmo assim! Eu não quero perder minha amizade com ela. - Tom conseguia notar que Jean estava abatida por causa disso.

- Relaxa, tenho certeza que ela vai te ouvir, a Angel é popular e tudo mais, mas ela parece ter um coração diferente do resto dos populares. - Tom conseguiu arrancar um sorriso de Jean com o comentário - Por que você não senta comigo no almoço de hoje? Eu notei que você anda almoçando sozinha. Eu posso te apresentar para os meus amigos. Eles são bem legais, quero dizer, a Emely pode ser meio implicante e o James meio tagarela, mas você aprende a gostar deles.

- Sério? Seria ótimo, muito obrigada – falou Jean se sentindo muito grata. Angel a tinha deixado à própria sorte depois da briga e estava sendo muito difícil aguentar tudo aquilo sozinha. Pelo menos assim teria com quem conversar.

- Que isso – falou Thomas contente por ter achado uma nova amiga. - Deixa eu te emprestar uma blusa, aposto que você não vai querer ficar usando essa ai suja de slush.

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Aquela semana tinha sido péssima para James. Ele não só tinha sido humilhado no final de semana, como também teve que fazer o seu trabalho do Glee com o Alex. Não era como se James nunca tivesse passado por situações embaraçosas, mas cantar e dançar com um menino que o tinha beijado e que tinha cabeceado era muito pior que qualquer situação que tivesse passado.

 Não tinha certeza se devia pedir desculpas, exigir desculpas, fingir que nada aconteceu ou talvez brincar sobre aquilo. Nada lhe parecia natural. Acabou não falando direito com o garoto sobre a apresentação e acabaram meio que improvisando. Não ficou bom, eles estavam sem sincronia e em um clima estranho, mas nenhuma das apresentações ficaram realmente boas. A do Thomas e Bia ficou sem nenhuma química ou sentimento e a do trio ficou muito estranha, um cantando por cima do outro e Emely estava de má vontade e ignorando a Mary.

Emely tinha um ponto em agir daquele jeito. James não sabia o que se passava na cabeça de Mary quando entrou para as cheerios, ela não se explicou muito bem, mas ela sabia o que aquilo significava para o grupo. Era a mais alta traição, e ele não conseguia perdoá-la ainda. Não depois do que aconteceu na festa. Danniel tinha acusado ele de ser dramático, mas o Dani não entendia. Ele não era um loser.

O garoto estava na sala do Glee esperando a aula começar. O professor não demorou muito para chegar, ele respirou fundo, tomou um gole de água antes de começar a falar:

- Então turma, não sei se perceberam, mas a lição da última semana não correu bem. Vocês estavam muito desconectados e sem química, e foi realmente decepcionante. Eu esperava mais. Eu queria começar a tradição de eleger sempre um campeão da semana, de melhor apresentação, espero que isso estimule vocês a melhorar.  Essa semana acho que os vencedores óbvios são... Angel e Jean.– falou ele aplaudindo de forma desanimada incentivando o resto a imitar o gesto - Parabéns garotas, a apresentação de vocês foi a única que realmente teve uma química ótima e um ritmo animado e coerente. Vocês formam uma bela dupla.

- Nem tanto – falou Angel de forma fria. James notou como aquelas duas palavras atingiram Jean que logo abaixou a cabeça triste. Thomas tinha apresentado Charlie para eles. A garota era quieta, mas simpática, e tinha comentado que tinha tido uma briga com a morena e que estava sendo a vítima número um de Gabrielle. Parecia que a semana dela estava sendo tão agradável quanto a de James.

- Ok... – falou Nick meio confuso – de qualquer forma, vamos agora assistir às audições dos nossos dois candidatos, Celina e Richard.

James quase gritou de ódio. Não bastava a humilhação de sábado, a briga com Mary e a vergonha com Alex, agora dois dos seus maiores bullys estavam entrando no clube. O que eles estavam fazendo ali? Pareciam baratas, estavam em todos os lugares. Daqui a pouco eles infestariam as ruas, as casas a água. O mundo não acabaria com uma infestação de zumbis, mas com uma infestação de bullys.

Celina cantou primeiro. Apesar de não passar muita emoção, tinha uma voz boa e bem característica, dando à apresentação muita personalidade. A vadia ainda por cima é talentosa pensou James. Apesar de sua humilhação ter sido obra quase que exclusivamente de Gabrielle, Celina era sua melhor amiga e a apoiou, o que já era suficiente para que o garoto a detestasse.

