Quinta Feira – Horária do Almoço

Estava na hora do almoço e Thomas estava de mal humor. O bebê do vizinho tinha chorado a noite inteira e por isso mal tinha dormido, as aulas do dia tinham sido especialmente chatas, e não gostava do almoço do dia.

- Vocês dois sabem que o mash-up que vocês fizeram ficou horrível, né? – Perguntou Mary quando viu Thomas e Emely sentarem-se à mesa com seus almoços. E no começo do almoço já veio criticas. Perfeito.

- Não é minha culpa se a gente não chegava a um consenso com que musica cantar – Respondeu Tom.

- Eu diria 50% de culpa. Mas tipo, vocês podiam ter cantado separadamente, vocês sabem né? – Pontuou James comendo suas batatas fritas;

- Tom estava com medinho de cantar em frente de todo mundo, principalmente quando ele viu o numero de pessoas inscritas, então eu, como pessoa maravilhosa que sou, cantei com ele – Explicou Emely que revirou os olhos com a criancice do seu melhor amigo. Tom acreditava que Emely seria uma pessoa maravilhosa se tivesse sentimentos. Mas estes estavam em falta há muito tempo.

- Eu não estava com medo, eu tenho vergonha, todo mundo tem vergonha de alguma coisa! – Contra-argumentou Tom, que sempre foi envergonhado.

- Ficou ruim, mas vocês entraram e é isso o que importa. O que vocês acharam dos outros que entraram? – perguntou James.

- Eu fiquei surpreso com o numero de gente popular que entrou. Nem imagino por que eles desceriam de seus pedestais para entrar nesse clube! – falou Thomas franzindo a testa. Ele tinha imaginado que o Glee seria um clube sem bullying. Agora não tinha tanta certeza.

- Sei lá. Quem é aquela garota que estava falando com a Angel? Deve ser novata, eu nunca vi ela antes – Disse Emely.

- Qual o nome dela mesmo? – Perguntou James.

- É Jean eu acho. Parece que ela está se enturmando com os populares.  – Respondeu Mary.

- Ela parece o tipo que faz bullying pra vocês? – perguntou Thomas. Dos que entraram no clube, nenhum era especialmente cruel ao fazer bullying, mas aquela novata podia vir a ser um sofrimento.

- Não me pareceu, mas nunca se sabe – respondeu James enquanto tentava furtar uma batata de Mary que deu um tapa em sua mão - Só uma! Por favor! – Implorou James.

- Você já comeu as suas, tira o olho das minhas! – Disse Mary tirando o prato de perto de James. Que ficou tentando pegar o que fez Emely revirar os olhos.

Tom se levantou para ir no banheiro e no meio do caminho viu os dois jogadores de futebol, um loiro e outro negro cada um com um copo, logo sabia o que viria, mas não conseguiu localizar uma rota de fuga e levou um slush de blueberry na cara. Todas as slush eram ruins, mas Blueberry era especialmente ruim. Combinava perfeitamente com seu dia. Foi ao banheiro pensando se o encontro de Glee seria tão ruim quanto o resto de seu dia.

Gabrielle entrou no refeitório acompanhada por Celine, ambas vestindo o uniforme das Cheerios. A garota sempre sentia como se estivesse desfilando quando entrava no refeitório por causa dos olhares que atraía. Celina, com seu corpo sensual e sua beleza exótica por ser asiática poderia roubar a atenção dela, mas o uniforme das Cheerios favorecia o corpo de Gabi muito mais que o de sua amiga, e por isso chamava mais atenção.

 Gabi logo localizou Richard conversando com Alex e Daniel, ambos membros do time de futebol. Apesar de Daniel ser do time de futebol, ele era longe de ser popular, já que andava com muitos losers, o que fazia com que Gabi o desprezasse um pouco. A realeza não se mistura com plebeus, assim como os populares não se misturam com losers. Gabrielle e Celina se dirigiram para a mesa para se sentarem.

- Hey lindas! Como foi o dia de vocês? – Perguntou Alex quando Gabi e Lina sentaram-se à mesa.

- Bom, é verdade que você entrou no Glee club?  – Falou Gabrielle levantando as sobrancelhas e esperando que o que ela tivesse ouvido fosse mentira. A popularidade de Alex já era frágil por ele ser bissexual, e o Glee club poderia ser uma grande queda na hierarquia da escola para ele.  Se a popularidade de seus amigos caísse, a dela também poderia, e isso era algo que não aceitaria.