Depois dela foi a vez de Richard. O garoto tinha uma voz normal, mas cantava com muito estilo, tendo apoio de ser o estereótipo da beleza. Durante a apresentação ele piscou para Charlie e James repentinamente se deu conta de porque ele estava ali. Ele estava lá para dar em cima de Jean. E o pior é que ele não era discreto. Gabi logo perceberia e um outro tipo escuro e tenebroso de fúria cairia em sua mais nova amiga. Jean parecia também não gostar dessa perspectiva.

- Parabéns aos dois, vocês entraram.  Muito bem alunos, não temos muito mais tempo de aula, mas eu já vou dar a lição para semana que vem. Não é complicado, vocês só tem que fazer apresentações em dupla e um trio de nova, mas vocês podem escolher as duplas e as músicas. Tomem o resto da aula para se organizarem.

Normalmente era preestabelecido que ele sempre fazia os trabalhos em dupla com Mary, mas ele ainda não a tinha perdoado, portanto perguntou à Charlie se queria fazer dupla, e ela aceitou de bom grado, aliviada que teria com quem ficar, sem correr o risco de ficar com o Richard. Mary foi ao melhor amigo  e perguntou:

- E então, vamos cantar qual música?

- Na verdade, eu vou fazer esse trabalho com a Jean – respondeu secamente.

- Podemos fazer um trio – falou a ruiva meio irritada.

- Talvez você devesse fazer com Celina, que é do seu grupo, cheerio – falou James de forma agressiva.

- Talvez eu deva ficar alguém que não haja como uma criancinha de 5 anos – explodiu Mary.

James a observou ir para o outro lado da sala, pensando se estava sendo duro demais. Talvez Dani tivesse razão e ele estivesse sendo dramático demais. Começou a se afogar em seus próprios pensamentos, até que Charlie o resgatou para a realidade:

- Você não devia ser tão duro com ela.

- Por que não? – perguntou James esperando que ela dissesse algo que o ajudasse a tomar conclusões.

- Se você dramatiza muito uma situação você acaba criando problemas graves a partir de um simples. Acredite, eu sei. Eu fiz exatamente isso com a Angel – falou com remorso. Isso fez James refletir. Talvez estivesse de fato criando problemas desnecessários.

- Você tem razão. É só que eu estou muito estressado essa semana. A minha apresentação ficou um lixo e aquela Gabrielle está me esquentando muito a cabeça.

- Eu sei bem o que é isso. Aquele demônio não larga do meu pé – falou a loira visivelmente irritada. Dava para ver o ódio em seus olhos. Aquilo deu uma idéia a James de como melhorar a sua semana.

- Olha, eu não sei, mas acho que eu tenho uma idéia de como fazer ela experimentar do próprio veneno – falou James com um sorriso malicioso.

- Sou toda ouvidos – respondeu a garota, animada com a perspectiva de tirar aquela garota de seu pé.

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Mary bateu seu armário com força e se encostou em frente dele, ela jurava ter ouvido um clack e achava que talvez tivesse quebrado alguma coisa, mas ela não ligava. Ela estava furiosa, com seus amigos, com a escola e com Danniel por ter sugerido a idéia dela de entrar nas Cheerios e consigo mesmo por ter aceitado a idéia.

Depois do que Mary descobriu o que houve na festa com seus amigos, ela ficou muito preocupada com eles. Ser loser era difícil, mas ser o alvo principal das cheerios seria quase insuportável, tinha medo até que trocassem de escola. Então ela pediu ajuda a Dani para achar uma forma de tirar eles da mira dos populares. A idéia que ele sugeriu foi horrível, mas Mary não conseguiu achar uma melhor.

O plano era que ela entraria nas Cheerios, se aproximaria de Gabrielle e a convenceria a tirar o foco de seus amigos. Dani conseguiu para ela uma audição para as cheerios e como Mary era uma esportista nata conseguiu entrar. Normalmente seria difícil para uma loser como ela se aproximar da head cheerleader, mas a festa de sábado tinha elevado muito o status de Mary, em parte porque ela fez uma participação no show dos gêmeos, mas principalmente porque ela ficou com um dos caras mais populares do colégio.