- Entrei, por quê? – Respondeu não entendendo o tom de Gabrielle.

- Porque o Glee costumava ser o cemitério da popularidade quando existia! – respondeu Gabi.

- Isso foi antes. Dessa vez pode ser diferente e os gêmeos entraram e eu gosto de música. Além disso, qual  é o ponto de ser popular se não se pode fazer o que quer? – Gabi não conseguia acreditar no tamanho da ingenuidade dele, mas sabia que não seria capaz de convencer Alex a desistir, então começou a pensar quem poderia substituí-lo caso sua relação com ele chegasse em algum momento a afetar sua popularidade.

- Você que decide, mas saiba que não vai se safar de nenhum dos meus slush se você virar um loser – brincou Celina espirrando um pouco de energético na cara de Alex. Nem dos meus pensou Gabi, mas só que falando serio.

- Aquela novata gostosa amiga da Angel entrou? – Perguntou Ric, atraindo um olhar de medusa de sua namorada – Claro que a novata nem chega aos seus pés, né amor?! – Disse tentando consertar.

- Olha o respeito pela novata – falou Alex em um tom sério que raramente usava.

- E quando você virou o senhor protetor da honra das mulheres? Você nunca fez isso antes! – pontuou Celina. Ela tinha razão, aquilo não era típico do Alex.

Aquilo deixou a Cheerio pensando na reação de Alex e da Angel com a cantada que Ric fez para a Jean quando as duas almoçaram com eles outro dia. Alex nunca fez o tipo ciumento, nem mesmo em relação às pessoas que ele estava afim, mas tinha xingado o amigo com força por uma cantada à uma novata. E se Angel fosse capaz teria matado  seu namorado com os olhos. Gabi fez a anotação mental de tentar descobrir qual era da relação Alex-novata-Angel. Gabrielle ainda assim teria que arrumar um jeito de tirar a atenção de Richard da novata. Uma coisa era trair ele com alguém fora do colégio, até por que ela fazia o mesmo, e com isso ela não se importava. Mas outra completamente diferente era trair ela com alguém do colégio. O colégio era seu território e não podia deixá-lo descontrolado.

- Gabi? Gabi! Oh GABI! – Gritou Celina no ouvido de sua amiga que pulou com o susto. – Sério? Qual é? A gente não é tão chato assim para você ficar viajando tão pesado!

- Desculpe, não foi a intenção. – Respondeu.

- Amor, relaxa! Você anda muito estressada ultimamente! – Comentou Ric.

- É, pensa positivo! Amanhã é minha festa! – Falou Alex dando um sorriso de orelha a orelha!

- Sim, vocês estão certos – Falou Gabi agora prestando atenção na conversa de seus amigos. Aquela festa não era uma notícia tão  boa. Era um tanto difícil manter seu namorado fiel em festas.

- Você vai convidar o povo do Glee? – perguntou Danniel.

- Não tinha pensado nisso. Acho que não. Não conheço eles direito e não parecem ser o tipo de pessoa que sabe aproveitar uma festa – respondeu Alex. Aquela resposta agradou à Gabrielle, que não gostava de incluir losers ao seu ciclo social.

Finalmente estava chegando o fim do dia e Angel estava agitada. Em alguns minutos seria o encontro do Glee club, e estava nervosa para saber como seria o clube e o que ele significaria para a sua popularidade. Muitos losers tinham entrado, o que a deixava nervosa, mas achava difícil que todos os populares que entraram virassem losers da noite pro dia.

Quando chegou à sala só encontrou Paul e Bia esperando. Achou aquilo oportuno, queria tentar convencer Paul a desistir do seu plano de seduzir o professor.

- Oi Bia, oi Paul. Paul, eu sei que você é louco e eu te amo por isso, mas por favor, tenha um momento de lucidez e desista dessa idéia de ficar com o professor – falou Angel sem rodeios.

- Como raios você ficou sabendo do meu plano, Angel?  - Perguntou Paul olhando para ela como se ela tivesse criando uma segunda cabeça.

- A Bia me contou – Respondeu, o que fez Paul olhar para sua irmã com raiva, que em resposta levantou as mãos em sinal de desculpa.

- Angel, me poupe o sermão, ok? Eu não quero passar o ensino médio sem nunca ter ficado com um professor, ou a minha juventude não será completa. – Respondeu Paul, razoável como sempre - Você não precisa me ajudar se não quiser, mas teria como convencer a novata a me ajudar? Ela disse que conhece o professor.

- Nem pense em envolver a Jean nisso – respondeu Angie em um tom sério.

- Se você não for pedir a ajuda dela, eu peço então – disse Paul com simplicidade. Angel se inclinou na direção de Paul até seus rostos ficarem muito próximos e falou num tom baixo e firme:

- Paul, eu estou falando sério, NÃO envolva a Charlotte nisso – o garoto a olhou nos olhos e viu que ela estava falando sério, e como achava que a novata não o ajudaria de qualquer  forma acabou por concordar.

Não demorou muito até o resto dos alunos aparecerem, e por fim o professor. Nicolas fez um rápido agradecimento e cumprimento à turma e logo começou a explicar a atividade do dia.

- Bem gente, como todos sabem eu sou tão novo aqui quanto vocês, então eu pedi opiniões de alguns colegas sobre como começar o nosso primeiro dia, e eu acabei tendo uma idéia para a aula de hoje – na verdade a idéia tinha sido do William e Nick ficou sem criatividade para pensar em algo melhor e acabou aceitando – Uma grande parte do mundo da música é trabalhar com pessoas e músicas estranhas, mas ainda ser capaz de fazer uma grande performance, portanto vocês vão cantar duetos com as duplas e as músicas que eu escolher. Alguma pergunta?

- Mas nós somos nove, alguém vai ficar sobrando. Por que você não participa para completar? Eu seria a sua dupla com prazer! – a ênfase na palavra prazer fez com que Angel se perguntasse se existiria no mundo alguém mais cara de pau que o amigo.

- Vai ter um trio - esclareceu o professor para o desapontamento de Paul –As duplas vão ser Jean e Angel cantando Accidentally in Love, Thomas e Bia cantando Heaven, Alex e James cantando No You Girls, Paul, Mary e Emely cantando Pumped Up Kicks – Nicolas tentou colocar as duplas mais contrarias possíveis, e apesar de não conhecer bem os alunos, a julgar pelas reclamações dos alunos, parecia ter feito um bom trabalho. – Então vocês podem já começar a se organizar e discutir a apresentação. – Falou Nick entregando as letras das musicas para os alunos.

Os alunos começaram a sentar com seus respectivos parceiros, logo Bia levantou para se sentar ao lado de Thomas. Beatrice estava descontente com seu parceiro e sua musica, até porque ela tinha ouvido que Tom era um garoto super difícil de conviver, alem do fato de que a musica que eles iriam cantar era uma musica romântica.

- Oi – Falou Bia da forma mais desconfortável que era capaz. – Então, como vamos fazer isso daqui funcionar? –Falou se referindo a apresentação.

- Bom, eu posso cantar a parte do homem e você a da mulher?! – Obrigado capitão óbvio pensou Bia , mas não comentou nada.

- Não, ta, mas o que eu quero dizer é a apresentação. Você acha que devia ter uma coreografia, ou a gente só canta?

- Eu acho que a gente devia cantar de uma forma dramatizada seguindo a letra da musica como se a gente fosse namorados – A Bia fez uma careta com esse comentário, que logo tentou disfarçar, que por sorte Tom não percebeu – A gente pode cantar olhando nos olhos um do outro e ir se aproximando no decorrer da musica.

- Ta, vamos tentar. – Falou Bia.

Logo ambos começaram a cantar baixinho e tentando olhar de forma romântica um para o outro, mas parecia extremamente forcado e aparentemente engraçado, pois Alex riu não muito baixo do outro lado da sala deixando Tom com raiva.

- Se os populares pensassem tanto quanto rissem tirariam notas muito boas – Falou Tom de forma muito ácida.

- Hey! Nem todos os populares são ruins!

- É, e nem todos os políticos são corruptos, mas aqui estamos. – Respondeu Tom com a cara fechada.

- Tanto faz, dá para ver que não dá para discutir com você, vamos voltar para o ponto.- Disse Bia revirando os olhos para a criancice de seu parceiro.

- Olha, o problema e que a gente não ta conseguindo  se conectar, - Falou Tom tentando se acalmar para não explodir, coisa que ele fazia com muita facilidade.  – Você tem que acreditar que me ama, você consegue fazer isso?