Normalmente a ruiva nunca ficava com um cara de primeira, mas o insulto que Paul tinha feito a tinha desafiado. Ela sentiu a necessidade de provar que ela podia se divertir, aí acabou bebendo muito e ficando com o jogador de futebol que deu em cima dela. Em defesa dela ele era simplesmente lindo.

E a festa realmente foi ótima. Foi apresentada à Bia e achou ela muito simpática e divertida, acabaram se divertindo muito dançando e jogando jogos e se deram tão bem que Bia acabou sugerindo que participasse do show dela e de Paul, o que Mary aceitou, pois sabia que irritaria muito o menino.  Mas acabou sendo muito divertido, e esse destaque acabou elevando bastante a popularidade de Mary. Ela não tinha levado slush naquela semana, e as pessoas a cumprimentaram educadamente.

Isso aborreceu um pouco seus amigos que consideravam popularidade um pecado. Mas nem se comparava a quando ela entrou nas cheerios. Ela imaginou que eles reclamariam, mas não imaginou que seria tanto. Nunca soube que seus amigos poderiam ser TÃO dramáticos. Contar pra eles o motivo provavelmente resolveria a questão, mas não queria fazer isso. Bancar a protetora deles feriria muito os seus egos, e eles com certeza a forçariam a parar, e isso ela não faria. Não poderia deixar seus amigos serem tão judiados assim. Então esperaria até que resolvesse o problema , e depois contaria a verdade. Nem demoraria tanto tempo assim.

Ela já tinha progredido muito, sabia muito bem convencer as pessoas. É só usar o ponto fraco da personalidade de cada um. O de Gabi foi fácil de achar, o ego. Bastou cobri-la de elogios e adoração(falsa obviamente) para convencê-la de que ela era tão superior a eles, que eles eram tão insignificantes que puni-los além do que já tinha punido seria dar relevância demais a eles, o que eles não mereciam. Então a melhor forma de castigá-los agora era deixá-los em paz.

A morena hesitou um pouco, mas acabou concordando com ela. Afinal, uma deusa não interfere muito no mundo dos mortais. Então contanto que eles não fizessem nada para contrariá-la, e se limitassem a continuar invisíveis, ela voltaria ao padrão normal de bullying. Mary se sentiu meio doentia por bajular tanto uma pessoa que detestava, mas era a melhor saída. Só precisaria garantir que Gabi não mudasse de idéia e que a paz se consolidasse para poder sair das cheerios e explicar tudo para os amigos.

Mas ela estava meio sozinha enquanto esperava, já que eles não falavam direito com ela. É incrível o quanto eles eram cabeças dura.  Eles nem deixavam ela tentar se explicar! Era só ela abrir a boca para um deles começar a ignorar ou xingar ela. Poxa! Eles eram amigos a que? Dois, três anos?! A verdade era que ela estava triste pela forma como eles simplesmente a condenaram sem defesa. Ela achava que a amizade deles era mais forte que isso. Mas talvez fosse precisamente pelo que aconteceu sábado que eles ficaram tão revoltados. Ela estava curiosa para saber em quanto tempo eles a perdoariam se ela não dissesse a verdade, até tinha vontade de não contar e continuar nas cheerios,  só para testá-los.

Bem, pelo menos ela ainda tinha Danniel, que na festa apresentou ela a várias pessoas legais, como Bia, que diferente do irmão,  parecia ter um pouco de senso. Ele e a garota estavam fazendo companhia para ela nesse momento.  Só tinha medo era que seus amigos fizessem alguma coisa para atrair a ira de Gabi. Mas achava que não. Eles provavelmente só queriam esquecer ela e que ela esquecesse  deles. Eles não devem fazer nada pensou Mary se tranquilizando logo tudo estará em paz e voltará ao normal.

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Conversar com Charlie realmente melhorou muito o humor de James. Ela era um pouco tímida, mas depois que superou a timidez o garoto viu o quanto ela era simpática. E o melhor, ela entendia ele. Ela também tinha brigado com a melhor amiga, ela também era vítima de Gabrielle e assim como ele todos acreditavam, sem razão, que ela era gay. Mas o que realmente tinha animado James era a idéia de vingança.

Seu pai era entomologista, o cientista que estuda os insetos, portanto ele tinha vários viveiros com os mais variados insetos para o estudo. O plano de James era simples, colocar algumas baratas no armário de Gabi, e quando ela abrisse, todas voariam em sua direção para o terror da cheerio e deleite do loser. Ela talvez enfartasse se James tivesse sorte.

Mas tinha um problema. Ele não sabia a senha do armário de Gabi e nem tinha como descobrir, portanto teria que abrir o armário com a chave mestra da escola e a única pessoa que tinha essa chave além dos diretores era o aluno-monitor da escola. A escola resolveu que tinha que ensinar valores e honestidade aos alunos, portanto confiou essa chave a um aluno para que ele policiasse os alunos, checando os armários por drogas e pornografia, que eram obviamente proibidas. A idéia parecia boa, tentar treinar os alunos para assumir posições de autoridade de forma ética. Mas se adultos são facilmente corrompidos, imagina um adolescente em uma escola lotada de bullying. Ele foi corrompido no primeiro dia, e a chave começou a ser usada pelos populares para fazer trocadilhos cruéis. Mas aquela era uma faca de dois gumes.

James conversou com o monitor e o preço dele era um encontro com uma garota gostosa. Era exatamente por isso que James ainda não tinha executado esse plano ainda. Ele já tinha bolado isso há alguns dias, mas ele estava brigado com Mary, e Emely tinha achado aquilo muito patético, e como tinha um outro plano com Thomas, se recusou a fazer isso. Felizmente a sede de vingança de Jean era grande, portanto depois de hesitar um pouco ela acabou concordando.

- Você não era lésbica? – foi o que perguntou o monitor quando James apresentou Jean para que pudessem pegar a chave.

- Não, são essas cheerios demoníacas que andam espalhando esses rumores absolutamente falsos sobre a minha sexualidade.  – falou a garota com convicção e bufando de raiva no final. Ela estava com muita raiva desses rumores.

- OK, relaxa – falou o garoto que estava checando a loira de cima a baixo – Eu vou te pegar amanhã às 19:00, nós vamos para o Breadsticks. Aqui está a chave, devolvam ela em uma hora sem atrasos.

- Pode deixar – falou James pegando a chave e saindo com Jean. Quando se afastaram o suficiente dele, comentou de forma zombeteira – e então, animada para o seu encontro? Ele até que não é mal partido.

- Qualquer cara que precise conseguir encontros por uma troca é um mal partido – falou a garota enquanto andavam arrancando uma risada de James.

- Lamento que tenha de passar por esse tormento – falou o garoto.

- É ruim sair com alguém assim, mas no mínimo vai ser engraçado ver o que meu pai vai falar para ele quando ele for me pegar – falou a menina, sorrindo ao imaginar a cena.

- Seu pai é super protetor?

- Com algumas coisas sim. Ele é meio estranho, tipo ele me deixou pular de parapente, mas não gosta que eu chegue em casa depois das 21:00 – falou Jean se lembrando da cena dele com Angel.

- Você chama isso de estranho? Um dia desses eu te apresento aos meus pais, você vai atualizar sua definição de estranho – comentou James enquanto chegavam no armário de Gabi – é aqui o armário da Gabrielle.

Ele olhou ao redor e esperou até que fossem os únicos no corredor. Eles estavam matando aula de história para colocar os insetos, mas várias pessoas matavam aula e ficavam vagando pela escola. Mas naquele momento não passava ninguém. Jean abriu o armário rapidamente enquanto James colocava o pequeno pote de baratas no armário. Ele abriu a tampa e fechou a porta do armário rapidamente. Dava para ouvir o barulho delas voando lá dentro.

Eles sentaram no corredor e ficaram esperando o horário do recreio para que Gabi viesse abrir o armário. Ambos estavam explodindo de expectativa e nervosismo, mas tentaram se distrair conversando sobre seus gostos musicais. Apesar da ansiedade ser grande, o tempo não demorou a passar. Logo o sinal bateu e a head cheerleader apareceu no corredor andando em direção ao armário com slush na mão, provavelmente destinado à um deles. Jean e James ficaram observando cada passo da garota que parecia andar em câmera lenta. Mas depois de intermináveis segundos em que a expectativa dos dois crescia ainda mais, ela abriu o armário.