- Éeee – falou ela tentando se imaginar com aquele garoto, mas achando a idéia muito absurda e hilariante. – Humm, posso praticar um pouco sozinha? – Perguntou ela tentando ser educada, para conseguir se acalmar e levar a tarefa a serio.

- Me desculpe se me amar é uma coisa tão impossível que você é incapaz de imaginar – Respondeu Tom que se levantou e saiu bufando por causa da indireta cruel de sua parceira. Só para fechar meu dia com chave de ouro, pensou Thomas.

- Não! Espera, eu sei que eu consigo!  – Gritou Bia indo atrás de Tom. – Volta aqui meu falso amor – Todos que estavam na sala riram do final melodramático dos dois.

Nicola viu aquela cena não sabendo o que deveria fazer, mas rindo da cena e pensando Eu sabia que ainda iria gostar de ser professor.

Alex foi até James para falar sobre a lição. Todo mundo na escola sabia que aquele garoto era gay, apesar de Danniel insistir que não. Mas entrar no Glee foi toda a confirmação que Alex necessitava. Ele gostou disso, tinha achado o menino atraente e não ficava com outro garoto há eras, e aquela lição daria tempo suficiente à Alex para dar em cima do menino.

- Oi, você é o James certo? – perguntou Alex.

- Sim, sou eu. Você conhece essa música? Eu não conheço nada desse Franz Ferdinand – respondeu James.

- Não faz muito meu estilo, mas dá pra fazer uma boa performance. Eu acho que deveríamos  usar  ternos assim como o cantor costuma usar. E a gente também devia cantar de uma forma sensual, que combina com a música.

- Eu não sei,  eu não sou muito bom nisso – falou James num tom um tanto encabulado.

- Que isso, alguém sexy como você não deveria ter problema – falou Alex de uma forma muito mais óbvia do que pretendera. Sou pior nisso do que me lembrava pensou .

- Obrigado – falou como se Alex tivesse elogiado sua caligrafia – A gente tenta dessa forma e se não der certo a gente tenta outra. Quais partes cada um canta?

Passaram alguns momentos decidindo o que cada um cantaria com Alex bem mais próximo que o normal, mas James nem rejeitou, nem acatou a proximidade. Era como se ele nem percebesse, o que deixou Alex um pouco confuso.

Depois  James pesquisou a música no youtube para ouvi-la e poder discutir melhor a apresentação. Enquanto James ouvia música, Alex viu Bia e Thomas cantando um para o outro de uma forma tão estranha que disparou a rir.

- O que foi? – perguntou James.

- A cena dos dois cantando um pro outro quase me mata de rir. Pena que não filmei – falou Alex se acalmando.

- Não ria do Thomas, ele leva pro lado pessoal – pediu James.

- Por você, qualquer coisa – falou Alex se arrependendo imediatamente. Estava muito acostumado a flertar com garotas, e com essas não importa ser óbvio, já que elogios modestos são educados. Mas com garotos era uma história diferente, história com a qual estava desfamiliarizado.

- Obrigado – respondeu James como se Alex tivesse lhe emprestado um lápis. Será possível que existe alguém distraído a esse ponto ou ele está fingindo não perceber? Pensou Alex impressionado com a falta de reação do colega – Alguma idéia para a coreografia?

Quando Alex ia começar a falar quando Thomas fez uma saída dramática da sala, e Bia o seguiu gritando ainda mais dramaticamente fazendo todos rirem, inclusive James.

- Achei que não podia rir dele – comentou Alex.

- Foi inevitável – falou James se acalmando

- Sua risada é linda – falou Alex, óbvio demais de novo pensou – você quer  vir para a minha festa? Vai ser na sexta à noite na minha casa – convidou antes que o colega falasse o seu “obrigado” distraído.

- Eu até gostaria de ir, mas eu nunca vou à festas sem os meus amigos, então...

- Leve eles, estão convidados – estava determinado à ficar com James em sua festa, e como não tinha nada contra o povo do Glee, se levantou e falou pra todo mundo – Gente, vai ter uma festa no sábado à noite na minha casa. Estão todos convidados – então voltou a se sentar e viu sorriso de James – seu sorriso é lindo – elogiou de forma pateticamente óbvia.

- Obrigado.

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Paul se dirigiu para as duas garotas com as quais ele iria se apresentar, estava decepcionado pelo fato de sua idéia ter sido recusado pelo professor – Talvez eu tenha sido um pouco óbvio demais!-  pensou Paul.