Quando as baratas saíram voando a garota deu um grito tão estridente que James teve certeza que os vidros quebrariam. Ela tropeçou e caiu de bunda no chão derramando todo o slush em cima de si, com uma cara enjoada e aterrorizada, passando a mão no cabelo desesperadamente com medo de ter alguma barata lá. Em alguns segundos a diva que desfilava ficou parecendo uma mendiga louca. E aquilo fez James e Jean gargalharem, gargalharem tanto que quase ficaram sem fôlego. Tinham vingado tudo que Gabi tinha feito até então e pré-vingado tudo que ela ainda faria. Estavam quase indo embora impunes na confusão,até que Gabrielle os viu e disparou a gritar:

- Foram eles!!! Foram esses filhos da puta, idiotas, terroristas que fizeram isso comigo. Mas vocês vão pagar, pagar caro, CARÍSSIMO!!!! – berrava a menina quase se dissolvendo em ódio. Naquele momento o professor do Glee club apareceu e a menina aproveitou a chance e disse em tom choroso – Professor, por favor me ajude. Essas pessoas horríveis e mesquinhas estão fazendo bullying comigo, eles colocaram baratas no meu armário. Não é verdade gente?

- É verdade! – disse um jogador de futebol – foram eles, eu vi! Fazendo algo de tão horrível com a pobre e inocente Gabrielle – pobre e inocente? É assim que vocês descrevem essa menina? Sério?-  pensou James.

- Eu também vi! – comentou uma cheerio – eles são horríveis! Praticando o pior tipo de bullying, não, nem é bullying, é terrorismo. Aposto que eles são da Al Qaeda – sim, um membro do principal grupo anti-EUA do mundo se incomodaria em pregar uma peça em uma estudante de Ohio.

- Foram eles mesmo, eu tô de prova, vi eles mexendo no armário dela! – falou um menino qualquer. De repente James soube que não havia como sair impune. Mesmo que ninguém tivesse visto alguma coisa, e ele sabia que não tinham, eles mentiriam pela Gabrielle e eles seriam levados para a diretoria. James sentiu-se terrivelmente culpado. Não por ter atingido a head cheerio, mas por ter colocado Charlie em confusão.

- Fui eu que coloquei os insetos mesmo. Eu sozinho, totalmente minha culpa. E faria de novo! Está mais do que na hora de alguém deixar a maior bully dessa escola provar do próprio ! – confessou o James. Não planejava fazer isso, mas as consequências seriam as mesmas, e no mínimo assim pouparia Jean.

- Vem garoto, nós vamos ter que conversar com seus pais – falou Nicholas arrastando James para sua sala. James foi pensando no esporro que levaria dos pais. Agora que tinha assumido, não poderia mentir para os pais ou inventar alguma desculpa, mas quando olhou para Jean e a viu gesticulando “obrigada” muito aliviada, soube que valeu a pena.

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Emely estava muito nervosa. O drama de sábado a tinha humilhado completamente, e ela nunca sentira tanto ódio na vida. Emely sempre foi uma loser, o bullying com ela costumava ser leve, vários xingamentos, piadas ofensivas, e muito ocasionalmente levava empurrões contra o armário. Com isso ela estava acostumada. Não podia se importar menos com o que os outros diziam e ignorava os empurrões. Mas aquela humilhação absoluta na festa era muito além do que suportaria sem  reagir.

E era por isso que tinha faltado a aula e estava no transito.  Para uma cidade pequena, Lima tinha um transito péssimo, e Emely estava sem paciência para aquilo, por isso estava buzinando e gritando com os que atrapalhavam a circulação de carros. Um homem com a sua família dentro do carro cortou a loira no cruzamento, ao que ela gritou:

- VAI DIRIGIR ASSIM COM A FAMÍLIA NO CARRO SEU MANÍACO!  TIRO A CARTEIRA ONDE, NO  MARIO KART?!! – berrou buzinando.

Como que eles deixam essas pessoas dirigir? pensou a menina com os nervos à flor da pele. Normalmente ela  manteria a calma, mas não era só pelo drama de sábado que estava nervosa. Também estava furiosa com Mary. Como ela pôde entrar para as cheerios? Será que ela queria magoar eles? Faria tudo descobrir o porquê dela fazer isso, menos conversar com ela. Estava furiosa demais para isso. Estava quase chegando a seu destino quando uma velhinha bonitinha, de aspecto frágil virou sem dar seta.

- OH MÚMIA! SE NÃO SABE DIRIGIR VOLTA PRO SEU SARCÓFAGO!! – gritou a menina descontando sua raiva.

Finalmente chegou na casa que queria. Estacionou na rua um pouco longe e foi andando em direção a porta, seu humor melhorando a cada passo. Tocou na campainha e logo a empregada apareceu para abrir a porta.

- Bom dia, eu gostaria de saber se eu poderia falar com o senhor e senhora Oliver. Não vai demorar muito e é um assunto importante, é sobre a filha deles, Gabrielle – falou Emely de forma educada e simpática.

- Claro, vou chamar eles para você. Espere um pouco por favor – falou  empregada indo para dentro da casa. Ela demorou alguns minutos, mas acabou voltando e dizendo – entre, eles estão na sala.

Emely entrou e foi  em direção aos pais da morena. A casa dela era linda. A sala era enorme, o chão era de granito preto e as paredes eram branca, o sofá era cinza e muito comprido, a televisão era enorme e tinha uma estante de livros bem grande e repleta de livros que a loira não pode identificar. Os pais de Gabi estavam no sofá e ela os cumprimentou:

- Bom dia senhor Oliver, bom dia senhora Oliver. Eu lamento muito incomodar vocês, mas eu realmente preciso falar com vocês – falou a garota em tom de preocupação.

- Não se preocupe com isso – falou a mãe de Gabrielle. Ela parecia com a filha, mas era mais baixa  e de rosto mais arredondado – a nossa empregada disse que era sobre a nossa filha. Aconteceu alguma coisa?

- Não é o que aconteceu, mas o que vem acontecendo há algum tempo. Vejam, eu sou amiga dela, e a gente sempre guarda os segredos uma da outra, mas recentemente ela está exagerando muito – Emely estava muito calma, mas agia como se estivesse preocupada e nervosa, e os dois estavam acreditando.

- Do que exatamente você está falando? – perguntou o pai preocupado.

- Bem, eu não sei se vocês já perceberam, mas ela bebe em festas, o que não tem problema, a maioria de nós faz isso. Mas de uns tempos para cá ela vem bebendo muito, mas muito mesmo. São as noites que ela vai dormir na casa das amigas – falou a menina que teve que esconder o sorriso quando viu que os pais da menina acreditaram nela.

- Meu deus, realmente, ela dorme fora em toda a festa. Como que eu não desconfiei disso? Meu deus, nosso bebê está virando alcoólatra! O que vamos fazer, OH MEU DEUS, o que vamos fazer? – falou  a mãe quase entrando em desespero. Aquilo já iria fazer um grande estrago na vida social de Gabi. Mas não grande o suficiente.

- Não é só isso. Eu fiquei preocupada com a bebedeira, mas achei que seria só uma fase, que ela superaria logo, e voltaria a ser a garota virtuosa que conheço. Eu nunca imaginei, quero dizer, como poderia, a menina parecia estar  bem... – falou a garota, gaguejando para que parecesse nervosa e mais convincente.

- O que? – perguntou o pai – pode falar não tenha medo.

- Ela começou a usar drogas.  Ela sai com o namorado e uns amigos dele, para usar drogas. No começo acho que era só maconha. Eu me lembro de encontrar a Gabi em um parque e ela estar fumando com  um grupo. Ela até fumou no banheiro da escola uma vez e quase morri de preocupação, achando que ela seria expulsa da escola, mas nenhum professor descobriu – falou  a loira em um ritmo frenético. Ela estava mantendo os olhos abertos para que lacrimejasse e parecesse que estava chorando de preocupação.

- Eu sabia! Eu SABIA que aquele garoto era encrenca, sempre desconfiei dele, mas como a gente tem que dar espaço aos filhos deixei ela ficar com ele. Foi um erro grave, um erro gravíssimo – falou a mulher que estava vermelha de raiva e preocupação.

- Não é só isso – falou a menina derramando lágrimas falsas – nas festas ela está cheirando cocaína. E ela nem sequer tenta esconder. Já até me ofereceu, disse que nunca ia realmente aproveitar uma festa até experimentar a droga. Eu estou preocupada, muito preocupada.

- Você tem certeza disso? – falou o pai sem saber se acreditava na história – isso não se parece muito com a Gabi. E como ela acharia o dinheiro para isso? – Emely ficou um pouco nervosa.  O pai dela não estava acreditando, mas no mínimo a mãe engoliu a história. Só podia torcer para que o que ia fazer o convencesse.