- Hey, então nós vamos cantar juntos, né? - Comentou Paul  sentando ao lado das duas garotas se perguntando quem era a Mary e quem era a Emely.

- É, eu sou a Mary, e esta é a Emely. Você é o Paul, certo? - falou a de cabelos ruivos, para o alívio de Paul que não sabia o nome delas.

- Sim, sou eu. Vamos dividir a letra da música? – sugeriu Paul com simplicidade.

- Você já leu a letra dessa musica? O que raios o professor esta pensando? Nós vamos cantar uma musica sobre um cara que vai pegar e fazer uma chacina na escola – reclamou Emely da forma ácida de sempre.

- Para de reclamar Emely! A música nem é ruim!

As duas começaram a discutir sobre a música ser ou não ruim, enquanto isso Paul ficou olhando ao redor da sala para ver como os outros estavam indo. Alex estava muito perto de um dos losers e Paul percebeu de imediato que ele estava tentando flertar com ele. E chamam a mim de óbvio pensou Paul. Olhou para sua irmã e viu ela e o garoto de cabelos pretos fazendo caras e bocas uma para o outro de forma tão hilária que Paul se obrigou a tentar controlar a risada, mas o que não adiantou, pois logo ele ouviu Alex rindo escandalosamente do outro lado da sala.

- O que foi tão engraçado assim? – perguntou  Emely.

- Ah, Alex tem alguns parafusos a menos, não liga para ele não. - Falou Paul com preguiça de explicar – vocês poderiam me ajudar com uma coisa?

- O quê? – perguntou Mary.

- É que eu estou querendo ficar com o professor, vocês me ajudam? – perguntou o menino. Não estava conseguindo progredir com esse assunto, e a maioria de seus amigos não queriam ajudá-lo, mas talvez aquelas meninas fossem menos caretas e o apoiassem.

- Você enlouqueceu completamente ou isso é uma piada? – respondeu a ruiva. É isso que eu ganho por ser otimista.

- Olha, eu preciso ficar com ele. Como eu vou explicar para os meus filhos que o pai deles passou o ensino médio inteiro sem ficar com um professor?

- Ele tem um ponto Mary – falou a loira.

- Obrigado – falou Paul, contente por finalmente encontrar alguém que o entendia – Como você acha que eu devia fazer para...

- Estou zoando, pateta. Isso não tem o menor sentido. Sabe, você é muito estranho, mas acho que eu já devia ter esperado isso de alguém que pintou o cabelo de prata – falou Emely de forma muito ácida.

- Você é que é entediante – respondeu Paul se sentindo estúpido e nervoso por não ter entendido o sarcasmo – eu saio de casa, faço coisas, me divirto. Eu tenho histórias para contar, casos que vou me lembrar mesmo quando eu estiver velho. Vocês tem algo assim?

- Tem uma diferença entre ser espontâneo e inconseqüente – retrucou Mary - o professor pode ser demitido por isso.

Paul ia argumentar quando Thomas e Bia fizeram uma saída melodramática da sala que arrancou uma risada dos três. Depois que se acalmou resolveu terminar aquela briguinha fútil.

- Ta, tanto faz, vamos voltar ao assunto. Que figurino nós vamos usar? - Perguntou.

Então voltaram a conversar sobre a apresentação em um clima tenso. Combinaram os figurinos e a coreografia básica e iam praticar quando Alex convidou a turma inteira para a sua festa. Como se esses losers fossem corajosos o suficientes para ir em uma festa, pensou. Mas Mary pareceu ler seus pensamentos e disse:

- Nós vamos na festa.

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- Você não acha estranho o professor colocar a gente juntos? - Perguntou Jean franzindo as sobrancelhas em confusão - Quero dizer, de todas as pessoas eu com certeza escolheria você para ser minha parceira, mas desde o primeiro dia de aula eu basicamente só falei com você, então eu só estou achando estranho o fato dele ter nos posto juntas sendo que o objetivo da lição é a gente trabalhar com pessoas que nos não estamos acostumados, entendeu?

- Realmente - Respondeu Angel, mas a verdade era que ela tinha parado de prestar atenção no que sua parceira estava falando. Estava pensando em como essa era a primeira vez que Jean falava tanto sobre qualquer coisa - Mas de qualquer forma, vamos trabalhar com a musica, certo? Você já a ouviu antes? - Perguntou dessa vez tentando se concentrar em sua colega.