-Toda festa que tem ela faz strip – falou Emely em tom angustiado e choroso ao enxugar as lágrimas. Não tinha conseguido chorar muito mais – ela cobra de todos os meninos e cobra caro. Eles tiram fotos e ficam espalhando. Eu até trouxe uma das fotos – falou mostrando uma foto que um menino tirou de Gabi sem camisa na festa de Alex. Thomas tinha visto alguns geeks conversando mostrando um para o outro, e conseguiu convencer eles a lhe enviar a foto por mensagem. Foi daí que surgiu o plano.

- MEU DEUS, minha filha está se vendendo – falou a mãe horrorizada.

- Muito obrigado por nos contar isso – disse o homem encarando a foto com uma cara séria. Parecia que ele estava quase acreditando – você é a...?

- Emely – falou a garota. Não era prudente dizer seu nome, mas a garota queria que Gabi soubesse quem tinha feito aquilo e porque.

- Emely, sim. Mas poderia por favor ir embora? Eu e minha mulher temos muito sobre o que conversar.

- Claro, eu compreendo perfeitamente – falou a loira indo embora.

A caminho do carro um sorriso se formou em seu rosto. A idéia original tinha sido de Thomas, e era de só mostrar a foto de Gabi seminua para os pais dela. Emely complementou  o plano.  Talvez tivesse exagerado um pouco, mas o importante era que tinha passado a mensagem de que eles não aceitariam mais todo esse bullying quietos. Isso era histórico, losers revidando contra o bullying. E era uma história da qual Emely gostava de fazer parte. Então entrou no carro e foi enfrentar o transito de bom humor, sabendo que tinha declarado guerra contra os populares.

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Era sexta-feira, a ultima de agosto e Nicolas estava em sua sala. Nic estava fazendo suas considerações sobre o Glee, ele estava até que satisfeito com o Glee Club, ele ainda precisava de mais uma pessoa para entrar no clube, mas o que já estavam contavam e dançavam rasoavelmente bem. Durante as três primeiras semanas ele passou fazendo anotações de cada aluno sobre sus pontos fortes e fracos. Os gêmeos cantavam e dançavam bem, não que nenhum dos dois tivesse uma voz potente, mas a voz dos dois era melodiosa e ficavam muito bem juntas.

Thomas tinha uma voz grossa e rouca, o que limitava as musicas que ele podia cantar, mas mesmo assim o garoto tinha um bom controle de sua voz, o problema era que o garoto não tinha quase que nenhuma expressividade corporal. Alex dançava muito bem e apesar de sua voz ser uma das mais flexíveis dava para notar que o garoto não conseguiria segurar notas muito grandes.

Mary tinha uma voz delicada e muito bonita, mas ela não conseguia controlar muito bem também a sua voz, Nicolas sabia que se a garota aprendesse a segurar as notas ela seria a melhor cantora feminina do glee. A Emely dançava muito melhor do que cantava, Nic já sabia quem lideraria o grupo no requisito dança, seria a Emely e o Alex. Jean dançava muito bem e cantava bem também, mas Emely ainda dançava melhor que ela. Celina pelo pouco que viu contava e dançava bem, mas nada de tão incrível assim.

Nicolas ficava em duvida quem seria o vocal masculino, Richard ou James. James cantava muito bem, mas ele tinha uma dificuldade em dançar, enquanto Richard apesar de ser bom nos dois requisitos não era espetacular em nenhum dos dois. Quanto ao vocal feminino ele decidiu pela Angel, a garota dançava bem e cantava muito bem, tinha uma voz bem potente apesar de delicada.

A selecionais não estavam tão longe, mas também não estavam tão perto, quero dizer, elas seriam em final de outubro e eles já estavam no inicio de setembro, o que fazia Nic se preocupar com o numero de integrantes, eles ainda precisavam de mais um membro. O tema das selecionais era  nostalgia. Ele tinha que até final de setembro aparecer com uma lista de musicas prontas, mas ele simplesmente não sabia que musicas por.

Outro ponto que preocupava Nicolas era a divisão do glee em dois grupos. Às vezes ele tinha a impressão de que aquela sala era um barril de pólvora pronto para explodir. Uma das coisas que deixou ele preocupado foi na confusão que James de envolveu, quero dizer, colocar baratas no armário de uma garota? Foi uma idéia muito criativa, mas mesmo assim, não se faz isso com as pessoas. Nic estranhou aquilo porque James parecia ser um garoto calmo e fácil de se conviver. Nicolas estava em sua sala de aula esperando pelo pai do James para conversar com  ele sobre o ocorrido, enquanto James estava na sala do diretor para pegar sua suspensão de um dia.

- Com licença, o senhor é o professor Miller? - Um homem na casa dos quarenta bateu na porta da sala que estava aberta para chamar a atenção de Nicolas. Ele era de estatura mediana, usava um casaco marrom com uma blusa azul clara e uma calça jeans. O homem tinha os cabelos pretos e curto com uma barba para fazer e óculos de grau.

- Sim, sou eu, o senhor deve ser o pai do James certo?

- Pode me chamar de Arthur - Ele estendeu a mão para o professor sorrindo  - Então, o que meu filho fez para que eu fosse chamado aqui? - Perguntou Arthur se sentando na cadeira vazia que estava a sua frente.

- Ele roubou a chave mestra dos armários e colocou baratas no armário de uma das alunas.

- Ah! Isso explica as baratas desaparecidas do meu trabalho! - Comentou Arthur mais para se mesmo, mas Nicolas ainda o ouviu e arqueou uma sobrancelha - Ah! É que eu sou entomologista, eu trabalho com insetos. Mas foi só isso que ele fez?

- Bem... sim – como assim só isso? pensou - mas isso é serio, agora na escola nós provavelmente vamos ter problemas com baratas.

- Relaxa, eu nunca tive a ilusão de que vocês já não tivessem esse problema, mais algumas não vai fazer nenhuma diferença, mas quanto tempo ele vai pegar de suspensão? Eu imagino que ela vai pegar uma suspensão no mínimo – falou ele com tom despreocupado.

- Acho que um dia só. - Falou Nicolas, ah! Como ele queria que o pai dele fosse mais como o de James.

- Então tudo bem, tem mais alguma coisa? – perguntou o homem.

- Por que você escolheu trabalhar com insetos? Eles são nojentos. - Perguntou Nicolas fazendo uma careta e arrancando uma risada de Arthur.

- Eles são muito interessantes! E nem são assim tão nojentos sabe? -  comentou o homem que claramente amava o trabalho – você sabia que...

Ele tão bonito.Parece até um galã de cinema sem photoshop.

Você devia estar prestando atenção!

Ele ficaria ótimo em uma capa de revista. Mas acho que em filmagens nem tanto

Alôo. Você me ouviu?

Se ele aparasse mais a barba ficaria ainda melhor

HEY!!! Me ouve, porra!

 O que foi?

Você deveria estar prestando atenção

Por que?

Foi você que fez a pergunta!

Mas ele é tão bonito, olha! Os olhos dele são azuis!

Sabe outra coisa sobre ele que eu sei?

O que?

Olha para a mão dele...

O que que tem?

Ta vendo o anel dourado na mão esquerda?

Ahamm, e dai?

Ele é comprometido seu idiota! E o pai de um aluno. Ele está fora de cogitação

Ah é! Você é a parte chata do meu cérebro, eu esqueci....

Eu não sou chato!

Foi você que me fez entrar nesse trabalho e entrar no grupo de pesquisa do papai na faculdade, então sim, você é o chato!

Ok! Mas isso não muda o fato de que eu tenho razão. Você não vai dar em cima dele! Ouviu?!

Tá mamãe...

- Pai? - James entrou na sala estranhando o fato de seu pai estar debruçado sobre a mesa de seu professor falando animadamente enquanto seu professor sorria bobamente.

- Hey! Podemos ir? Já pegou sua suspensão? -Perguntou Arthur que se levantou e se dirigiu ao seu filho.

- Sim, podemos.

- Ótimo! Foi muito bom conversar com você professor Miller - Arthur enfiou a mão no bolso e tirou um cartão que entregou ao professor - Aqui tem meu número caso você precise. - entregou sorrindo para Nicolas que pegou e ficou se perguntando o que faria com ele. Pode reparar o revirar de olhos de James - Vamos filho.

James e Arthur saíram e Nicolas só conseguia ficar encarando aquele pedaço de papel sabendo que devia jogar fora já que era óbvio que o pai do James já era casado. Mesmo assim Nic ainda colocou o cartão em um dos bolsos de sua mochila.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse capitulo ficou bem grande, espero que tenha valido a espera ^^
Mereço reviews?!