- Já, eu adoro essa musica!

- Eu já esperava. - Comentou casualmente.

- Por quê?

- Você parece o tipo de pessoa que gosta de música pop rock, pop e desse tipo - Falou Dando de ombros.

- Você acha que sou o tipo de pessoa que gosta de Boy Bands, Beyonce e Taylor Swift? - Falou cruzando os braços em indignação.

- Sim na verdade, você não gosta? - Angel falou surpresa pela reação de sua amiga. Mas ela não gostava daquilo? Pensou um pouco confusa, Realmente, eu conheço Jean há quanto tempo? Quatro dias! Eu não sei quase nada sobre ela! Eu nem sei sua cor preferida - Pensou Angel  incomodada.

- Eu gosto sim, mas isso não quer dizer que eu não posso gostar de Rock e Rock Alternativo! Eu adoro por exemplo Thousand Foot Krutch e Passion Pit, apesar de eu achar algumas músicas do Thousand muito pesadas.

- Peraí! Você gosta de Passion Pit?

- Gosto!

- Mas eles são horríveis! - Falou rindo um pouco de sua descoberta, e pensando o quão pouco sabia sobre Jean.

- Eles não são tão ruins! Tá, quem eu to querendo enganar? Eles são ruins, mas eles tem músicas boas! - Respondeu com um pouco de indignação.

- Qual a sua cor preferida? - Perguntou Angel esquecendo completamente do assunto anterior e tentando conhecer Jean direito.

- De onde isso surgiu?

- Eu acabei de notar que eu não sei quase nada sobre você! - Falou Angel como se fosse óbvio, o que arrancou uma leve risada de sua parceira - Então, qual a sua cor preferida? - Perguntou novamente.

- Azul claro, quase branco, e já que estamos no tópico "vamos conhecer um pouco uma a outra" , qual é a sua?- Respondeu dando um sorriso zombeteiro.

- Verde escuro, tipo verde musgo. - Falou ignorando o fato de Jean estar meio que caçoando dela. - Tá, já que estamos nesse tópico, - Falou entrando na brincadeira - Qual sua flor preferida?

- Íris. Qual é a sua?

- Eu não gosto muito de flores – respondeu Angel.

Charlotte ia perguntar por que, quando Bia e Thomas fizeram uma saída dramática que fez ambas gargalharem. Quando se acalmaram Charlie disse:

- Você faz esse questionário com todos os seus amigos?

- Só com os que valem a pena.

- E como você sabe quem vale a pena?

- Eu tenho superpoderes – brincou Angel. Charlotte ia caçoar dela quando Alex se levantou e convidou todos para a festa.

- Você vai na festa? – perguntou Angel.

- Acho que sim, se meu pai deixar.

- Hey, se quiser eu te dou carona!

- Humm, pode ser útil, mas eu ainda tenho que ver com meu pai. - Falou pensando que com a carona de Angel seu pai não teria nenhuma desculpa para não deixar ela ir - Mas de qualquer forma, vamos voltar ao trabalho, nós devíamos estar trabalhando na musica. - Falou Jean tentando voltar ao assunto.

- Eu já sei a letra, sei até tocar a musica no violão!

- Ora, então vamos nos apresentar hoje de uma vez!

- Como? - Perguntou Jean surpresa.

- É só a gente dividir a letra porque eu também já sei a musica. É bom que a gente pode apresentar hoje e fica livre disso! - Falou Jean animada, deixando Angel chocada pelo fato de que sua colega estar tomando a liderança -Onde tá a garota tímida que eu conheci segunda?!

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Quando Nicolas tinha falado que os alunos podiam conversar para discutir ele não esperava que eles começassem a brigar. Apesar de ter achado hilário a cena do aluno que saiu bufando da sala com outra aluna atrás dele  ele sentia que deveria fazer algo como professor, mas não tinha pensado em nada de útil que pudesse fazer, então acabou ignorando.

 Algo que o deixou insultado foi quando um de seus alunos se levantou para gritar que ele daria uma festa. Poxa! Os alunos não tem o mínimo de respeito! Mas Nicolas detestava punir alunos, então acabou relevando. Enquanto não falassem durante sua explicação estava bom.

 O que o perturbou mesmo foi o garoto de cabelo prateado. Ele o olhava de uma forma estranha, e o deixava um pouco desconfortável. Não sabia o que se passava na cabeça dele, mas sabia que não era bom.

Uma das razões dele ter dado essa tarefa era que assim ele teria tempo de adiantar a correção das provas que ele tinha aplicado naquela semana, mas mesmo assim ele não conseguiu corrigir nenhuma, era como se as provas olhassem para ele e dissessem "nós não seremos corrigidas hoje, desista. DESISTA! Isso é guerra!" - Caramba, eu tenho que parar de ver Tv. - Pensou largando a caneta quando ele notou que estava imaginando uma conversa com as provas tentando convencê-las a serem corrigidas. A conversa era tipo isso:

Provas: Não queremos ser corrigidas, não queremos.

Nick: Não vai ser tão ruim assim, prometo.

Provas: Vai sim, sempre é. Você fica julgando a gente, dando uma nota para cada um.

Nick: Mas eu preciso, é parte do meu trabalho.

Provas: Ah é? Quem mandou ser professor?

Elas tinham um ponto. Acabou oficialmente desistindo de corrigir as provas. Quando ele levantou os olhos viu que Jean estava vindo em sua direção.

- Professor, eu e a Angel já estamos prontas para nos apresentar, será que a gente pode se apresentar hoje de uma vez? -Nicolas olhou para o relógio e viu que ainda teriam 8 minutos de aula, mas era mais do que o tempo necessário para alguém apresentar uma musica.

- Claro, só vão avisar a banda e podem se apresentar. - Respondeu e viu que Jean foi animada pedir para a banda tocar a música -HEY! - Gritou quando notou que as duas tinham terminado de ajeitar as coisas e o povo ainda estava conversando - Jean e Angel vão apresentar hoje e o resto vai apresentar semana que vem, sejam educados e fiquem em silêncio enquanto suas colegas apresentam, quando a apresentação acabar vocês podem sair. - Esclareceu fazendo sinal para as duas garotas começarem a cantar.

Angel: So she said what's the problem baby

Jean: What's the problem I don't know

Well maybe I'm in love (love)

Think about it every time

I think about it

Can't stop thinking 'bout it

Angel: How much longer will it take to cure this

Jean: Just to cure it cause I can't ignore it if it's love (love)

Angel: Makes me wanna turn around and face me but I don't know nothing

'bout love

Ambas: Come on, come on

Jean: Turn a little faster

Ambas: Come on, come on

Angel: The world will follow after

Ambas: Come on, come on

Because everybody's after love

As duas estavam cantando muito bem, mas o que realmente impressionou à Nick foi a química das duas. Elas brincavam uma com a outra durante a música, uma girando a outra e fazendo gestos românticos brincalhões, sendo que uma sempre se afastava enquanto a outra perseguia, o que combinava muito com a música.

Angel: So I said I'm a snowball running

Jean: Running down into the spring that's coming all this love

Angel: Melting under blue skies

Belting out sunlight

Shimmering love

Jean: Well baby I surrender

the strawberry ice cream

Never ever end of all this love

Angel: Well I didn't mean to do it

But there's no escaping your love

Jean: These lines of lightning

Mean we're never alone,

Never alone, no, no

Ambas: Come on, come on

Jean: Jump a little higher

Ambas: Come on, come on

Angel: If you feel a little lighter

Ambas: Come on, come on

Jean: We were once

Upon a time in love

Angel: We're accidentally in love

Jean: Accidentally in love (x2)

Nesse ponto da música a interação das duas estava tão perfeita que Nick concluiu que deveria ser verdadeira. Estava orgulhoso de seu plano ter dado certo. Tinha percebido a interação das duas ao longo das aulas e para ajudar Jean a conquistá-la tinha escolhido essa dupla e música. Achava que esse casal precisaria de um empurrãozinho.

Ambas: Come on, come on

Jean: Spin a little tighter

Ambas: Come on, come on

Angel: And the world's a little brighter

Ambas: Come on, come on

Just get yourself inside her

Ambas: Love ...I'm in love

Todos da sala aplaudiram e logo pegaram as sua coisas para sair da sala. Nicolas deu um tchau para os alunos e viu Angel e Jean saindo da sala conversando e rindo - É, parece que elas vão precisar de um empurrãozinho mesmo. - Pensou orgulhoso de ter notado isso antes de dividir as duplas.